segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Pomeranos na cidade de Pelotas



A Pomerânia é uma antiga região histórica europeia situada às margens dos mares do Norte e Báltico que corresponde atualmente ao estado alemão de Mecklemburgo-Pomerânia e às voivodias (províncias) polonesas da Pomerânia, Pomerânia Ocidental e Cujávia-Pomerânia. Durante a Idade Média e parte da Idade Moderna, a Pomerânia foi um ducado ora independente, ora subordinado a um outro reino. Até 1870, a Pomerânia fazia parte da antiga Prússia e, posteriormente, com a unificação passou fazer parte do Império Alemão. No final da 1ª. Guerra Mundial, a região foi dividida entre Polônia e Alemanha.


            O diferencial dos pomeranos em relação aos demais povos germânicos é sua língua característica, que é uma vertente do chamado baixo-alemão. Eles também se diferenciam por algumas tradições culturais e também por estarem próximos dos povos eslavos. Muitos sobrenomes pomeranos tem grafia tipicamente eslava e não alemã.

            Os pomeranos em Pelotas e região vieram especificamente para serem assentados em colônias agrícolas juntamente com os demais povos alemães. Em 1858, dos 180 colonos estabelecidos na colônia de São Lourenço, por exemplo, 115 eram pomeranos.

            A língua pomerana ainda persiste entre os descendentes residentes na cidade. Tanto que há projetos da Universidade Federal de Pelotas para a sua preservação. Uma antiga tradição que veio da Europa tipicamente pomerana é a cerimônia de casamento. Foi um costume que persistiu entre os imigrantes até o início do século XX. O matrimônio tem como característica o vestido inteiramente preto da noiva e a figura do convidador que serve de mediador entre as famílias dos nubentes. O convidador tem um chapéu decorado com fitas coloridas dadas pelas famílias que aceitam o casamento.

            Também se destacam na culinária: vários tipos de doces, marmeladas, bolachas decoradas, biscoitos, cucas, linguiças, embutidos, salame cozido, alface com açúcar, bolinho de carne, bolinho de batata, entre outros.

            Muitos descendentes de pomeranos ainda residem na zona rural de Pelotas, bem como em diversos lugares da cidade. São famosos por seus cafés coloniais.

 

Fontes:

PITANO, Sandro de Castro & ROMIG, Karen Laiz Krause. A influência da cultura pomerana na transformação do espaço geográfico no extremo sul do Rio Grande do Sul. In: Revista Formação, edição online, v. 25, n. 46, set.-dez. 2018, pág. 109-128.

SALAMONI, Giancarla. A Imigração Alemã no Rio Grande do Sul – o caso da comunidade pomerana de Pelotas. In: História em Revista, Pelotas/RS, v. 07, dez. 2001, pág. 25-42.

SALAMONI, Giancarla; WASKIEVICZ, Carmen Aparecida. Serra dos Tapes: espaço, sociedade e natureza. Tessituras, Pelotas/RS, v.01, n. 01, jul.-dez.2013, pág, 73-100.

SILVA, Danilo Kuhn. Ik dáu dót bláuma futéla: apontamentos sobre a memória e a identidade pomerana através da música. In: DAPesquisa, v. 11, n.17, pág. 62-63.

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