segunda-feira, 8 de junho de 2020

Seca em Pernambuco em 1891


"Pernambuco

As noticias que chegam do interior d'esse Estado são contristadoras.

Todos os habitantes do interior, possuidos de angustia, anniquillados pela falta de chuvas, esbrazeados pela aridez do sólo que lhes torra os pés, já começaram a soffrer os horrores de uma secca que dia a dia se alastra e que promette prolongar-se mais e mais.

Os pastos estão quasi completamente queimados, assemelhando-se o campo a um vasto deserto de arêa, em que raro é encontrar-se uma meia definhada folha de arvore.

O gado, faminto e sequioso, magro e sem forças, vagueia pelos povoados, caindo exanime, o que produz maior desesperação aos que n'elle têm empregado seus minguados haveres.

Consta mais ainda, para ennegrecer o quadro desolador que aliás não vai pintado com as verdadeiras côres, que já têm fallecido crianças á falta de alimentos.

A imprensa local clamava pelo auxilio do governo."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 28 de Agosto de 1891, pág. 02, col. 01

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