terça-feira, 27 de setembro de 2011

Enquete Eleições 2012

 
Com a proximidade das eleições municipais de 2012, já começam a surgir uma lista de prováveis candidatos e coligações para o pleito vindouro. Há uma lista de possíveis "prefeituráveis" que políticos, lideranças públicas, comunitárias e religiosas e a comunidade já comenta. De modo muito informal, convido os visitantes do blog a votarem na enquete ao lado. Lembro que não há possibilidade de manipulação, pois a plataforma do Blogger só permite um voto por IP, isto é, um voto por computador. O interesse e a proposta desta enquete são sociológicos. Permite-me apresentar tal proposta a média de visitantes on-line/mês do blog que tem sido bem considerável desde que instalei o contador de visitas. A lista não segue a lógica um candidato/um partido, mas elenca uma série de nomes que são comentados e colocados como potenciais concorrentes ao Paço Municipal. Em alguns casos, há mais de um por partido. E e bom esclarecer, são nomes todos supostos concorrentes, não significando que são oficialmente candidatos. Fiquem livres para opinar. No caso da opção "Outro", poste seu comentário no final desta postagem.
Em janeiro de 2012, quero divulgar os resultados.
Agradeço a colaboração!

sábado, 3 de setembro de 2011

A Origem dos Sobrenomes listados por Marcos Hallal dos Anjos

Particularmente, tenho me dedicado já há algum tempo em aprofundar a pesquisa sobre a existência da Colônia Dom Pedro II, formado por ingleses e irlandeses em 1851-1852 na região de Pelotas. Creio, sinceramente, que a mesma situava-se senão inteiramente, ao menos 80% de sua área no atual território do município de Capão do Leão. Aguardo um material da Irlanda que deve esclarecer alguns pontos sobre o assunto. A existência da colônia foi abordada brilhantemente pelo historiador Marcos Hallal dos Anjos (Breves Notas sobre a Colônia D. Pedro II). Desde junho, já tinha concluído um trabalho de pesquisa sobre os sobrenomes listados na dita colônia e sua origem e o ponho à disposição. Certamente, é apenas um pequeno esboço, que pode ser melhorado, mas que assegura que a maioria dos colonos eram irlandeses de facto, ou mesmo de famílias que já viviam na Irlanda há séculos. Segundo consta em documentos da Irish Historical Society, os colonos irlandeses que vieram para nossa região eram procedentes da baronia de Forth, Condado de Wexford, sudeste da Irlanda. Possuo as fontes também a quem interessar possa.
Eis a lista:
1. Helly: tem como variante Kelly, procedência irlandesa, significado “donzela”.
2. Lacy: sobrenome normando, da cidade de Lassy (França); a família Lacy esteve com Guilherme, o Conquistador quando este invadiu a Inglaterra em 1066. Em 1172, membros da família Lacy estiveram presentes na invasão inglesa da Irlanda.
3.Frias: sobrenome proveniente da Aldeia de Frías, Castela-a-Velha, Espanha. Membros da família se estabeleceram na Irlanda e Inglaterra no século XIV.
4. Forlong: variante Furlong, procedência do leste da Irlanda, significa “sulco longo”.
5.Bridget: procedência galesa, forma moderna do patronímico “Ap-Richard” do original em língua céltico-britônica que significa “filho de Richard”. Migração de membros da família para a Irlanda no século XVIII.
6.Newcomb: sobrenome anglo-saxônico significa “recém-chegado”, “forasteiro” ou ainda “bem-vindo”. Família presente na lista de colonos ingleses que se estabelecem na Irlanda durante o reinado de Elizabeth I.
7.Ward: sobrenome normando, do original “varde”, significa “guarda”. Outra família que migrou junto com Guilherme, o Conquistador.
8.Jeffars: variante Jeffers, patronímico de origem galesa do século XIV, significa “filho de Geoffrey”.
9.  Ellis: sobrenome anglo-saxão da Alta Idade Média, significa “filho de Ellis”.
10.Doyle: sobrenome gaélico-irlandês, do original “O’Dubhgaill”, procedente de Idrone, província de Leinster, Irlanda.
11.Brown: sobrenome comum nas Ilhas da Grã-Bretanha, Irlanda, norte da França e algumas regiões litorâneas escandinavas, simplesmente significando “marrom”. A primeira menção à família, de acordo com a British House of Names aparece em Cumberland, Inglaterra, no século XI, entretanto, como o termo é extremamente genérico e pode se referir à cor dos olhos, dos cabelos, da pele ou mesmo uma característica aleatória, é provável que a linhagens de outras famílias “Brown”, tenham origens completamente diferentes.
12. Walsh: variante Welsh, significa “galês”. Entretanto, a linhagem irlandesa da família Walsh indica ter origem distinta: quando Phillip Brenagh, nobre inglês, desembarcou no Condado de Kilkenny, na Irlanda em 1170, ficou alcunhado pelos nativos como “Phillip The Welshman”, isto é, “Phillip O Galês”, tendo incorporado o apelido à linhagem parental.
13.Bent: origem anglo-saxônica, do termo arcaico “beonet”, que significa “planície gramada”. Origem provável: os condados de Chesire e Lancashire, Inglaterra, século XI.
14.Cornich: variantes Cornish, Cornishe, Corniss, Cornise, Carnish, Corniche e Cornick; o sobrenome era aplicado a migrantes da região de Cornwall (Cornualha, sul da Inglaterra) que se estabeleciam em outras regiões do Arquipélago Britânico. Seu significado provém da antiga tribo dos córnicos (descrita pelos romanos). Provavelmente, há várias linhagens diferentes oriundas ao longo de toda Idade Média.
15.Day: sobrenome irlandês, do original “O’Deaghaid”, passando a “O’Dea”, até a versão moderna.  Procede do Condado de Clare, oeste da Irlanda, do século XII.
16.Flanagan: sobrenome irlandês, do original gaélico “O’Flannagain”, cujo significado é “avermelhado” ou ainda “de faces coradas”. Procede do Condado de Fermanagh, hoje pertencente ao território da Irlanda do Norte.
17.Sinot:origem incerta, com inúmeras variantes, a mais comum Sinott. Família tradicional do Condado de Wexford, Irlanda, onde tal de David Sinott chegou a ocupar o cargo de “governor” no século XVII. Sobrenome teria surgido da contração/abreviatura de “sign of little swan”, isto é, tradução correta “sinal (domínio) do pequeno cisne”. Referência à Ilha do Pequeno Cisne que fica no litoral sudeste da Irlanda.
18.Whitty: variante Witty, significado “inteligente, esperto”. Origem do século XI, em Berwickshire, Inglaterra. Todavia, o termo “Whitty” é a forma irlandesa para o termo original do inglês.
19.Flarty: do original Flaherty (sobrenome irlandês), do gaélico “O’Flaithbheartaigh”, cujo significado é “chefe brilhante” – o adjetivo brilhante não é moral neste caso, mas refere-se à cor dos cabelos. Procedência: distrito de Connemara, Condado de Galway, oeste da Irlanda.
20.Hayse: variantes Hayes, Hays; procede de Sussex, Inglaterra. Do termo original anglo-saxônico “haye” que significa aproximadamente “rancho, chácara”.
21.Monk: variantes Monck, Monks, Moncks, Monkes; provável procedência do nobre normando conhecido apenas como “Le Moyne” (O Monge) que esteve com Guilherme, o Conquistador em 1066, na Batalha de Hastings. O dito personagem histórico teria estabelecido no Solar de Potheridge, perto de Devon, Inglaterra.
22.Quigley: sobrenome irlandês, do gaélico “O’Coigligh”, derivado do arcaico “coigeal” que significa “cabelo despenteado”. Procedência: Condado de Mayo, noroeste da Irlanda.
23.Wynn: variantes Wyn, Wynne, Gwynn, Gwynne, Gwinne; sobrenome galês procedente de Carnavonshire. O termo original “gwynn” tende a significar “branco”.
24.Kerwin: sobrenome irlandês, do gaélico “O’Ciardhubhain”, junção das palavras arcarcar “ciar” (amigo) e dubh (preto). Originário do Condado de Galway, oeste da Irlanda.
25.Whyte: um dos mais antigos sobrenomes conhecidos do Arquipélago Britânico e que possui, seguramente, mais de uma centena de origens diferentes, a maioria desconhecida, além de mais de uma vintena de variantes. Deriva do britônico “huita” (branco), desembocando, após inúmeras variações na palavra inglesa “white”. Já consta no Cartolarium Saxonica de 925.Como os sobrenomes medievais derivavam, várias vezes, de apelidos, “branco” era o mesmo que alguém chamar um sujeito de “alemão” em nossos dias.
26.Cullen: sobrenome irlandês com inúmeras variantes, do gaélico “O’Cuillin”, do arcaico “cuillean” que significa “azevinho”. Provável origem: Condado de Wicklow, leste da Irlanda. Entretanto, há uma cidade de nome Cullen no Condado de Cork, no sul da Irlanda.
27.Edwards: patronímico de origem galesa que significa “filho de Edward”. Aparece pela 1ª. vez em Oswetry Castle, Denbighshire, em 1172.
28. Murphy: sobrenome irlandês, do gaélico “O’Murchada”, do arcaico “murchadh” que significa “guerreiro do mar”. Surge no Condado de Wexford, sudeste da Irlanda.
29.Ravel/Revel: sobrenome francês, originário do Languedoc, do occitânio “gravel” que significa “cascalho”. Outra origem atribuída é a aldeia de Ravel, no departamento de Puy-de-Dôme, na Alta Lorena, cuja origem etimológica viria do língua lorena “ravelin” (fortificação avançada). Os Ravel da França originaram as linhagens italianas dos Ravelli, Revello e Revelli e a linhagem alemã dos Rewell.
30.Carpinter: variante e termo mais correto Carpenter; sobrenome anglicanizado do francês “Carpentier” (carpinteiro). Um dos nobres que estiveram com Guilherme, o Conquistador na Batalha de Hastings, em 1066.
31.Brien: sobrenome irlandês, variante de Brian ou Bryan, do gaélico”O’Brian”, cujo significado é “filho de Brian”. Aparece inicialmente no Condado de Clare, oeste da Irlanda, em 1014.
32.Spencer: sobrenome anglicanizado do termo francês “despensier” (almoxarife, despenseiro ou mesmo mordomo). Outra família que se estabelece na Inglaterra com Guilherme, o Conquistador. Inicialmente, a família aparece em Leicestershire, Inglaterra.
33.Asper: originalmente é uma aldeia medieval de mesmo nome, localizada no Condado de Akershus, Noruega. Entretanto, parte da família Asper migrou para Teilengen, no sul dos Países Baixos, ainda no final da Idade Média, onde se converteram em importantes nobres. Parte desta linhagem teria migrado com Guilherme de Orange, em 1689, quando ocorreu a Revolução Gloriosa na Inglaterra. Significado do nome é “áspero, duro”.
34.Cleury: Cleuri é uma cidade francesa, situada no departamento de Vosges, na região da Lorena, cujo significado do nome provém do arcaico francês e indica “claridade”. Todavia, no século XVI, já consta na Escócia uma linhagem familiar de sobrenome “Mac Cleury” – provavelmente forma adaptada para um ancestral francês proveniente daquela localidade. Mais tarde, os “Mac Cleury” se converterão em variantes como “MaCleury”, “Macleurry” ou simplesmente “Cleurry”, “Cleury” ou “Klerry”. O sobrenome Cleury só existe na forma anglicanizada.
35. Cogley: variante de Quigley, inclusive o brasão de armas é o mesmo.
36.Comeford: aldeia inglesa de Staffordshire. Partes da família se estabelecem nos condados irlandeses de Wexford e Kilkenny em 1172, tornando-se ricos proprietários de terra.
37.Connor: sobrenome irlandês do original gaélico “O’Connor”, do arcaico “O’Conchobair”, isto é, “filho de Conchobar”. Conchobar foi um personagem histórico, rei de Connacht, no oeste da Irlanda, no século X. O fato de este ser um sobrenome comum na Irlanda, talvez se deva ao fato de que toda a população sobre seu domínio tenha adotado o patronímico por causa da fama de seu governante.
38.Kenny: sobrenome irlandês do gaélico “O’Coinnigh”, que significa “filho do mantenedor”. Na Idade Média, o título de “mantenedor” era dado a cavaleiros/guerreiros que se mantiam durante muito tempo como detentores do “troféu” de um torneio (justa). Outra origem suposta é que o título de “mantenedor” era dado a um leigo que garantia a segurança de um mosteiro. Aparece inicialmente no Condado de Kilkenny, leste da Irlanda.
39.Oneil: termo correto e mais comum “O’Neill”; sobrenome irlandês do gaélico “O”Néill”, do arcaico “Niall” que significa “campeão”. Aparece inicialmente nos condados de Tyrone (Irlanda do Norte), Clare (oeste da Irlanda) e Limerick (centro-sul da Irlanda).
40. Parle: forma irlandesa para o termo original “Barley” – cidade inglesa de Lancashire, que data de 1266. Entretanto, os Parle do Condado de Wexford, Irlanda, são originários da França e se estabeleceram antes do século XVII e, segundo consta, seriam três irmãos marinheiros que se estabeleceram em Carnsore Point.
41.Smith: na definição dos genealogistas é um sobrenome poligenético(aparece em inúmeros lugares e adotado por inúmeras famílias de forma independente), já que quer dizer simplesmente “ferreiro”. É o sobrenome mais comum da língua inglesa em todo o mundo.
42.Staford: o nobre normando Robert de Toeni, guerreiro de Guilherme, o Conquistador, construiu um castelo em Stafford, no condado de Stafforshire, em 1086. Após passar a habitar o castelo, incorporou o Stafford como sobrenome.
43.Megrun: sobrenome de origem islandesa cujo significado é “magro”. Sem informações genealógicas além da própria Islândia.
44.Bird: outro exemplo de sobrenome poligenético, cujo significado é “pássaro”. O termo pode derivar da expressão inglesa “birdkeeper” – guardador ou criador de pássaros, ofício muito comum na Grã-Bretanha medieval. Aparece inicialmente em Chesire, no século XI.
45.Shil: a variante Shill é a mais correta. Deriva do chefe saxão Scealda que invadiu a área da atual Staffordshire, no século VI. A linhagem irlandesa dos Shill decorre da invasão inglesa à ilha no século XII.
46.Austin: contração do original “Augustine”, provavelmente um patronímico. Aparece inicialmente em Bedfordshire, no século XI.
47.Bryan: variante de Brien.
48.Hogan: sobrenome irlandês, do gaélico “O’Hógáin”, do arcaico “og” que significa jovem. Aparece inicialmente no Condado de Tipperary (centro-sul da Irlanda), em 1281.
49.Quinen: sobrenome irlandês, do gaélico “O’Cuanain”, do arcaico “cuinin” que significa coelho. Aparece inicialmente no Condado de Tipperary (centro-sul da Irlanda), em 1161.
50.Cauch: sobrenome flamengo anglicanizado por volta do século XIV, aparecendo inicialmente em Oxfordshire, significa camada.
51.Sumers: patronímico inglês que significa “filho de Summer”; aparece inicialmente em Worcestershire, no século XI.
52.Coughlin: sobrenome irlandês, do gaélico “O’Cochlain”, com significado arcaico próximo a “tossidor ou homem com tosses”; originário da região de Munster no sul da Irlanda, que compreende os condados de Clare, Cork, Kerry, Limerick, Tipperary e Waterford.
53. Deverich: sobrenome com várias mudanças no decorrer dos séculos. Inicialmente, é um das famílias nobres que acompanham Guilherme, o Conquistador (1066): conhecida simplesmente como De Evreux (Evreux é um cidade francesa da Normandia). Há a contração para Devreux, posteriormente Deverel e, ainda no final da Idade Média, linhagens da família são anglicanizadas surgindo Deverick (norte da Inglaterra e Escócia) e Deverich (Irlanda). Com a Guerra dos Trinta Anos, no século XVII, surge outra linhagem que se estabelece na Croácia: Deverić.
54.Donovan: sobrenome irlandês, do gaélico “O’Donnabhain”, da junção do arcaicos “donn” e “dubh”, significa “marrom escuro”.
55.Duyer: variante correta Dwyer; sobrenome irlandês, do gaélico “O’Duibhir”, do arcaico “odhar” que significa “pardo”.
56.Ennis: sobrenome irlandês, cujo significado é “ilha”. Também corresponde a uma cidade do Condado de Clare, no oeste da Irlanda.
57.MacCab: origem incerta, pode tanto designer um clã escocês, como a forma anglicanizada para Macabeu.
58.Power: sobrenome irlandês derivado da língua franca antiga do termo “povre”, esta por sua vez do latim “pauper”. Em todas as situações o significado é “pobre”. Sobrenome poligenético.
59.Toahy: variante Toahey, Tuohy (forma original); sobrenome irlandês do gaélico “O’Thuathaigh”, do arcaico “thuatha” que significa “do campo” ou “campo”.
60.Barry: sobrenome escocês, do gaélico “borrach” que significa “colina gramada”.
61.Myeler: variante correta Miley, do gaélico “O’Maolmhuaidh”, do arcaico “muadh” que significa “nobre”.
62.Blake: sobrenome irlandês, do gaélico “O’Blathmhaic”, do arcaico “blath” cujo significado restrito é “flor”, mas em sentido amplo pode ser entendido também como “fama, prosperidade”.
63.Yates: sobrenome inglês, de Gloucestershire, cujo significado é “porteiro”. Data do século XI.
64.Renwich: variante Renwick (termo correto); designa um tipo de árvore da Inglaterra. Sobrenome aparece inicialmente em Cumberland, no século X.
65.Burges: sobrenome poligenético, dado que o termo significa “burguês” – isto é, habitante do burgo. Pode ser também uma anglicanização de toponímicos como Burgos (Espanha), Burges (França), Bruges (Bélgica), etc.
66.Shean: sobrenome irlandês, do gaélico “O’Siodhachain”, do arcaico “siodhach” que significa “serenidade”. Aparece inicialmente no Condado de Limerick (centro-sul da Irlanda).
67.Folly: sobrenome inglês, porém poligenético quanto à origem exata, pois o significado é “vaidoso”. Aparece inicialmente em Contentin, Normandia Ocidental, no século XI. Registra-se, na mesma época, no Condado de Offaly.

domingo, 28 de agosto de 2011

Histórias Curiosas XIV

Existe um corredor que liga a Capela da Buena ao Canto Grande, isto é, zona "bem" rural e afastada de Capão do Leão. Havia uns anos atrás um bolicho, destes a beira de estrada, naquela região, onde os trabalhadores rurais e agricultores costumavam se reunir nos finais de tarde para tomar a sua "branquinha" e "mentirem um pouco um para o outro". O lugar era simples, com algumas linguiças defumadas dependuradas, pacotes de fraldas  plásticas presos em cordinhas de nylon, bebidas agrupadas na parede, bem no alto, numa prateleira em destaque. O vendeiro se defendia e, pelo que sei, não era nada além daquilo mesmo que ele almejava ali. Talvez fosse agricultor também, mas isso não vem ao caso.
O bolicho era no meio do pampa - campo de um lado, campo de outro, umas arvorezinhas na frente e a estrada. Porém acontecera um causo inusitado que muitos lembram no tal bolicho, lá pelos idos do início da década de 90.
Não é que apareceram dois assaltantes e fizeram uma limpa no caixa do vendeiro. Poucos cruzeiros e mais uns pacotes de bolachas e aproveitaram também para surrupiar os cobres minguados que haviam nos bolsos dos clientes que estavam no bolicho. Um tinha um revólver calibre 38, o outro um 22. Talvez, por pena, deixaram  de abordar um "pobre velhinho", já visivelmente ébrio, que estava encostado num banco (um caixote de madeira adaptado, na verdade) e olhava o desenrolar do assalto em "profunda serenidade". Saíram em disparada num Corcel "Um", cor caramelo. Não eram daqui seguramente e, com certeza, eram aquilo que as próprias vítimas denominaram "ladrões chinelos" - pois talvez tivessem tido mais lucro roubando reses de uma propriedade, do que eles mesmos que viviam sempre com poucos cruzeiros no bolso, ou  no caixa do próprio vendeiro.
Ah...e o "pobre velhinho", o que tem haver com a estória? Simples: sujo, de sandálias gastas, com cigarro  de papel no canto da boca, camisa de malha desbotada, não poderia inspirar nenhum outro tipo de impressão a não ser o de piedade. Como ainda ficou quieto o tempo todo, encaixava-se no típico perfil de "pobre coitado". Só não sabiam os assaltantes, que o "pobre velhinho" era um dos maiores proprietários de terra da região, com vários hectares em diferentes sítios e fazendas, e um dos maiores criadores de ovinos corriedale do Brasil!


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

APAE Capão do Leão




O projeto é maravilhoso. A Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Capão do Leão realiza atividades das mais diversas que merecem ser elogiadas e conhecidas. Visite o link: http://apae-capaodoleao.blogspot.com/Conheça, opine, participe, deixe seu comentário. A equipe APAE Capão do Leão com certeza vai ficar muito feliz com sua visita ao blog!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Capela Santa Luzia em 1960

 Dos arquivos da Administração da SUPRG/Cerro do Estado: foto de um casamento de moradores locais na Capela Santa Luzia, em 1960.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Histórias Curiosas XIII


Logo que houve a formação da 1ª. Câmara Municipal em Capão do Leão, tudo era novidade e os nove vereadores eleitos esforçavam-se para, juntamente com o prefeito também recém-eleito, Elberto Madruga (depois com Getúlio Victória), em fazer o possível para a estruturação e a organização do município recém-criado. Pois bem, havia inicialmente um sentimento de união entre os vereadores, pois embora houvesse a herança política do regime – cinco do PMDB e quatro do antigo PDS – o cenário era novo e tudo precisava ser colocado nos “conformes” para que a luta da emancipação não tivesse sido em vão. Muitos contatos políticos foram feitos e importantes lideranças políticas da região e do Estado estiveram na câmara interessados em auxiliar no desenvolvimento do novo município.
Foi então que, numa ocasião, os membros do Parlamento Leonense foram convidados a participar de um encontro político em Pelotas. O convite formal chega à Câmara e ocorre a leitura das correspondências. Entre um comunicado e outro, é aberto o convite. Só que o secretário da mesa (no momento) ignora o documento e passa a ler os outros subseqüentes. Um dos vereadores que compunham a sessão estranha a atitude do companheiro, pois sabia que a Câmara seria convidada para um evento político em Pelotas, bem como que o ofício já tinha sido despachado. Porém, permanece quieto, crendo que pudesse haver um motivo especial para que o secretário da mesa ignorasse o documento – quem sabe até um texto politicamente “impróprio” ou “ofensivo”.  A sessão transcorre com a pauta do dia e termina com o convite sem ser lido, amontoado junto com as outras correspondências.
O vereador que estranhara o fato do companheiro não ter lido o convite, interpela separadamente o mesmo após o fim da sessão. Revela estar preocupado diante do fato de saber que o convite para o tal encontro político tinha sido despachado para a Câmara de Capão do Leão e o companheiro não o tinha lido. Confiava na honestidade do companheiro e acreditou que na correspondência pudesse haver algo muito grave. O secretário da mesa muito calmamente responde ao companheiro:
- Não é nada, não. É que mandaram a correspondência errada!
- Errada?! O que não estava certo ali: a data, o assunto do encontro, o lugar... O quê?
- Não, não... Essa gente de Pelotas não procura saber direito da Câmara do Capão do Leão e manda as coisas com os nomes errados. Vou pedir para o meu assessor ligar prá lá e dizer que eles corrijam o destinatário!
- Ah, bom... Assim tu pelo menos me tranqüilizas, achei que era coisa “braba” no meio.
O vereador que interpelara o secretário da mesa, só para finalizar o assunto, indaga já colocando o paletó para sair:
- Mas onde foi que eles erraram?
Responde o secretário da mesa com confiança:
- Botaram o nome do Presidente da Câmara totalmente errado!
- Ah, é mesmo?! E o que foi que colocaram? – replica o outro.
O secretário não pestaneja:
- ‘Tá escrito assim: “Ao Nobre Edil, Sr. Presidente da Câmara de Vereadores de Capão do Leão!” Pô, será que eles não sabem que o presidente da Câmara é o Gérson Baldassari! Não tem nenhum “Edil” aqui não! Nem como suplente!
Ao outro vereador restou apenas despedir-se do colega e disfarçar um sorrisinho no canto da boca. O secretário da mesa não sabia que EDIL é sinônimo de VEREADOR!

Nota: Mas antes que se pense que esta história nomeia explicitamente uma pessoa, isto é, o secretário da Câmara no mandato legislativo de Gérson Baldassari como presidente, não foi o mesmo não! Foi justamente um vereador que o substituira na ocasião, cujo relato permaneceu como folclore no meio político leonense e eu, como pesquisador, romanceei a história, mas com intuito de “causo cultural” do que “crítica política”.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...