sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Matheus Gomes Vianna


Por Fernando Osório

"Nasceu aos 14 de setembro de 1809; faleceu em 1839. Era filho do Tenente Balthazar Gomes Vianna e de D. Joana Margarida da Silveira. Teve alguma instrução primária e secundária haurida nas aulas dirigidas pelo Pe. Felício e Francisco Condal. Destinado, contra sua vontade, ao comércio, foi empregado na loja de fazendas de Luiz Marques (Rua do Comércio, hoje Félix da Cunha), estabelecendo-se, mais tarde, por sua conta, casando-se então com D. Maria Francisca Antunes Maciel. 

Por várias vezes foi eleito vereador, tendo sido presidente da Câmara Municipal. Foi o primeiro promotor público de Pelotas (1835). Por convite do Cel. Bento Gonçalves e do Gal. Netto (1835) aderiu à causa da revolução no posto de major (que já tinha na Guarda Nacional). Terminada a primeira fase da revolução, tendo se retirado para a côrte o então presidente da província, Antonio Fernandes Braga, e vindo para esta, por nomeação do governo, o Dr. Araújo Ribeiro, a este apresentou-se o Maj. Matheus Gomes Vianna, manifestando-se-lhe monarquista. Inteligente e habilitado, o Presidente Araújo Ribeiro convidou-o para seu secretário, cargo esse que Vianna exerceu com dignidade.

Reviravolta política trouxe à direção dos negócios públicos o partido - corcundo vermelho - ; foi nomeado presidente da província o Gal. Antero J. de Brito, que ao assumir o seu posto  prendeu e deportou para o Rio de Janeiro o Dr. Araújo Ribeiro. Os liberais partidários do ilustre decaído foram perseguidos, sendo muitos deles presos e deportados; o Maj. Matheus Vianna foi do número dos marcados: foi preso e conduzido para Porto Alegre. 

O Gal. Antero, porém, preso pelos farrapos, foi substituído no governo pelo Dr. Saturnino, que relaxou da prisão o Maj. Vianna; o Dr. Saturnino foi, por sua vez, substituído pelo cidadão Nunes Pires, que novamente chamou para secretário do governo provincial o recente preso. Nesse ínterim livrou-se ele de ser assassinado, de dia, em plena rua, pela intervenção enérgica do então Maj. Osório, o futuro Marquês do Herval.

Advogou também no foro desta cidade, adquirindo nomeada; daí adveio-lhe a alcunha simpática de - Matheusinho das leis. Ainda quando secretário do governo, adoeceu gravemente e retirou-se para o Rio Grande, onde faleceu aos trinta anos de idade, deixando com seis meses apenas de nascido o único filho, Francisco Antunes Gomes da Costa, o venerando Sr. Barão do Arroio Grande."

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