domingo, 12 de junho de 2016

Considerações sobre o frio dos últimos dias

Com a onda de frio instalada há vários dias em nosso estado, os hábitos cotidianos certamente acabam sendo influenciados e as pessoas tendem a procurar se proteger das baixas temperaturas, recolhendo-se mais cedo às suas casas e aproveitando ao máximo os dias ensolarados que, ao menos, tem amenizado um pouco o desconforto térmico. 
Conversávamos há poucos dias, eu e um amigo vendeiro sobre a questão do frio das duas últimas semanas e chegamos a algumas conclusões em comum. Frio é frio, mas aquilo que denominamos "frio" num determinado momento ou época pode variar. 
Vejamos bem, como as temperaturas das duas últimas semanas não têm ultrapassado os 15 graus centígrados e, durante à noite, se instalado numa faixa sempre menor que 10 graus, nosso corpo acaba se acostumando de determinada forma ao frio. Tanto que o ato de tomar banho é preferível durante o dia, quando a temperatura fica numa faixa de 11, 12 graus e não reclamamos tanto, apesar do frio evidente. 
Por outro lado, eu e o vendeiro, concordamos que os gaúchos são um dos piores povos para decidir o que é frio ou não (risos). Já viram que se a temperatura aumenta um pouco mais durante o dia e bate a casa dos 18 graus, com certeza haverá gente exclamando: "Que calorão!"; "Tempo louco!"; "Nem parece inverno!". Pois é, mas digamos que faça 18 graus em novembro, ou mais ainda em janeiro, o mesmo sujeito que reclama do tal "calorão", vai dizer: "Barbaridade, vou tirar o poncho do armário!"; "Vai ter geada!" e assim vai (hehehe). 
O que concluímos é que as pessoas na verdade acabam se tornando sensíveis às variações bruscas de temperatura. Teve um réveillon há poucos anos atrás, muito chuvoso e nublado (acredito que tenha sido o de 2012), que à noite houve registro de temperaturas de 18, 19 graus, onde várias pessoas comemoram o Ano Novo vestindo blusões e moletons. Lógico que para época, aquilo foi um clima típico de outono ou inverno, o que fez muita gente se admirar. Mas isso realmente acontece, pois no Rio Grande do Sul não temos um clima temperado típico, mas o clima subtropical que possui essas peculiaridades: embora as estações estejam relativamente bem delineadas, vez ou outra somos tomados de assalto por um massa seca e quente ou fria e chuvosa em determinados meses em que isso não é comum.
Porém, claro, estamos vivenciando um período de frio bem característico e, mais ainda, na época correta. Por isso, é importante cuidar da saúde e se agasalhar convenientemente. Mas não deixa de ser curioso e até engraçado ver as pessoas que exclamam "calorão!" logo que a temperatura sobe um pouco mais de 15 graus. O que não se dão conta é que estão com várias peças de roupa sobre o corpo - o que já não seria necessário numa temperatura de 17, 18 graus. Vale lembrar também que para um nordestino, essa temperatura de "calorão" para alguns gaúchos, continua sendo um frio intenso. E talvez o nosso próprio frio para outros povos seja somente um friozinho. Que diga o professor Régis Fonseca, a quem tive a honra de ser seu aluno. Ao fazer intercâmbio anos atrás na Europa, visitou um país mais ao norte daquele continente e ele categórico dizia que com sete graus na primavera as pessoas vestiam somente uma malha atlética e faziam exercícios no parque como se aquilo fosse a coisa mais comum do mundo!
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