sábado, 17 de outubro de 2020

Adélia Eberle Lupo


"Adélia Eberle Lupo

Foi com a mais profunda consternação que a cidade recebeu a notícia do falecimento, na Capital do Estado, onde se achava recolhida ao Hospital Alemão, da sra. dna. Adélia Eberle Lupo, espôsa do sr. Romulo Lupo, gerente da fábrica de meias Lupo, de Araraquára, Estado de São Paulo, e filha do grande industrialista caxiense, cav. Abramo Eberle.

Dna. Adelia Eberle Lupo, que em vida foi uma das mais ilustres e bemquistas caxiense, estava casada há pouco mais de dois anos e deixou na orfandade uma filhinha de um ano.

A extinta sempre foi figura de real destaque na vida social de Caxias, lugar que merecidamente ocupava, mercê as suas aprimoradas qualidades morais e os seus magnânimos sentimentos de coração, ao par de uma fina e sólida educação.

Foi ainda em homenagem aos seus dótes invulgares, que Adélia Eberle Lupo, foi aclamada Rainha da 'Festa da Uva' de 1933, em cujo pôsto se houve com rara felicidade e distinção.

Outros movimentos sociais de nossa cidade, sempre tivéram em Adélia Eberle Lupo, uma figura de decidida colaboração.

Si assim foi, e ainda pertencendo a uma das mais distintas e queridas familias de Caxias, nada mais justo do que o sentido pesar que a sua morte causou e a grandiosidade das últimas homenagens que a nossa população lhe tributou.

O passamento da virtuósa senhora deu-se, como dissémos, em Pôrto Alegre, á tarde de segunda-feira última. Em trêm especial, o seu côrpo foi transladado a esta cidade, aqui chegando ás primeiras horas de terça-feira.

Apesar da impropriedade da hora, 7,30, via-se uma verdadeira multidão na gáre local da Viação Férrea, a qual acompanhou o esquife até a residência dos pais da morta, onde foi velada.

Ás quatro horas dêsse mesmo dia, com um dos maiores acompanhamentos de que temos memória, tivéram início as cerimoniras de sepultamento, vendo-se presentes pessôas representativas de tôdas as nossas classes e pertencentes a todas as condições sociais, o que bem traduz do quanto a família enlutada é estimada pela generalidade da população de Caxias.

No cemitério, instantes antes dos últimos atos de encomendação, pronunciaram sentidas orações ao snrs. con. João Meneguzzi e o nosso coléga Heitor Morais, ambos enaltecendo os dotes morais da extinta."

Fonte: A E'POCA (Caxias do Sul/RS), 20 de Julho de 1941, pág. 01

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