segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Feliz Ano Novo 2019!


"Ano Novo
por Ferreira Gullar

Meia noite. Fim
de um ano, início
de outro. Olho o céu:
nenhum indício.

Olho o céu:
o abismo vence o
olhar. O mesmo
espantoso silêncio
da Via-Láctea feito
um ectoplasma
sobre a minha cabeça:
nada ali indica
que um ano novo começa.

E não começa
nem no céu nem no chão
do planeta:
começa no coração.

Começa como a esperança
de vida melhor
que entre os astros
não se escuta
nem se vê
nem pode haver:
que isso é coisa de homem
esse bicho
estelar
que sonha
(e luta)."

Nossos votos de muita paz, amor, prosperidade e realizações no ano de 2019 a todos os amigos que visitam e acompanham o blog. Feliz Ano Novo!

domingo, 30 de dezembro de 2018

A Colônia de Três Forquilhas - Parte 01


"Transcorre em Novembro proximo o primeiro centenario da Colonia das Torres que, desde sua fundação, abrange os nucleos de Tres Forquilhas e São Pedro de Alcantara situados nos municípios de Conceição do Arroio e Torres.

A colonia das Torres foi um desmembramento da de S. Leopoldo cujo centenario passou em 1924.

Pouco se ha escripto sobre a colonia das Torres situada no extremo Nordeste do Estado, pelo que, julgamos interessante sob o ponto de vista historico o trabalho organisado pelo nosso correligionario sr. Manoel E. Fernandes Bastos, advogado residente em Conceição do Arroio, e cuja publicação a 'Federação' hoje inicia:

1. - Fundação

Estava a provincia do Rio Grande sob a administração de José Feliciano Fernandes Pinheiro, Visconde de São Leopoldo, em 1824, quando entrou a prosperar a freguezia das Torres.

A recente emancipação politica do Brasil determinara a necessidade de se levantarem alli algumas obras de defeza, aproveitando-se as circumstancias especiaes do terreno que offerecia tres excellentes elevações proximas uma das outras, á beira mar e com baze de rocha, tres verdadeiras torres - a do Centro, a do Norte e a do Sul.

Como encarregado das obras de fortificação seguiu para alli o tenente-coronel Francisco de Paula Soares (Frantz Paul, como o chamavam os primeiros colonos).

Foi dado áquelle reducto o nome de Presidio das Torres, sendo nomeado seu commandante o referido tenente-coronel Soares.

Marchou para aquelle logar um parque de artilharia com palamenta e munição. Remetteu-se ao commandante um pavilhão nacional para tremular sobre o baluarte que se levantara e ao qual fôra dado o nome de Ypiranga. Seguiram com o mesmo destino uma guarnição de trinta soldados guaranys com tres officiaes, um cirurgião encarregado da vaccina, que levou tambem uma botica, e 16 presos sentenciados da justiça, assim como a necessaria ferramenta de mover terra.

A fundação do Prezidio trouxe comsigo apreciaveis vantagens.

A principal dellas foi a vinda de muitas familias da visinha provincia de Santa Catharina, especialmente da costa do rio Araranguá, as quaes se estabeleceram nas Torres, sendo arranchadas no logar ainda hoje chamado Potreiro.

Esses novos moradores, em geral, cuidavam da pesca, industria que confirmaram a exercer nas Torres com mais proveito por ser ahi muito abundante o peixe.

Desenvolvida essa industria nas Torres, iniciou-se o commercio de exportação para o mercado da Laguna. O transporte do peixe secco e salgado era feito em carretas tiradas por bois.

O Prezidio das Torres teve os seus dias de gloria. Em 5 de dezembro de 1826, por exemplo foi arvorado no baluarte Ypiranga  o pavilhão brasileiro e a artilharia poude salvar com 101 tiros o Imperador D. Pedro I quando fêz sua entrada na Provincia.

*****

Em fevereiro de 1824 passou pelas Torres o Visconde de São Leopoldo. As suas observações trouxeram-lhe algumas ideias tendentes a melhorar as condições do logar. Achou possivel a construcção de salinas e a abertura de uma estrada entre a torre pequena (a do Sul) e a do Meio. Recebeu, emfim, a melhor impressão do logar.

Francisco de Paula Soares, logo que concluiu as obras da Egreja e do Cemiterio, junto ao Prezidio,  passou a tratar da abertura de uma estrada para os campos de Cima da Serra, partindo do Mampituba e pela margem esquerda d'esse rio, e de outra que tambem conduzisse a Cima da Serra, pelo valle do rio Tres Forquilhas ou rio das 3 forquilhas como então se lhe chamava.

Em 1824 funda-se na Feitoria Velha a colonia de São Leopoldo com os colonos procedentes na Alemanha.

Essa colonia povoou-se rapidamente e o Visconde de São Leopoldo, Presidente da Provincia, passou a encontrar serios obstaculos para collocar os novos transportes de immigrantes allemães.

Subiram a tal ponto essas difficuldades, que o dito Presidente tomou a resolução de dirigir-se em officio á Côrte, o que fez em 22 de Maio de 1825, ponderando que, no caso de posteriores remessas de colonos, ou elles haviam de ser amontoadas em São Leopoldo, o que necessariamente traria perturbação e desarranjo, ou se lhe ordenasse a elle Presidente para collocal-os no despovoado districto das Missões ou beirando a estrada nova que se trabalhava por fazer praticavel entre o Prezidio das Torres e os habitantes de Cima da Serra.

Era necessario fundar uma nova colonia. Uma circumstancia veiu apressar esse acontecimento, como vamos ver.

Existiam em São Leopoldo dois pastores ou padres evangelicos. Os colonos se dividiram em dois partidos. Um partido apoiava o pastor João Jorge Ehlers, aliás o que exercia a funcção de director espiritual da colonia desde sua fundação. Percebia elle o ordenado de 400$000 annuaes pago pelo Governo Imperial. O outro partido era sympathico ao pastor Carlos Leopoldo Voges, chegado ao Brasil posteriormente.

Os colonos sympathicos a este ultimo pastor endereçaram á Côrte uma petição que pedia que o Governo Imperial concedesse identico ordenado ao pastor Voges, visto como este nada percebia e isso não era justo.

A Côrte, em officio de 17 de Maio de 1826 determinava que sobre o assumpto informasse o Presidente da Provincia.

Não administrava mais a provincia o Visconde de São Leopoldo. Substituira-o o Dr. José Egydio Gordilho de Barbuda. Este Presidente, empenhado em resolver a contenda, seguiu para São Leopoldo.

Depois de inteirar-se de que occorria e vendo que difficilmente poderia contentar as duas facções, lembrou-se de fazer insinuar ao referido Pastor Carlos Leopoldo Voges que informaria satisfactoriamente o pedido dos colonos que o apoiavam (a elle Voges), si o dito Pastor quizesse fazer parte da nova Colonia que se projectava fundar nas Torres.

Acceita a proposta, o referido Presidente deu conhecimento d'essa resolução á Côrte, propondo que se arbitrasse ao Pastor Voges o mesmo ordenado de 400$000 annuaes o Pastor João Jorge Ehlers.

Foi definitivamente resolvida a fundação da nova Colonia das Torres. Faltava escolher a pessoa que pudesse desempenhar satisfactoriamente essa tarefa.

Ninguem mais competente e capaz de desempenhal-a que o Tenente-Coronel Franciso de Paula Soares, que continuava no posto de Commandante do Prezidio. Homem zeloso e, sobretudo conhecedor perfeito da zona escolhida para a nova Colonia, d'elle lembrou-se logo o Presidente Gordilho de Barbuda.

Dirigido por este um officio ao referido Tenente-Coronel e acceito o convite, foi elle nomeado Director da nova Colonia. A Junta da Real Fazend Publica lhe arbitrou a gratificação de 30$000!! pelo exercicio d'essa funcção.


Tudo projectado e resolvido, passou-se á sua execução.


Em principios de Outubro de 1826 o proprio Presidente da Provincia foi a São Leopoldo para tratar pessoalmente dos assumptos que se prendiam ao estabelecimento da nova Colonia.


Fez constar que as familias e individuos solteiros que ainda não tivessem recebido datas de terras, e bem assim os que não estivessem contentes com as que haviam recebido, poderiam alistar-se para seguir com destino as Torres.

Regressando a Porto Alegre, poucos dias depois, recebia elle a relação dos colonos destinados á nova Colonia, relação essa que fôra organisada pelo Inspector da de S. Leopoldo.

Passou o Governo da Provincia a tratar das ultimas providencias para o encaminhamento dos colonos.

Por essa occasião chegava a Porto Alegre uma nova remessa de immigrantes encaminhados da Cõrte. Esses immigrantes ficaram naquella cidade, aguardando a chegada dos de São Leopoldo, afim de se encorporarem a estes.

Em fins de Outubro chegavam á Porto Alegre os colonos procedentes de São Leopoldo e afinal, em 27 do referido mez, largavam do porto da Capital cinco hiates conduzindo-os com destino á nova Colonia das Torres.

A viagem até á barra do rio Capivary, na lagoa dos Patos, foi feita sem incidentes. Alli aguardavam a chegada dos hiates vinte carretas toldadas, tiradas a bois, enviadas pelos Commandantes da Villa de Santo Antonio e da Freguezia de Conceição do Arroio para o transporte dos colonos até á lagoa da Pinguella, donde proseguiram em sua viagem embarcados.

Ao mesmo tempo que o Presidente da Provincia tomava todas essas providencia, ordenava em officio de 5 de Outubro d'aquelle anno ao Commandante do Districto de Cima da Serra que comprasse com a possível brevidade, para os colonos das Torres e mediante a melhor escolha, 300 bois, 150 vaccas, 150 cavallos e 300 eguas, conservando esses animaes á disposição do Tenente-Coronel Francisco de Paula Soares, com quem deveria entender-se.

Ao chegarem os colonos ao seu destino, o Tenente-Coronel Francisco de Paula Soares tomou a resolução, aliás muito acertada para evitar qualquer dissidio entre elles, de formar dois nucleos coloniaes.

Como os colonos protestantes não precisassem do socorro espiritual do Cura das Torres, os estabeleceu junto á estrada de Tres Forquilhas, em duas linhas parallelas, nas margens do rio do mesmo nome.

Os catholicos, que careciam d'aquelle socorro, foram arranchados ao longo da estrada recem aberta, junto aos rios Mampituba e Verde.

Mais tarde transferiram-se estes para os terrenos devolutos que havia entre as lagoas do Morro do Forno e do Jacaré, por motivo de uma grande innundação que destruiu varias habitações d'elles.

Estavam formadas as duas novas colonias allemãs.

Uma d'ellas passou a denominar-se das Tres Forquilhas: a outra recebeu o nome de São Pedro de Alcantara, em homenagem ao primeiro Imperador. Encontra-se frequentemente em documentos antigos a denominação commum de Colonia de São Pedro das Torres ou, simplesmente, Colonia das Torres.

Não é possível fixar, de accordo com os documentos e obras consultadas nem com as informações colhidas in loco,  o dia em que chegaram ás Tres Forquilhas os primeiros colonos.

Conhecida, entretanto, a data de sua partida da Capital da Provincia (27 de Outubro de 1826, officio da Presidencia da Provincia da mesma data), é presumivel que chegassem ao Capivary entre 29 e 30 do mesmo mez. Na viagem entre Capivary e Pinguella empregaram-se nunca menos de tres dias e entre Pinguella e o rio do Deposito (Tres Forquilhas) outros tres, de modo que, incluindo-se quatro dias para estadia nos portos de baldeação, pode-se acceitar como sendo o dia 10 de Novembro de 1826 a data que marcará em 1926 a passagem d'aquella Colonia."

Fonte: A FEDERAÇÃO (RS), 20 de Outubro de 1926, pág. 01, col. 05-07, pág. 02, col. 01




sábado, 29 de dezembro de 2018

Significado e origem de sobrenomes alemães - Parte 89 - Topônimos alemães na Polônia


Muitos sobrenomes de origem alemã são toponímicos (isto é, indicam a procedência de um lugar) que estão vinculados à área do antigo Império Alemão (1871-1919). Pois bem, o Império Alemão ou II Reich (de acordo com a historiografia germânica) abarcava territórios que hoje correspondem a vários países da Europa Central e Oriental (além da própria República Federal da Alemanha, hodiernamente), dentre eles a Polônia. Este fato é  importante, pois tanto a Pomerânia, quanto a Prússia Oriental (também um bom pedaço da Prússia Ocidental) - duas importantes províncias do Reich - estavam majoritariamente, em termos territoriais, na terra polonesa da atualidade. Segue uma lista de antigos nomes alemães para lugares na época do Império Alemão e seus correspondentes atuais na Polônia.

2301. Grodzisko (entre 1925 e 1938 Schlossberg, entre 1938 e 1945 Heidenberg), condado de Angerburg, Prússia Oriental - Grodzisko, aldeia no município de Banie Mazurskie, Vármia-Masúria.
2302. Grodzisko (entre 1932 e 1945 Burgdorf), condado de Johannisburg, Prússia Oriental - Grodzisko, comunidade no município de Biala Piska, Vármia-Masúria.
2303. Gronden, condado de Angerburg, Prússia Oriental - Grady Wegorzewskie, localidade no município rural de Budry, Vármia-Masúria.
2304. Gronden (entre 1938 e 1945 Grunden), condado de Johannisburg, Prússia Oriental - Grady, aldeia no município de Orzysz, Vármia-Masúria.
2305.  Grondzken (entre 1938 e 1945 Funken), condado de Lötzen, Prússia Oriental - Gradzkie, localidade no município de Wydminy, Vármia-Masúria.
2306. Gronsken (entre 1938 e 1945 Steikendorf), condado de Lyck, Prússia Oriental - Gradzkie Elckie, aldeia no município de Kalinowo, Vármia-Masúria.
2307. Gross Bartelsdorf, condado de Allenstein, Prússia Oriental - Bartolly Wielkie, aldeia no município de Barczewo, Vármia-Masúria.
2308. Gross Benz, condado de Naugard, Pomerânia - Bienice, aldeia no município de Dobra, Pomerânia Ocidental.
2309. Gross Bertung (entre 1928 e 1945 Bertung), condado de Allenstein, Prússia Oriental - Bartag, vila no município de Stawiguda, Vármia-Masúria.
2310. Gross Bestendorf, condado de Mohrungen, Prússia Oriental - Dobrocin, aldeia no município de Maldyty, Vármia-Masúria.
2311. Gross Bludszen ou Gross Bludschen, condado de Goldap, Prússia Oriental - Bludzie Wielkie, distrito-aldeia no município de Dubeninki, Vármia-Masúria.
2312. Gross Blumenau (até 1894 tinha a denominação de Gross Schweinern), condado de Kreuzburg, Alta Silésia - Swiniary Wielkie, localidade no município de Wolczyn, voivodia de Opole.
2313. Gross Blumenau, condado de Ortelsburg, Prússia Oriental - Kwiatuszki Wielkie, aldeia no município de Rozogi, Vármia-Masúria.
2314. Gross Borckenhagen, condado de Labes, Pomerânia - Borkowo Wielkie, vila rural no município de Radowo Male, Pomerânia Ocidental.
2315. Gross Borek, condado de Rosenberg, Alta Silésia - Borki Wielkie, cidadela no município de Olesno, voivodia de Opole.
2316. Gross Brüskow, condado de Stolp, Pomerânia - Bruskowo Wielkie, aldeia no município de Slupsk, Pomerânia.
2317. Gross Brzosken (entre 1932 e 1945 Birkenberg), condado de Johannisburg, Prússia Oriental - Brzózki Wielkie, aldeia extinta em 1945 que existiu na área do município de Biala Piska, Vármia-Masúria.
2318. Gross Budschen, condado de Angerburg, Prússia Oriental - Budzewo, localidade no município rural de Budry, Vármia-Masúria.
2319. Gross Bürgersdorf (entre 1928 e 1945 Bürgersdorf), condado de Rastenburg, Prússia Oriental - Poganowo, localidade atualmente desabitada que existiu até 1945 na área do município de Ketrzyn, Vármia-Masúria.
2320. Gross Chelm - Chelm Slaski, município na Silésia.
2321. Gross Cronau (entre 1929 e 1945 Cronau), condado de Allenstein, Prússia Oriental - Kronowo, aldeia e distrito no município de Barczewo, Vármia-Masúria.
2322. Gross Deutschen, condado de Kreuzburg, Alta Silésia - Duczów Wielki, localidade no município de Wolczyn, voivodia de Opole.
2323. Gross Döbern, condado de Oppeln, Alta Silésia - Dobrzen Wielki, município rural na voivodia de Opole.
2324. Gross Drensen - Dzierzazno Wielkie, aldeia no município de Wielen, voivodia da Grande Polônia.
2325. Gross Dubberow, condado de Belgard, Pomerânia - Dobrowo, vila no município de Tychowo, Pomerânia Ocidental.
2326. Gross Dübsow, condado de Stolp, Pomerânia - Dobieszewo, vila no município de Debnica Kaszubska, Pomerânia.
2327. Gross Duneyken (entre 1938 e 1945 Duneiken) - Dunajek, aldeia no município de Goldap, Vármia-Masúria.
2328. Gross Ehrenberg, condado de Soldin, Brandemburgo - Przekolono, localidade provavelmente extinta no século XIX.
2329. Gross Eschenort, condado de Angerburg, Prússia Oriental - Jasieniec, vila no município de Kruklanki, Vármia-Masúria.
2330. Gross Gablick, condado de Lötzen, Prússia Oriental - Gawliki Wielkie, aldeia no município de Wydminy, Vármia-Masúria.
2331. Gross Garde, condado de Stolp, Pomerânia - Gardna Wielka, aldeia no município de Smoldzino, Pomerânia.
2332. Gross Gardienen - Gardyny, cidadela no município de Dabrówno, Vármia-Masúria.
2333. Gross Gluschen, condado de Stolp, Pomerânia - Gluszyno, aldeia no município rural de Potegowo, Pomerânia.
2334. Gross Gonschorowen (entre 1938 e 1945 Klinken), condado de Oletzko/Treuburg, Prússia Oriental - Gasiorowo, localidade no município de Wieliczki, Vármia-Masúria.
2335. Gross Grünow, condado de Dramburg, Pomerânia - Gronowo, vila-distrito no município de Ostrowice, Pomerânia Ocidental.
2336. Gross Guja, condado de Angerburg, Prússia Oriental - Guja, aldeia no município de Wegorzewo, Vármia-Masúria.
2337. Gross Jagodnen (entre 1938 e 1945 Grosskrösten), condado de Lötzen, Prússia Oriental - Jagodne Wielkie, aldeia no município de Milki, Vármia-Masúria.
2338. Gross Jahnen, condado de Darkehmen/Angerapp, Prússia Oriental - Jany, localidade no município de Goldap, Vármia-Masúria.
2339. Gross Jannewitz, condado de Lauenburg, Pomerânia - Janowice, vila no município de Nowa Wies Leborska, Pomerânia.
2340. Gross Jauer, condado de Lötzen, Prússia Oriental - Jora Wielka, aldeia no município de Mikolajki, Vármia-Masúria.
2341. Gross Jerutten, condado de Ortelsburg, Prússia Oriental - Jeruty, aldeia no município de Swietajno, Vármia-Masúria.
2342. Gross Jestin, condado de Kolberg-Körlin, Pomerânia - Goscino, cidade na Pomerânia Ocidental.
2343. Gross Jesziorken (entre 1930 e 1945 Schöntal), condado de Goldap, Prússia Oriental - Jeziorki Wielkie, aldeia no município de Goldap, Vármia-Masúria.
2344. Gross Jodupp (entre 1938 e 1945 Holzeck), condado de Goldap, Prússia Oriental - Czarnowo Wielkie, assentamento florestal no município de Goldap, Vármia-Masúria.
2345. Gross Justin, condado de Cammin, Pomerânia - Gostyn, vila no município de Swierzno, Pomerânia Ocidental.
2346. Gross Kessel, condado de Johannisburg, Prússia Oriental - Kociol, aldeia no município de Pisz, Vármia-Masúria.
2347. Gross Konopken (entre 1938 e 1945 Hanffen), condado de Lötzen, Prússia Oriental - Konopki Wielkie, aldeia no município de Milki, Vármia-Masúria.
2348. Gross Kosarken-Dönhoffstädt (entre 1938 e 1945 Köhlersgut), condado de Sensburg, Prússia Oriental - Kozarek Wielki, localidade no município rural de Sorkwity, Vármia-Masúria.
2349. Gross Kosarken-Wehlack (entre 1938 e 1945 Köhlershof), condado de Sensburg, Prússia Oriental - Kozarek Wielki, localidade no município rural de Sorkwity, Vármia-Masúria.
2350. Gross Koschlau (entre 1938 e 1945 Koschlau) - Koszelewy, aldeia no município de Rybno, Vármia-Masúria.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Tradições de Ano Novo na América Latina


O Boneco do Ano Velho

Essa tradição é celebrada na Colômbia, Venezuela, Cuba, Panamá, Argentina (principalmente em La Plata e Buenos Aires) e Equador. Consiste em construir um boneco cheio de palha seca em seu interior que representa a figura de uma pessoa  que se destacou durante o ano ou uma pessoa que se deseja satirizar. À meia-noite, esses bonecos serão incinerados, na crença de que esta é uma forma de se livrar da energia ruim do ano anterior.

Varrer a casa

Em vários países latino-americanos, à meia-noite, as pessoas varrem as casas para se livrar de qualquer energia negativa. Também é uma crença centrada na ideia de expurgar toda ruindade que se fixou na casa durante o ano que se despede.

Andar com malas

Na véspera do Ano Novo, durante as horas que antecedem a meia-noite, as pessoas que querem viajar muito devem andar pelo bairro com malas e bagagens. Em alguns lugares, para que não se pareça um maluco andando de malas na rua sem sentido, as pessoas preferem caminhar em círculos com as malas dentro da própria casa.

Roupa íntima amarela

Para trazer sorte nos próximos 365 dias, pessoas de países como Chile, Colômbia ou Venezuela usam roupas íntimas amarelas. Elas acreditam que a prosperidade está intimamente relacionada à cor amarela. Algumas pessoas também usam uma peça exterior de roupa amarela ou mesmo um detalhe do vestuário na mesma cor. Também há a crença que as roupas íntimas amarelas ganhas de presente são mais eficientes em conseguir aquilo que se deseja no próximo ano. Se além de prosperidade, a pessoa quer ter sucesso no amor, no Chile, a tradição recomenda usar a roupa íntima amarela do avesso.

O vermelho é mais comumente relacionado ao desejo de se ter um novo amor ou manter vivo um relacionamento, principalmente no Brasil e na Argentina. Já no Uruguay, os assuntos amorosos estão mais ligados ao uso de roupas íntimas na cor rosa.

Doze uvas

É uma tradição muito comum na América Latina. As pessoas comem doze uvas e pedem doze desejos. A intenção é ter os doze meses vindouros de muita prosperidade. Na Argentina, é mais comum usarem-se doze passas.

Lentilhas

Costume muito comum em toda a América Latina, que encontra eco também em vários países europeus. O grão é consumido em fartura na forma de diversos pratos, pois segundo a crença as lentilhas trazem prosperidade e abundância.

Velas iluminadas

Um ritual comum de Ano Novo no México é colocar velas brancas ou amarelas em um prato branco cercado por lentilhas, feijão, arroz, milho, farinha e canela. Cada elemento ali presente representa um desejo de sucesso numa área específica  (prosperidade, profissão, amor, etc.). As velas são deixadas para queimar até o fim. Depois de se consumirem, o resto de cera e a os alimentos são coletadas e enterrados na primeira manhã do ano para promover boa sorte e abundância naquela novo ano.

Queimar objetos antigos e quebrados

Este costume aparece em alguns lugares do México, Peru, Nicarágua e Honduras. É muito parecido com o ritual de queimar o "boneco do Ano Velho". As queimas são realizadas ainda na tarde ou início da noite do dia 31 de Dezembro, simbolizando o desejo de se livrar das "coisas velhas" do ano que finda para que as "coisas novas e boas" possam entrar.

Lançar um balde de água

No Uruguay se tem o hábito de atirar na rua um balde cheio de água na rua para limpar o "caminho do ano que começa". O costume também é verificado em Cuba. Em vários outros países também se faz um limpeza geral nas casas antes da hora da virada, para que o lar esteja limpo para o ano novo.

Em Porto Rico, o costume é jogar um copo ou balde de água pela janela como forma de se livrar dos maus espíritos. Em algumas partes da Colômbia, o que vale mesmo é jogar uma panela de água pelo ombro, evitando assim toda a negatividade do ano que termina.

Alasitas bolivianas

Na Bolívia, o ano novo começa no dia 24 de Janeiro, na chamada Fiesta de las Alasitas, donde se invoca o deus indígena Ekeko para pedir desejos. Na forma de pequenos papéis, que são colocados no corpo da estátua da divindade, os devotos esperam com fé que eles se tornam realidade no ano que se inicia.

Ir ao cemitério

Por mais estranho e tétrico que possa parecer, o cemitério municipal de Talca, cidade localizada a 260 quilômetros ao sul de Santiago do Chile, se enche de visitantes na noite do Ano Novo. O costume é verificado também em outras cidades chilenas como Iquique e Valparaíso. Afirma-se que a tradição começou quando os moradores de Talca desejaram em certa ocasião estar com seus entes defuntos na passagem do Ano Novo.

Vestir branco e saltar sete ondas na praia

Costume típico do Brasil e com influência das religiões africanas.

Colocar dinheiro no bolso

Se for em forma de moedas, melhor. É uma tradição ligada à prosperidade e encontra-se arraigada em toda a América Latina. Na Guatemala, a recomendação é um pouco mais específica: não é necessário ser no bolso, mas deve se escolher doze moedas de um centavo, colocá-las com a "cara" numa janela aberta e voltadas para a rua. No Paraguay, o vezo é colocar uma moeda no sapato direito.

A Flor de Santa Lúcia

Diz-se que uma pequena flor roxa e selvagem, conhecida na Costa Rica como Flor de Santa Lúcia, traz muito boa sorte. Encontrando uma, deve-se secá-la e colocar na carteira para ter um ano cheio de prosperidade.

Simpatia da Maçã para o amor

Deixando uma maçã com o nome da pessoa amada ou com o desejo de encontrar uma pessoa no próximo ano para ter um relacionamento amoroso num prato com um pouco de mel e canela em pó em volta é uma tradicional simpatia (ritual) encontrada em muitos locais da América Latina. Num e outro lugar há pequenas variações do ritual, mas a presença da maçã é universal.

Água ou bebida alcoólica para os "santos"

Em Cuba e alguns países caribenhos, logo nos primeiros minutos do novo ano encontra-se a seguinte tradição: num lugar especial da casa se oferecem copos de água ou de uma bebida alcoólica local para os "santos" - isto é, os bons espíritos que auxiliam a paz e a prosperidade daquele lar para que os mesmos garantam as mesmas benesses no ano que se inicia.

Comer carne de porco

Hábito muito arraigado, de alcance universal em todo o continente, devido principalmente à influência ibérica. À carne de porco é creditada que traz progresso em muitos aspectos da vida humana no novo ciclo, pois se diz que o mesmo "fuça para frente".

Tiros de Canhão

Na República Dominicana, além dos tradicionais fogos de artifícios e foguetes, na capital Santo Domingo, o Ano Novo é saudado com tiros de canhão que são efusivamente comemorados pelos habitantes locais. Já em El Salvador conjuntos musicais de címbalos e baixos animam a chegada do Ano Novo com melodias festivas.

Chuva de papel colorido picado

Era uma praxe comum no centro de Buenos Aires até bem pouco atrás.

Decoração com espigas de trigo

No Paraguay e na Bolívia, usam-se espigas de trigo para decorar a mesa da ceia de Ano Novo, bem como decorar a casa de modo geral. A convicção que as espigas de trigo trazem paz e especialmente prosperidade. Melhor ainda que cada pessoa presente tenha uma espiga em mãos à meia-noite e a guarde num lugar especial durante o ano vindouro.


Fontes livremente adaptadas:






quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

João Cândido Felisberto


"Líder da Revolta dos Marinheiros, ocorrida em 1910 e motivada pelos castigos corporais então vigentes na Marinha do Brasil. Nasceu em Encruzilhada, Distrito de Rio Pardo (RS), em 1880. Ingressou na Marinha aos 15 anos de idade; antes, porém, de chegar a marinheiro de 1a. classe, participou, voluntariamente, do movimento deflagrado por Plácido de Castro no Acre. Integrou depois a tripulação do navio 'Benjamin Constant', em que foi à Inglaterra assistir ao lançamento do encouraçado 'Minas Gerais'. Neste encouraçado foi aos Estados Unidos, de onde retornou a bordo do 'North Caroline', no qual vieram os despojos do Embaixador Joaquim Nabuco, falecido em Washington. De novo no 'Minas Gerais', comandou o movimento de repúdio aos castigos corporais então comuns na Marinha: apossara-se do navio, mas, sob promessa de anistia, entregou-o ao novo comandante designado, Capitão-de-Mar-e-Guerra João Pereira Leite. Contudo, logo foi preso juntamente com outros 69 marujos, e todos encerrados em calabouços infectos, de tal modo que sobreviveram apenas dez, entre eles João Cândido. Julgado e finalmente absolvido, exerceu as mais variadas profissões, sempre sob o apelido de o Almirante Negro, que lhe ficara dos dias de notoriedade: morreu em 06 de dezembro de 1969."

Fonte: Dicionário Cívico-Histórico Brasileiro, 1980.



quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Clube de Natação & Regatas Pelotense


"Clube de Natação e Regatas Pelotense

PELOTAS, 7 - (Via aérea) - Foi empossada, em sessão de Assembléa geral, a nova directoria do Clube de Natação e Regatas, que regerá os destinos dessa sociedade no período administrativo 1929-1930 e que ficou assim constituído: presidente, Alberto Bento; vice-presidente, Salvador Bandeira; 1o. secretário, Antonio Araujo; 2o. secretário, Luiz Felippe T. Peixoto; thesoureiro, Edmundo Lhullier; adjunto, Edmundo Rodrigues da Silva; director de regatas, Vicente Majer; instrutor de remos, Augustinho Rodrigues; instrutor de natação, Rui Baumann; zelador, Augusto Pastorello Jr; directores: Miguel Campos, Antonio Vignolo, Orlando Pinho, Ramão Barros, Alvaro E. Gularte, Claudio Chevallier; commissão de contas: Alfonso Monté, Walter Bloch, Rocco Felippe."

Fonte: ESTADO DO RIO GRANDE (RS), 10 de Dezembro de 1929, pág. 03, col. 04

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

A Cerejeira


"Do Cancioneiro Medieval Inglês do século XV

José era um velho
e bem velho era
quando com Maria se casou
no país da Galileia...

José e Maria passeavam
por um pomar
onde as cerejas e os morangos
eram os maiores que já haviam visto.
E então Maria falou
com voz doce e suave:
'Colha para mim uma cereja, José,
pois estou com desejo de mulher grávida'.

E José respondeu
com palavras pouco amáveis:
'Que colhas para ti a cereja
aquele que te engravidou'.

E então, do ventre de sua mãe,
falou o menino:
'Que se incline então a árvore mais alta
Para que minha mãe possa colher algumas'.

Foi assim que a árvore mais alta se inclinou
até alcançar a mão de sua mãe
E ela exclamou: 'Está vendo, José,
tenho cerejas quando quero'.

E depois José falou:
'Ofendi Maria;
mas, alegre-se, meu amor,
e não se sinta triste'...

Então Maria arrancou uma cereja
vermelha como sangue
e voltou para casa
com sua pesada carga..."

Fonte: MANGUEL, Alberto. As aventuras do Menino Jesus. São Paulo/SP: Planeta do Brasil, 2011, pág. 51-52.


segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Feliz Natal 2018!


Nossos votos de um alegre e fraterno Natal a todos os amigos que acompanham o blog!

Os Treze Trolls do Natal da Islândia


O período natalino na Islândia é uma mistura de práticas religiosas cristãs e folclore local da ilha. As comemorações se iniciam na véspera do Natal e vão até a celebração da Epifania (06 de Janeiro). Além da culinária típica do país, os símbolos natalinos são os mesmos da cultura ocidental, entretanto, há uma curiosa tradição que se junta ao costume infantil de esperar a visita do Papai Noel no dia 25 de Dezembro: trata-se dos Yule Lads (em islandês: jólasveinarnir ou jólasveinar) que são uma espécie de trolls locais que visitam as crianças durante a época.

Segundo uma lenda local, uma ogra chamada Grýla vive nas altas e frias montanhas islandesas junto com seu preguiçoso marido Leppalúoi, seus treze filhos e um gato preto. A cada Natal, Grýla desce das montanhas em busca das crianças que se comportaram mal durante o ano para ferver no seu caldeirão. Já seus treze filhos partem em busca de travessuras e traquinagens. 

Apesar do aspecto assustador de Grýla, segundo a tradição mesmo que os maus-comportados sejam capturados pela ogra, se eles se arrependerem de suas más ações, ela deve imediatamente libertá-los.

Quanto aos seus treze filhos, é dito que eles visitam as crianças todas as noites durante os treze dias antes do Natal. Cada um num dia. Conforme o comportamento da criança no dia anterior, podem ser deixados doces e presentes ou nojentas batatas podres. Cada troll tem uma idiossincrasia específica e, portanto, se comporta de modo particular.

Os Yule Lads são:

Stekkjarstaur - chega no dia 12 e vai embora no dia 25 de Dezembro. Possui pernas de pau e assola as ovelhas.

Giljagaur - chega no dia 13 e vai embora no dia 26 de Dezembro. Esconde-se nos barrancos e tem preferência por se infiltrar em estábulos para roubar o leite das vacas.

Stúfur - chega no dia 14 e vai embora no dia 27 de Dezembro. Descrito como muito baixinho, adora comer a crosta deixada nas panelas sujas.

Övörusleikir - chega no dia 15 e vai embora no dia 28 de Dezembro. Extremamente magro e desnutrido, Rouba a Þvörur (espécie de colher de madeira longa) da cozinha para lamber os restos que ficam.

Pottaskefill - chega no dia 16 e vai embora no dia 29 de Dezembro. É apaixonado pelas sobras que ficam nos potes da cozinha.

Askasleikir - chega no dia 17 e vai embora no dia 30 de Dezembro. Esconde-se embaixo das camas esperando que alguém ponha seu askur (espécie de tigela com tampa) sobre a mesa e vá dormir. Então ele aproveita e rouba o askur.

Hurðaskellir - chega no dia 18 e vai embora no dia 31 de Dezembro. Bate nas portas, especialmente durante as noites, com o intuito de acordar as pessoas.

Skyrgámur - chega no dia 19 de Dezembro e vai embora no dia 01 de Janeiro. Adora roubar o skyr (espécie de queijo com consistência semelhante ao iogurte típico da culinária islandesa) das casas.

Bjúgnakraekir - chega no dia 20 de Dezembro e vai embora no dia 02 de Janeiro. Esconde-se nas vigas de madeira das casas islandesas e tem predileção por furtar as saborosas salsichas defumadas islandesas.

Giuggagaegir - chega no dia 21 de Dezembro e vai embora no dia 03 de Janeiro. Adora bisbilhotar através das janelas em busca de coisas para roubar.

Gáttaþefur - chega no dia 22 de Dezembro e vai embora no dia 04 de Janeiro. Dono de um nariz anormalmente longo e de um olfato muito agudo para localizar o Laufabrauð - tipo de pão tradicional natalino da Islândia.

Ketkrókur - chega no dia 23 de Dezembro e vai embora no dia 05 de Janeiro. Usa um gancho de açougue para roubar a carne da cozinha.

Kertasníkir - chega no dia 24 de Dezembro e vai embora no dia 06 de Janeiro. Segue as crianças para roubar suas velas de sebo.

O Gato Preto de Natal

O antigo folclore islandês afirma que todo morador da Ilha deve receber uma nova peça de roupa no Natal. Caso contrário, um enorme gato preto que ronda a Islândia virá e devorará quem não seguir essa regra simples. Ele é conhecido como o "Gato Preto do Natal".

Fonte: livre adaptação e construção do texto a partir dos links abaixo:
https://www.iceland.is/
https://mysideofthelaundryroom.wordpress.com/
https://en.wikipedia.org/wiki/Yule_Lads






domingo, 23 de dezembro de 2018

Tradições de Natal do norte da Itália


Lombardia

Especialmente em Milão, o Natal é sinônimo do tradicional panetone. Sobre a sua origem, são contadas várias lendas, a mais famosa é a versão que um padeiro chamado Toni teve a ideia de enriquecer um pão simples com manteiga, ovos, açúcar, passas e frutas cristalizadas, pela necessidade de agradar o paladar de um nobre local. O fato é que o panetone é atestado nas mesas de Milão desde o século XIII.

Outra expressão importante natalina local é a Feira "Oh Bej! Oh Bej!", que começa em 07 de dezembro - dia de Santo Ambrósio -  e que acontece atualmente na área de Castello Sforzesco. A tradicional feira reúne vendedores de artesanato, antiguidades e gastronomia local, além de várias atrações culturais.


Em Milão, são também consumidos na época natalina tradicionais pratos típicos como: capão em consomê de gelatina, tortellini ou casoncelli em caldo, capão recheado (com ovos, grãos esmagados e salsicha), acompanhamentos à base de mostarda de Cremona, espetinhos de frango e carne temperados. As sobremesas também estão no cardápio como o nougat, o já citado panetone e a sbrisolona.

Trentino

O Natal trentino possui notável influência da tradição cultural alpina. Os centros históricos e vilarejos se enfeitam com luzes, cores e aromas típicos da época natalina. Entre as famílias a tradição da Coroa do Advento é uma das mais profundamente arraigadas. A coroa é composta por um trama de ramos de abeto, uma fita de seda vermelha e quatro velas que indicam os domingos que antecedem o Natal. A cada um destes domingos uma vela é acesa e canções tradicionais são entoadas. Também faz parte da festa natalina trentina o costume do calendário do Advento - este por sua vez com origem na Alemanha. Em 1908, um alemão chamado Gerhard Lang criou um calendário confeccionado em papel, que representava os dias entre 01 e 24 de dezembro, como numa espécie de contagem regressiva ao Natal. Em cada dia, existe uma artesanal janelinha de papel que se abre e contém uma guloseima para as crianças. Desta forma, a criança já no início do último mês do ano já vai vivenciando a expectativa do Natal. Em Bolzano, na Via della Posta, a fachada do edifício Max Valier é transformada num imenso calendário do Advento.


No menu do Natal trentino não podem faltar as seguintes iguarias locais: Bolinhos (de pão amanhecido, de presunto, de bacon, de salame, farinha, ovos, leite, caldo de espinafre, cogumelos porcini e fígado de vitela, etc.; as variações são muitas), os strangolapreti (bolinhos de massa de pão, leite, ovos e acelga) servidos com manteiga, folhas de sálvia e parmesão, carne de veado ou cabra assados com batatas e como principais sobremesas o strüdel (torta típica de inspiração germânica) e o zelten (bolo enriquecido com frutas secas e rum).

Friuli-Venezia-Giulia

É uma região principalmente marcada pelo costume dos belos presépios na época natalina. Em Tarcento, província de Udine, ocorre um evento curioso ligado ao ciclo natalino - o Palio dei Pignarulârs - que se inicia logo após o pôr do sol do dia 05 de janeiro, véspera do Dia de Reis, e que consiste numa corrida em que homens trajando roupas típicas carregam grandes carroças ardendo pilhas de fogo. A festa tem origens medievais e mais profundamente está ligada a antigas celebrações celtas da Europa.


Os pratos típicos do Natal da região são a brovada, o muset (sopa de nabo e cotechino, um tipo de embutido italiano feito a partir da carne e pele suínas), a polenta, tripas com molho e queijo, carneiro assado, a gubana (nozes, amêndoas, passas, mel, vinho e rum, envoltos numa massa perfumada) e os castagnoles (bolinhos doces à base de farinha, açúcar, ovos e manteiga).

Valle d'Aosta

O Natal valdostano é caracterizado pelo costume de montar presépios vivos nas ruas das cidades. Os personagens do presépio costumeiramente são representados por crianças enquanto que os adultos representam atividades do passado pelas ruas da cidade e oferecem bebidas e lanches saborosos aos visitantes.

Na noite do dia 24 de dezembro, em todas as paróquias da região, a celebração da Missa do Galo é muito valorizada, com grande afluência de pessoas às igrejas católicas. Na saída da missa, os valdostanos tem o hábito de trocarem saudações e desejos de um bom Natal, momento em que se trocam e se presenteiam com fatias de bolos, xícaras de chocolate quente e pequenos cálices de uma receita local com vinho quente.

Comidas típicas do Natal valdostano: carne seca (mormente de músculo de vaca, ou de carne de ovelha ou cabra; em todos os casos a carne é seca e temperada com ervas da montanha, zimbro e alho) servida com torradas e mel, castanhas cozidas e caramelizadas com mel, torradas com queijo e trufas derretidas e sopa Valpellinentze (repolho, couve lombarda, fatias de pão duro, queijo fontina, caldo de carne, canela e noz-moscada). Os pratos doces principais são pêras em calda servidas com chocolate ou chantilly, café Mandola (um tipo de café aromático muito robusto) com amêndoas moídas em que se serve como acompanhamento o tegole - espécie de torta seca típica.

Vêneto

A região é muita ligada à figura de Santa Lúcia ou Santa Luzia (cuja comemoração é dia 13 de dezembro), em que são organizados vários eventos em sua honra, porém cujo principal é o "Banchéti de Santa Lussia" ("Banquete de Santa Lúcia" no dialeto local) na Piazza Bra, em Verona.

Em Veneza, a expressão natalina distintiva da cidade são os mercados flutuantes montados na lagoa, onde cânticos característicos são ouvidos em meio a degustação de vinho brulé.

No Natal do Vêneto se aprecia muito o ravióli em caldo de carneiro, o carneiro cozido simples ou o carneiro cozido em molho de raiz forte, sendo que, ambos os tipos de cozido de carneiro são servidos com purê de batatas e salada de radicci (radiche, almeirão) vermelho. A principal sobremesa é o delicioso nougat de amêndoa.

Piemonte

O Natal piemontês é caracterizado também pela tradição dos presépios, tanto pelos esculpidos quanto os "vivos". Entre as muitas celebrações, o "Il Pastour"("Os Pastores") é a mais peucliar da região, com eventos regulares e fixos em cidades como Alessandria, Vinadio e Pradleves. Atores populares representando pastores percorrem as igrejas dos vilarejos e, liderados pelo personagem "Gelindo", levam oferendas ao Menino Jesus na noite de Natal.

Pratos típicos: salada de carne crua all'abese (uma espécie de carpaccio piemontês marinado com suco de limão e temperado com azeite de oliva, alho, sal e pimenta, e às vezes, acompanhado de trufa branca ou cogumelo porcini), pimentas em bagna cauda (molho à base de azeite, alho e anchovas), anchovas em molho verde, flan de cardo, torta de alho-porró, agnolotti (típica massa recheada com carne) com molho, risoto de radicci (radiche, almeirão) e vinho Barolo, carneiro assado, cozidos diversos à base de batatas e cenouras, além de outros vegetais, e uma diversidade de molhos para acompanhamentos. Sobremesas principais: gianduia, zabaione e nougat de Alba.

Fonte: livre adaptação com acréscimos para melhor entendimento dos leitores em língua portuguesa de reportagem do site: https://www.tgcom24.mediaset.it/












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