sexta-feira, 7 de março de 2025

Aimorés

 



No dizer de Von Martius, "o nome Aimurês pertence, provavelmente, à língua tupi, sendo derivado de Goay-murês (Goyai-myra, Guai-mura), isto é, os inimigos que vagueam e moram no sertão. Ouve-se também: Aimbires, Aimborés, Guay-Murûs. É nome já mencionado na Notícia do Brazil do ano de 1589".

Segundo Affonso A. de Freitas Aimoré significa em tupi "flauta ruim", sendo composto de aíua: ruim, contraído em ai, e de mboré: flauta. Observa o mesmo autor: "A denominação Aimoré, aplicada aos Botocudos, provém do hábito desse povo de, na impossibilidade de tocarem o boré, soprando-o pela boca, em consequência da deformidade do beiço inferior e da adaptação do batoque, fazerem-no pelas narinas, arrancando do instrumento sons que, por certo, não serão maviosos".

Os descendentes vivos dos Aimorés, mais tarde chamados de Botocudos, são os índios Krenak do rio Doce em Minas Gerais e Espírito Santo. Na obra aparecida em 1867 Von Martius anota a respeito do número dos Aimorés: "Foram calculados, na totalidade de seu território que se estende do rio Preto, afluente do norte do Paraíba, até o rio Patipe (de 22o a 15o. 30' de latitude sul) e ao oeste até a orla do mato da segunda, cordilheia (Serra do Espinhaço), em 12 a 14.000 cabeças, o que, talvez, seja exagerado; dizem que desse número, cerca de dois mil moram perto do rio Jequitinhonha.

Fonte: BALDUS, Herbert & WILLEMS, Emilio. Dicionário de Etnologia e Sociologia. Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional, 1939, pág. 20-21.

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