Atravessamos o tempo das fructas.
Pensamos, e com pezar, nos milhares de figos, pecegos, marmelos, etc., que se perdem n'esta provincia.
Ao mesmo tempo nos lembramos, com certo vexame, da enorme quantidade de fructas em conserva, importadas pela provincia e por todo o paiz.
Muita gente encara o cultivo das arvores fructiferas com desdem, o admitte apenas que seus fructos sirvam de regalo ás creanças e aos gulosos.
Não sabem que, por exemplo, nos Estados-Unidos existem condados, cuja industria mais rendosa é a pomocultura!
Não pretendemos que todos os possuidores de algumas arvores fructiferas tratem de fazer conservas como ramo de negocio, nem mesmo os donos de extensos pomares, que estariam mais no caso.
Roma não se fez em um dia.
Desejamos apenas que as donas de casa aproveitem o mais possivel o dom da natureza.
Felizmente, o elemento feminino entre nós é muito dado ao fabrico de doces e conservas. No intuito de auxiliar a afortunada inclinação, apresentamos receitas de todo o ponto efficazes e experimentadas.
Quem puder, aproveite-as para exercer uma industria rendosa; haja á vista Pelotas, onde muitas familias ganham honradamente os meios de subsistencia, explorando essa industria, as quaes, apezar de produzirem em alta escala, não conseguem satisfazer todos os pedidos e encommendas que recebem do Rio de Janeiro. [grifo nosso]
Quem não quizer commerciar, fabrique para uso dos seus; terá assim durante todo o anno gostosa sobre mesa e não mandará seu dinheiro ao estrangeiro."
Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 10 de Fevereiro de 1886, pág. 01, col. 03
Nenhum comentário:
Postar um comentário