quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Histórias Curiosas XXIII

Sabe aquelas situações de tão surreais que parecem mentira se são contadas. Pois é, aí vai uma que foi protagonizada por vários leonenses que estavam viajando numa excursão até a cidade de Porto Alegre.
Num sábado, até não muito tempo atrás, ainda neste ano de 2016, uma excursão saiu do Capão do Leão em direção à capital gaúcha para participar de um encontro político. O ônibus saiu cedo e voltou à tardinha. Tradicionalmente como fazem muitas linhas intermunicipais que percorrem a rodovia BR-116 rumo ao sul do estado, há uma espécie de intervalo programado no Paradouro Grill, em Cristal, para que os viajantes possam lanchar e usar os banheiros.
Já era noitinha quando a excursão chegou no Grill e havia uma movimentação incomum naquele momento na região. Havia acontecido um acidente fatal envolvendo um ciclista sobre a ponte do rio Camaquã, fato parcialmente constatado pelos excursionistas ao visualizarem viaturas da Polícia Rodoviária e a ambulância da concessionária no local em que se verificou a tragédia.
Ao descerem, alguns excursionistas leonenses se dirigiram primeiramente aos banheiros do paradouro e perceberam que havia um grupo de moradores locais em um pequeno grupo aproximadamente situado na plataforma conversando sobre o fato. Neste momento parte da conversa não deixou de ser ouvida. Foi daí que diante que as palavras tomaram um tom cômico e surreal, apesar da elevada seriedade do acontecido.
- Quem morreu foi o Tico!
- O Tico morreu?!
- Caramba, coitado do Tico... Morreu o Tico!
- O nosso Tico? Não pode ser.
- Sim, o Tico morreu. Uma moto pegou o Tico na ponte do rio Camaquã. O amigo dele, o Zé, foi lá e reconheceu.
- Ué, eu pensei que fosse o Tico do João que morreu, foi o Tico do Zé?
- É, foi o Tico do Zé que morreu. O Tico do João tá vivo.
A vontade de rir de alguns leonenses que acompanhavam o papo sem querer evidentemente era enorme, mas diante da situação, se controlaram. Porém, a conversa seguiu e cada vez mais improvável.
- A moto passou por cima da cabeça do Tico. Coitado, estava durinho lá em cima da ponte.
- O Tico tava duro?
- Sim, a morte foi súbita. A ambulância recolheu o Tico, mas o Tico já estava duro quando o colocaram na maca. Levaram para Pelotas, mas já tinha entrado em óbito. Tem que avisar o Tio Helmut que o Tico do Zé morreu.
- Caramba, ainda ontem vi o Tico do Zé lá na arrozeira. Tava faceiro o Tico, tava bem, tava forte!
- Bah, conhecia o Tico desde pequeno, desde que ele era o Tiquinho! Coitado!
- Pois é, como é a vida não é mesmo?! Ontem o Tico tava aí bem vivo e ativo, hoje tá morto.
Para concluir, já próximo dos excursionistas reembarcarem no ônibus, duas senhoras de origem alemã localizadas próximas à banca de revistas que existe no Paradouro lamentavam uma com a outra:

- Pois é, né comadre?! O Tico do Zé morreu e agora o que vai ser daquelas gurias? Coitadas, o Tico era tudo para elas. A Fulana mesmo?!... Era muito agarrada no Tico!
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