quarta-feira, 5 de setembro de 2007

A cultura do Aspargo


Além da fruticultura e da extração mineral, outra atividade econômica bastante relevante em Capão do Leão fora a cultura do aspargo (Asparagus officinalis, L). Bem verdade, toda a região de Pelotas e Canguçu produzia a hortaliça em larga escala e foi responsável por mais da metade da produção nacional durante a maior parte do século XX. Isso se deveu ao pioneirismo que a zona sul do estado teve em relação à esta cultura agrícola, introduzindo-a na década de 1930. Naquela época, o aspargo não era cultivado com fins comerciais no Brasil, sendo importado da Europa ou completamente desconhecido em várias regiões. Encontrando condições favoráveis de clima e solo, a cultura do aspargo logo fomentou o desenvolvimento da indústria conserveira pelotense e, nas décadas de 1940 a 1970, o produto, quase em sua totalidade, era destinado à tal finalidade. A Fábrica Sória, localizada na Vila Teodósio, era um dos locais onde se produziam conservas de aspargo que eram vendidas a diversos mercados do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Durante as "décadas de ouro" do aspargo em Capão do Leão as principais fazendas de cultivo chegaram a ter uma produtividade média de cinco toneladas por hectare. Entretanto, a partir de meados da década de 70 a produtividade média caíra para valores oscilantes entre três auma tonelada e meia por hectare. Um fator preponderou para a queda da produção: o apodrecimento generalizado do sistema radicular do aspargo, causado pela deterioração nutricional das lavouras. Na época, a UEPAE - Cascata, órgão da Embrapa, realizou levantamentos técnicos sobre a cultura e foram introduzidas novas variedades de mudas procedentes de New Jersey (E.U.A.). Contudo, a recuperação das áreas cultivadas não logrou o êxito pretendido no sentido de um novo momento de expansão para o aspargo. A retração ocorrida na indústria conserveira pelotense na década de 1980 ocasionou uma queda acentuada da demanda da matéria-prima. Por isso, muitos produtores acabaram optando por outras culturas agrícolas mais rentáveis.
Em Capão do Leão, o aspargo foi cultivado principalmente na região da vila, Cerro das Almas, Teodósio e Várzea. No Jardim América também haviam inúmeros minifúndios que se dedicavam ao cultivo da hortaliça, sendo boa parte na área do atual Loteamento Zona Sul. O plantio era realizado no fim do inverno e a colheita se estendia durante os meses da primavera.

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