“Não conheço nenhum caso em que uma pessoa com vontade de trabalhar não tivesse encontrado trabalho”.
(Carl Otto Ulrich, ao tratar sobre a zona colonial de Pelotas)
O processo de imigração européia não-portuguesa no Rio Grande do Sul iniciou-se em 1824 com a vinda dos primeiros colonos alemães que se instalaram no Vale do Rio dos Sinos. Até pelo menos meados do século XIX, a imigração não-portuguesa foi feita quase que exclusivamente por alemães. Após este período, teremos a chegada de colonos austríacos, russos, polacos, italianos (sobretudo) e franceses, entre outros. No tocante aos franceses, consta que o Governo da Província criou quatro colônias oficiais: Conde D’Eu e Isabel (em Bento Gonçalves), uma em Montenegro e a Colônia de São Feliciano (atual Dom Feliciano). Entretanto, sem apoio oficial do Governo estas colônias não se desenvolveram e nem permaneceram, sendo abandonadas antes do final do século. Particularmente, no caso da Colônia de São Feliciano, Marines Zandavalli Grando afirma que 88% dos colonos abandonaram-na, rumando para a região de Pelotas em busca de melhores condições de vida. Por volta de 1880, estes franceses estabelecem-se na zona rural pelotense e compõem com alemães a Colônia Santo Antônio – que fora criada por iniciativa privada de João Pinheiro. Esta colônia acaba tendo uma sorte melhor e apresenta uma produção agrícola diversificada: uvas e vinhos (pioneirismo na zona sul), alfafa, milho, feijão, suinocultura, cevada, cereais, verduras, e mais tarde a fruticultura.
Capão do Leão à época (final do século XIX) não registra nenhum tipo de empreendimento governamental ou privado para colonização francesa. Mas possui características que são atrativas para pessoas de qualquer etnia: uma estação ferroviária que garante o transporte dos produtos agrícolas, certo mercado de trabalho na indústria extrativista (pedra e lenha) e uma grande oferta de terrenos a preços razoáveis. O conjunto destes fatores estimulou que franceses da Colônia Santo Antônio, sobretudo os da 2a. geração (filhos) estabelecessem-se no Capão do Leão. O exemplo mais visível dessa micro-migração é a Família Carret. Num documento de 1884, constam os irmãos João Baptista e Vergilino Carret como moradores do Capão do Leão, além de um João Baptista Carret Sobrinho. Num outro de 1909, veremos a compra de “uma chácara no Capão do Leão” de Antônio Júlio de Godoy Moreira, realizada por João Carret. Outro caso é de Aristin Longchamp que saiu da Colônia Santo Antônio para trabalhar nas pedreiras leonenses, na mesma época. Mais exemplos são as famílias Gastal, Carpentier, Cornetet, Ribes, Argout e Arduin. No caso dos Gastal, verifica-se que antes de 1900, já plantavam no Capão do Leão pêssegos e eucaliptos, além de possuírem uma pedreira na região da Serra do Granito. A chácara do Sr. Eduardo Gastal correspondia à atual área do CTG Tropeiros do Sul e sua residência, datada de 1906, ainda encontra-se de pé no mesmo local.
É bem provável que outros descendentes de franceses da Colônia Santo Antônio tenham se fixado em Capão do Leão e permanecido até a década de 1950, quando uma nova crise na agricultura da região fez com que novamente migrassem. Um dado fundamental é observar que as plantações de uvas e o fabrico de vinhos, que também fora uma marca de nossa comunidade na 1a. metade do século XX, iniciara-se na região de Pelotas graças aos franceses, como comprovam várias fontes. Outro elemento que ratifica a presença deste povo em nossa localidade.
(Carl Otto Ulrich, ao tratar sobre a zona colonial de Pelotas)
O processo de imigração européia não-portuguesa no Rio Grande do Sul iniciou-se em 1824 com a vinda dos primeiros colonos alemães que se instalaram no Vale do Rio dos Sinos. Até pelo menos meados do século XIX, a imigração não-portuguesa foi feita quase que exclusivamente por alemães. Após este período, teremos a chegada de colonos austríacos, russos, polacos, italianos (sobretudo) e franceses, entre outros. No tocante aos franceses, consta que o Governo da Província criou quatro colônias oficiais: Conde D’Eu e Isabel (em Bento Gonçalves), uma em Montenegro e a Colônia de São Feliciano (atual Dom Feliciano). Entretanto, sem apoio oficial do Governo estas colônias não se desenvolveram e nem permaneceram, sendo abandonadas antes do final do século. Particularmente, no caso da Colônia de São Feliciano, Marines Zandavalli Grando afirma que 88% dos colonos abandonaram-na, rumando para a região de Pelotas em busca de melhores condições de vida. Por volta de 1880, estes franceses estabelecem-se na zona rural pelotense e compõem com alemães a Colônia Santo Antônio – que fora criada por iniciativa privada de João Pinheiro. Esta colônia acaba tendo uma sorte melhor e apresenta uma produção agrícola diversificada: uvas e vinhos (pioneirismo na zona sul), alfafa, milho, feijão, suinocultura, cevada, cereais, verduras, e mais tarde a fruticultura.
Capão do Leão à época (final do século XIX) não registra nenhum tipo de empreendimento governamental ou privado para colonização francesa. Mas possui características que são atrativas para pessoas de qualquer etnia: uma estação ferroviária que garante o transporte dos produtos agrícolas, certo mercado de trabalho na indústria extrativista (pedra e lenha) e uma grande oferta de terrenos a preços razoáveis. O conjunto destes fatores estimulou que franceses da Colônia Santo Antônio, sobretudo os da 2a. geração (filhos) estabelecessem-se no Capão do Leão. O exemplo mais visível dessa micro-migração é a Família Carret. Num documento de 1884, constam os irmãos João Baptista e Vergilino Carret como moradores do Capão do Leão, além de um João Baptista Carret Sobrinho. Num outro de 1909, veremos a compra de “uma chácara no Capão do Leão” de Antônio Júlio de Godoy Moreira, realizada por João Carret. Outro caso é de Aristin Longchamp que saiu da Colônia Santo Antônio para trabalhar nas pedreiras leonenses, na mesma época. Mais exemplos são as famílias Gastal, Carpentier, Cornetet, Ribes, Argout e Arduin. No caso dos Gastal, verifica-se que antes de 1900, já plantavam no Capão do Leão pêssegos e eucaliptos, além de possuírem uma pedreira na região da Serra do Granito. A chácara do Sr. Eduardo Gastal correspondia à atual área do CTG Tropeiros do Sul e sua residência, datada de 1906, ainda encontra-se de pé no mesmo local.
É bem provável que outros descendentes de franceses da Colônia Santo Antônio tenham se fixado em Capão do Leão e permanecido até a década de 1950, quando uma nova crise na agricultura da região fez com que novamente migrassem. Um dado fundamental é observar que as plantações de uvas e o fabrico de vinhos, que também fora uma marca de nossa comunidade na 1a. metade do século XX, iniciara-se na região de Pelotas graças aos franceses, como comprovam várias fontes. Outro elemento que ratifica a presença deste povo em nossa localidade.
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