Existe um corredor que liga a Capela da Buena ao Canto Grande, isto é, zona "bem" rural e afastada de Capão do Leão. Havia uns anos atrás um bolicho, destes a beira de estrada, naquela região, onde os trabalhadores rurais e agricultores costumavam se reunir nos finais de tarde para tomar a sua "branquinha" e "mentirem um pouco um para o outro". O lugar era simples, com algumas linguiças defumadas dependuradas, pacotes de fraldas plásticas presos em cordinhas de nylon, bebidas agrupadas na parede, bem no alto, numa prateleira em destaque. O vendeiro se defendia e, pelo que sei, não era nada além daquilo mesmo que ele almejava ali. Talvez fosse agricultor também, mas isso não vem ao caso.
O bolicho era no meio do pampa - campo de um lado, campo de outro, umas arvorezinhas na frente e a estrada. Porém acontecera um causo inusitado que muitos lembram no tal bolicho, lá pelos idos do início da década de 90.
Não é que apareceram dois assaltantes e fizeram uma limpa no caixa do vendeiro. Poucos cruzeiros e mais uns pacotes de bolachas e aproveitaram também para surrupiar os cobres minguados que haviam nos bolsos dos clientes que estavam no bolicho. Um tinha um revólver calibre 38, o outro um 22. Talvez, por pena, deixaram de abordar um "pobre velhinho", já visivelmente ébrio, que estava encostado num banco (um caixote de madeira adaptado, na verdade) e olhava o desenrolar do assalto em "profunda serenidade". Saíram em disparada num Corcel "Um", cor caramelo. Não eram daqui seguramente e, com certeza, eram aquilo que as próprias vítimas denominaram "ladrões chinelos" - pois talvez tivessem tido mais lucro roubando reses de uma propriedade, do que eles mesmos que viviam sempre com poucos cruzeiros no bolso, ou no caixa do próprio vendeiro.
Ah...e o "pobre velhinho", o que tem haver com a estória? Simples: sujo, de sandálias gastas, com cigarro de papel no canto da boca, camisa de malha desbotada, não poderia inspirar nenhum outro tipo de impressão a não ser o de piedade. Como ainda ficou quieto o tempo todo, encaixava-se no típico perfil de "pobre coitado". Só não sabiam os assaltantes, que o "pobre velhinho" era um dos maiores proprietários de terra da região, com vários hectares em diferentes sítios e fazendas, e um dos maiores criadores de ovinos corriedale do Brasil!
Ah...e o "pobre velhinho", o que tem haver com a estória? Simples: sujo, de sandálias gastas, com cigarro de papel no canto da boca, camisa de malha desbotada, não poderia inspirar nenhum outro tipo de impressão a não ser o de piedade. Como ainda ficou quieto o tempo todo, encaixava-se no típico perfil de "pobre coitado". Só não sabiam os assaltantes, que o "pobre velhinho" era um dos maiores proprietários de terra da região, com vários hectares em diferentes sítios e fazendas, e um dos maiores criadores de ovinos corriedale do Brasil!