sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Contribuição do Sr. Gilberto Gastaud: ALEXANDRE GASTAUD

Olá Sr Joaquim. Meu nome e Gilberto Sica Gastaud , neto de Alexandre Denis Gastaud, Nasci e moro em Pelotas e hoje vim a POA para o aniversário de uma neta Marina. Na casa de meu filho Eduardo, seu filho Pedro me mostrou o texto abaixo, razão porque quiz fazer algumas correções, Nasci em julho de 1931,filho de Edmundo penúltimo dos sete filhos de Alexandre.Convivi com meu avô Alexandre, ate sua morte, em 1945. Em Pelotas tenho dados mais completos sobre sua vida, fotos,etc e posso aprimorar o seu trabalho, se quiser.


Correções em destaque na obra obra Franceses no Rio Grande do Sul, de Armindo Beux (Porto Alegre: A Nação, 1975):

"Por volta de 1940 (1945) faleceu, com avançada idade (78 anos de idade), na cidade de Pelotas, o sr. Alexandre Gastaud, simples e modestamente. Entretanto sua atuação foi notabilíssima, sobretudo no que tange à eletricidade.


Gastaud veio para o Brasil, com seus pais, com poucos (5) anos de idade. Ainda era menor quando o casal Gastaud resolveu mudar-se para a Argentina (seu pai, Maurice, veio atrás de um sócio que veio com dinheiro para comprar bens no Brasil e não voltou para a França. Não o encontrando no Brasil, foi para Buenos Aires onde também não o encontrou e faleceu. Sua mãe veio para Rio Grande com 5 dos 7 filhos, os mais jovens, e 2 ficaram em Buenos Aires) , deixando em Pelotas o pequeno Alexandre que, sozinho, resolveu dedicar-se ao trabalho no comércio, iniciando sua vida como varredor de escritório e caixeiro, depois.(Errado) Com menos de 20 anos foi trabalhar na Viação Férrea, como limpador da Estação de Pelotas. Inteligente e curioso, embora mal soubesse ler e escrever, dedicou-se com especial carinho ao estudo do telégrafo. Um dia falece repentinamente no posto de trabalho o telegrafista, e, Alexandre Gastaud, diante do desespero do chefe da estação, resolve movimentar o aparelho e o fez com tanta perícia que assombrou o chefe da estação. Foi o começo de sua vida ascensional, pois chegou a telegrafista-chefe no Telégrafo Nacional, diretoria de Pelotas, tendo exercido sua atividade, como especialista, no Rio Grande, Bahia, Belém do Pará e outros pontos. (Exerceu a atividade de telegrafista junto a Rondon, pelo interior do Brasil. Até o estado do Pará. Em 1940 ele me mostrou carta-convite para ser governador do Pará, que recusou porque exigiu uma série de modalidades de condução do cargo que não foi aceito).

Não havendo ainda eletricidade em Pelotas, Alexandre Gastaud mandou buscar na Europa aparelhos e instalou luz elétrica e força na Santa Casa de Misericórdia. Mais tarde fabricou um aparelho de Raio X, realizando a primeira operação em radiografia do Brasil. (Com um aparelho Roentgen, que fora trazido da França para a escola de agronomia de Pelotas sem que ninguém soubesse manejá-lo, ele conseguiu montá-lo com os acessórios necessários e, desta forma, pôde realizar a primeira radiografia da América do Sul. A radiografia foi executada na mão de um funcionário de alto escalão da escola).

Na sua chácara em Capão do Leão, também instalara luz elétrica e força para água encanada em casa. Gastaud foi verdadeiro exemplo de trabalho e inventiva." (pág. 49-50)

Fiquei curioso em saber qual seria a chácara do sr. Alexandre Gastaud em Capão do Leão. Tenho documentos que narram vários piqueniques que ele realizava em sua chácara com os membros da Liga Operária de Pelotas. Suspeito de dois prédios, mas somente um exame mais apurado pode concluir algo. (Eu sei onde era a chácara, com casa de dois andares, além de galpões, pois lá veraneava todos os anos).

Adiante algumas citações sobre nomes de famílias que vieram a se estabelecer (ao menos em parte) no território de Capão do Leão.

(Os dados abaixo fogem de meu conhecimento. Lembro sobrenomes como Berchon, Gastal, Rouget Peres, des Essarts... mas nada posso confirmar sobre casamentos, etc.)

 (pág. 118)

Capão do Leão em jornal uruguaio de 1848

No periodico Fortaleza del Plata, de 11 de Fevereiro de 1848, página 1, Capão do Leão é citado num anúncio como destino de gauchos uruguayos e trabalhadores de saladeros.  O anúncio é curto, mas dá a entender que muitos uruguaios daquela região se dirigiam ao Rio Grande do Sul em busca de trabalho. Dá informações também sobre a grande chegada de refugiados de um conflito no interior do país.

Sociedade Recreio Leonense

Trecho extraído de A Opinião Pública, de 20-11-1911, pág. 2, col, 4:

"Recreio Leonense
Hontem, as duas horas da tarde, foi fundada, no Capão do Leão uma sociedade recreativa, que tomou a denominação de 'Recreio Leonense' e o qual proporcionará aos seus socios bailes e outras diversões, durante a estação calmosa, tornando mais divertido aquelle pittoresco local.
O acto que teve caracter festivo, foi concorridissimo.
No chalet de propriedade do sr. Hermes, negociante ali residente, foi em seguida servida farta mesa de doces e liquidos.
Foi orador da festa, a convite da commissão organisadora, o nosso collega Dermeval Araujo, o 'reporter' da Tribuna."

Adiante, no mesmo jornal, na edição de 29-11-1913, pág. 2, col. 1, foi possível encontrar a nominata da segunda gestão da entidade, com vários nomes de personalidades que fazem parte da história da nossa comunidade e suas respectivas famílias:

"Movimento associativo
Sociedade Recreio Leonense -  Recebemos communicação de posse, a 19 de Novembro, da nova directoria da S. Recreio Leonense.
A referida directoria é assim composta:
Presidente, Augusto Silveira;
Vice presidente, Theophilo Z. Torres;
1o. Secretario, Luiz E. Pinheiro;
2o. dito, Mario Aquini;
Thesoureiro, Jayme F. Cardoso;
Adjunto, Heleodoro de Oliveira;
1o. Orador, José Pedro Brisolara;
2o. dito, Constante V. Otero;
Bibliotecario, Bernardino M. dos Santos;
Directores: Utaliz T. Cunha, Manoel Garcia, Waltrude F. Costa, Miguel S. Perez, Elpidio F. dos Reis, Pedro V. Medeiros, Severo H.G. Moreira, Oscara Nachtigall, Alfredo G. Godinho, Pedro l. Casaubon, Cesar Brisolara e Octacilio X. da Silveira;
Comissão fiscal: João Garcia de Vasconcellos, Antonio da Cunha Filho e José Maria da Cunha."

Será esta a origem do cemitério municipal?

Trecho extraído de A Opinião Pública, de 15-03-1913, pág. 3, col. 3:

"Cemiterio no Capão do Leão - Estamos informados de que o sr.dr. intendente municipal, em companhia do engenheiro dr. Campos foi, hontem, ao Capão do Leão, afim de escolher um terreno apropriado para um cemiterio ali.
Segundo a mesma informação, o terreno escolhido foi o de propriedade do sr. José Maria da Cunha e Silva."

Royal Cinema

Trecho extraído de A Opinião Pública, de 05-10-1912, pág. 2, col. 2:
"Royal Cinema - Será, hoje inaugurado, o Royal Cinema, recentemente fundado no Capão do Leão.
Serão exhibidos dez 'films' lindissimos.
Para assistir a essa funcção fomos gentilmente convidados pelo estimavel sr. Norberto Telles da Cruz, representante aqui do Royal Cinema."

Pathé Cinema

Trecho extraído de A Opinião Pública, edições de 09-02-1911, pág. 2, col. 7 e, de 11-02-1911, pág. 2, col. 7:
" Pathé Cinema - Com este programma haverá funcção, hoje, no Pathé Cinema, no Capão do Leão:
Compadre hypnotisador; Pequeno Julio Verne; Cães contrabandistas; Um bom homem; Minha sogra custa morrer; Armaduras mysteriosas; A filha do marujo e Contra-mestre incendiario.
No intervalo os proprietarios do Pathé farão um sorteio com premios aos frequentadores de sua casa de diversões."
(...)
"Pathé Cinema - Hoje, no Capão do Leão, com attrahente programma, realisar-se-á funcção do Pathé Cinema, que illuminará o seu salão a luz electrica."
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