sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Borges de Medeiros


Antônio Augusto Borges de Medeiros (1863-1961) nasceu em Caçapava do Sul, Rio Grande do Sul, no dia 19 de novembro de 1863. Filho do promotor público pernambucano, Augusto César de Medeiros, nomeado juiz de Direito de Caçapava. Com 2 anos de idade mudou-se para Pouso Alegre, em Minas Gerais, onde fez seus primeiros estudos. Em 1881, foi para São Paulo onde iniciou o curso de Direito na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Integrou o Clube Republicano liderado por Júlio de Castilhos. Bacharelou-se em 1885, na Faculdade de Direito do Recife, para onde havia se transferido no ano anterior.

De volta ao Rio Grande do Sul, passou a advogar em Cachoeira e continuou sua militância política ao lado dos republicanos. Com a Proclamação da República (1889) ele iniciou sua carreira política, tornou-se delegado de polícia da cidade. No ano seguinte foi eleito deputado para representar os gaúchos na Assembleia Constituinte Federal. Com o texto de autoria de Castilhos, fiel à orientação de Augusto Comte, que preconizava a “ditadura republicana”, a Constituição foi o grande pretexto das revoluções gaúchas dos anos seguintes.

O Rio Grande do Sul estava dividido entre os republicanos de Castilhos e os federalistas, que faziam oposição à ditadura positivista. Em 1892 Borges foi nomeado desembargador, cargo vitalício cercado de sólidas garantias. No ano seguinte, explodia a guerra civil. Borges licenciou-se do cargo e uniu-se às forças castilhistas. Somente em 1895 a paz voltou ao Rio Grande. O Brasil estava sob a presidência de Prudentes de Moraes.

Em 1898, Júlio de Castilhos estava no auge do poder quando indicou o nome de Borges de Medeiros para sucedê-lo na chefia do governo estadual, mas continuou influenciando o governo. Em 1903 Borges reelegeu-se para seu segundo mandato. Nesse mesmo ano, Castilhos morre, mas Borges se impõe zelando pela autonomia do seu Estado – nem adesão incondicional, nem oposição sistemática.

Em 1907, foi eleito o novo governo e Borges de Medeiros retira-se da vida pública. Em 1912, sob a presidência de Hermes da Fonseca, Borges é novamente eleito para o quinquênio 1913 a 1918, quando realiza um dos mais produtivos períodos governamentais. Concluiu as obras do palácio do governo e do porto de Porto Alegre, construiu diversos colégios e a Biblioteca Pública. Iniciou a expansão dos transportes públicos, organizando uma rede de estradas e ferrovias.

No fim do seu terceiro mandato, com os acontecimentos da Primeira Guerra Mundial, uma crise se instalara no país. Entendendo que não era chegado o momento de deixar o poder, candidatou-se para um quarto período: 1918/1923. A última reeleição de Borges de Medeiros se deu em meio a uma corrente oposicionista que levou Joaquim Francisco de Assis Brasil a concorrer às eleições, mas Borges de Medeiros saiu vencedor, e o Rio Grande iria conhecer novamente um período de lutas.

Terminado seu vigésimo quinto anos de governo, em 1928, e depois da vitória revolucionária de 1930, Borges entrega o Rio Grande a Getúlio Vargas e volta para suas atividades de fazendeiro, permanecendo como chefe do Partido Republicano. Em 1932 explodiu a Revolução Constitucionalista em São Paulo e Borges ao apoiar o levante, foi caçado de seus direitos políticos e exilado no Estado de Pernambuco. Dedicou-se à leitura e às pesquisas, o que resultou em seu livro: “O Poder Moderador na República Presidencial”.

Anistiado em 1934, foi candidato da minoria nas eleições indiretas para presidente da República, mas foi derrotado. Em outubro do mesmo ano, foi eleito deputado federal, como líder da oposição ao Interventor, Flores da Cunha e ao presidente da República. Em 1937, o Estado Novo caçou os políticos que não concordavam com o poder executivo forte, era o fim de sua longa carreira política.

Borges de Medeiros faleceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 25 de abril de 1961.

Biografia extraída do link: https://www.ebiografia.com/borges_de_medeiros/ 

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