segunda-feira, 2 de abril de 2012

As Colônias Perdidas de Capão do Leão


Brasão de Armas do Condado de Wexford, República da Irlanda
A colonização européia não-ibérica (portuguesa e espanhola, que estiveram ligadas ao processo de conquista colonial) no Rio Grande do Sul tem como marco simbólico a vinda de casais alemães à região do Vale do Rio dos Sinos em 1824. Outro importante fato histórico foi a chegada dos italianos em 1875. Houve outras levas de imigrantes, de diferentes etnias e em diferentes épocas. Contudo, os elementos alemão e italiano irão se destacar como os mais preponderantes neste processo, sendo responsáveis pelo desenvolvimento do estado a partir da 2ª. metade do séc.XIX e pelo surgimento de prósperas cidades.
Capão do Leão majoritariamente é um município constituído por descendentes de elementos portugueses, espanhóis, africanos e indígenas, porém com relevo também para italianos e alemães. Curiosamente, na área do município houve duas tentativas de colonização européia que não lograram êxito, mas que se enlevam por seu ineditismo. Uma colônia agrícola formada por irlandeses e uma colônia de profissionais graniteiros formada por gregos.
A Colônia Dom Pedro II
Primeira experiência na região de Pelotas de colonização européia não-portuguesa, anterior ao estabelecimento dos primeiros núcleos alemães, italianos e franceses. Surgiu em 1851, por iniciativa da Associação Auxiliadora da Colonização dos Estrangeiros, numa área entre os arroios Fragata e São Tomé, formada por seis famílias inglesas e 300 colonos irlandeses. Estes colonos, em sua grande maioria profissionais artífices, eram procedentes do sudeste da Irlanda, da baronia de Forth, no Condado de Wexford. Chegaram entre 1852 e 1853 provenientes do porto de Liverpool, na Inglaterra. A colônia teve problemas por falta de capital desde o seu princípio, o que levou muitos colonos a deixarem o local em direção a centros urbanos ou a outras colônias estabelecidas no Uruguay e Argentina. O último registro data de 1867. Muitas famílias, entretanto, permaneceram: Sinott, Staford, Moncks, Brião (Brian), Ennis, Carpter (Carpenter), etc.
A Colônia Dom Pedro II foi a única colônia agrícola de irlandeses do Rio Grande do Sul e uma das três únicas do Brasil.
A Colônia Grega do Cerro do Estado
Entre 1926 e 1928, 28 famílias gregas, provenientes da região da Macedônia (norte daquele país), foram trazidas pela Compañia Americana de Construcciones y Pavimentos (firma argentino-norte-americana concessionária da Pedreira do Cerro do Estado entre 1925 e 1939) para trabalhar em diversas atividades de exploração de granito. Eram trabalhadores que já tinham trabalhado na própria Grécia numa subsidiária da Pan-American Industrial Corporation no mesmo ramo de atividade. No caso, a Compañia Americana que esteve no Capão do Leão também era subsidiária desta holding. Pouco se sabe a respeito destas famílias em Capão do Leão, porém seu registro documental é evidente e aqui permaneceram até aproximadamente 1937. De acordo com um graniteiro leonense que iniciou a trabalhar nas pedreiras do Cerro do Estado em 1935 e cujo pai foi funcionário da Companhia Francesa, o local era uma verdadeira “babel de gente’, com pessoas das mais diferentes nacionalidades ali empregadas. O fato é que seu testemunho corresponde às provas documentais que acusam ao menos trabalhadores de doze diferentes países que trabalharam no Cerro do Estado entre 1911 e 1937.

Para saber mais:

Exposição de Camisas Históricas da S.R. Palmeiras em 2007


Exposição de camisas de futebol que fizeram a história da Sociedade Recreativa Palmeiras, da Fazenda da Palma, em Capão do Leão, no ano de 2007, na sede do clube. Cortesia: Luiz Teixeira

Madrinhas da S.R. Palmeiras em diferentes épocas

Foto acima: Dausa (aprox. final da década de 1960)
Foto abaixo: encontro de madrinhas de diferentes épocas em 2007
Cortesia: Luiz Teixeira
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