segunda-feira, 9 de setembro de 2019

A curiosa dança dos astros


"A dança dos astros

A 22 de junho de 1799, Alexandre de Humboldt, em sua ascensão celebre ao pico de Tenerife, testemunhou um phenomeno curioso.

Eram mais ou menos 3 horas da madrugada. O sol estava apenas alguns gráos abaixo do horisonte, e os viajantes achavam-se a 3.000 metros de altura.

'De repente, diz Humboldt, pareceu-nos ver, do lado do léste, pequenos foguetes cruzando os ares. Percebiam-se pontos luminosos, elevados de 7 a 8 gráos acima do horisonte, que se moviam verticalmente; em seguida esses mesmos pontos oscillavam horisontalmente durante alguns minutos. Reconhecemos afinal que esses pontos brilhantes eram as imagens das estrellas ampliadas pelos vapores da noite.'

As estrellas, com effeito, em certas circumstancias, parecem agitar-se, balançar-se e descrever rapidamente orbitas sinuosas.

Este phenomeno singular preoccupou vivamente o sabio Humboldt.

Em junho de 1852, o professor Parpat, com um companheiro, passeava em bote no lago de Storlus, pouco depois da entrada do sol.

Os passeantes deixavam os remos immoveis para contemplar melhor a belleza do espectaculo, quando um menino que os acompanhava poz-se a gritar: 'Olhem lá a estrella que dança!'

Com effeito, a estrella Vega parecia executar movimentos oscillatórios rapidos. O barco achava-se então em frente a uma ilhota coberto de canas, de onde se desprendia um nevoeiro intenso. Depois de passarem a ilhota e quando puderam ver Vega directamente, cessou o phenomeno oscillatorio; de novo produzio-se quando a ilhota ficou entre a estrella e os observadores.

A dança do astro parou depois de ter o sol baixado bastante no horisonte e Vega se elevado no céo.

O sr. Parpat attribue a causa do phenomeno á interposição do vapor d'agoa. 

Na realidade, parece que deve ser attribuido aos movimentos ascendentes do ar que determina uma reparação da luz do astro.

Póde-se reproduzir á vontade o phenomeno, olhando para um objecto afastado ou para uma estrella, através a columna de ar quente que se eleva acima de uma lampada acesa.

O objecto dança sem cessar; os raios luminosos que chegam ao nosso olho são desviados e sentimos a sensação de um deslocamento rapido do objecto.

É um effeito de refracções que, como faz notar o sr. Lagrange, do observatorio de Bruxellas, os astronomos observam algumas vezes no momento em que abrem as janellinhas das salas das grandes lunetas. Se o ar da sala está em uma temperatura differente do ar do exterior, manifesta-se uma corrente e um movimento; o astro que se olha executa oscillações até que o equilibrio de temperatura se estabeleça.

É um phenomeno de refracção.

Mas existe outra dança de origem differente e que até agora não tinha explicação plausivel.

Em noite escura de 1856, e com uma temperatura de 16o abaixo de zero, o professor Schweizer, de Moscou, reparou que Sirius, que já se achava bastante elevado, oscillava claramente; olhou para Jupiter, Alpha do cão menor, para diversos outros astros e todos elles dançavam.

Podem observar perfeitamente esse balanço dos astros encostando a cabeça em uma parede e escolhendo uma noite sem luar e um céo bastante escuro.

O phenomeno é comparavel ao effeito que produz uma luz oscillando no mastro de uma embarcação.

E independente da altura do astro acima do horisonte, e do nascente ou occaso do sol, independente de toda a ruptura de equilibrio nas camadas atmosphericas."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 30 de Julho de 1886, pág. 01, col. 03

Globo luminoso em Bagé


"Bagé. (...)

- Refere a União Liberal:

No sabbado, ás 11 e meia horas da noite, observou-se n'esta cidade um phenomeno atmospherico: um raio de luz partindo do Noroeste percorreu o espaço em direcção a Leste, acompanhado em seu trajecto de um ruido como de um trovão ao longe, ouvindo-se, ao sumir-se esse globo luminoso, um forte estampido."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 20 de Abril de 1886, pág. 01, col. 05

Pelo Ar


"PELO AR

De Villa Miranda escrevem ao Corumbaense de Matto Grosso:

<<Uma pessoa que merece fé assegura ter observado a passagem de um balão aerostatico, ás 4 horas, mais ou menos, do dia 25 ou 24 de maio findo, no lugar denominado Lalima, distante d'esta villa 6 a 7 legoas, tendo o dito balão a configuração de um escaler, do comprimento de 30 palmos, com prôa preta, corpo branco, e que levava o rumo do nascente para o poente com a velocidade de uma embarcação movida por vapor.>>"

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 16 de Outubro de 1884, pág. 01, col. 04
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