Tanto na cidade como na zona rural, os imigrantes alemães e os teuto-brasileiros, em sua maioria, protestantes luteranos, incentivados por governos positivas, fundaram escolas para seus filhos. Muitas dessas escolas concretizaram-se a partir de sociedades escolares, às vezes de cunho religioso, responsáveis pela manutenção de escolas e igrejas, fomentando a vida cultural entre os pares.
As escolas teuto-brasileiras, no período anterior à nacionalização do ensino, tinham em seus currículos o ensino, predominantemente em língua alemã. No entanto, entre um ir e vir, no intervalo das duas guerras mundiais, que abalaram as relações diplomáticas entre o Brasil e a Alemanha, e as proibições e permissões do ensino em/de língua estrangeira no Brasil, no final da década de 1930, este ensino em língua alemã foi definitivamente proibido.
Por motivo da nacionalização do ensino, houve uma modelação e uma conformação no sistema escolar brasileiro, que foi se unificando, no que diz respeito à obrigatoriedade da língua portuguesa e à elaboração de um código das Diretrizes da Educação Nacional propalada pelo Ministro Capanema em 1937, através da criação de secretarias e diretorias concernentes à educação em nível federal, estadual e municipal.
No entanto, as escolas teuto-brasileiras que conseguiram reconfigurar seu perfil étnico, conjugando valores e tradições culturais e religiosas, com a cidadania brasileira, certamente permaneceram, através do auxílio dedicado de muitos professores teuto-brasileiros. Para tal empreendimento a observação das leis da nacionalização do ensino foi condição sine qua non para a sua continuidade."
Fonte: FONSECA, Maria Angela Peter da. Deutsche Schullen Urbanas de Rio Grande e Pelotas: entre a memória e a cidadania (1933-1938). In: IX Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil", Anais Eletrônicos, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa/PB, 31 jul a 03 ago. 2012, pág.2149-2150.
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