domingo, 11 de setembro de 2016

180 anos da Proclamação da República Rio-Grandense


Há 180 anos, no dia 11 de Setembro de 1836, o general farroupilha Antônio de Sousa Netto proclamou a República Rio-Grandense, exatamente um dia após vencer as tropas imperiais do general João da Silva Tavares na lendária Batalha do Seival. O embate aconteceu próximo ao arroio Seival, no campo dos Meneses, na região de Bagé. Apesar da diferença numérica, os farroupilhas impuseram uma importante derrota às forças imperiais.

Curiosamente, o ato de proclamar a república, oficializando a separação da Província de São Pedro do Rio Grande do Império do Brasil, foi interpretado por outros generais farroupilhas como um ato precipitado do Gal. Netto. Embora, de acordo com os historiadores da Revolução Farroupilha, o próprio Netto também era receoso inicialmente sobre a ideia da separação. Foi após a vitória, durante à noite no acampamento, ainda no dia 10 de Setembro, no encontro dos líderes farroupilhas que tinham vencido a batalha do Seival, com influência decisiva de Manoel Lucas de Oliveira e Joaquim Pedro Soares, que  se convenceu Netto a aderir finalmente à causa. No alvorecer do dia 11 de Setembro, com o exército reunido, Netto foi aclamado general-em-chefe e, em seguida, proclamou-se a República Rio-Grandense, em meio a vivas e aplausos.

A divulgação do Ideb não surpreende a um professor


Na última quinta-feira, 08 de Setembro, o MEC (Ministério da Educação) apresentou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) referente ao ano de 2015. Somente nas séries iniciais do ensino fundamental houve melhora e superação da meta prevista com índice de 5,5 (a meta era de 5,2). Nas séries finais do ensino fundamental e no ensino médio, entretanto, o quadro é de estagnação desde 2011. Nas séries finais do fundamental o índice apresentado é de 4,5, abaixo da meta de 4,7 e, no ensino médio a média segue estagnada desde 2011 com 3,7, mais abaixo ainda da meta proposta de 4,3. A reação do ministro da Educação, Mendonça Filho, é de preocupação com os resultados e o ministro aponta a necessidade de uma reformulação que traga "flexibilização e enxugamento curricular". 

Sinceramente, enquanto professor que já transitou nestes meus treze anos de profissão desde o sexto ano fundamental ao terceiro ano do ensino médio, com passagens também em cursos preparatórios, não me surpreende os resultados apresentados e recebo com certa ironia o sensacionalismo criado em torno do fato. Posso criticar o salário pago aos profissionais de educação, a falta de estrutura adequada das escolas, os métodos de ensino, etc. e etc., mas me reservo o direito de não fazer isso no momento e apontar uma indagação que compartilho com vários colegas professores (que também concordam comigo): até que ponto o sistema está preocupado em se aperfeiçoar?

Faço esta pergunta porque entendo que o próprio sistema educacional brasileiro está preocupado primeiramente em estatística e muito pouco comprometido em qualidade. Podemos inserir a valorização dos professores e o investimento na estrutura básica como fatores também preponderantes, certamente. Todavia, partindo da realidade da escola brasileira, deixando de lado por ora estas questões tão cruciais, o que me incomoda é que o sistema burla as próprias regras que o sistema estabelece. E isso é um fenômeno universal que rege tanto a rede pública (dos municípios e estados) quanto a rede particular (na maioria das vezes, inegavelmente também). Talvez se salve a rede federal que é diminuta e direcionada ao ensino técnico e profissionalizante. Ao menos, tenho esta impressão. Mas vamos ao ponto que quero explicitar: a escola brasileira em sua maioria sofre a pressão por resultados quantitativos mais do que resultados qualitativos. E vários agentes públicos corroboram para este processo.  O que me incomoda não é o pressuposto que a escola tenha que fazer o máximo possível para que o estudante avança, evolua (isso vale para a escola particular, também!), mas que isto é feito de forma corrupta, errada.

Continua...
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