quarta-feira, 26 de junho de 2019

Histórias Curiosas LXXII

Caminhão de uma empresa fornecedora de itens de material de construção adentra uma cidadezinha gaúcha para realizar a entrega de mercadorias para a única ferragem local. Na entrada da cidade, poucas indicações para orientação na zona urbana e, por isso, os dois funcionários no caminhão resolvem percorrer a avenida principal em busca de informações. Ao que parece, a ferragem ficava numa ruazinha lateral, porém de difícil localização, pois a tal rua se bifurcava. 

Fazem o procedimento de praxe e saem perguntando para os passantes. O primeiro, um senhor de idade, mal consegue explicar o sentido da rua procurada e, por esta razão, resolvem indagar outro transeunte, desta vez, um homem baixinho que, segundo eles, tinha cara e jeito de boia-fria. O sujeitinho tenta ser mais didático e dá as orientações aos dois na cabine do caminhão. É bem explícito na indicação da rua: - é a rua que vocês procuram tem a Kátia Modas na esquina, entra ali!

Só que, na explicação seguinte, dá uma indicação um tanto quanto enigmática: - daí vocês seguem a rua e quando tem ali o "Canadá", segue para a direita que é certo! Ali é a ferragem dos Castro. É só pegar à direita do "Canadá".

Os dois funcionários agradeceram o homem e seguiram caminho, embora intrigados com o sentido da expressão "Canadá". Deduziram que só podia ser um bar ou armazém com o nome de "Canadá". Ou quem sabe, talvez pouco provável, alguma expressão típica da cidade, indicando quem sabe uma lomba, uma ladeira, um morro. Mas ficaram com a conclusão que se tratava um comércio - o que seria mais racional.

Ao penetrarem na ruazinha indicada, o caminhão segue em meio a solavancos. Os dois não observam nenhum "Canadá" - nem comércio, nem bandeira, nem uma placa com a palavra. Vão e vem na ruazinha e não sabem qual era este tal ponto de referência, o "Canadá". Já cansados de terem que descobrir sozinhos o que seria o tal "Canadá", resolvem perguntar a um rapazote que passava na rua, alegremente empinando sua bicicleta.

- Ô, menino! Onde é que é o tal de Canadá? Tem um armazém ou bodega com esse nome? É mais adiante?

- Não, moço. O "Canadá" taí bem na frente do senhor. Olha ali ele.

O motorista mais intrigado ainda olha e só vê umas duas casas de madeira na sua direção. Pensa o seguinte: - Claro! Canadá é uma pessoa. Deve ser ali.

- Menino, é ali que mora o "seu Canadá"?

- Não, moço. Não tem nenhum "seu Canadá". O "Canadá" tá ali mesmo. E aponta o dedo na exata direção.

Os dois funcionários daí entendem o que era o tal "Canadá".

Uma grande e frondosa árvore de bordo. Entenda


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