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História, Genealogia, Opinião, Onomástica e Curiosidades.Capão do Leão/RS. Para informações ou colaborações com o blog: joaquimdias.1980@gmail.com
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terça-feira, 18 de dezembro de 2018
Manifestação nazista em Porto Alegre em 1934
"FESTEJANDO O ANIVERSARIO DE HITLER, NESTA CAPITAL
O Grupo Nacional-Socialista Alemão realizou magnifica reunião em sua séde
A festa que os nacionais-socialistas desta capital efetuaram sabado passado, em regosijo pela passagem de mais um aniversario natalício de Hitler.
A séde do Grupo Nacional-Socialista Alemão desta capital, afluiu grande assistencia. O dr. Neubert produziu notavel oração, pondo em relevo a figura do chefe nazista.
Falaram ainda outros oradores e houve declamações de poemas que agradaram imenso á seléta assistencia.
Procedeu-se, a seguir, á entrega dos distintivos aos socios que ingressaram no Grupo Nacional-Socialista Alemão desta capital, tendo essa cerimonia se efetuado com bastante importancia.
Por ultimo, se focaram vistas, demonstrativas de varios aspectos da vida de Hitler.
A festa findou com um animado baile que se prolongou até as primeiras horas da manhã, num ambiente de fina cordialidade e distinção."
Fonte: A FEDERAÇÃO (RS), 24 de Abril de 1934, pág. 05, col. 02
segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
Imigração Açoriana em Santa Catarina e Rio Grande do Sul
"O século XVIII marcou o arquipélago dos Açores com frequentes crises demográficas, geradas principalmente pela falta de terras cultiváveis. Sendo um conjunto de ilhas vulcânicas o relevo das mesmas mostrava-se extremamente desfavorável à solução deste problema, pois os diversos picos rochosos existentes reduziam drasticamente a área útil para a agricultura. Aliada à geografia acidentada as permanentes disputas pelo domínio dos terrenos alodiais (envolvendo nobres, Igreja e populares) e as práticas de aforamento esboçavam o quadro da propriedade rural nas ilhas durante quase todo o século.
Na era de setecentos, as naturais insuficiências técnicas lesam o alargamento da superfície arável açoriana. Porém, no âmbito fundiário, individualizamos outras questões, nomeadamente de foro jurídico, que geram entraves de maior consideração. (...) Do mesmo modo, o hábito do absenteísmo, que cresce no decurso dos séculos, dificulta o intensivo aproveitamento das terras. Por fim, a proliferação de vínculos também lesa a produtividade, porque obstante ao reinvestimento dos lucros e à circulação da riqueza.
Na metade do século, o crescimento da população transformou a crônica falta de terras em crises de carestia tornando a situação insuportável para muitos. Em 1746, uma representação açoriana solicitava ao rei permissão para emigrar para as possessões de além mar, visando assim aliviar a superpopulação das ilhas. A Coroa Portuguesa permitiu o deslocamento dos súditos ilhéus para o sul da América, mais exatamente para a Ilha do Desterro (atual Florianópolis) e para a região das Missões jesuíticas, recentemente obtida pelo Tratado de Madri (1750). Esta decisão, entretanto, ocultava o real objetivo de Lisboa: a povoação e defesa das regiões meridionais do Brasil, isto é, a garantia de posse do território que Portugal disputava com Espanha. Assim, embora os habitantes dos Açores tenham requerido a transferência, fora a Coroa portuguesa que determinara sua localização e finalidade.
O edital que regulamentava a passagem dos casais açorianos para a Ilha de Santa Catarina data do ano de 1747 e estabelece as condições de migração e as concessões do governo português. O documento esclarece a intenção da Coroa em formar povoados, baseados na pequena propriedade e também quais as vantagens oferecidas aos colonos: ajuda de custo, vestimenta para as crianças, instrumentos agrícolas, ferramentas, farinha, isenção para os homens de servir nas tropas pagas, animais e uma propriedade de terra de um quarto de légua em quadra. Infelizmente para os casais, estas promessas jamais viriam a se concretizar por inteiro e muito menos para todos os açorianos emigrados. O transporte dos primeiros imigrantes para Santa Catarina, iniciado em 1748, desde cedo se revelou bastante penoso, denunciando o abandono pela autoridade real. O primeiro arrematante do direito de transporte dos colonos, Feliciano Velho Oldenberg, mostrara arbitrariedade e violência em seus serviços, tendo recrutado casais à força e incluído indivíduos doentes, aleijados e idosos, além de outros que não se enquadravam nas condições do edital de 1747. A instalação dos ilhéus no território catarinense também divergia das promessas do edital. Os governadores da capitania de Santa Catarina, José da Silva Paes, e seu sucessor, Manoel Escudeiro Ferreira de Souza, mostraram-se despreparados para acolher o contingente de recém-chegados, pois não lhes haviam sido destinados os recursos para tanto. Não se encontravam na Ilha do Desterro nem dinheiro, nem utensílios para aquela gente, e a posse da terra não figurava próxima. De fato, as autoridades sequer mostravam-se capazes de tratar os que chegavam adoecidos de viagem.
Uma parte do contingente migrante, contudo, encontraria especial dificuldade na busca pela estabilidade. Ainda que os casais desembarcados em Santa Catarina desejassem somente sua instalação imediata e acesso à terra prometida, uma fração destes teria de continuar sua movimentação. A assinatura do Tratado de Madri (1750) por Portugal e Espanha descortinava os intentos da Coroa lusa. Uma vez trocada a Colônia do Sacramento pela região das Missões jesuíticas a leste do Rio Uruguai, Portugal pretendia garantir a posse do novo território missioneiro com esses casais assegurando o controle do mesmo através do princípio do uti possidetis. Para além da ocupação imediata, os povoados criariam um cordão defensivo contra as investidas espanholas; assim a estratégia portuguesa resguardava as estâncias de gado, principal atividade econômica da região, ao mesmo tempo em que ampliava sua área de controle na região platina.
Portugal empreendia um avanço importante para o controle do extremo sul da América. Entretanto, ainda que bem estruturado, seu projeto acabaria frustrado. Ao efetuar a troca de territórios, Portugal e Espanha não contavam com a falta de controle efetio sobre os mesmos. Desafiando a decisão tomada pelas Coroas ibéricas, os índios reduidos nas Missões decidem não acatar a ordem de retirada, preferindo lutar por suas moradias. Tal insubordinação levará os dois reinos a se aliarem para a destruição dos indígenas insurretos. A eclosão das Guerras Guaraníticas, de 1753 a 1756, impede os açorianos de transportarem-se para o terreno disputado e este fato terá importante repercussão em seu estabelecimento no território e sociedade rio-grandenses.
Os colonos açorianos vinham de Santa Catarina em barcos até a vila de Rio Grande onde, a partir de 1752, começaram a instalar-se. Entretanto, o projeto metropolitano não visava alocá-los nesta povoação obrigando-os a seguir para as Missões. A guerra contra os índios guaranis e a indefinição na execução da demarcação do Tratado de Madri impede a travessia e termina por colocar os açorianos em uma instável posição de espera. A demora fez com que muitos começassem a se estabelecer nos locais onde se encontravam, mesmo que não fossem os pretendidos pela Coroa. Para entender a distribuição geográfica dos açorianos, portanto, é preciso analisar sua frustrada tentativa de alcançar as Missões, pois os mesmos acabaram alojando-se nas povoações ao longo do caminho. Os trajetos seguidos pelos açorianos para alcançar as Missões eram basicamente dois e a partir deles podemos encontrar a localização geográfica dos casais estabelecidos no Rio Grande do Sul.
Quando da vinda para Rio Grande do governador do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade, a fim de estabelecer os limites do Tratado de Madri, muitos dos homens dos casais açorianos foram obrigados a segui-lo na expedição demarcadora, indo por dentro da campanha até as Missões. Como foi comentado, o ataque dos índios missioneiros impediu a entrada nesse território, fazendo com que governador, expedição e ilhéus tivessem de recuar até o forte de Rio Pardo, que acabara de ser construído. Muitos açorianos chegaram a Rio Pardo desta forma e uma quantidade ainda maior permaneceu em Rio Grande, uma vez que a operação de transporte não se efetuou totalmente. outra fração dos casais deveria ser conduzida para as Missões através de uma segunda rota. A partir de Rio Grande seguiam até a freguesia de Viamão, atravessando a Lagoa dos Patos em barcaças. Em Viamão, alojavam-se nas margens do lago Guaíba esperando o transporte fluvial rio Jacuí acima. Subindo o Jacuí, com escala no armazém militar de Santo Amaro, deveriam prosseguir até Rio Pardo. Esta rota explica o porquê de encontrarmos grupos de açorianos espalhados ao longo do lago Guaíba e rio Jacuí e muitos são os exemplos:
vieram por casal de El Rey para a ilha de Santa Catarina aonde assistiu pouco tempo porque logo se embarcara para a vila do Rio Grande aonde assistiu um ano (...) porque logo vieram embarcados para o porto dos casais deste Viamão e daí foram para Santo Amaro aonde está assistindo na companhia do dito seu pai...
A conjuntura de guerra e a precariedade dos transportes fizeram com que grandes intervalos de tempo passassem na espera de um ponto para outro e muitos dos ilhéus preferiam abrir mão da jornada por um estabelecimento imediato. Em Viamão muitos optaram por deixar a margem do Guaíba e dirigir-se para junto da capela no centro da freguesia. Deteremo-nos neste grupo com mais atenção, acompanhando sua busca por inserção em uma sociedade já existente, ainda que em construção."
Fonte: COMISSOLI, Adriano. Do Arquipélago ao Continente: estratégias de sobrevivência e ascensão social na inserção açoriana nos campos de Viamão. In: Aedos, Porto Alegre/RS, v.02, n.03, 2009, pág. 74-78.
domingo, 16 de dezembro de 2018
A Picada Colonial
"No que tange à origem dos núcleos coloniais de Puerto Rico e São Leopoldo, encontrou-se, entre os imigrantes pioneiros de ambos os espaços, uma semelhança referente à sua organização social denominada de Picada. Uma possível definição para Picada pode ser encontrada em Martin Dreher. Para o autor,
a picada é a forma básica de penetração na floresta subtropical, na qual se busca abriu com os instrumentos disponíveis vias, ao longo das quais vão sendo instalados imigrantes, em lotes que lhes são designados. Na demarcação dos lotes, obedeciam-se critérios de natureza topográfica. Numa das extremidades, o rio ou seu afluente servia de limite. O lote estendia-se encosta acima até encontrar-se com outro que subia de outro vale. Nos topos dos morros ficava localizada a linha, picada ou travessia. A geografia determinava, assim, o tamanho de cada uma das comunidades humanas que se estabeleciam.
Esta forma de organização fora muito utilizada pelos imigrantes em função do difícil manejo da floresta. Os lotes que lhes eram destinados normalmente estavam rodeados pela mata nativa, a qual se constituía em um empecilho para a rápida e urgente fixação das famílias imigrantes. A Picada, caracterizada por uma via (estrada) única central onde às suas margens se localizavam os lotes coloniais, permitiu a derrubada da floresta e o fortalecimento dos laços entre os novos moradores. Junto à Picada, desenvolveu-se a comunidade local, onde a troca de conhecimentos foi vital para a sua sobrevivência. Ali, teve início um pequeno comércio (vendas), possibilitado pelo excedente agrícola, o que passou a ser o início de um ciclo comercial tanto para Puerto Rico quanto para São Leopoldo. Em relação aos pioneiros, primeiros ocupantes das Picadas, Eduardo Relly entende que eles 'trouxeram ao Brasil a dimensão da experiência social europeia baseada na longa cultura de gestão dos commons, amplamente solidificada em torno do capital social, autonomia política e institucional, e sentido comunitário'. "
Fonte: WITT, Marcos Antônio & BLUME, Wellington Augusto. Organização social e mobilidade espacial: estudo sobre imigrantes alemães e descendentes no Brasil e Argentina. In: Ágora, Santa Cruz do Sul/RS, v.16, n.01, jul./dez.2014, pág. 101-102.
sábado, 15 de dezembro de 2018
As águas santas de Santa Maria da Boca do Monte
"Lê-se no 'Diario do Rio Grande' de 16, 17 e 20 de outubro:
As aguas santas
'Tamanhas virtudes se tem contado por ahi das aguas que em Santa Maria da Bocca do Monte descobrira um Padre da Companhia de Jesus, que força he occuparmo-nos tambem d'esse assumpto, aliás de importantissima transcendencia para a sociedade.
Effeitos tão assombrosos attribuiram-se desde o principio a essas aguas, que fomos nós tambem um d'aquelles que duvidaram da sua efficacia, e com elles chegamos a crer que tudo não passava de uma fabula ou superstição.
Embora soubessemos da veneração com que diversas povoações era acolhido o Revmo. Monge; embora nos assegurassem que até em Pelotas o Povo lhe sahira ao encontro para beijar-lhe as vestes e o cajado; tudo pensavamos nós que era um excesso de religiosidade.
Hoje, porém, taes testemunhas das miraculosas virtudes das aguas santas, que consideramos um dever proclamar com todo o affinco a sua indisputavel bondade e efficacia para todas as molestias nervosas, syphiliticas, etc.
Ha poucos dias, lemos a respeito d'ellas o seguinte, n'uma carta datada de Alegrete a 30 de agosto, e escripta por pessoas competente:
'Por aqui nada ha de notavel, alem das prodigiosas curas operadas pelas aguas denominadas do Monge, em Santa Maria da Bocca do Monte, simplesmente bebidas, ou em banhos.
'Ja não precisamos, portanto, do assacú do Pará, tão recommendado pelo Governo: a agua pura do Rio Grande apresenta maiores e mais completos resultados na cura do mal de S. Lazaro. Nico Nery Subtil (Paulista) foi para as aguas em figura monstruosa, eu o vi; e está bom, apenas com umas pequenas feridas abaixo dos joelhos.
'Ethicos já quasi seccos tem voltado em estado perfeito.
'Para as molestias de olhos he impossivel que haja remedio mais decisivo; e emquanto ás que procedem do venereo, isso he um, como lá dizem, logo-logo.
'Rheumatismos, chagas antigas, paralysias, tudo cura a fonte das aguas santas!...
'Estou com receio que V. me não creia; por isso só lhe direi que o cunhado de um sujeito que mora junto á Capella dos Ladrões, ha muitos annos que vivia sem se podêr mecher e todo gotoso; talvez que por ahi appareça; elle o convencerá do que levo dito. Lá mais perto de V. está o Sr. Zeferino Fagundes; ouça-o tambem."
Fonte: CORREIO DA TARDE (RJ), 03 de Novembro de 1848, pág. 03, col. 01
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
Amador Bueno da Ribeira
"Fazendeiro natural de São Paulo (SP), nascido provavelmente em 1584. Governador da Capitania de São Vicente, constituiu-se na figura central de um dos mais pitorescos episódios da História do Brasil: quando em 1640 Portugal se libertou do domínio espanhol, vários elementos da população paulista, sobretudo espanhóis, resolveram aclamá-lo rei, proclamando simultaneamente a independência de São Paulo como reino. Amador Bueno recusou-se a concordar com a ideia de ser rei (Rei de São Paulo) e refugiou-se no Mosteiro de São Bento. Entretanto, ali o foram buscar, razão por que teve de fugir para Santos."
Fonte: Dicionário Cívico-Histórico Brasileiro, 1980.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
Pelotas em 1952
"Pelotas é uma das mais promissôras e progressistas cidades do Rio Grande do Sul. Seu comércio e suas indústrias são dos mais movimentados do país, sendo inúmeros os estabelecimentos que ornamentam suas ruas principais, onde se nota desusado movimento. A moderna arquitetura nacional é marcante nos novos prédios comerciais e residências pelotenses, parecendo ao visitante que a cidade veste novas roupagens a cada instante. Inúmeros são os edifícios que ali estão sendo agora erigidos, dotados de todo o conforto moderno. Há, evidente, um surto de progresso acentuado na grande cidade situada ao sul do país.
A Camara Municipal que conta com dezenove vereadores, tem à sua frente a figura de um nome de merecido destaque na medicina: Dr. Alvaro Silveira Barcelos. Também a Prefeitura local está confiada a um médico de nomeada, verdadeiro sacerdote da medicina - Dr. Mário David Meneghetti, que tem como vice-prefeito outro médico - o Dr. Oscar da Cunha Echenique. Estão, portanto, à frente dos destinos municipais de Pelotas três nomes de relevo. Em visita à cidade de Pelotas, tivemos oportunidade de ouvir o Prefeito Dr. Mário Meneghetti, que se prontificou a fornecer-nos dados interessantíssimos sôbre a vida pelotense.
Relativamente à situação financeira, disse-nos o Dr. Meneghetti que a Prefeitura está com seu orçamento equilibrado, não havendo 'deficit'. A arrecadação e a despesa estão fixados em quarenta e cinco milhões. Os principais problemas que estão sendo devidamente estudados são o de transporte e o da moradia popular. É pensamento da Prefeitura estabelecer a livre concorrência para resolver o problema do transporte - constituído de bondes, ônibus e lotações. Havendo maior número de meios de transporte, estará praticamente resolvido o problema de preço, já que, presentemente, existe apenas um concessionário. No que concerne à moradia para o trabalhador, o atual Govêrno da cidade lançará mão de terrenos pertencentes à Prefeitura, os quais serão loteados e após dotados de água, luz e esgoto, serão vendidos a longo prazo. É ainda pensamento da Prefeitura efetuar um empréstimo a fim de, por sua própria conta, construir as moradias populares, que serão pagas pelos trabalhadores no prazo de dez anos.
Constatando dados, informou o Pref. Dr. Meneghetti que a Prefeitura de Pelotas tem renda superior a diversos Estados da União. Contando com uma população de cento e dez mil habitantes, sendo setenta mil na zona urbana e quarenta mil na zona rural. Pelotas é o maior produtor de ervilhas do Brasil, além de suas grandes plantações de batatas, cebolas e arrôs [sic].
Respondendo a uma indagação do reporter, esclarece o nosso entrevistado a iniciativa do Govêrno local de fixar o homem ao campo. Para tanto, foram substituídos os antigos sub-prefeitos por técnicos rurais e engenheiros agronomos, os quais por ocasião da posse assinaram o compromisso, sob pena de perda do cargo, de não exercerem qualquer atividade político-partidária. A função confiada aos novos sub-prefeitos é exatamente a e prestar assistência ao agricultor, fornecendo-lhes sementes, auxiliando-os no combate às pragas da lavoura e incentivando os colonos o espírito cooperativista. Já existem mesmo diversos centros de cooperativismo em funcionamento, de acôrdo com as normas estabelecidas pela Secretaria de Agricultura do Estado e o Ministério da Agricultura.
No que se refere ao funcionalismo municipal, o critério adotado pela nova administração é o de reduzir o seu número ao estrictamente necessário a fim de que possam ser aumentados nos seus vencimentos os que permanecerem em seus cargos. A partir de 15 de janeiro último foi adotado o horário de oito horas de serviço diário. Também a parte hidráulica da cidade mereceu cuidados especiais, tendo o escritório técnico Saturnino de Brito realizado a ampliação com uma nova barragem aumentando o reservatório. Dessa forma, foi considerável o fornecimento de água a toda a cidade. Tais obras orçaram por vinte milhões de cruzeiros. O fornecimento de luz e energia elétrica foi também melhorado com a construção de uma usina de emergência, realizada pelo Estado e que funcionará anexa à instalação da Usina de Candiota, que virá a resolver definitivamente o problema de energia no sul do Estado. O pôrto de Pelotas que se achava em ruínas, está sendo agora totalmente reconstruído pelo Govêrno do Estado, a fim de melhor atender as suas necessidades. Espera-se a conclusão das obras dentro de três anos, tendo sido seu custo orçado em trinta milhões de cruzeiros.
Como se vê, Pelotas prepara-se ativamente para melhores dias, graças a clarividência e operosidade de seus atuais dirigentes, empenhados no cumprimento da alta missão que lhes foi confiada. O trabalho dos administradores de Pelotas, e principalmente de seu ilustre Prefeito, vale como uma afirmação do acerto da escolha de seus nomes."
Fonte: A ILLUSTRAÇÃO BRASILEIRA (RJ), edição 203, ano 1952, pág. 44.
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