
- Sob o emblema do trabalhismo getulista, o Capão do Leão foi marcado politicamente até 1964. Dois partidos tinham representação e influência bastante expressivas: o PSD e o PTB. A UDN era praticamente nula, senão desconhecida. Havia também certos agrupamentos ligados ao PSP.
Os correligionários de ambos os partidos (PSD e PTB) disputavam a cada eleição a simpatia e o voto de cada cidadão. Não se resumia, entretanto, a atividade política às eleições. As pessoas se identificavam ideologicamente com cada um dos dois partidos. Havia debates acalorados nas repartições públicas, nos estabelecimentos comerciais, nas esquinas das ruas. As idéias políticas passavam de pai para filho e as reuniões partidárias e comícios eram concorridos. Imagine um local rural como o Cerro das Almas sediando comícios com um número de 200 a 300 pessoas.
O PTB, entretanto, sempre levou certa vantagem no Capão do Leão frente ao PSD. Afinal, além do ex-vereador Elberto Madruga, reeleito várias vezes em Pelotas, outra personalidade política ligada ao Capão do Leão e ao PTB era o Dr. Vicente Real – vereador por dois mandatos legislativos.
Com o governo Leonel Brizola no Palácio Piratini e seu programa de reformas e ações institucionais ousadas para a época, o PTB em nossa localidade tornou-se de todo dominante. A partir de então, surgiu uma nova figura: o petebista brizolista. Nos galpões do DEPRC no Cerro do Estado, eram poucos os que não se identificavam com o ex-governador gaúcho. Durante a Campanha da Legalidade em 1961, vários brizolistas leonenses estiveram mobilizados, ouvindo pelo rádio o desenrolar dos acontecimentos. Inclusive, alguns estavam dispostos até em pegar em armas, se preciso fosse para defender a Constituição.
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