Pelo fato de as técnicas culinárias no século XVI não se mostrarem excessivamente complexas (assar, cozer, fritar, estufar ou afogar eram as principais técnicas empregadas), poucas variedades de utensílios se tornavam necessárias: para levar os ingredientes ao fogo usavam-se tigelas, panelas, tachos, púcaras ou púcaros; o peixe era frito em frigideiras e sertãs; bacias e bacios serviam para lavar os alimentos, misturá-los e os levar ao lume; as panelas eram cobertas com tapadeiras, testos, telhadores ou sapadeiras; colheres, garfos e facas, geralmente de ferro, assim como escumadeiras, jueiras, graais, rolos, furadores, machadinhas, carretilhas auxiliavam os cozinheiros. À mesa, levava-se alimentos em pratos, escudelas, tachos, etc. Desde a Idade Média que se usavam nas mesas toalhas e guardanapos. Nesse período, a faca era instrumento por excelência, desconhecendo-se garfos e utilizando-se com pouca frequência a colher. Para beber usavam-se copos um pouco maiores dos que os atuais. Embora se recorresse às escudelas para sopas e outros alimentos líquidos, comia-se inicialmente carne e peixe em cima de grandes rodelas de pão, substituídas mais tarde pelo talhador de madeira e, depois, por escudelas que serviam para duas pessoas.
Fonte: ABBADE, Celina Márcia de Souza. Utensílios
de cozinha: Portugal séc. XVI/Brasil séc. XX. Revista de Filologia, número
16. Disponível em: http://www.filologia.org.br/revista/16/index.html. Acesso em: 08
set. 2020.
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