segunda-feira, 8 de março de 2010

Represa Municipal de Capão do Leão

Passou a funcionar a partir de fevereiro de 1957, sendo construída numa área de quatro hectares e meio vendida ao SAE (Serviço de Água e Esgotos da Prefeitura Municipal de Pelotas) pelo Sr. Dario Francisco de Castro Ribeiro. Inicialmente, a área fora doada pela irmã do Sr. Dario, Sr. Zita Tavares ao SAE, que também tinha parte no terreno, entretanto, o Sr. Dario ao tomar conhecimento do fato, optou pela venda do campo. Por isso, já havia benfeitorias no local, construídas pelo SAE, desde um ano antes e algumas casas na Avenida Principal já estavam sendo abastecidas.

O prefeito de Pelotas à época, o Sr. Adolfo Fetter, pretendia aproveitar o recurso de águas abundantes existentes no distrito de Capão do Leão e o projeto almejava o atendimento a cerca de 300 famílias, o que logo se revelou insuficiente, pois o povoado já contava com uma população superior. Até 1959, a rede de abastecimento foi estendida até a atual Rua Thomaz Aquini. Posteriormente, no início da década de 1960, atingiu as zonas das atuais ruas João Rouget Perez e Edmundo Peres. Na década de 1970, a rede chegou ao Teodósio.

A Represa contava com uma média de oito funcionários, a grande maioria transferida da E.T.A. do distrito pelotense da Cascata para o Capão do Leão. Não havia maquinário para as extensões e manutenções da rede de abastecimento, por isso os funcionários tinham que trabalhar com ferramentas comuns como pás e picaretas.

Além da própria estrutura de uma E.T.A. (Estação de Tratamento de Água), onde figuravam antigos filtros de seixo e reservatórios, havia casa de moradia no local – onde residia o encarregado, o Sr. Emílio Martins. A partir de 1965, foram feitas melhorias na área, visando aproveitar o seu belo cenário natural. Foi construída praça com bancos de pedra granítica, brinquedos infantis, caixa de areia e mesas para piqueniques. Aos finais-de-semana, famílias visitavam o local em busca de lazer. Também havia bem cuidado jardim, com rosas, hortênsias, dálias, etc., além de uma quinta que chegou a ter cerca de 280 árvores frutíferas, predominando laranjeiras e bergamoteiras e um vistoso parreiral.

A Represa demonstrou, desde seus primeiros anos, ser insuficiente para atender à demanda da Vila do Capão do Leão, quiçá de outras zonas do atual município. Por isso, já nos primeiros anos da pós-emancipação, a questão do fornecimento de água potável no Capão do Leão foi assunto premente. Após vários anos de debate e movimentos políticos, a Corsan (Companhia Rio-Grandense de Saneamento) instalou-se no município em 1984, com outro projeto para suprir a carência de água, construindo bombas de captação na foz do Arroio São Pedro. Por isso, paralelamente à antiga rede de água que tinha sua matriz na Represa, foi sendo instalada a nova rede de água oriunda da E.T.A. da Corsan. A qualidade da água fornecida pela Represa também decaiu muito com o passar dos anos, devido ao desgaste dos filtros de seixo. Em 1997, finalmente foi suspenso o abastecimento de água pela Represa e suas atividades encerradas.

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