quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Sobrenomes Poloneses - Parte 28

 



676. Czarlinski - sobrenome toponímico relacionado a Czarlin, no antigo condado de Tczew. Também é um toponímico relativo a Czarlina - antigo feudo da família prussiana Von Schedlen de acordo com um manuscrito de 1671 (local indefinido).

677. Czarnecki, Czarniecki - sobrenome toponímico relativo aos seguintes locais: Czarna, nome de aldeia encontrado nos antigos condados de Radzymin, Grójec, Luków, Nowy Alexandry, Radom, Kielce, Piotrków, Sieradz, Plonski, Suwalki, Balcki, Kamieniec, Vilnius e Nowograd-Wolyn; Czarne, nome de aldeia verificado nos antigos condados de Lipno, Wloclawski, Lask, Przasnyski, Suwalki, Gorlice, Miedzyrzec, Czluchowski, Koscierzyna, Starogrodzki, Kwidzyn, Olecki, Lecki, Goldap e Jansborski; o antigo condado de Czarnca, na região de Checiny.

678. Czarnik - sobrenome metonímico que significa preto. É uma referência a cor do cabelo e o aspecto da pele (o que no caso da Europa Oriental não deve ser confundido com negro, pessoa negra).

679. Czarnkowski - sobrenome toponímico relacionados aos nomes de local como Czarnków, Czarnkówka e Czarnkowo - em conjunto denominam mais de quatro de dezenas de lugares na Europa Oriental.

680. Czartolinski - sobrenome metonímico que significa diabo, maligno. É uma referência a um aspecto comportamental ou fisionômico. Também pode ser um toponímico relativo a Czartoloc, assentamento na antiga comuna de Pyszkowo, condado de Wloclawek.

681. Czartoszewski - sobrenome toponímico relativo à localidade de Czartosy (nome anterior Czartoszewo), no antigo condado de Lomza; ou relativo a Czartosowy, no antigo condado de Kielce.

682. Czasak - sobrenome que significa tempo (cronológico). Tem várias interpretações, mas é possível que esteja mais relacionado ao sistema de cultivo na agricultura, denotando assim estar vinculado ao contexto rural. Pode ainda significar irmão temporão ou ser um patronímico do nome pessoal homônimo.

683. Czasiewicz - sobrenome patronímico do nome Czasak (vide item anterior).

684. Czauderna - sobrenome patronímico dos nomes Czeder, Czader e Czauder - todas formas dialetais ou hipocorísticas do nome Teodor (Teodoro em português).

685. Czech - embora aparentemente signifique tcheco, procedente da Tchéquia (ou República Tcheca), o sobrenome tem sua origem etimológica mais associada ao fato de ser um patronímico do nome eslavo Czeslaw (Ceslau em português; sim, o nome existe, é raro, mas existe em português). Isso não exclui a possibilidade plausível de ser um toponímico relacionado à Tchéquia, porém em muito menor proporção. Pode ainda se referir a uma antiga moeda equivalente a doze cêntimos de prata. Por fim, um toponímico relativo a Czech, aldeia no antigo condado de Radzyn.

686. Czechak, Czechalski - embora aparentemente signifique tcheco, procedente da Tchéquia (ou República Tcheca), o sobrenome tem sua origem etimológica mais associada ao fato de ser um patronímico do nome eslavo Czeslaw (Ceslau em português; sim, o nome existe, é raro, mas existe em português). Isso não exclui a possibilidade plausível de ser um toponímico relacionado à Tchéquia, porém em muito menor proporção. 

687. Czekaj, Czekalski - sobrenome patronímico do antigo nome eslavo Czekaj. Pode ainda ter um significado metonímico que corresponde aquele que espera, esperançoso, melancólico. 

688. Czelusta - sobrenome metonímico que significa mandíbula, boca, bochecha. Refere-se a quem tem uma destas partes da face em proeminência. Pode ainda se referir a um aspecto geográfico como depressão, cavidade, recôncavo, indicando um lugar de habitação. Por fim, um toponímico relativo a Czeluscin, nome de aldeia verificado nos antigos condados de Krobski e Gniezno.

689. Czemiel - sobrenome polonizado da forma original alemã Zehmen - família aristocrática com origem em Leipzig, na Saxônia, no século XIII, e que passou a enviar sucessivas gerações para a conquista da Prússia a partir do século XV. No caso, como há inúmeros castelos, senhorios e feudos com esta denominação na Europa Oriental e Europa Báltica, compreende-se que este sobrenome tenha mais um caráter toponímico do que propriamente se refira à família em si.

690. Czepik - muitos significados etimológicos: coroar; colocar uma diadema; diadema nupcial; agarrar; sequestrar; agarrar-se a algo persistentemente. Pode ainda ser um patronímico relacionado ao nome arcaico homônimo. O sobrenome tem origens histórica na Lituânia.

691. Czerewko - referência a uma espécie de planta da família das ipomeias (gênero Cuscuta). É um apelo a um local de habitação ou um metonímico para determinado tipo de cabelo muito emaranhado ou ruivo. Também um toponímico relativo a Czerewki, aldeia em Bialystok, na Podláquia.

692. Czerniecki - sobrenome toponímico relativo ao seguintes locais: Czarna, nome de aldeia observado nos antigos condados de Radzymin, Grójec, Luków, Nowy Alexandry, Radom, Kielce, Piotrków, Sieradz, Plonski, Suwalki, Balcki, Kamieniec, Vilnius, Nowograd-Wolyn; Czarne, nome de aldeia encontrado nos antigos condados de Lipno, Wloclawski, Lask, Przasnyski, Suwalki, Gorlice, Miedzyrzec, Czluchowski, Koscierzyna, Starogrodzki, Kwidzyn, Olecki, Lecki, Goldap e Olecki; o antigo condado de Czarnca, na região de Checiny.

693. Czerwicki - sobrenome que significa vermelho. Tem várias conotações possíveis, algumas associadas ao meio rural, à apicultura ou à processos de coloração de tecido. Pode ter vários sentidos figurativos. Difícil interpretação.

694. Czerwinski - sobrenome toponímico relativo aos seguintes lugares: Czerwin, aldeia no antigo condado de Ostroleka; Czerwinsk, nome de aldeia observado nos antigos condados de Plonski, Kwidzynski e Slupsk. 

695. Czerwonka - sobrenome metonímico que significa doente, mal de saúde, pessoa de aspecto frágil ou débil. Pode ainda se referir a uma variedade de argila vermelha encontrada na Eurásia.

696. Czeryna - uma espécie de sopa de batata; um tipo de panela ou chaleira; uma antiga medida de capacidade para alimentos. Mais provavelmente é que faça referência a um tipo de fogão nivelado típico da região. Pode ainda ser um toponímico referente a Czeryn (Czehryn), vila e condado na antiga governadoria de Kiev.

697. Czesak, Czescuh, Czeszak - sobrenome metonímico que designa o profissional responsável pelo processo de pentear a lã. É um ofício medieval.

698. Czestkowski - sobrenome toponímico relativo a Czestków, nome de aldeia encontrado nos antigos condados de Lask e Kolo.

699. Czeszejko - sobrenome patronímico do nome curto Czesz, que deriva de Czeslaw (Ceslau em português).

700. Czesnik - sobrenome metonímico que designa o antigo oficial de justiça na Polônia medieval.

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Sobrenomes Poloneses - Parte 27

 



651. Cymerys (2a. vertente) - sobrenome metonímico que significa carpinteiro. É uma polonização do sobrenome alemão Zimmer com o mesmo sentido. Também pode ser um toponímico relativo à Cyma, aldeia no antigo condado de Welawa.

652. Cympel - sobrenome polonizado da forma alemão Zimpel. Significa sensível, afetado.

653. Cyngot - sobrenome metonímico que significa ferreiro, aquele que forja ferro, metalúrgico.

654. Cyprych - sobrenome patronímico do nome Cyprian (Cipriano em português).

655. Cyps - sobrenome toponímico relacionado a Spisz, cidade etnicamente germânica na Silésia (região polonesa). A forma como o polaco pronuncia o nome da cidade soa da forma grafada.

656. Cyrulik - sobrenome metonímico que significa barbeiro, cirurgião-barbeiro.

657. Cyrus - sobrenome patronímico do nome Cyrwus (do latim cervus, em português cervo).

658. Cytrycki - sobrenome metonímico que significa limão. Refere-se ao fruticultor de cítricos. Ou ainda uma espécie de peixe. Também pode se referir ao temperamento da pessoa.

659. Cywinski - sobrenome patronímico do nome Cyprian (Cipriano em português). Também pode ter uma conotação geográfica e indicar lugar de ciprestes.

660. Czaban - sobrenome metonímico que designa um carneiro maior de lã profusa. Tem vários significados figurados: homem desajeitado, homem comum, homem viril; um morador da cidade; um tipo de pente usado em processos de tecelagem. Pode ainda ser um toponímico referente à aldeia de Czabany, no antigo condado de Proskurowski.

661. Czadel - sobrenome toponímico relacionado a Czadel (atual Salno), na voivodia da Cujávia-Pomerânia, Polônia.

662. Czado - sobrenome relacionado à ideia de queima, algo fumegante, fuligem. Compreende-se que seja um metonímico para carvoeiro ou uma referência a lugar que tem uma carvoaria.

663. Czaharyn - sobrenome de conotação geográfica que significa árvore baixa, formação florestal de arbustos e pequenas árvores. Mormente, a Europa Oriental apresenta vários prados úmidos com esse tipo de formação de vegetação. 

664. Czaja - uma espécie de pássaro; algo escondido, oculto, coberto. Provavelmente tem um significado geográfico. Também pode ser um patronímico do nome arcaico (século XIII) Czaj.

665. Czajka - um tipo de barco cossaco de couro utilizado largamente em guerras. É de influência ucraniana. Também associado aos verbos esperar, ansiar, ocultar, cobrir. Ou ainda um patronímico do nome arcaico Czajka (século XIV).

666. Czajkowski - sobrenome toponímico relacionado aos nomes de lugar Czajka, Czajków, Czajkowo e Czajkowice (vários topônimos na Europa Oriental). Também um tipo de barco cossaco de couro utilizado largamente em guerras. É de influência ucraniana. Também associado aos verbos esperar, ansiar, ocultar, cobrir. Ou ainda um patronímico do nome arcaico Czajka (século XIV).

667. Czapka, Czapki - sobrenome metonímico que significa chapéu. No contexto da sociedade eslava, pode significar duas profissões: um soldado, vigia, sentinela; um aprendiz de uma corporação de ofício, um estudante, um aprendiz de qualquer arte.

668. Czapla, Czapler - sobrenome metonímico que significa garça-real. Refere-se a um homem de pernas altas. Pode ser um patronímico do nome pessoal Czapla. Também um toponímico relacionado aos nomes de lugar Czapla e Czaple (vários lugares). Em menor proporção, um nome de residência.

669. Czaplicki - sobrenome toponímico relacionado a Czaplice, nome de aldeia verificado nos antigos condados de Lomza, Przasnysz e Sluck; ou a Czaple, nome de aldeia encontrado nos antigos condados de Miechowski, Wloclawski, Sokolowski e Szczuczysnki. 

670. Czaplinski - sobrenome toponímico relativo a Czaplin, lugar anotado no antigo condado de Grójec; Czaplina, no antigo condado da Wallachia; Czaple, nome de aldeia encontrado nos antigos condados de Miechowski, Wloclawski, Sokolowski e Szczuczysnki. 

671. Czaplski, Czapski - sobrenome toponímico relativo à aldeia de Czapel, no antigo condado de Swiecie.

672. Czapnik - sobrenome metonímico que significa fabricante ou comerciante de chapéus. Por extensão, tecelão que faz chapéus, coberturas, objetos em couro e lã, etc. Pode também se inter-relacionar aos significados do item 667.

673. Czapracki - sobrenome toponímico relacionado à aldeia de Czapura, no condado de Poznan. Outros significados: sela; capa que coloca sobre o animal de carga. Pode portanto também corresponder ao ofício de seleiro ou curtidor.

674. Czapraga - sela; capa que coloca sobre o animal de carga. Pode portanto também corresponder ao ofício de seleiro ou curtidor.

675. Czarkowski - sobrenome toponímico relativo aos seguintes locais: Czarka, anotado nos antigos condados de Sochaczew e Bedzin; Czarków, verificado nos antigos condados de Konin, Koscian, Pszczynski e Toszec-Gliwicki; Czarkowice, encontrado no antigo condado de Wielkostrzelecki; Czarkowo, no antigo condado de Pinczów.



terça-feira, 28 de setembro de 2021

Livro "Granito" terá sessão de autógrafos no dia 06 de Novembro

 



A obra "Granito" - romance da escritora gaúcha Janice Barth que tem como pano de fundo a história e o passado do município de Capão do Leão - já tem data marcada para seu lançamento na terra que inspirou a autora a buscar as suas origens familiares, aliás, o que constitui a trama central do livro. Será no dia 06 de novembro próximo na Casa de Cultura Jornalista Hipólito José da Costa, junto à Praça João Gomes, a partir das 16 horas.

A obra de grande fôlego merece ser lida com atenção, pois além do enredo envolvente, está entremeado de fatos históricos verdadeiros que se sobrepõem como elementos importantes do romance. 

O livro está em pré-venda pelo e-mail indicado nas fotos e informações podem ser adquiridas pelo WhatsApp do fone ali informado. 

Prestigie! Participe! Valorize a cultura do nosso município!

Sobrenomes Brasileiros - Parte 15

 



Lista de sobrenomes usados por indígenas aldeados e cristianizados por padres jesuítas na Bacia Amazônica no fim do século XVIII. (Capitania do Grão-Pará)

Fonte adaptada: ANNUARIO DE BELEM (Belém/PA), edição 001, ano 1915, pág. 148-155.

Seguem-se:

Cayté

Cametá

Johannes

Urubú

Maracanan

Cabú

Vigia

Mortigura

Sumauma

Araticum

Aricará

Itacuruçá

Pirauiri

Aricurú

Borary

Cumarú

Abacaxi

Trocano

Cayá

Iary

Tuary

Uramucu

Gurupá

Arapijó

Maturú

Jamundá

Pauxi

Curuá

Nanema

Surubiú

Gurupatuba

Coary

Teffé

Maniruá

Paraguag

Turucuatuba

Jabu

Caraguay

Aricary

Mariná

Cabuquena

Bararuá





segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Sobrenome Miri-miri

 



"Sobrenome documentado na região do Rio Negro, Amazonas, em 1980. É um tipo de fruto amazônico."

Fonte adaptada: JORNAL DO COMMERCIO (Manaus/AM), 14 de Janeiro de 1980, pág. 05

domingo, 26 de setembro de 2021

Sobrenome Matrinshá

 



"Sobrenome de origem indígena verificado em Manaus, no ano de 1973. Documenta-se em Veríssimo José de Sousa Matrinshá."

Fonte adaptada: JORNAL DO COMMERCIO (Manaus/AM), 26 de Fevereiro de 1973, pág. 08

sábado, 25 de setembro de 2021

Sobrenome Santareno

  



"Sobrenome de origem surgido no Pará, por volta de 1826, sendo usado primeiramente por Cristóvão Santareno, estabelecido em Santarém. O sobrenome é um toponímico relativo à cidade de Santarém, no Pará. Foi documentado até o uso da alcunha até o início da década de 1960."

Fonte adaptada: JORNAL DO COMMERCIO (Manaus/AM), 09 de Novembro de 1965, pág. 07

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Sobrenome Borari

 



"Sobrenome de origem indígena, surgido no Pará, por volta de 1826, sendo usado primeiramente por Francisco da Redempção Borari, estabelecido em Santarém. Foi documentado até o uso da alcunha até o início da década de 1960."

Fonte adaptada: JORNAL DO COMMERCIO (Manaus/AM), 09 de Novembro de 1965, pág. 07 

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Sobrenome Tupinambaranas

 



"Sobrenome de origem indígena, surgido no Pará, por volta de 1826, sendo usado primeiramente por José Tupinambaranas, estabelecido em Santarém. Foi documentado até o uso da alcunha até o início da década de 1960."

Fonte adaptada: JORNAL DO COMMERCIO (Manaus/AM), 09 de Novembro de 1965, pág. 07

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Imigração ucraniana no Brasil

 



"Um dos pontos controvertidos, ou antes, pouco esclarecidos, pela ausência de documentos com que se tem de defrontar quem escreve a história da imigração ucraniana no Brasil, são justamente os seus primórdios.

A maios parte dos autores fixa o ano de 1895, como ponto de partida dessa imigração, e é porque foi nestes ano que chegou ao Brasil a primeira grande leva de ucranianos, vindos da Galícia (Ucrânia Ocidental), em busca de terras do Sul do Brasil. No entanto, sabe-se hoje que já em 1891, 92 e 93, casos de imigração ucraniana se tinham verificado, ainda que de indivíduos ou de poucas famílias

UM POUCO ANTES

Pode-se remontar ainda a uma época anterior, pois, segundo o testemunho do padre Rafael Krynitzkyi, da Ordem de São Basílio Magno, um dos primeiros missionários entre os colonos ucranianos no Brasil, encontrou-se em 1914 com uma família ucraniana em São Paulo, cujo chefe havia chegado ao Brasil no ano de 1872.

Segundo o que escreve o padre Valdomiro Burko, mais ou menos nessa época (1876) registrava-se a chegada de outro pequeno grupo de imigrantes ucranianos, em companhia de alguns poloneses. Provinham eles do Sudoeste da Ucrânia, dos Cárpatos Ocidentais e estabeleceram-se em Curitiba. Estes, no entanto, como os outros vindos antes de 1891 não podem ser tomados como referências históricas, seja pela falta de documentos comprovantes, seja pelo fato de serem indivíduos isolados, que provavelmente teriam se fixado em outros países da Europa, antes de viram para o Brasil.

OS PRIMEIROS

Os primeiros colonos, ao que se deduz, mesclaram-se com os habitantes do lugar, de modo que hoje constam apenas os seus sobrenomes na lista do grupo de primeiros imigrantes eslavos no Paraná. Além disso, essa lista refere simplesmente que eram 'grego-católicos' (os ucranianos eram assim chamados, por terem recebido o cristianismo através de Bizâncio no século X).

Em 1884 mais um pequeno grupo de imigrantes ucranianos chegava ao Brasil, vindo de Cholm, noroeste da Ucrânia Ocidental. Também estes se mesclaram. O primeiro grupo maior que contava com oito famílias, proveniente da Galícia Oriental, desembarcou no Brasil em 1891. Detiveram-se os seus componentes, por algum tempo, em Curitiba, passando depois para a colônia de Santa Bárbara, perto de Palmeira, entre Curitiba e Ponta Grossa, onde se estabeleceram definitivamente. Estes são reconhecidos como os primeiros imigrantes ucranianos. E é eles que se conta, na história, a chegada dos ucranianos no Brasil: no ano passado, o Paraná viu passar desapercebido os 75 anos de imigração.

No ano de 1892 a chegada de colonos ucranianos para o Brasil registrava-se com maior frequência. Entre os vindos nesse ano, apontam-se alguns da Ucrânia Oriental, que fugiram de sua pátria ocupada pelos russos. Nos anos de 1893 e 1894, devido ao estado revolucionário em que encontrava no Sul do Brasil, o movimento imigratório arrefeceu-se, para no ano seguinte, com a calma e pacificação sobrevindas tornar proporções e agigantar-se.

EM MASSA 

A imigração em massa efetuou-se propriamente nos anos de 1895 em diante. Vieram da Galícia cerca de 5.500 ucranianos. Desembarcaram no Porto de Paranaguá, daí seguiram para o planalto paranaense e para regiões do Estado de Santa Catarina, fundando núcleos coloniais que ate hoje subsistem.

Dos que chegaram em 1896, todos vindos diretamente para o Paraná, dois mil imigrantes fixaram-se na Colônia de Água Amarela (hoje Antônio Olinto), 80 famílias em Jangada (União da Vitória), 200 famílias procuraram Iracema (região que mais tarde seria anexada a Santa Catarina), 800 familias estabeleceram-se nos arredores da cidade de Mallet e Dorizon e 1.500 famílias (aproximadamente 8 mil pessoas) foram residir em Prudentópolis e seus arredores.

Nos anos seguintes (1897-1899), desembarcaram no Paraná mais 300 famílias ucranianas que posteriormente se fixariam nos Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Nestas proporções, já no começo do século atual, a imigração ucraniana no Brasil no Brasil chegava a contar cerca de 24 mil pessoas, não se levando em conta um grande número dos que pereceram num incidente marítimo. Mais de 2 mil colonos também caíram vítimas de epidemias, apenas estabelecidos em seus núcleos e outros foram massacrados pelos índios.

COM VAGAR

De 1901 a 1907 a imigração ucraniana decresceu em ritmo. Nestes anos a média de pessoas que entravam no país, provenientes da Ucrânia era de 700 e 1000. O estado preferido: Paraná. Mais uma onda de imigração em massa deu-se a partir de 1908 a 1914. Serviu de motivo para esta nova grande leva a campanha brasileira para a construção da Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande do Sul. De um total de 20.000 imigrantes, 18.500 fixaram-se no Paraná e Santa Catarina. E assim a imigração ucraniana no Brasil até 1914 fixava em 45 mil pessoas."

Fonte: DIÁRIO DO PARANÁ (Curitiba/PR), 09 de Março de 1971, 2o. caderno, pág. 01

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Sobrenome Quiluate

 



"Sobrenome iniciado por Henrique de Sousa da Silva, morador no Recife, e que mudou o seu nome para Henrique de Sousa da Silva Quiluate, em alusão ao termo em inglês 'kilowatt', no ano de 1945. Não há razão conhecida para tal mudança."

Fonte adaptada: PEQUENO JORNAL (Recife/PE), 18 de Setembro de 1945, pág, 07

domingo, 19 de setembro de 2021

Sobrenome Otnip

 



"Sobrenome registrado no Pará na década de 1970, sendo na verdade o sobrenome Pinto escrito de trás para frente. Aparece em Sérgio Parente Otnip, funcionário público."

Fonte adaptada: DIÁRIO DO PARÁ (Belém/PA), 27 de Setembro de 1987, pág. 09

sábado, 18 de setembro de 2021

Sobrenome Oriximiná

 



"Sobrenome brasileiro iniciado por Raul Augusto Pacheco Oriximiná como forma de se diferenciar de um homônimo. É documentado no Pará na década de 1920."

Fonte adaptada: DIÁRIO DO PARÁ (Belém/PA), 18 de Novembro de 1988, pág. 08

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Sobrenome Penna de Oliveira & Sobrenome Folha de Oliveira



 "Sobrenomes com origem comum, surgidos no Pará, na década de 1940, como forma de diferenciar dois núcleos familiares aparentados, porém que deram descendências distintas. Havendo os primos Antônio Monteiro de Oliveira e Antônio de Monteiro de Oliveira, netos de Francisco de Mendonça de Oliveira, estabelecidos como empresários, para que houvesse diferenciação na razão social de cada uma das firmas administradas por cada um, fizeram a adição de um sobrenome diverso à alcunha principal 'de Oliveira'.

Enquanto Antonio Monteiro de Oliveira, passou a assinar Antonio Monteiro Penna de Oliveira, incorporando o 'Penna" em função deste ser o sobrenome de sua avó materna, Antonio de Monteiro de Oliveira, resolveu denominar-se como Antonio de Monteiro Folha de Oliveira, adicionando o 'Folha" como forma de destacar o simbolismo da árvore.

A partir de então, os descendentes de Antonio Monteiro Penna de Oliveira passaram a receber o 'Penna de Oliveira' como forma única, e os descendentes de Antonio de Monteiro Folha de Oliveira fizeram o mesmo."

Fonte: DIÁRIO DO PARÁ (Belém/PA), 27 de Setembro de 1987, pág. 09


terça-feira, 14 de setembro de 2021

Sobrenome Guataçara

 



"Sobrenome de etimologia tupi-guarani dos termos "guatá" (wa-tá), que significa passear, e 'çará', sufixo que indica o agente de algo, o estado, a qualidade, a profissão. Portanto, aquele que passeia, passeador, andarilho. É um sobrenome com origem no estado do Amazonas."

Fonte adaptada: JORNAL DO COMMERCIO (Manaus/AM), 18 de Julho de 1965, pág. 06

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Jacaré-de-papo-amarelo


 Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris)
Proximidades da BR-471, entre Rio Grande e Santa Vitória do Palmar
Estação Ecológica do Taim, Rio Grande do Sul

domingo, 12 de setembro de 2021

Sobrenomes Poloneses - Parte 26



 626. Ciuchaj - cheiro, sopro, ato de esfregar, ato de arranhar, ato de rasgar. Tem conotação a uma série de ofícios profissionais. Pode ainda significar andarilho, e também por extensão, relativo a uma série de ofícios medievais.

627. Ciulkin - sobrenome metonímico que significa avarento, mesquinho, ou ainda pessoa frugal, pessoa econômica.

628. Ciunel, Ciuniel - algo que se doa, assentar. Provavelmente, uma forma para denominar um camponês que foi realocado ou assentado em área diversa da sua.

629. Ciupek - várias bases etimológicas potenciais: espécie de pequena habitação simples entre os povos eslavos, toca; prisão; cabra; tolo; coxo; opressor; pessoa que vive na miséria; algo que corta; uma espécie de cinzel. Ou ainda, uma forma aliterada da palavra dialetal ciupak que significa frango, galinha. Pode também ser um toponímico relacionado a Ciupki, aldeia no antigo condado de Sieradz.

630. Clarig - sobrenome metonímico que significa claro, distinto, importante, famoso, ilustre, puro de sangue. Tem ascendência etimológica germânica.

631. Clapinski - sobrenome metonímico que significa lento, aquele que anda devagar, ou talvez, manco, aleijado.

632. Cmokowicz - sobrenome patronímico do nome eslavo Cmok.

633. Cogiel - uma espécie de arreio de cavalo usado antigamente, o mesmo que arnês. Está vinculado ao contexto militar de cavalaria. Pode ainda corresponder a qualquer coisa que tem um curso, uma direção, como exemplos: estrada, curso d'água, sulco na plantação, etc. Pode também indicar uma espécie de pelotão de campanha em estratégia militar.

634. Collodi - sobrenome patronímico romanizado do nome polonês Kolodziej. Pode ainda ter o significado metonímico de fabricante de rodas de carroça, ou simplesmente fabricante de carroças.

635. Cudowski - sobrenome toponímico relacionado a Cudów, aldeia anotada no antigo condado de Kozienice. Também pode ter o sentido de fantasmagórico, sobrenatural, peculiar, excêntrico.

636. Cudyk - ato de ruminar; fenômeno sobrenatural; estranheza, peculiaridade, fora do comum.

637. Cukierski - sobrenome metonímico que significa açúcar ou doce. Refere-se à personalidade dócil, agradável de uma pessoa. Também pode ser uma derivação igualmente de um apelido familiar para filho dileto, querido. Também pode indicar o comerciante de açúcar.

638. Cur - sobrenome patronímico da forma curta Cur, que provém de Cyryl (Cirilo em português). Também pode ter correspondência com o substantivo ucraniano cur que significa demônio, detestável, em razão da aparência ou do temperamento de uma pessoa.

639. Curlej, Curley - sobrenome patronímico da forma curta Cur, que provém de Cyryl (Cirilo em português). Também pode ter correspondência com o substantivo ucraniano cur que significa demônio, detestável, em razão da aparência ou do temperamento de uma pessoa. Também pode estar associado à ideia de rolar (algo).

640. Curylo - sobrenome patronímico da forma curta Cur, que provém de Cyryl (Cirilo em português).

641. Cwajda - sobrenome metonímico que significa aquele que conduz um cavalo ou outro animal de carga. O mesmo que cocheiro.

642. Cwenar, Cwener - sobrenome metonímico que significa jardineiro, aquele que cuida das plantas, horticultor, fruticultor, agricultor.

643. Cwyl - sobrenome metonímico que significa gêmeo. Pode, em menor possibilidade, corresponder a lançador, aquele que lança, aquele que opera algo que é lançado (lança, mangual, etc.).

644. Cybulski - sobrenome toponímico relativo aos seguintes locais: Cybula, no antigo condado de Sejny; Cybulice, nome de aldeia registrado nos antigos condados de Lowicz e Varsóvia; Cybulin, no antigo condado de Plock. Está diretamente também associado a uma palavra para cebola, denotando um plantador de cebolas, por extensão, horticultor. Figurativamente, ainda podem ser elencados como metonímico os seguintes significados: avarento; homem com mau cheiro corporal; homem com olhos grandes; homem manco; homem com cabelo atopetado.

645. Cychulski - sobrenome que significa aquele que faz parte de uma guilda, de uma associação profissional ou comercial. Pode ainda corresponder a silencioso, mudo, ou figurativamente dócil, calmo, manso.

646. Cyganek - sobrenome metonímico que significa cigano. Tem vários sentidos figurativos e/ou associados: mentiroso, trapaceiro; artista mambembe; travesso; uma espécie de fornalha de ferro; um tipo de batata; uma espécie de papoula.

647. Cylkowski - sobrenome metonímico que pode ser interpretado como medidor, aquele que mede, aquele que em seu ofício profissional usa de medições. Portanto, pode se referir a um conjunto de ofícios, porém é mais provável que se vincule à ideia de pedreiro, trabalhador da construção civil ou arquiteto. Também se conta a possibilidade de oficial-aduaneiro. Pode ainda ser um patronímico do nome pessoal Cecyl (Cecílio em português).

648. Cylny - tem correlação com o item anterior, mas é mais provável do ponto de vista etimológico que signifique saudável, bom, excelente, importante.

649. Cyman - sobrenome originário da forma prussiana Kiman. Também pode ser um patronímico do nome Zyman, forma polonizada do alemão Ziemann, que se trata de uma aliteração do baixo-alemão para Siegmann (filho de Siegfried).

650. Cymerys (1a. vertente) - sobrenome toponímico que significa procedente da Ciméria, forma antiga para a península da Crimeia, no Mar Negro.

sábado, 11 de setembro de 2021

Sobrenomes Poloneses - Parte 25

 



601. Cielesta, Cieleca - sobrenome metonímico que significa bezerro ou vitela. No contexto eslavo, é uma forma figurativa para homem sem energia, homem débil, homem fraco. Também pode ser um toponímico relacionado ao nome de lugar Ciele, encontrado nos antigos condados de Wielun e Bydgoszcz.

602. Cieniawski - sobrenome toponímico relativo aos seguintes locais: Cieniawa, no antigo condado de Gorybów; Cieniawy, no antigo condado de Brzeziny.

603. Ciepielewski - sobrenome toponímico relacionado aos seguintes lugares: a aldeia de Ciepielewo, no antigo condado de Makowski; Ciepielin, no antigo condado de Pultulsk; Ciepielów, nome de aldeia verificado nos antigos condados de Ilzec e Turki. A base etimológica da palavra está associada a ideia de calor, fogão, quentura.

604. Cieplinski - sobrenome toponímico relacionado a Cieplina, aldeia na comuna de Izbica Kujawska, distrito de Wloclawskie.

605. Cierpalek - doloroso, paciente, aquele que suporta algo, amargo, aquele que cede, aquele que permite. Provavelmente tenha uma conotação profissional, em referência a uma espécie de cinto usado em metalurgia.

606. Cierpikowski - sobrenome toponímico relacionado a Cierpice, nome de aldeia encontrado nos antigos condados de Inowroclaw e Torun.

607. Ciesek - sobrenome metonímico que significa aquele que trabalha com machado ou aquele que trabalha com martelo. Tende a identificar lenhador, carpinteiro ou serralheiro, porém o termo etimológico também é verificado historicamente em atividades de mineração. Pode ainda corresponder a pessoa com cicatriz.

608. Ciesielski - sobrenome relacionado a Ciesle - nome de aldeia observado na comuna de Patnów, no distrito de Wielkopolska; na comuna de Tarczyn, no distrito de Varsóvia; na comuna de Drobin, no distrito de Plockie. Tem correspondência também com os significados do item 607.

609. Ciesolka, Ciesólka - sobrenome metonímico que significa algo como produto de carpintaria, sendo por extensão, correspondente a carpinteiro.

610. Cieszynski - sobrenome toponímico relacionado aos seguintes locais: Cieszyn, uma cidade na Silésia e também uma aldeia no condado de Zamosc; Cieszyna, uma aldeia no condado de Jaslo; Cieszyny, uma aldeia no condado de Brodnica.

611. Cieslinski - sobrenome toponímico relacionado aos seguintes lugares: Cieslin, nome de aldeia observado nos antigos condados de Piotrków, Olkusz e Sierpc; Ciesle, nome de aldeia observado nos antigos condados de Plockie, Varsóvia e Wielkopolska. Também pode ser um metonímico para carpinteiro.

612. Ciesnik - sobrenome toponímico relacionado a Ciesnik, local encontrado no antigo condado de Sokolski. Também pode indicar coisa, pessoa ou lugar pequeno, ou algo figurativamente como magro, fino, apertado.

613. Ciezak - sobrenome metonímico que significa pesado, forte. Pode tanto indicar uma característica física quanto estar associado a um ofício profissional.

614. Ciezkowski - sobrenome toponímico relativo a Ciezków, nome de aldeia registrado nos antigos condados de Leczyca e Lódzki, ou a Ciezkowice, nome de aldeia encontrado nos antigos condados de Chrzanów, Grybowski e Kozle.

615. Cikacz - sobrenome metonímico que significa chiado, aquele que chia.

616. Cink - sobrenome patronímico do nome Trzcinek (=aquele que está em pé). Também um patronímico do nome Tynek, que é uma forma dialetal de Tymoteusz (Timóteo em português).

617. Ciniecki - sobrenome metonímico que significa aquele que trabalha com machado ou aquele que trabalha com martelo. Tende a identificar lenhador, carpinteiro ou serralheiro, porém o termo etimológico também é verificado historicamente em atividades de mineração. Pode ainda corresponder a pessoa com cicatriz.

618. Ciok - sobrenome patronímico do nome pessoal Ciok (=carinhoso, afável). Também pode ter o mesmo significado como metonímico ou invocar um tipo de atitude usada em caçadas. Outros significados: sufocar, sugar, provar.

619. Ciolczyk - obrenome metonímico que significa bezerro ou vitela. No contexto eslavo, é uma forma figurativa para homem sem energia, homem débil, homem fraco. Pode ainda ser uma palavra dialetal para gordo, pesado. Ou ainda aquele que trabalha laboriosamente. A questão deste sobrenome é que ele se inter-relaciona com várias bases etimológicas potenciais. Pode ainda ser um toponímico relativo a Ciolek, aldeia no antigo condado de Gostyn; Ciolka, nome de aldeia verificado nos antigos condados de Zamosc, Hrubieszowski e Sieradz; e Ciolki, no antigo condado de Sredzki.

620. Cionaka - sobrenome com várias interpretações etimológicas, sendo elas a seguir: sombra, lugar sombreado; plano do relevo que se destaca por ser mais escuro que os demais que o cercam; ; frio, frescor; reclusão, ocultação; alma, fantasma, espectro; coisa insignificante, frágil, pobre; infâmia; visão fotofóbica.

621. Cirocki - sobrenome metonímico associado a um verbo que significa esfregar, chafurdar ou rolar. Pode ainda significar órfão. Sobrenome de etimologia complexa.

622. Cisnowski - sobrenome toponímico relacionado a Cisna, aldeia no antigo condado de Lisko.

623. Ciszek - sobrenome metonímico que significa silencioso, calmo.

624. Ciszewski - sobrenome toponímico relacionado à aldeia de Ciszewo, na paróquia de Rajgród, comuna de Belda, distrito de Szczuczyn.

625. Citko - sobrenome patronímico do nome eslavo oriental Cit (significa nevoeiro; referência indireta ao aspecto dos cabelos loiros acinzentados). Também pode ser uma aliteração relativa a Zittau, na Alemanha, sendo portanto um toponímico.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Sobrenomes Poloneses - Parte 24

 



576. Chwaja - sobrenome com várias bases etimológicas potenciais, dentre elas podendo significar: andarilho, aquele que anda de canto a canto; uma forma derivada do termo chaja que é uma forma regional para judeu; derivado de uma forma dialetal para turbulência (atmosférica), tempestade, dia chuvoso; luta, guerra, contenda; ou ainda, graça.

577. Chwalek - sobrenome patronímico dos nomes polacos antigos Chwalimir, Chwalislaw e Chwalki, sendo tendo eles construídos a partir de um prefixo que tem o significado de glória, glorioso. Outros significados: louvável; orgulhoso, vaidoso; ornamentado; tropa de soldados piqueiros; coisa, pessoa ou lugar que apresenta ornamentação, esplendor.

578. Chwarszczynski - sobrenome toponímico relacionado à aldeia de Chwarszczany, no município de Boleszkowice, distrito de Mysliborski, Pomerânia Ocidental, Polônia.

579. Chwast, Chwastarz - sobrenome que significa erva-daninha, denotando um local em que se encontra este tipo de formação, mormente numa área que anteriormente foi usado com finalidade agrícola. Também um patronímico do antigo nome polaco Chwast. Pode ainda ser um toponímico diretamente relacionado a Chwasty, aldeia no antigo condado de Bialystok.

580. Chwialkowski - sobrenome patronímico do nome pessoal Chwialek ou Chwiala (significa algo como hesitante, vacilante, agudo, oscilante, rabugento). Também um toponímico relacionado a Chwily, aldeia no antigo condado de Wielun.

581. Chwietkiewicz - sobrenome patronímico do nome pessoal Chwietk ou Chwietek (significa algo como hesitante, vacilante, agudo, oscilante, rabugento). Também um metonímico para pessoa de mau humor, rabugenta.

582. Chwilkowski - sobrenome toponímico relativo a Chwila, no antigo condado de Wielun. Pode ainda ter uma raiz etimológica gótica e significar urgente, momentâneo.

583. Chwinda - sobrenome patronímico dos nome pessoais Chwietk ou Chwietek, Chwialek ou Chwiala (significa algo como hesitante, vacilante, agudo, oscilante, rabugento). 

584. Chwirot - sobrenome metonímico que significa vacilante, hesitante, rabugento, cambaleante.

585. Chwist - sobrenome patronímico do nome pessoal Chwist (=velhaco, esperto, trapaceiro, astuto, ladino). Pode ainda ser um metonímico com o mesmo significado.

586. Chwistek - sobrenome patronímico do nome pessoal Chwistek (=velhaco, esperto, trapaceiro, astuto, ladino). Pode ainda ser um metonímico com o mesmo significado.

587. Chyczewski - sobrenome toponímico relacionado aos seguintes locais: Chyczewo, no antigo condado de Plonsk; a antiga localidade Chyczewski ou Hyczewski, na região de Chrynicki; Chyczewo-Orzeszki, no antigo domínio de Zakroczym; Chyczewski, no antigo condado de Korczak; Chyczewo, no antigo condado de Sandowierz; uma outra localidade em Korwin. A maioria destas aldeias ou domínios são extintos atualmente.

588. Chyzynski - sobrenome toponímico relacionado aos seguintes locais: Chyze, no antigo condado de Cieszanów; Chyzyna, no antigo condado de Przemysl; Chyzyny, antigo condado de Nowominsk.

589. Cias - sobrenome metonímico que significa pequeno, muito pequeno, fino, esguio, imperceptível. Também pode ter o sentido de pessoa meticulosa.

590. Cichocki - sobrenome patronímico do nome pessoal Cichy. Também pode ser um metonímico que significa silencioso, taciturno, calmo, gentil, manso. Por fim, um toponímico relativo à aldeia de Cichy, no antigo condado de Olecki.

591. Cichon - sobrenome metonímico que significa silencioso, taciturno, calmo, gentil, manso. Pode ainda ser um patronímico do nome pessoal Cichon, (mesmo significado).

592. Cichosz - sobrenome patronímico do nome pessoal dialetal Cichosz, verificado desde o século XV. Possui o mesmo significado dos itens 590 e 591.

593. Cichowski - sobrenome toponímico relacionados aos nomes de locais Cichowo, Cichów, Ciche, Cichówko, Cichen e Czichowken (em conjunto são denominações encontradas em muitas aldeias e lugares na Polônia e Europa Oriental).

594. Cichy - sobrenome patronímico do nome pessoal Cichy. Também pode ser um metonímico que significa silencioso, taciturno, calmo, gentil, manso. Por fim, um toponímico relativo à aldeia de Cichy, no antigo condado de Olecki.

595. Ciechan - sobrenome patronímico do nome eslavo Ciechoslaw. Também um toponímico relativo aos seguintes lugares: Ciechanie, no antigo condado de Krosno; Ciechanki, duas aldeias, uma no antigo condado de Chelm, outra no antigo condado de Lublin; Ciechanów, no antigo condado de Plock.

596. Ciechon - sobrenome patronímico do nome eslavo Ciechoslaw. Também um patronímico do nome pessoal do século XIII Ciechon. A base etimológica denomina algo como alegria, consolo, felicidade divina.

597. Ciecielag - sobrenome antigo com muitos significados, a seguir: blefe, blefador; esperto; gato; brinquedo; algo bom, útil. O nome pessoal Ciecie é percebido desde a mais remota época na Polônia, podendo indicar tio, tia, isto é, pessoa da casa familiar agrícola feudal que vivia como agregado, podendo ter laço parental ou não.

598. Cieciak, Cieciek - criança mimada, pirralho, filho predileto.

599. Cieciura - grão-de-bico, ervilha, por extensão, horticultor, ou alguma apelação à característica física. Ainda pode indicar profissional que corta algo. Também se inter-relaciona aos significados do item anterior.

600. Cieczkiewicz, Cieckiewicz, Ciecko - mesmos significados dos itens 597 e 599.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

As Bruxas da Ilha de Santa Catarina - Parte 02



"5

A bruxa adora chupar o sangue das criancinhas.

Os pais se precavêm contra essa, possibilidade pondo ao pescoço da criança um rosário de nove dentes de alho e queimando a palha das liliáceas no interior da casa, para afugentar as bruxas.

Não há dúvida de que se trata de bruxedo quando uma criança de menos de um ano, ao adoecer, apresenta o cabelo acarneirado, o corpo coberto de manchas roxas, e mesmo sangrando em alguns pontos, e se mantém de mãos cruzadas sobre o peito (às vezes também os pés cruzados), desatando num choro que mete dó, ao anoitecer, principalmente às sextas-feiras. Em geral, quando a misteriosa moléstia chega a este ponto, os pais já recorreram ao médico da localidade, sem que os seus remédios tenham surtido efeito visível. Vendo a criança definhar, os pais chamam alguma benzedeira ou milagreira, conhecida na redondeza. Esta, ao chegar à casa, confirma - se ficar confusa ou se se puser a bocejar incontidamente - que alguma bruxa está exercendo a sua ação maléfica sobre a criança.

Para penetrar em casa, e chupar o sangue dos pequeninos, as bruxas afinam e alongam o corpo de maneira a passar pelo buraco da fechadura.

A benzedeira ou milagreira persigna-se e aconselha, para obter a cura do doente, ou tratamentos mágicos, se o caso parece de menor importância, ou alguma das armadilhas tradicionais, poderosas para desencantar e desmascarar as bruxas, nos casos mais graves: 

Tratamentos

1) Faz-se um cozimento com cisco das três marés, com o qual se banha a criança. Após o banho, dão-se-lhe três colherinhas do cozimento para beber. O tratamento deve continuar durante nove sextas-feiras. (Em certas épocas, o mar, avançando pela praia, deixa, em três dias sucessivos, camadas de detritos, cisco, a pequena distância uma da outra. Um pouco dos detritos de cada qual dessas camadas forma o cisco das três marés, ingrediente usado para este tratamento mágico).

2) Uma variante do anterior. Faz-se um cozimento com ciscos das encruzilhadas e com ele se dá um banho na criança, fazendo-a beber, em seguida, três colherinhas do líquido. Os entendidos dizem que o remédio se mistura com o sangue da vítima - o que enjoa as bruxas, que dela desistem.

3) Apanha-se uma pedra numa coivara e faz-se uma fogueira em torno dela, até que a pedra fique em brasa; atira-se a pedra numa vasilha com água virgem da fonte; quando a água se torna tépida, retira-se a pedra e dá-se um banho na criança, administrando-lhe, em seguida, três colherinhas da água. A pedra, depois de usada, deve ser reposta no mesmo local. Durante nove sextas-feiras deve-se repetir o tratamento, utilizando, de cada vez, uma pedra diferente.

Armadilhas

1) O pai toma a primeira camisa usada pela criança, criva-a de agulhas, coloca-a dentro de um pilão de chumbar café e, com a mão de pilão, soca-a até que as agulhas penetrem na madeira do pilão - ou seja, no corpo da bruxa, que, não podendo resistir à dor, vai procurar a família, para confessar-se culpada, e perde o encanto.

2) Põe-se uma ceroula do pai, disposta em cruz, sobre a criança. Reza-se o Creio-em-Deus-Padre de trás para diante. Sobre a mesa, ou numa cadeira, coloca-se um pires com água benta, conseguida na igreja, ou comum, apanhada na fonte numa sexta-feira antes do nascer do sol; dentro do pires, um bocado de cera virgem e a chave da porta principal. Os pais devem ficar acordados e atentos, no escuro. Quando a criança chorar (sinal de que a bruxa está a chupar-lhe o sangue), os pais devem, com a cera virgem, tapar o buraco da fechadura. Basta aguardar então o desencanto da bruxa, que se dará exatamente quando o galo preto cantar.

3) Dentro de um baú de folha-de-flandres acende-se uma vela benta; reza-se o Creio-em-Deus-Padre, de trás para diante, sobre a chama da vela e abaixa-se a tampa do baú de tal modo que o ar possa nele penetrar, mantendo viva a chama. Com a casa às escuras, todas as chaves devem ser retiradas das portas e colocadas em cima do baú. Quando a criança chorar, os pais apanham as chaves de cima do baú, introduzem-nas nos buracos das fechaduras e acendem as luzes. Presa, a bruxa, coagida pela oração e pela vela benta, tenta fechar o baú. E, ao sentar-se em cima dele, perde o encanto.

4) Uma variante da anterior. Num meio alqueire de medir farinha, junto à cama da criança, acende-se uma vela benta, sobre a qual se reza o Creio-em-Deus-Padre de trás para diante. A casa deve ficar às escuras, com todas as chaves sobre o meio alqueire. Quando a criança chorar, os pais apanham as chaves, introduzem-nas nas fechaduras e acendem as luzes. A bruxa, sentindo-se presa, procurará sentar-se sobre o meio alqueire, com o que se desencantará.

5) Põe-se uma tesoura, aberta em cruz, numa mesa próxima ao berço da criança. As chaves das portas devem estar num pires com água benta. A casa estará às escuras. Quando a criança chorar, os pais introduzem as chaves nas fechaduras e acendem as luzes. A bruxa, que tem horror a tesouras abertas, perde o encanto.

6) Cozem-se folha de guiné, cordão-de-frade, limoeiro e arruda, nove dentes de alho e um pouco de mostarda. Com esse cozimento dá-se um banho na criança. |Todos os irmãos e todas as pessoas da família, residentes na casa, devem lavar os pés na mesma água, até chegar a vez do pai, que reza o Creio-em-Deus-Padre, de trás para diante, sobre a vasilha. Fecha-se então a porta, deixando-se a chave em falso, quase a cair, pela parte de dentro. Põe-se a vasilha com água do cozimento abaixo da fechadura. Para penetrar na casa a bruxa deve empurrar a chave, que cairá dentro da vasilha, fazendo com que ela se desencante. Esta armadilha deve ser preparada às sextas-feiras, à hora da Ave Maria.

Se estas armadilhas, mais simples, não dão resultado, - há bruxas mais sabidas e mais experientes do que as outras, que não se deixam apanhar com facilidade, - preparam-se outras, mais fortes e mais terríveis, não apenas para desmascarar, mas também para revidar, de algum modo, os poderes maléficos das bruxas, como as duas seguintes:

7) Num prato com água, perto da cama da criança, põem-se nove dentes de alho, numa sexta-feira, à hora da Ave Maria, rezando-se o Creio-em-Deus-Padre, de trás para diante. Uma faca bem afiada deve estar sob a cama do doente. Retiram-se todas as chaves das portas, para que a bruxa possa entrar. Quando a criança chorar, dá-se-lhe uma colherinha da água que está no prato e corta-se, com a faca, um pedacinho da ponta de uma fita vermelha, comprida, que surgirá, descendo da cumeeira da casa, em direção à boca da criança. Guarda-se o pedaço da fita, sem nada dizer a ninguém. Uma estória corrente, relativa a esta armadilha, conta que o pedacinho de fita vermelha se transformou, no bolso do pai, numa orelha humana - a orelha da bruxa, que deste modo pode ser identificada.

8) À hora da Ave Maria, numa sexta-feira, põe-se, numa mesa próxima à cama da criança, um copo de cachaça sobre uma carta (usada) de baralho; com um cigarro de palha, de fumo-de-corda forte, e uma faca afiada e pontiaguda, faz-se uma cruz sobre a mesa. Reza-se o Creio-em-Deus-Padre, de trás para diante. Quando a criança chorar, retira-se o copo de cima da carta de baralho, apanha-se a faca e com ela se golpeia ou decepa qualquer parte de um bicho que aparecerá nas bordas do copo ou em cima do cigarro ou da carta de baralho. Uma estória referente a esta armadilha conta que o pai, tendo cortado a pata de um rã que se equilibrava na borda do copo, viu-a transformada em dedos humanos - os dedos da bruxa que chupava o sangue do seu filho.

Nestes dois últimos tipos de armadilha, no dia seguinte corre a notícia de que uma mulher da vizinhança foi acidentada. O pai, que deve manter o maior sigilo, terá de procurá-la, para que a armadilha dê o esperado resultado - a transformação mágica, em parte do corpo, das coisas que conseguiu arrancar à bruxa, quando esta cumpria o seu triste destino.

Sempre que preparam uma armadilha, os pais devem estar prevenidos com um rabo-de-tatu, conservado no fumeiro da cozinha, para, quando a bruxa reassumir a forma humana, aplicar-lhe uma boa surra, até fazer sangue. Para reforçar a quebra do encanto, as feridas da bruxa devem ser lavadas em salmoura - sal, pimenta e alho ou sal, cachaça e vinagre.

6

As bruxas, poder maléfico solto sobre o mundo, são a maldade pela maldade, sem endereço nem predileções: não há a possibilidade de alguém as induzir a perseguir esta ou aquela pessoa e nem mesmo os parentes e os amigos estão livres das suas travessuras ou das suas crueldades.

Para a população em geral, são elas as responsáveis diretas, tanto por boa parte dos acontecimentos sem explicação plausível como por apreciável percentagem da mortalidade infantil (130,2 por mil nascidos vivos em 1957) registrada na ilha de Santa Catarina."

 Fonte: CASCAES, Franklin. As bruxas da Ilha de Santa Catarina. In: Revista Brasileira de Folclore, Rio de Janeiro/RJ, Ministério da Educação e Cultura, 1963, pág. 125-130.

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

As Bruxas da Ilha de Santa Catarina - Parte 01

 



"Este ano de 1963 verificaram-se três casos de mortes de crianças, por artes das bruxas, na cidade de Florianópolis e no interior da ilha de Santa Catarina. A conselho de benzedeiras e milagreiras, os pais das pequeninas vítimas prepararam as armadilhas tradicionais, mas somente uma das bruxas foi apanhada.

Quem são estas estranhas criaturas?

1

Os entendidos dizem que, se um casal tem seguidamente sete filhas, a mais velha ou a mais moça delas está predestinada a transformar-se em bruxa, em especial se as meninas são feias, esqueléticas, de nariz adunco e de hábitos mais ou menos estranhos. Há um modo de evitá-lo. À medida que as meninas vão nascendo os pais fazem com que as irmãs mais velhas batizem as mais moças, dando-lhes o nome de Benta; e, após o batismo, despem as crianças e administram-lhes uma colherinha de vinho virgem, vestindo-as em seguida com a mesma roupa, mas pelo avesso, até o galo preto cantar. Parece, porém, que tal cautela tem sido pouco observada - ou não haveria tantas bruxas a assombrar a ilha.

As bruxas costumam aparecer, com mais frequência, na Ponta da Feiticeira, no distrito dos Ingleses, onde em certas noites se pode ver um facho de fogo errante, a passear sobre as casas do lugar; mas também forma localizadas em Santo Antônio de Lisboa, Pântano do Sul, Ponte das Canas, Lagoa da Conceição, Rio Tavares, Morro das Pedras, Ribeirão da Ilha e Barra do Sul.

Em meio a gargalhadas estridentes e sinistras, as bruxas divertem-se nos pastos, ora dando nós nos rabos e crinas dos cavalos (nós que seriam indesatáveis), ora chupando-lhes o sangue, ora obrigando-os a galopar às tontas; nas encruzilhadas dos caminhos, às vezes transformadas em mulas, oferecendo montaria aos viajantes incautos, ou na forma de galinhas chocas; na praia, soltam as canoas dos pescadores, enleiam-lhes o espinhel, sujam-lhes as velas; em casa, aboletam-se no encosto de bancos e cadeiras, pondo os pés sujos de lama e de fezes no assento para sujar a roupa das pessoas da família; e, em geral, atiram pedras, torrões de barro (barro de cemitério), junta-de-cobra e matérias fecais sobre coisas, animais e pessoas.

Quando há figueiras e carvalhos na redondeza, reúnem-se em concílio sobre as suas ramagens, para treinar as novas bruxas ou para combinar as travessuras da noite, mas o seu ponto preferido de reunião, às quintas e sextas-feiras, a horas mortas, são casas abandonadas ou mal-assombradas.

2

Nesses dias as bruxas despem-se, escondem as roupas sob folhas de mato, em touças de bananeira ou sob os paneiros das canoas dos pescadores, esfregam no corpo unto virgem e pronunciam as palavras mágicas:

Por cima do silvado e por baixo do telhado

a que algumas vezes acrescentam formada em bicho mandado.

Estão aptas, então, a toda sorte de estrepolias. Locomovem-se em lanchas baleeiras, canoas bordadas e de borda lisa, lombo de cavalo, carro de boi, vassoura, - e nem sempre limitam as suas andanças à ilha, largando-se pelo mundo a visitar países em todos os continentes.

O encanto dura algumas horas, a partir da Ave Maria, marcadas pelos sucessivos cantos de aviso do galo branco, do galo amarelo e do galo preto. Se o canto do galo preto as surpreender ainda a cumprir o fado, as bruxas não poderão voltar novamente à forma humana.

3

Os habitantes da ilha conhecem um esconjuro contra as bruxas,

Bruxa 

tatarabruxa

Aguilhão nos teus pés

e antolhos nos teus olhos

Tu não me entras aqui nesta casa,

nem esta comarca toda

Em nome de Deus e da Virgem Maria, Amém

Mas alguns deles, não tão crédulos no simples poder das palavras, quando as pressentem se valem de vários contra para mantê-las à distância: desenham a cruz do sino Saimão na porta da casa; despem a roupa e vestem-na pelo avesso; põem uma faca entre dentes com o corte para fora... Acredita-se que o sino Saimão prenda a bruxa ao local.

Uma defesa permanente é o breve em que se reúnem um pedacinho de madeira com a cruz do sino Saimão, um pedacinho de esporão de galo preto, um pouco de pó da gema de um ovo da Sexta-Feira Santa, um pedaço de unha de gato preto e três grãos de mostarda.

4

A aparência das bruxas apavora e terrifica.

Pessoas que com elas tiveram contato dizem que são feias como os sete pecados, que os seus olhos chispam fogo e que nas mãos engelhadas empunham fachos de luz de cores diversas, que sacodem no ar numa chuva de faíscas.

Uma bruxa, que costumava ficar ao leme de uma lancha que toda semana furtava na praia, tinha o corpo coberto de escamas negras e as unhas das mãos semelhavam pontas de lança, os cabelos compridos caíam pela pôpa sobre o mar, deixando no rastro um fogo de ardentia, nos olhos chamejavam dois feixes de luz e os pés eram como patas de mula..."

Fonte: CASCAES, Franklin. As bruxas da Ilha de Santa Catarina. In: Revista Brasileira de Folclore, Rio de Janeiro/RJ, Ministério da Educação e Cultura, 1963, pág. 125-130.


terça-feira, 7 de setembro de 2021

Pelotas comemora a Independência do Brasil em 1860



"NOTICIARIO

Carro triumphante. - Foi bem imaginado esse festejo popular e nada deixou a desejar a execução.

O carro era precedido por duas alas de marujos e de jardineiros, vestidos com luxo e fazendo um bello effeito.

O carro todo dourado supportara a figura do Brasil, representando uma indigena em todo o esplendor do seu traje, que na sombra d'uma palmeira se encostava á cruz que deu o seu primeiro nome á terra descoberta por Cabral.

Seguia-se ao carro triumphante um grande carro com a orchestra, que durante o transito pela cidade tocou lindas peças e formava o fim do prestito um bem executado vapor sobre rodas e puxado por cavallos, trazendo ao leme o competente piloto.

Esse festejo agradou bastante e foi muito applaudido.

Festejos. - Durante as tres ultimas noites tiveram lugar os festejos publicos no tablado da praça.

As danças de jardineiros, marujos, indígenas, foram interveradas com continuas recitações de poesias, algumas das quaes tinham bastante merito, ao passo que outras não passaram de mediocres.

Na primeira noite distinguio-se sobre tudo um grupo de 3 meninos, que, vestidos á caracter, recitaram tres sonetos: era um delles filho do Sr. Deophanes Chagas, representando o Brasil em figura d'um indigena, e dois do Sr. Custodio Manoel d'Oliveira, trajando o mais velho o uniforme da guarda nacional e estando o mais moço vestido á côrte.

Os sonetos por elles recitados, producções do illustrado Sr. Antonio de Vasconcellos Vieira Diniz, foram muitos applaudidos, não só pela sua belleza e valor poetico, mas tambem pela maneira com que foram recitados, por que todos os tres pequenos recitaram com ardôr e gaz extraordinario, sendo cobertos de applausos pelos assistentes.

Prometteram nos obsequiar-nos com os 3 sonetos em questão e se os obtivermos dal-os-hemos á estampa no Brado."

Fonte: O BRADO DO SUL (Pelotas/RS), 15 de Setembro de 1860, pág. 01, col. 03-04

domingo, 5 de setembro de 2021

Sobrenomes Poloneses - Parte 23

 



551. Chomiczewski - sobrenome toponímico relativo ao nome local Chomiczew, aldeia no antigo condado de Pinsk, ou a Chomicze, nome de aldeia observado nos antigos condados de Wylkowysk e Bobrujski. Também pode ser um patronímico do nome pessoal polaco Chom, que é uma forma hipocorística do nome Tomasz (Tomás em português).

552. Chominski - sobrenome patronímico do nome polaco Chom, forma hipocorística do nome Tomasz (Tomás em português). Figurativamente, a forma também foi usada para pessoa incrédula, desconfiada.

553. Chopcian - sobrenome metonímico que significa aquele que agarra, aquele que pega, aquele que coleta. Tem haver com um ofício profissional extrativista. Na região de Varsóvia, pode corresponder a "saltador",  talvez por extensão, domador de cavalos, cuidador de cavalos.

554. Choragwicki - sobrenome toponímico relacionado à cidade de Choragwica, na região da Cracóvia.

555. Chorchos - sobrenome patronímico do nome pessoal alemão Horch (=aquele que escuta, ouve). No caso a forma Chorch ou Chorcho é uma eslavização.

556. Chorobik - sobrenome patronímico do nome pessoal Chorobik, que significa doente, pessoa sem saúde.

557. Choromanski - sobrenome toponímico relacionado aos seguintes locais: Choromanski, em Lubicz; Choromanski, em Jastrzebiec; Choromany, em Ostrolecki; Choromanski ou Choroman, em Lubicz; Choromany, em Lomza; Choromany-Traszak, em Trzaska; Choromany-Pauzy, em Lomza.

558. Choroszczak - sobrenome patronímico do nome pessoal Choroszczak, que é derivado do nome ucraniano Chorosz (=bom). Outros significados: ramos secos; matagal, formação de mato densa num relevo de pradaria. O sobrenome pode ainda ser uma forma para mendigo, indigente - associado à expressão medieval eslava toda a sua BONDADE por um centavo.

559. Choroszewski - sobrenome toponímico relativo ao nome de lugar Chorosza, observado nos antigos condados de Lipowiec e Borysowski; ou a Choroszewicze, no antigo condado de Slonim. Também pode ser um patronímico do nome pessoal Choroszczak, que é derivado do nome ucraniano Chorosz (=bom).

560. Choruzy - sobrenome metonímico que significa porta-bandeira, soldado que carrega a bandeira, oficial do antigo exército polonês responsável pela condução e conservação da flâmula militar.

561. Chosia - sobrenome patronímico do nome pessoal alemão Höss, derivado do nome étnico Hesse, por sua vez vinculado a Hassa (forma arcaica). O nome foi polonizado foneticamente.

562. Chrabanski - sobrenome associado ao termo proto-eslavo xrobati que significa raspar, morder, riscar, estando vinculado a um ofício extrativista vegetal que é a coleta de resina de determinadas árvores para uso artesanal em pintura, tinturaria, couraria, farmacopeia, etc. Também se considera que tenha relação com o termo chrabot que significa velho, coisa velha, lugar velho (em alusão ao seu aspecto, portanto, subúrbio, aldeia decadente, etc.).

563. Chrachalo, Chrachol - grunhido, cuspe, estrondo, algo frágil, choro, catarro. Sobrenome de muitas interpretações. Pode ainda ser um toponímico relativo à cidade Hrachowo, na Hungria.

564. Chrapowicki - sobrenome toponímico relativo a Chrapowice, aldeia no antigo condado de Panevezy; Chrapowieckie, no antigo condado de Maryampolski; Chrapy, nos antigos condados de Leczyca, Lipno e Sierpc. Pode ainda indicar um tipo de pântano ou uma espécie de crosta congelada que se forma sobre a neve e que não derrete de imediato.

565. Christian - sobrenome tanto metonímico quanto patronímico do nome Christian. Significa cristão.

566. Christoph - sobrenome patronímico do nome Christoph (Cristóvão em português).

567. Chromik - sobrenome metonímico que significa coxo, aleijado, manco, ferido.

568. Chrostek - sobrenome metonímico que corresponde a um tipo de matagal de ramos secos comum ao relevo da Europa Oriental. Também tem o sentido de erva daninha. Pode ainda significar frango, galináceo, porém a Onomástica interpreta de forma diversa, atribuindo as duas primeiras explicações como originárias.

569. Chruscinski - sobrenome toponímico relativo aos seguintes locais: Chrósty, no antigo condado de Opole; Chróstowo, no antigo condado de Kartuzy; Chruscin, no antigo condado de Kolo; Chrustów, no antigo condado de Kalisz; Chruszczyn, no antigo condado de Odolanów; Chruszczyna, no antigo condado de Pinczów. O sobrenome pode também indicar morador do mato, do bosque, da vegetação densa.

570. Chrzanowski - sobrenome toponímico relativo aos seguintes locais: Chrzan, no antigo condado de Wrzesnia; Chrzanów, nome de aldeia percebido nos antigos condados de Varsóvia, Blonski, Janowski, Stopnicki, Slucki e Pleszewski; Chrzanowice, nome de aldeia encontrado nos antigos condados de Kalisz e Noworadomski; Chrzanowo, nome de aldeia encontrado nos antigos condados de Slupca, Ciechanów, Kolno, Makowski, Wagrowiec e Lecki; Chrzany, aldeia no antigo condado de Sochaczew. O vocábulo chrzan designa a raiz-forte (planta).

571. Chrzescian, Chrzescijan - sobrenome metonímico que significa cristão. Pode ainda significar tão somente camponês, agricultor, dado a palavra arcaica kriestjanin ter esse sentido metafórico.

572. Chudoba - sobrenome metonímico que significa magro. Porém, pode ainda ter o sentido figurativo de pobre, privado de posses. Na Idade Média, também era um nome pessoal, sendo assim elencado igualmente como patronímico.

573. Chudowolski - sobrenome toponímico relativo ao nome de lugar Chudowola ou Chudawola, registrado nos antigos condados de Grójec e Lubartów.

574. Chudzian - sobrenome metonímico que significa magro. Porém, pode ainda ter o sentido figurativo de pobre, privado de posses.

575. Chutkiewicz - sobrenome metonímico que significa disposto, zeloso, diligente, ansioso.

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