A ACOJA foi fundada em 03 de Julho de 1984, tendo sido resultado de uma mobilização comunitária que existia no bairro desde pelo menos 1977. Nesta época, meio que de modo informal, um grupo de moradores já buscava a conquista de direitos básicos como luz, água e escola no interior do bairro, entre outras reivindicações. Particularmente, esta mobilização ganhou impulso com a emancipação em 1982. Com o novo município criado, as pessoas passaram a acreditar que uma organização de bairro era o modo o qual suas demandas pudessem ser atendidas. De maneira paralela, o Jardim América inchava populacionalmente, o que ocasionou o agravamento de certos problemas sociais. Muitos moradores antigos do bairro relatam que até meados da década de 1980, se o Jardim América tinha suas carências (água, luz, transporte, etc.), não se via insegurança, crianças de rua ou miséria. Nas palavras de uma moradora: "Éramos pobres, mas não miseráveis de não ter o que comer."
Não há registros dos dois primeiros anos da entidade, porém se sabe que as primeiras reuniões aconteceram na garagem da casa do Sr. Irineu Quevedo Fotos das primeiras reuniões da ACOJA . A 1a.presidente foi a Sra. Clair Domingos Ricardo. De acordo com as atas pesquisadas, o período 1984-1986 foi de dificuldades em consolidar a associação, pois houve falta de apoio, dado algumas autoridades considerarem a ACOJA como uma entidade criada para fins eleitoreiros. O fato é que somente a partir de 1986, a ACOJA passou a ter um volume de trabalho e uma rotina de atuação verdadeiramente regulares.Foto da Construção da Sede da Associação
As reivindicações levadas a cabo pela ACOJA, nesta época, eram as mais diversas. Nas reuniões as pessoas pediam desde a instalação de orelhões até projetos de moradia popular.A questão central e permanente era o problema do abastecimento de água. (Fotos de reuniões em 1987) O que de positivo se compreende deste período inicial é que a ACOJA, pouco a pouco, granjeou um peso político considerável no Capão do Leão. Houve conquistas importantes, cujas lutas se iniciaram nas reuniões da associação.Posto Policial, Vila Nova, linha de ônibus no interior do bairro, extensão da rede d'água ao Loteamento Zona Sul, entre outras coisas, foram realizações cujo princípio se deu nos "bate-bocas" que aconteciam a cada reunião. Em 1988, por exemplo, nas eleições municipais, quase todos os candidatos a prefeito se fizeram presentes numa ou outra reunião. Era comum a presença de três, quatro, cinco vereadores, além de representantes de deputados da região. O Administrador do Bairro também era outra pessoa muito presente. A ACOJA teve uma atuação destacada, a ponto do próprio presidente da UPACAB procurar a entidade.
O período de grande intensidade e ação da ACOJA se deu entre 1988 e 1992, a ponto do presidente da associação ser convidado para a Administração do Bairro. Foi a época também que, com sede própria (Rua Cidade de Canguçú, Loteamento Zona Sul), a entidade possuía uma rede de serviços importantes: consultório dentário, carteirinha de sócio com descontos no comércio local, festas do Dia das Crianças e Natal, encaminhamento de documentos, distribuição de tíquetes de leite, horta comunitária, cursos de tricô e crochê, etc. Curiosamente, em 1988, uma outra associação comuitária foi fundada: a Associação de Moradores do Jardim América (AMJA). Entretanto, sua existência foi breve, pois faltou-lhe apoio.
Não foi possível identificar a razão pela qual a associação começou a se desintegrar a partir de meados de 1992. Sua atuação vai durar até Outubro de 1993, porém com reuniões ocasionais e pouco quórum. Ocorre, então, a primeira dissolução da ACOJA.
Em Outubro de 1998, foi convocada nova eleição para diretoria, com o sentido de reorganizar a entidade, proposta por um grupo de moradores. Não surtiu efeito e a associação permaneceu muito pouco atuante. Em novembro de 2000, finalmente se compôs uma nova diretoria em caráter provisório, durando até Maio de 2001. Neste período, digno de nota é que, na ACOJA, surge a ideia da criação de um Corpo de Bombeiros Voluntários. De Maio a Outubro de 2001, nova diretoria provisória. A partir de então, a ACOJA vai apresentar algum trabalho até Julho de 2002. Ocorre, portanto, a segunda dissolução da ACOJA.
Em 04 de Junho de 2007, em reunião realizada no CTG Herança Campeira iniciou-se novamente uma mobilização para reerguer a associação. Até 2008, ainda houve encontros sobre o projeto, desde então, não dsipomos de mais nenhuma informação.
Um comentário:
Por que será que as associações de bairro acabaram no Capão do Leão?
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