sábado, 25 de novembro de 2017

O curioso caso da Guerra dos Gafanhotos


No verão de 1934, entre os meses de janeiro e fevereiro, Capão do Leão vivenciou uma insólita guerra. Ou quase guerra, vamos assim dizer. Porém, a mobilização que ocorreu  teve ares de uma autêntica mobilização "patriótica". Quem eram os "inimigos"? Castelhanos? Invasores estrangeiros? Maragatos? Ximangos? Não. Os "inimigos" eram os moradores do antigo 4o. distrito de Canguçu, nada mais nada menos, que o atual município de Cerrito. Mas o que teria precipitado porém essas rusgas entre leonenses e cerritenses?

Reconstruo este curioso caso tendo por base notícias de jornais da época, que aliás trataram os acontecimentos de forma bastante jocosa, embora até certo ponto o acirramento de ânimos tenha sido verdadeiro. O fato foi veiculado tanto em jornais de Pelotas e de Porto Alegre, bem como foi repercutido em gazetas de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Vamos aos fatos.

No verão de 1934, toda a região do quarto distrito de Canguçu (Cerrito) e o distrito pelotense de Capão do Leão sofreram com a praga dos gafanhotos que assolou muitas plantações. Lavradores de um lado e do outro procuraram tomar providências contra os vorazes insetos. Contudo, o esforço de pôr fim ao problema degenerou em desentendimentos entre as duas localidades. Os agricultores de Cerrito espantavam os gafanhotos para o Capão do Leão, e os daqui devolviam os bichos de volta para terras cerritenses. Ninguém pense que as animosidades ficaram em acusações e xingamentos. Gente de um lado e de outro entraram a se armar com garruchas, bacamartes e espingardas, alem de facões e garfos de feno. Tanto de um lado quanto de outro, só estava-se esperando o próximo enxotamento de gafanhotos para se ter o estopim do conflito. E a pendenga repercutiu até mesmo longe da zona limítrofe entre os dois distritos. Na vila do Capão do Leão, um grupo de moços pôs-se a ajuntar pessoal para auxilio de seus confrades, e no Cerrito parentes dos envolvidos arregimenttaram um corpo de recrutas nos arredores. A briga iria ser feia!

Entretanto, tanto a polícia de Canguçu, quanto a polícia do Capão do Leão, mais os reforços do 4o. Batalhão da Brigada Militar de Pelotas, foram para a divisa entre os dois distritos já devidamente scientificados do grave conflicto e, na tarde de 09 de fevereiro, evitaram o singular arranca-rabo. A presença das forças policiais intimidou os contendores, ao menos provisoriamente. De fato, o verão passou e os dois "exércitos" não chegaram às vias de fato. Não sem antes, ouvirem-se ainda no mês de fevereiro daquele ano, tiros e estampidos no ar, tanto de um lado quanto outro, com cada rincão querendo demonstrar seu espírito bravo e aguerrido ao adversário.

Baronesa da Conceição


Da "Opinião Pública"

"Verdadeiro anjo do lar, foi, durante a vida Maria A. Borges da Conceição, modêlo das espôsas e exemplo das mães. Veladamente, com o recato da verdadeira delicadeza, foi a providência de grande número de famílias necessitadas, às quais fazia chegar recursos que lhe minoravam as agruras da necessidade. De educação primorosa, bondosa em extremo, apreciados, devendo-se à sua iniciativa a criação de várias associações, que muito concorreram para o desenvolvimento das Belas-Artes em Pelotas. Como protetora desvelada de todos os artistas que recorriam ao seu gentilíssimo acolhimento, foi ela, por assim dizer, a providência da maior parte dos que aqui vieram, alguns perseguidos da sorte. Levando uma palavra de confôrto e de esperança a todos que sofriam, e socorros àqueles que os necessitavam, tornou-se a mãe da pobreza, que a acolhia com inequívocos sinais de gratidão. Magnânima criatura que a fatalidade arrebatou do número dos vivos a 8 de maio de 1897!"

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