Charqueada do Barão de Jarau |
Por Fernando Osório
"JOAQUIM JOSÉ DE ASSUMPÇÃO - Pelotense, filho do Comendador Joaquim José de Assumpção e D. Maria Augusta de Assumpção. Dotado de um espírito ativo, inteligentíssimo, laborioso e honrado.
Possuindo a maior fortuna do Rio Grande do Sul, deixou seu nome ligado a todos os estabelecimentos pios, notadamente à Santa Casa de Misericórdia, cuja capela se construiu em sua provedoria, e às mais prósperas emprêsas de melhoramentos de sua terra, tornando-se assim um benemérito e como tal querido e respeitado. Foi o primeiro presidente da Associação Comercial de Pelotas, instalada a 7 de setembro de 1873, cargo em que se conservou durante alguns anos; presidente da Companhia de Gás, da Companhia de Seguros Pelotense, etc.
Principiou sua carreira, ainda muito moço, como industrial; e a charqueada modêlo que fundou em Pelotas, deu-lhe os fundamentos da fortuna que legou a seus filhos, Dr. Joaquim Augusto de Assumpção e D. Ernestina de Assumpção Osorio, viúva do Dr. Fernando Luis Osorio.
No Império militou nas fileiras do Partido Conservador e, proclamada a República, bastante patriota e retirado embora da atividade política, teve sempre as maiores simpatias para o Govêrno do Rio Grande e para o novo regime. Cavalheiro de esmerada educação e de caráter elevado, conquistou o respeito da sociedade pelotense. 'O País', do Rio de Janeiro, registrando o seu sentido falecimento, recordou que o Barão de Jarau foi o banqueiro do Govêrno da ex-Província do Rio Grande, e mais tarde, após a República, teve ocasião de prestar muitos bons serviços ao Estado. Era um extremo modesto e honrado, qualidades que o recomendavam à estima e respeito de todos. Finou-se a 12 de abril de 1898 na idade de 68 anos legando avultada soma aos pobres e ao seu entêrro concorreu grande parte da população de Pelotas."