domingo, 22 de maio de 2022

Histórico da EMEF Jacob Brod, Pelotas/RS

 

Estudantes da escola em 1932



A EMEF Jacob Brod é uma escola da rede municipal de Pelotas, situada à Avenida Fernando Osório 5413, bairro Três Vendas, zona norte da cidade. Oferece ensino infantil pré-escolar e ensino fundamental completo em dois turnos. A atual diretora no ano de 2022 é a Professora Valquíria Böhm, tendo a professora Maria Auxiliadora Mandagara como vice-diretora, a professora Fernanda Zahn como coordenadora pedagógica da educação infantil e das séries iniciais do ensino fundamental e a professora Josiani Molina como coordenadora pedagógica das séries finais do ensino fundamental.

Origem da Escola

A escola foi fundada em 01 de setembro de 1928, quando foi lançada a pedra fundamental para a construção do prédio da escola, e as primeiras aulas iniciaram em 01 de fevereiro de 1929 com 24 alunos distribuídos em duas turmas. A escola surgiu da necessidade que os moradores do bairro Três Vendas tinham, em sua grande maioria agricultores de origem alemã e pomerana, de matricular seus filhos em escolas públicas que pudessem atendê-los, pois a outra única solução seria mandá-los estudar no centro da cidade e Pelotas - o que nem sempre era possível pela questão do custo de transporte e mesmo do pagamento de mensalidade em instituições privadas. Além disso, como muitos filhos de colonos não tinham ainda o domínio da língua portuguesa, uma escola mais perto de casa poderia facilitar-lhes o aprendizado do idioma nacional, visto que, a grande maioria, crescia em lares onde pais e avós comunicavam-se quase exclusivamente ou em alemão ou em pomerano.

O Nome da Escola

O nome da escola é uma homenagem ao imigrante alemão Jacob Brod, que nasceu em 08 de dezembro de 1848 na aldeia de Liesenfeld, Coblença (atualmente cidade situada no estado alemão da Renânia-Palatinado mas que, à epoca, fazia parte do Grão-Ducado do Hesse). Jacob Brod foi um dos imigrantes que vieram para a colônia de São Lourenço do Sul durante o século XIX, onde conheceu e contraiu matrimônio com a imigrante pomerana Emília Leitzke. Da união nasceram os filhos: Alberto, Martha, Ida, Guilherme, Theodoro, Bertha, Rosa, Maria, Jacob Filho, João e Emílio. O fato da escola homenagear Jacob Brod se deve ao fato do terreno doado para a construção da escola ter sido iniciativa do seu primogênito, Alberto Brod, que assim o solicitou junto à Prefeitura de Pelotas, na ocasião administrada por Augusto Simões Lopes, que foi a beneficiária da cessão. Jacob Brod já havia se transferido para o bairro Três Vendas em Pelotas no início do século XX, onde se dedicou às atividades comerciais. Foi neste local que veio a falecer em 22 de outubro de 1920.

Primeiros tempos

Apesar do entusiasmo no momento da criação da escola, os primeiros anos foram de muita luta, devido à precariedade de condições existentes. O principal responsável pela afirmação do educandário neste período penoso foi o Professor Lamartine Auget, que atendia turmas tanto pela manhã quanto pela tarde, e acumulava indiretamente as funções de supervisor, professor-regente, secretário e zelador. Com o decorrer dos anos e o aumento gradativo das matrículas, foi designada uma funcionária para limpeza e merenda, além de novos professores para atendimento dos estudantes.

O Professor Auget foi substituído anos depois pela Professora Sílvia Gusmão Costa, posteriormente passando a função de regência principal à Professora Zely C. Costa. Ainda nessa época, passaram funcionar mais duas turmas num prédio ao lado da Igreja Luterana Martinho Lutero (corresponde hoje aproximadamente onde se localiza o Hotel Coimbra). Em 1948, com elevada procura de vagas pela comunidade e apoio do governo municipal, houve ampliação do prédio da escola. Neste mesmo ano, foi empossada a 1a. diretora, a Professora Deloah Nogueira de León e o educandário recebeu a denominação oficial de Grupo Escolar Jacob Brod. 

Um dado curioso dos primeiros tempos da escola é que as meninas tinham uma aula especial de bordado, tendo esta habilidade sido oferecida até o ano de 1957 - aliás, ano também de uma nova ampliação do prédio. Personalidade marcante também dos primeiros anos foi a Dona Joana Munhoz, servente, que se imortalizou na memória de sucessivas gerações dos primeiros alunos.

Décadas de 1960 e 1970

Em 1960, assumiu a direção a Professora Maria Izabel Tillmann, sucedendo a Professora Deloah. Neste mesmo ano, para atender as dificuldades dos moradores do bairro, a escola passou a funcionar em três turnos. Logo em seguida, vieram as direções das professoras Ivone Hartleben, Ivoni Martins, Isolda Maahs de Castro, Eny Emília Fonseca Beduhn e Tania Mara Moraes de Borba. Foi um período de grande intensidade da escola, tanto no aspecto pedagógico quanto na vida social do bairro. A escola sempre participou significativamente dos desfiles cívicos municipais, bem como promovia diversos eventos que congregavam não somente os estudantes, mas igualmente pais e comunidade, como Festa da Primavera, Festa das Debutantes, concursos culturais, etc. Em 1979, foi fundado o CTG Andarengos, vinculado à escola e tendo como 1o. patrão o Sr. Gilmar Ribeiro da Silva.

Em 1972, com a reforma nacional do ensino, o Grupo Escolar Jacob Brod foi colocado como escola tributária do Grupo Escolar Santa Terezinha - situação que durou alguns anos até o início da década de 1980, quando ocorreu nova ampliação das instalações escolares e o educandário passou a ser regido por estatuto autônomo. Em 1982, foi criado um anexo da escola junto ao bairro Jardim de Allah, no fim da Avenida Fernando Osório, para atendimento da demanda daquela comunidade. Com o tempo, o anexo foi separado da administração da escola e deu origem à atual EMEF Jardim de Allah.

Novos tempos

A escola cresceu muito até o final do século e no início do século XXI, com diversas ampliações de seu espaço físico e a construção de novos anexos. Em 2005, foi instalado o Laboratório de Informática e, anos mais tarde, erigido o novo e moderno prédio que abriga a educação infantil e as séries iniciais do ensino fundamental. Sucederam-se na direção da escola até então as professoras Vera Maria Schneider, Maria Irene Bernasconi, Maria Lúcia Schiavon, Vera Freitas, Enilda Spinola, Elna Schuschu, Marisa Dilli, Leia Raffi e Maria Auxiliadora Mandagara. 

A escola também agrega o Grupo Escoteiro Itaipu, fundado em 1981. Ao longo do ano escolar, reunindo alunos, pais, funcionários e professores, são realizados diversos eventos que congregam a comunidade, como Dia das Mães, Festa Junina, Olímpiada das Cores, etc. Tem especial interesse a cada ano, a formatura dos alunos do nono ano do ensino fundamental, temporariamente interrompida devido aos dois anos de pandemia, porém sempre marcantes para gerações sucessivas de estudantes. Vale lembrar que muitos estudantes tem sua vida escolar inteiramente consolidada no Brod, entrando bem pequenos na educação infantil, ingressando no ensino fundamental e já saindo somente para a nova etapa do ensino médio.

Integrada à comunidade local, atendendo alunos de diferentes partes do bairro Três Vendas e das vilas próximas, a escola Jacob Brod caminha rumo ao seu centenário, sempre atuante e procurando oferecer educação transformadora de qualidade e cultivando valores de solidariedade, respeito e empatia.


Atividade festiva (década de 1990)

Festa de aniversário da escola (década de 1990)

Solenidade cívica (década de 2000)

Festividade cultural (década de 1980)

Torneio de futebol (década de 1980)

Duas novas salas de aula construídas (1957)

Professora Deloah Nogueira de León, primeira diretora (década de 1950)

Sílvia Riemer Brod, aluna de uma das primeiras turmas de 1929 (foto da década de 1970)

Festa Junina (década de 1960)

Desfile de Sete de Setembro (década de 1970)

Desfile de Sete de Setembro (década de 1970)

Desfile de Sete de Setembro (década de 1970)

Homenagem aos italianos, desfile cívico (1976)

Desfile cívico (década de 1970)

Joana Munhoz, primeira servente da escola, que marcou inúmeras gerações dos primeiros tempos

Apresentação na Praça Coronel Pedro Osório (1975)

Rainha da Primavera (1976)

Festividade (1977)

Baile e valsa (final da década de 1970)

Corpo docente (1978)

Desfile cívico (final da década de 1970)

Apresentação de dança (1980)

Festividade (final da década de 1970)

Festa Junina (início da década de 1980)

Bailinho (início da década de 1980)

Anexo Jardim de Allah, Festa Natalina (1984)

Carnaval na escola (década de 1980)

Jogo de futebol (década de 1980)

Festividade (década de 1980)

Fachada da escola à Avenida Fernando Osório (foto atual)


Placa em homenagem ao Sesquicentenário de Jacob Brod, instalada em 1998

Prédio da educação infantil e séries iniciais (foto atual)

Grupo Escoteiro Itaipu



Turma de formandos do nono ano (década de 2010)

Almoço festivo (década de 2010)

Horta escolar (década de 2000)

Festividade esportiva (década de 2000)

Preparativos para o desfile de Sete de Setembro (década de 2000)

Ação educativa da Companhia Telefônica Melhoramento & Resistência (1998)

Olímpiada de Matemática (década de 1990)

Visita do Coelhinho da Páscoa (década de 1990)

Festividade (década de 1990)

Grupo de professoras (década de 2000)













Conde de La Hure

 



Falleceu hontem, á 1 hora da tarde, e foi sepultado no cemiterio de S. João Baptista, um distincto cidadão francez, nosso hospede ha longos annos.

Lucien Victor, conde de La Hure, contava 67 annos de idade. Intelligente, erudito, observador, em pouco tempo se afeiçoou-a este paiz onde viu passarem os seus ultimos annos. Aqui perdeu a esposa, aqui deixa uma irmã e uma filha. Collaborou em diversos jornaes; tratava sobretudo de questões economicas, materia que estudava com amor e bastante sagacidade. Deixou assim espalhada e perdida uma porção de espirito lucido e solido, amigo da nossa patria.

Suas opiniões politicas e religiosas eram realistas e catholicas. Juntava a isso muita tolerancia e simplicidade. Trabalhou sempre desde que aqui chegou. A fortuna nem sempre lhe foi prospera; mas o trabalho era o seu refugio constante. Succumbiu a uma febre perniciosa.

Fonte: GAZETA DE NOTICIAS (Rio de Janeiro/RJ), 07 de Março de 1889, pág. 01, col. 03

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