quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Marco em homenagem a Rafael Pinto Bandeira, Pavão, Capão do Leão/RS


Marco em homenagem ao militar português Rafael Pinto Bandeira, que se destacou no século XVIII, nas lutas pelas possessões lusas no Rio Grande do Sul. O marco assinala o local de moradia de Pinto Bandeira, dono da grande sesmaria do Pavão na época.

 

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Crime horrível e misterioso em Quaraí



 "Crime mysterioso

Mulher degollada

Sob os titulos ácima, escreve a Fronteira, de Quarahy, de 13 do mez findo:

'Conforme, em ligeira noticia de ultima hora, disseramos no numero de quarta-feira, appareceu, no matto que borda a sanga proxima, onde faz barra com a da divisa, no fundo do pequeno potreiro pertencente ao nosso amigo ser. Martinho Carvalho, ha 4 ou 5 dias, o cadaver de uma mulher de côr branca.

O singular e mysterioso facto foi descoberto por um lenhador que o trouxe ao conhecimento do capitão Pedro Porto, sub-intendente do 1o. districto, o qual, por sua vez, na ausencia do sub-delegado, o communicou ao capitão Paulino Naimayer, juiz districtal.

Este, terça-feira á tarde, acompanhado do escrivão do crime, capitão Lourenço Prunes Sobrinho, dirigu-se ao local citado e ali, com effeito, encontrou o referido cadaver, mal encoberto por algumas ramas, residuos das enchentes e um pouco de terra.

Separadas essas cousas do corpo, puderam verificar os presentes o horrivel estado da infortunada mulher.

Ella, que devia ter sido uma moça bonita, estava deitada de costas, apresentando o seu rosto, outr'ora talvez cheio de encantos, os signaes horrorosos de nefando crime.

Os olhos haviam sido arrancados, a carne do rosto tambem fôra cortada, descobrindo perfeita e bonita dentadura.

Como se vê, o rosot estava completamente descarnado, restando, apenas, pegada ao craneo, vasta cabelleira.

O cadaver, apesar de parecer que o crime deu-se ha mais de 8 dias, não estava completamente decomposto, pois o tronco e as pernas ainda apresentavam regular estado de conservação.

Devido ao mau tempo reinante, terça-feira, o juiz districtal ordenou que fosse conduzido o cadaver para o cemiterio, afim de, ali, no dia immediato, ser feita pelo dr. Menezes Pinto, a respectiva autopsia.

Quarta-feira, pois, pelas 12 horas da manhã, levado o cadaver ao cemiterio, presentes aquelle distincto facultativo, o juiz districtal, um dos nossos companheiros de trabalho e outras pessoas, foi feito o exame, assim descripto pelo referido facultativo:

A assassinada era uma mulher de côr branca, cabellos pretos com tranças, de 25 annos presumiveis, não havendo precisão na verificação por faltar todo o couro do rosto, de estatura regular, relativamente gorda, pés e mãos pequenas, vestia probremente e estava descalça.

O cadaver apresentava as seguintes lesões: do seio direito faltava o mamelão e a pelle ao redor do mesmo; no pescoço havia uma incisão transversal, que tomava as faces anterior e lateral, compreendendo todas as partes moles; na face falta todo o couro e parte dos musculos bem como os dois globulos occulares. O couro da face foi tirado por uma incisão transveral do pescoço, passava junto a ambas orelhas e pelo meio da fronte. A lingua foi arrancada. Em todo o resto do corpo não havia outra lesão.

A morte da desgraçada mulher, segundo a opinião do dr. Menezes Pinto, deve ter-se dado a 8 dias mais ou menos.

Após o exame foi o corpo dado á sepultura.

O escrivão capitão Lourenço Prunes, lavrou o auto respectivo.

- Como vêm os leitores, trata-se de um crime barbaresco, cujo movel e outras circumstancias acham-se envolvidos em densas sombras de mysterio.

Mil conjecturas diversas são feitas a respeito, sem que uma só dellas faça luz sobre o hediondo crime.

Ninguem pôde conhecer a infortunada mulher; ninguem queixou-se de seu desapparecimento; nada, absolutamente nada se sabe."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 03 de Setembro de 1904, pág. 01, col. 05

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Colônia Eduardina

 



Fevereiro de 1884. Andreia Dani se instalou na localidade conhecida como Eduardina. Nome dado em homenagem a Eduardo de Azevedo de Souza, proprietário do terreno doado para a construção da igreja, praça e da escola. O nome Conceição também foi em honra a esposa do doador, Maria da Conceição que presenteou os moradores com uma imagem de N. Senhora da Conceição.

Andreia, também conhecido por Penacio, era casado com Maria Rosato, veio de Quarnieta, Itália, se estabeleceram as margens do Rio Belo. Feita a casa, de xaxim e corticeira, desbravando o mato serrado, enfrentaram a fome, jaguatiricas e javalis, que também dividiam espaço com os recém chegados.

Surgiu o moinho, utilizando a hidráulica que o rio propiciava, até pelo espírito inventivo de Penacio, Gigi Scápolo, solteiro, chegou em seguida. Os Lora foram os próximos. Giovanni, ou Nanni Lora, Massimiliano, Giovana e Adriana foram morar no lote 6, onde hoje é São Marcos da Linha Feijó. Em seguida chegaram, Bernardo e Gregório Massignani, Francisco Formigheri (Checo Frescon) e Antônio Dani (Batiston).

Já em 1886 chegaram os Zampiva, Giuseppe, Caetano e Andoleto. Também os Bettiato vieram em seguida. Outras famílias chegaram a partir de 1887. Zorzo, Zanchin, Gelain, Dani, Saeta, Miola, Mengato e Bettiatto. 1888, chegaram os Zattera, Batista, Massignani, Bettiato e Fochesatto.

A luta pela sobrevivência tornou os imigrantes unidos. Daí nasceram as edificações. O moinho, a igreja, o cemitério e as primeiras casas de madeira. Pobres, mas felizes, assim eram os antigos colonizadores.

A "aspa" foi o primeiro meio de comunicação destas localidades. Como se fosse um apito, quando acionada, significava aviso ou alarme. Assim, todos se reuniam num determinado local.

Mês a mês chegam mais famílias. Os Lain, Luca, Tonietto, Bonetto, Frizzo, Zanotto, Canutto, Roso, Dalle Molle, Serafini, Nichele, Pietrobelli, Ruffato, Dani, Soga, Zuccolotto, Munarotto, Silvestri, Preto, Poloni, Coltro, Dana, Perosa, Chiappin, Scussiato, Caregnato, Muraro, Pellizarie e Dossin.

No dia 8 de dezembro de 1891 foi inaugurada a capela. Daí os matrimônios se tornaram oficiais.

Fonte: UNO FATO (Caxias do Sul/RS), Novembro de 1997, número 1, página 02

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Alberto Rodrigues Boa Nova



"Falleceu em Pelotas o capitão reformado do exercito João José Ferreira que pertenceu ao 29o. batalhão de infantaria.

Era natural do Ceará, viuvo e contava 50 annos de idade, o sr. Carlos Lobo da Rocha, outr'ora estabelecido com loja de ourives; e o sr. Alberto Rodrigues Boa Nova, estabelecido no porto da cidade com negocio de seccos e molhados e genro do sr. José Pereira Machado, proprietario do hiate Conservador, da carreira d'esta capital.

Era portuguez e contava 38 annos de idade."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 28 de Abril de 1893, pág. 02, col. 02

Francisco Fernandes Braga



"No Rio Grande recebeu-se a noticia telegraphica de haver fallecido em Braga, Portugal, o sr. Francisco Fernandes Braga, socio e fundador da firma Braga & Palhares.

O morto deixou, no Rio Grande, dois irmãos, os srs. João Fernandes Braga e José Joaquim Fernandes Braga, e o seu socio Bernardino Lopes Palhares.

✤✤✤✤✤

Finaram-se em Pelotas, ante-hontem:

O respeitavel cidadão Bertrand Gólgo, francez, casado, de 61 annos de idade, antigo morador d'aquella cidade e cambista.

- D. Eleutheria Ferreira de Sá, casada, d'este Estado e 26 annos;

- Eloy Antonio Pinheiro, de 40 annos, d'este Estado e casado;

- D. Jesuína da Silveira, d'este Estado, 50 annos e casada.

- Manoel José Bonifacio, solteiro, d'este Estado e de 46 annos."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 15 de Agosto de 1895, pág. 02, col. 02
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...