"Descoberta. - Do Correio Mercantil, de Pelotas:
<<O Sr. Falkstrupp, allemão de origem e morador na Serra dos Tapes, proximo ao logar denominado Passo dos Baios, fazendo uma excavação no terreno que lhe pertence, afim de construir um açude, a trez metros e meio mais ou menos de profundidade, encontrou um corpo duro que ferido pela picareta produzia um som metalico. Procurando averiguar d'onde provinha semelhante som, depois de inauditos esforços conseguio por a descoberto uma enorme caixa de ferro, comida pela ferrugem e excessivamente pesada.
<<Como não pudesse levanta-la só, chamou seus tres filhos e mais pessoas da casa, e, auxiliado por elles, pôde transportar o cofre para casa, onde fez saltar a triplice fechadura que o guardava.
<<Depois de aberto, verificou que continha os seguintes objectos: uma armadura completa de aço finissimamente lavrado, com embutidos em ouro; um espadadero com bainha de ouro e copos do mesmo metal, guarnecida de pedras preciosas; uma belissima lampada de prata dourada cujo peso o sr. Falkstrupp avalia em mais de dez libras; quatro enormes techeiros do mesmo metal; e, finalmente, 1,617 moedas de ouro e prata de diversos valores, todas com effigie de Filippe III e de diversas datas.
<<O feliz descobridor estima seu thesouro em valor superior a reis 350:00$00, e attribuio aos jesuítas que, como se sabe, estiveram muito tempo estabelecidos na Serra dos Tapes e provavelmente enterraram aquelle cofre, como costumavam fazer a todas as suas riquezas, quando se viram obrigados a mudar de residencia.
<<Por algumas pequenas pedras lavradas e pedaços de madeira que já tem encontrado em seu terreno, o sr. Falkstrupp pensa que alli mesmo existio ha longos annos um convento de jesuitas.>>"
Fonte: CEARENSE (CE), 04 de Julho de 1883, pág. 02, col. 04-05
"Descoberta de um thesouro. - Referindo-se á armadura de aço e grande porção de moedas descobertas na Serra (Rio Grande do Sul) por um allemão alli morador, diz uma carta de Pelotas.
<<O Sr. Falkstrupp, allemão de origem e morador na Serra dos Tapes, proximo ao logar denominado Passo dos Baios, fazendo uma excavação no terreno que lhe pertence, afim de construir um açude, a trez metros e meio mais ou menos de profundidade, encontrou um corpo duro que ferido pela picareta produzia um som metalico. Procurando averiguar d'onde provinha semelhante som, depois de inauditos esforços conseguio por a descoberto uma enorme caixa de ferro, comida pela ferrugem e excessivamente pesada.
<<Como não pudesse levanta-la só, chamou seus tres filhos e mais pessoas da casa, e, auxiliado por elles, pôde transportar o cofre para casa, onde fez saltar a triplice fechadura que o guardava.
<<Depois de aberto, verificou que continha os seguintes objectos: uma armadura completa de aço finissimamente lavrado, com embutidos em ouro; um espadadero com bainha de ouro e copos do mesmo metal, guarnecida de pedras preciosas; uma belissima lampada de prata dourada cujo peso o sr. Falkstrupp avalia em mais de dez libras; quatro enormes techeiros do mesmo metal; e, finalmente, 1,617 moedas de ouro e prata de diversos valores, todas com effigie de Filippe III e de diversas datas.
<<O feliz descobridor estima seu thesouro em valor superior a reis 350:00$00, e attribuio aos jesuítas que, como se sabe, estiveram muito tempo estabelecidos na Serra dos Tapes e provavelmente enterraram aquelle cofre, como costumavam fazer a todas as suas riquezas, quando se viram obrigados a mudar de residencia.
<<Por algumas pequenas pedras lavradas e pedaços de madeira que já tem encontrado em seu terreno, o sr. Falkstrupp pensa que alli mesmo existio ha longos annos um convento de jesuitas.>>"
Fonte: CEARENSE (CE), 04 de Julho de 1883, pág. 02, col. 04-05
"Descoberta de um thesouro. - Referindo-se á armadura de aço e grande porção de moedas descobertas na Serra (Rio Grande do Sul) por um allemão alli morador, diz uma carta de Pelotas.
<<A noticia do Correio Mercantil de 6, sobre uma descoberta feita na Serra, causou aqui profunda impressão, como era natural. Todos admiravam a sorte do feliz allemão.
Recebendo depois pelo mesmo jornal, notícia de que o tal Falkstrupp se havia retirado com todos os seus do logar onde morava, sem que se pudesse saber que direcção tomou, ficamos de sobreaviso, pois não podia deixar de passar por aqui se tencionasse entrar na republica vizinha [nota nossa: Uruguay]. Realisou-se o que previamos.
Hontem a tarde aqui chegou o sr. Falkstrupp, com dous filhos moços e um peão, acompanhando uma carretinha dentro da qual iam sua mulher e duas filhas. Tendo o peão dito em uma casa de negocio que os viajantes que acompanhava eram os referidos allemães, emquanto estes faziam algumas compras, a polícia recebeu aviso, e creio que por pedido do collector, foi dar busca dentro da carretinha.
Encontraram ahi um bahú cuidadosamente fechado. Aberto pelo sr. Falkstrupp, depois de alguma resistencia, verificou-se que continha uma armadura de um dedicadissimo trabalho, uma espada com o punho emvejado de brilhantes e uma enorme lampada de prata.
Quanto ás moedas de que fallou o Mercantil, nenhuma foi encontrada. O que se achou foi 20:831$200 em poder do mesmo Falkstrupp, sendo parte em papel-moeda e parte em sterlinas e condores.
Os objectos a que me referi foram levados á polícia e ahi se acham depositados, pois a autoridade competente declarou aos viajantes que d'aquelle achado, metade pertencia á fazenda nacional, pelo que mostraram uma sorpreza demasiadamente forte para se tomar como verdadeira.
Quanto ao dinheiro foi-lhes restituido, porque não se pode provar qual seja a sua origem e porque todos elles affirmam a uma só voz que é devido ao fructo de um acurado e economico trabalho.
E' opinião geralmente adoptada que esses individuos, antes de seguirem viagem, reduziram a moeda corrente todas as moedas que encontraram, bem como os demais objectos de prata, cuja descripção fez o Mercantil e transcreveram aqui todos os outros jornaes.
A familia do sr. Falkstrupp acha-se hospedade no Hotel Bageense, aguardando o resultado de todo esse negocio. Devem seguir viagem ao paiz visinho até o fim do mês."
Fonte: GAZETA DA BAHIA (BA), 11 de Julho de 1883, pág. 01, col. 06