Excelente e super recomendado vídeo sobre o assunto. Vídeo do canal Xadrez Verbal no YouTube. Aliás, para quem se interessa por temas da Atualidade e temas históricos, o canal é ótimo. Para estudantes, educadores e curiosos, vale muito a pena.
História, Genealogia, Opinião, Onomástica e Curiosidades.Capão do Leão/RS. Para informações ou colaborações com o blog: joaquimdias.1980@gmail.com
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segunda-feira, 31 de agosto de 2015
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
A cidade de uma avenida só
O visitante ocasional de Capão do Leão tende a comentar que o município é de uma "avenida só" e que no entorno dessa avenida a população se concentra e a cidade está estabelecida. A dita "única" avenida é a Avenida Narciso Silva. Uma coisa é fato real: os principais órgãos públicos e serviços estão localizados ao longo da avenida Narciso Silva. Temos a Prefeitura Municipal, a Câmara de Vereadores, as secretarias municipais, os Correios, a Brigada Militar, a Polícia Civil, o INSS, os bancos, etc. Todavia, é necessário esclarecer que o Capão do Leão não é somente a avenida Narciso Silva (a dita "principal") e adjacências, é hoje bem mais que isso. Senão, não ostentaria uma população de aproximadamente 27 mil habitantes.
Um detalhe importante a ponderar é o seguinte: Capão do Leão cresceu muito nos últimos trinta anos. Muito mesmo em termos percentuais quanto à sua população. Por outro lado, cresceu desordenadamente com grandes espaços ainda desocupados, apresentando novas vilas e loteamentos distantes das zonas consideradas centrais. Como pequenas ilhas, esses novos espaços de habitação não são facilmente percebidos nem pelos próprios moradores. Outro dado importante a considerar é a presença do bairro Jardim América e o complexo de pequenos loteamentos e zonas habitadas que se desenvolveu ao redor dele. Não é pouco, pois todo esse espaço comporta aproximadamente 15 mil habitantes. Outro fronteira habitacional que numericamente cresce do "dia para a noite" em Capão do Leão são as faixas residenciais às margens da rodovia BR-293 - Parque Fragata, Vila Gabriela Gastal, Parque da Hidráulica (Vila do Toco). A transformação habitacional destas áreas nos últimos quinze anos foi extraordinária. Caro leitor, eu me lembro de ter percorrido as ruas do Parque Fragata em 1999, por exemplo. Naquela época, havia tanto campo vazio entre uma casa e outra que, dizer que iria "logo ali", era no mínimo caminhar uns 600 metros. Hoje, no Parque Fragata, as novas residências se aglomeram e formam um verdadeiro cenário de bairro com comércio e serviços. Futuramente, não se pode duvidar, que toda essa região à margem da BR-293 constitua a zona mais povoada de todo o município.
O que pretendo concluir é óbvio: Capão do Leão não é somente a "cidade de uma avenida só". O curioso é que a dita avenida principal está no extremo oeste da própria cidade - talvez isso explique essa observação inicial de muitos visitantes. Porém, basta ingressar região do Teodósio e Casabon adentro e se percebe que nem a própria sede é tão pequena assim. Quem afirma isso é um próprio motorista de caminhão dessas lojas de móveis. O sujeito ficou uma tarde inteira, indo de um lado para outro, nas diversas ruazinhas do Casabon e Teodósio, tentando achar um endereço que ele considerava muito fácil. O que não era verdade.
Os exemplos que eu citei são muito gerais. Poderia citar também a ocupação das zonas da avenida Eliseu Maciel, bem como o não desprezível desenvolvimento urbano do Loteamento Zona Sul e Armazém Brasil.
Para finalizar, um dado ilustrativo do crescimento populacional em Capão do Leão: 1a. eleição municipal em 1982 - cerca de 4900 eleitores; última eleição municipal em 2012 - quase 16000 eleitores. Em 30 anos, um crescimento de mais de 200%!
domingo, 23 de agosto de 2015
Horto Botânico Irmão Teodoro Luís
Foto da praça e do prédio da administração do Horto em 1985 |
Parte extraída da página Florestas Pampeanas do link: http://florestaspampeanas.blogspot.com.br/2014/06/florestas-pampeanas-ecologia-florestal.html
O Horto Botânico Irmão Teodoro Luis-HBITL-ufpel, é uma Área de Preservação Permanente, regulamentada por portaria Ministerial no ano de 1964, sob responsabilidade técnico-administrativa do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Pelotas-ufpel.
Sua implementação foi planejada e executada pelo botânico Irmão Teodoro Luis, no início da década de 1950, por solicitação do Instituto Agronômico do Sul. Durante o congresso de Botânica, ocorrido em Pelotas/RS em 1972, ao nome do Horto Botânico foi agregado o do Irmão Teodoro Luis, como reconhecimento pelo seu trabalho.
A área do HBITL é constituída por aproximadamente 100 hectares onde estão representados os principais tipos fisionômicos característicos do Bioma Restinga, quais sejam, a mata de Restinga Arenosa, a Mata de Restinga Paludosa, o Campo arenoso seco, o campo arenoso úmido e Banhados, um interno e outro externo a Mata, delimitando o Ecótono borda de mata com banhado em toda sua porção Sul-Sudoeste.
A mata Arenícola do HBITL, com cerca de 8-10 hectares, foi dividida em cinco bosques, delimitados pelo que o Irmão Teodoro Luis denominou de "avenidas". Em cada um dos bosques, foram abertas "picadas" as quais delimitam polígonos. As "avenidas' e "picadas" foram dados nomes de botânicos ilustres.
Atualmente mantém-se a característica dos cinco bosques delimitados por "avenidas" principais, sendo que várias encontram-se em fase de regeneração, com as comunidades vegetais ocupando novamente essas picadas e reagregando os polígonos.
sábado, 22 de agosto de 2015
Doação do terreno à Sociedade Cultural e Esportiva Oito de Outubro
L E I 077/85
AUTORIZA O PODER EXECUTIVO A FAZER
DOAÇÃO DE ÁREAS DE TERRENOS À ASSOCIAÇÃO CULTURAL E ESPORTIVA 8 DE OUTUBRO E DÁ
OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
Elberto
Madruga, Prefeito Municipal do Capão do Leão, Estado do Rio Grande do Sul.
Faço
saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte
L E I
Art. 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a fazer
doação de áreas de terrenos a Associação Cultural e Esportiva 8 de Outubro e
trezentos e trinta metros quadrados ( 330m²), para construção de sua sede
social, conforme as confrontações da planta anexa, que fica fazendo parte desta
Lei e de uma área de oito mil, oitocentos e vinte metros quadrados (8.820m²)
para a instalação de seu campo de futebol, conforme as confrontações da planta anexa
que fica fazendo parte desta Lei.
Art. 2º - As
áreas doadas não poderão ter destinação que não as dispostas por esta Lei, sob
pena de o não cumprimento deste dispositivo implicar na reversão dos terrenos
ao patrimônio público municipal.
Art. 3º - Revogadas
as disposições em contrário, esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação.
GABINETE
DO PREFEITO DO CAPÃO DO LEÃO, em 17 de janeiro de 1985.
ELBERTO
MADRUGA
Prefeito Municipal
Registre-se e Publique-se
Honório Garcia Sinott
Chefe de Gabinete
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
A embarcação "pelota"
Duas definições históricas sobre a embarcação pelota que dá nome à cidade gaúcha de Pelotas e ao rio Pelotas na divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Trecho extraído de: CAMARA, Antonio Alves. Ensaio sobre as construcções navaes indigenas do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1937, p. 226.
"PELOTAS
Pelotas são embarcações improvisadas na ocasião para passarem viajantes nos rios, quer nas cheias quando são rasos, quer no estado normal quando são fundos, e têm peixes, que possam danificá-los."
Trecho extraído de: SIMONSEN, Roberto C. História Econômica do Brasil 1500-1820. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1937, p. 255-256.
"De 1680 a 1880, nas estâncias do sul, desde as vacarias do Mato Grosso até as vacarias do Rio Grande e do Sacramento, cosia-se a existência com tentos de couro. Tetos de macega, ou de Santa Fé, apertados com couro cru, portas e janelas de couro, bancos e cadeiras de couro, botas de couro cru de garrões de animais cavalares sacrificados só para isso, os correames, os arreios, as camas, as pirogas de passar os rios que não davam vau, as quais chamavam de pelotas, segundo atestam hoje os nomes de dois rios — Pelotas — que interceptam a primitiva estrada dos tropeiros e dos guerreiros daqueles recuados tempos, o rio que liga as lagoas Mirim e dos Patos e o rio Uruguai na sua parte mais alta. Faziam os campeiros uma armação de madeira, em forma de semicírculo e bem adaptado a ela secavam o couro de uma rês, que suportava perfeitamente o peso de um homem com os arreios. Atirava o campeiro o seu cavalo ao rio, e preso ao rabo fazia-se rebocar pelo bucéfalo resfolegante até a margem oposta. É fácil de imaginar o espetáculo bárbaro de um exército ou de uma tropa nesse transe. Baús de couro e até obras de arte primorosas de couro cru".
domingo, 16 de agosto de 2015
Dia Nacional do Patrimônio Histórico
Nesta segunda-feira, 17 de Agosto, está sendo comemorado o Dia Nacional do Patrimônio Histórico. A data foi escolhida em homenagem a Rodrigo Melo Franco de Andrade - primeiro presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Capão do Leão, na região sul do estado do Rio Grande do Sul, possui um rico patrimônio histórico pouco explorado e conhecido pois, embora seja um jovem município de apenas 33 anos de autonomia política, enquanto localidade remonta ao século XVIII. O prédio retratado - a Igreja Santa Tecla - foi construída em 1901 e possui uma arquitetura ímpar em sua fachada. Pelo menos, mais de cerca de 50 prédios ou construções em Capão do Leão são mais que centenárias ou até mais que bicentenárias (como o caso da Estância Santa Tecla).
O Instituto Histórico e Geográfico do Capão do Leão fundado em 2012 tem procurado preencher esta necessidade de conhecimento e pesquisa sobre nossa história local e do rico patrimônio histórico e cultural material e imaterial leonense. Para isso, também, sempre contamos com o apoio e a colaboração da comunidade, para que nossos objetivos possam ser cumpridos.
Eu particularmente considero o Capão do Leão, desde sua zona central, com o bairro Teodósio e o Cerro do Estado, até os confins do Pavão e do Passo das Pedras, um grande "museu a céu aberto". Por isso, precisa ser conhecido, preservado e estudado com afinco para que não venha a ser perdido.
"Um povo sem conhecimento de sua história, origem e cultura é como uma árvore sem raízes" - Marcus Garvey
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
Relato raro e importante sobre Capão do Leão no século XIX
Trecho extraído de: MATELOT, Philippe. Traité topographique, vaste, détaillé et des nouvelles sur les lieux, les villages et toponymes du royaume de Portugal, de ses possessions d'outre-mer en Afrique, et l'Empire du Brésil. Paris: Aphonse Muget, 1864.
"CAPÃO DO LEÃO. - Passo na provincia de S. Pedro do Rio Grande a tres legoas da vila de São Francisco de Paola de Pelotas, no caminho de Piratinim. Tão bem denominado hum vale que se estende entre a antiga freguezia do Padre Doutor e o Môrro das Almas, onde se fez em tempo algum cultivo do trigo e hortalisas." (p. 411)
"PADRE DOUTOR. - Freguezia da Vila de Rio Grande de antanho, que se fez oratorio permanente com devoção augusta á N.S. da Conceição. Tão bem denomina um môrro que faz matriz ao dito oratorio." (p. 512)
"PAVÃO. - Serra na provincia de S. Pedro do Rio Grande que se estende junto ao rio de S. Gonsalo, na sua banda occidental." (p. 519)
terça-feira, 11 de agosto de 2015
Uma explicação americana para a origem do nome da Laguna dos Patos
Curiosa interpretação do viajante norte-americano sobre o nome da Laguna dos Patos, quando esteve no Rio Grande do Sul na década de 1930. Não fugiu ao senso comum de quem visita a região lagunar pela primeira vez. De certa forma, seu empirismo foi bastante lógico. A propósito, o nome da laguna (ou lagoa, em tempos idos) "dos patos" deve-se a antiga tribo homônima existente às suas margens.
Trecho extraído de: NASH, Roy. A conquista do Brasil: edição ilustrada. (trad. Moacyr N. Vasconcelos). Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional, 1939, p. 254.
"Desde a saída da barra o "Itajubá" ia navegando pelas águas rasas da lagoa dos Patos; e, ao passarmos por entre os arrozais que debruam o estreito canal, ao norte de Pelotas, descobrimos a origem do nome da lagoa, num bando de patos negros que, em formação irrepreensível, atravessava em direção a Leste. À medida que navegávamos para o Norte, novos bandos de patos selvagens levantavam voo das lagoas, e, como numerosas flotilhas de minúsculos hidroaviões, iam amerissar mais adiante; alvas garças reais, imóveis como pássaros empalhados fincados na lagoa, contemplavam o navio; um bando de colhereiros alçou voo ruidosamente e, ao longe, uma ema — o avestruz sul-americano — trotava displicentemente pelo campo. Sem dúvida, essas cenas desenrolam-se bem longe dos movimentados portos do Rio de Janeiro e de Santos."
domingo, 9 de agosto de 2015
A cidade de Pelotas na visão de um norte-americano na década de 1930
Pelotas na década de 1930. Fonte da imagem: http://www.novomilenio.inf.br/santos/bonden36.htm |
A visão de um norte-americano que visitou a cidade de Pelotas nos anos 30, vindo de trem de Rio Grande. O interessante é que ele estabelece um paralelo entre Pelotas e Rio Grande. Logicamente, seu relato deve ser apreciado com um olhar crítico, sem ser tomado ao pé da letra, afinal era um estrangeiro que chegara a uma terra desconhecida.
Trecho extraído de: NASH, Roy. A conquista do Brasil: edição ilustrada. (trad. Moacyr N. Vasconcelos). Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional, 1939, p. 253.
"Debruçados sobre a amurada do navio e com a visão barrada pela linha interrompida que oferecem os armazéns do Frigorífico Swift, maldizemos o rigor dos funcionários portuários; depois de uma hora em terra, porém, esquecemo-nos da demora. Rio Grande é uma cidade esquálida, pousada sobre uma planície arenosa. Lugar onde ainda existem sarjetas e fossas e onde não parece que haja o desejo de remover nem o lixo e nem a água estagnada. Duas horas são tempo escasso para vermos alguma cousa de interessante, e, por isso, tomamos o trem para Pelotas, ansiosos por deixarmos Rio Grande.
Ah! mas Pelotas é bem diferente! Tem uma população urbana de cerca de 50 mil almas possuídas do desejo de dotar a cidade de tudo quanto há de melhor e mais moderno no mundo. Aí encontram-se bondes chegadinhos de novo dos Estados Unidos e nos quais as funções do condutor e do motorneiro são combinadas de forma a forçar tanto o passageiro que entra como o que sai a passar pelos olhos de uma única "autoridade". Indaga-nos então o nosso cicerone se há cousa melhor em Nova York. Somos forçados a confessar que quando o novaiorquino sobe num elétrico, dois empregados logo lhe gritam — sem nenhuma cortesia — "suba depressa". A cidade abriga ainda um cine-palácio para mil pessoas e no Club Comercial, mobiliado pelo Maple, de Londres, vê-se pela primeira e última vez, no Brasil, essa cousa que tanto maravilha o americano: um prédio com aquecimento central. O nosso tempo é curto, mas, basta para nos convencermos de que Pelotas bem merece o título de "Rainha do Sul!"
sábado, 8 de agosto de 2015
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
Índios minuanos e charruas na região de Rio Grande no século XVIII
Destaquei o pequeno trecho do artigo por fornecer uma visão geral da presença de grupos indígenas minuanos e charruas em nossa região. Devemos lembrar que a Vila de Rio Grande no século XVIII possuía um território considerável e imenso e os deslocamentos portugueses pela região incluíam territórios que hoje incluem, além do próprio município de Rio Grande, Pelotas, Capão do Leão, Piratini, chegando até à Lagoa Mirim. O próprio Capão do Leão fazia parte do chamado distrito do Cerro Pelado da Comandância Militar de Rio Grande.
Trecho extraído de: MIRCO, Carmen Helena Braz & RODRIGUES JÚNIOR, Gonçalo. Toponímia indígena do município de Rio Grande. In: BIBLOS, Rio Grande, v.2, 1987, p. 63.
"No município do Rio Grande, através de pesquisas arqueológicas até agora realizadas se pode constatar que sua ocupação pelo homem ocorreu por volta de 500 anos antes de nossa era. Eram pequenos grupos de caçadores-coletores que ocupavam sazonalmente aterros, barrancos ou dunas próximos aos cursos d'água.
Este grupo caçador-coletor desconhecia a cerâmica e, seus vestígios (material lítico) são encontrados até aproximadamente o início de nossa era. A partir daí as pesquisas revelam o aparecimento de cerâmica entre o grupo de caçadores-coletores. Sua permanência na área é constatada até o início da colonização portuguesa na primeira metade do século XVIII.
A cerâmica deste grupo de caçadores -coletores é classificada como Tradição Vieira. Estes caçadores-coletores viviam em pequenos grupos que se deslocavam continuamente devido ao seu modo de subsistência. O seu sistema econômico desenvolvia-se em um espaço geográfico determinado, sendo a divisão do trabalho baseada no sexo, e a divisão dos recursos alimentares feita através da partilha entre os componentes do grupo. Certamente havia intercâmbio matrimonial entre os diversos bandos locais pertencentes a uma mesma unidade lingüística.
No contato com os grupos horticultores desenvolvem uma agricultura incipiente, adotando também outros traços culturais inclusive elementos da sua cerâmica.
Na época da chegada do europeu na região habitava o grupo denominado Charrua na zona de campo e Minuano nas margens das lagoas dos Patos, Mirim e Mangueira. No entanto não há dados suficientemente esclarecedores para que possamos afirmar que haja um vínculo entre os elementos arqueológicos e históricos.
Os Charruas e Minuanos eram nômades, ferrenhos adversários dos espanhóis e dos índios aldeados, tendo -se aliado aos portugueses auxiliando -os na defesa dos baluartes erigidos para proteger os núcleos recém fundados. Entre eles Rio Grande. Este auxilio aos portugueses já ocorre antes da fundação do Presídio de São Pedro, como se pode perceber na carta de Cristóvão Pereira a Gomes Freire de Andrada, de 8 de novembro de 1736, onde este comunica que já utilizava os préstimos dos índios Minuanos, porém com alguma desconfiança."