sábado, 29 de abril de 2023

Andradina de Oliveira

 



Educadora, escritora e feminista.

Nasceu em 12 de junho de 1864, na cidade de Porto Alegre (RS), filha de Joaquina Pacheco de Andrade e Carlos Montezuma de Andrade. O pai era médico e morreu cedo, deixando Andradina órfã aos 7 anos de idade. Recebeu esmerada educação; estudou na escola de Luciana de Abreu e depois fez com brilhantismo o segundo grau na Escola Normal de Porto Alegre, atualmente Instituto de Educação General Flores da Cunha. Casou com um oficial do exército brasileiro, natural do estado da Paraíba, Augusto Martiniano de Oliveira, e teve dois filhos.

Andradina América Andrada de Oliveira exerceu o magistério público durante oito anos nas cidades gaúchas de Pelotas, Rio Grande, Santa Maria e Porto Alegre. Enviuvou muito cedo e teve que manter a família com seu talento e o magistério. Indo morar em Bagé, dedicou-se ao jornalismo e fundou, em 1898, o jornal Escrínio, cujo lema era "Pela Mulher". No editorial do primeiro número assim se apresentava: "surge também como um incitamento à mulher rio-grandense, convidando-a a romper o denso casulo de obscuridade e vir à tona do jornalismo trazer as pérolas de sua cultivada inteligência! O Escrínio aparece como um verdadeiro propagandista da instrução, do cultivo do espírito feminil. A mulher deve ser instruída, deve ser educada para melhor cumprir a sua divina missão na Terra - ser mãe."

O jornal foi editado durante nove anos, primeiro em Bagé e depois em Santa Maria; sua publicação foi interrompida pela morte de um filho de Andradina, que a deixou muito abalada. Em 1909, esta publicação reapareceu em Porto Alegre, sob a forma de uma revista ilustrada.

Andradina publicou sete livros e deixou outros inéditos, sendo os mais importantes: Cruz de pérolas (contos), que em 1908 recebeu medalha de ouro na Exposição Nacional do Rio de Janeiro, e O divórcio?, de 1912, que provocou grande repercussão pelo fato de abordar um tema polêmico; defendia o direito à felicidade e o divórcio como uma forma de evitar tragédias nas famílias brasileiras. O livro foi escrito na forma epistolar, 26 cartas, cada uma com um argumento diferente, baseado em casos reais, denunciando a hipocrisia da sociedade quanto à indissolubilidade do matrimônio. Cada uma dessas cartas possuía em epígrafe o depoimento de um personagem ilustre sobre o tema do divórcio: Osório Duque Estrada, José do Patrocínio, Mirtes de Campos, Carmen Dolores, Julia Lopes de Almeida, entre outros. Em duas cartas, Andradina faz elogio ao feminismo, que "abrirá os olhos de todas as mulheres. E elas hão de, em futuro que não está longe, conquistar a sua verdadeira posição na família, na sociedade, na pátria - a mulher deixará de ser a escrava, a serva, a besta de carga, o objeto de prazer do homem, o animal procriador, o bibelô das salas".

Foi em 1920 para São Paulo, onde continuou sua carreira literária, e lá faleceu em 1935.

Fonte: SCHUMAHER, Schuma & BRAZIL, Érico Vital (orgs.). Dicionário Mulheres do Brasil (de 1500 até a atualidade). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001, pág. 188-189.

sexta-feira, 28 de abril de 2023

Sobrenome Hupp

 



HUPP - Há três acepções possíveis:


1. Uma forma curta patronímica para o nome masculino germânico Hubert/Hupert/Hugbert/Hugpert.

2. Um profissional que produz doces, ou genericamente qualquer tipo de produto de confeitaria, como tortas, pães doces, bolos, biscoitos, waffers, etc. Está associado ao termo do alto alemão medieval "hipe" que serve para designar qualquer tipo de massa doce.

3. Um patronímico para o nome medieval húngaro "Huba".

quinta-feira, 27 de abril de 2023

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Bandos de cangaceiros do século XIX

 



A grande seca de 1877-1879 é o ponto de partida para o desencadeamento de ações dos grupos de cangaceiros mais famosos do século XIX: os Brilhantes, os Viriatos e os Calangros. Alguns lutam entre si, como estes últimos e os Mateus, que se fazem fortes em Pajeú de Flores, Pernambuco, e aparecem no Ceará "à frente de cento e tantos homens". Os Calangros tinham uns 60. Em 1878, os jornais "reclamavam enérgicas providências contra salteadores, que continuavam a infestar o interior. Formavam-se todos os dias novos grupos. Em Milagres (Ceará) havia aparecido o dos Quirinos, sob a proteção de João Calangro. Compunha-se de trinta homens, acompanhados por três chefes e irmãos, o mais velho dos quais chamava-se Quirino.

Acrescente Teófilo que "João Calangro fazia guerra de extermínio aos grupos que se formavam sem seu consentimento... O seu grupo era perfeitamente disciplinado, montado, bem armado e uniformizado".

Era naturalíssimo que assim acontecesse. Em fins de 1879, a população indigente, no Ceará, ultrapassava a casa dos 300 000 homens, mulheres e crianças. Outras 300 mil pessoas haviam morrido ou emigrado. (pág. 103)

(...)

Destes 100 000 deslocados, a maior parte ficava perambulando sem rumo certo, vivendo de esmolas, de roubos, de assaltos a mão armada. Estão na história do Nordeste os grupos aguerridos de salteadores, cujas ações se multiplicam nos anos de seca: os Brilhantes, os Serenos, os Viriatos, os Simplícios, os Meireles, os Calangros, os Quirinos, que em geral tomavam o nome ou apelido de seu chefe. Se o latifúndio os gerava, as grandes estiagens, matando as lavouras, dizimando os gados, exterminando a gente, exacerbava lhes o desespero, não lhes deixando outra alternativa a não ser o banditismo sem quartel. Na grande seca de 1877-1879, quando começaram a se intensificar-se as ações dos grupos de bandoleiros, uma correspondência da cidade caririense de Barbalha para Fortaleza comentava este fato, que devia traduzir mais ou menos, que devia traduzir mais ou menos uma realidade: "Hoje, é perigoso ser rico, pois o povo pobre [os bandidos] lhes hão declarado guerra de extermínio".

Trecho de um relatório do Governo da Província referente ao ano de 1878 indica a gravidade do problema. Diz o presidente: "Chegando ao meu conhecimento que hordas de salteadores conhecidos pelos nomes e antonomásia dos chefes, Viriato, Quirino e Calangro, que há alguns anos cometem toda sorte de violência nos confins desta província com as de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, recomeçavam suas excursões no Cariri, dirigi-me aos presidentes daquelas províncias requisitando a sua cooperação para perseguirmos eficazmente os malfeitores, que com facilidade escapam fugindo de uma para outra jurisdição". "Forças combinadas desta Província e da Paraíba conseguiram sitiar o grupo da povoação de Boa Esperança, do termo de Milagres, da qual se tinha assenhoreado; e aí travou-se o combate, em que morreram doze salteadores e um soldado, tendo-se dado de parte a parte muitos ferimentos. Vigorosamente atacado e batido, o grosso da quadrilha pôde todavia evadir-se; mas ficaram treze prisioneiros, mais de cem cavalgaduras, e valores de subida importância, fruto de suas depredações". Prossegue o relatório oficial: "Assim creio poder afirmar que o Cariri está libertado desses facínoras que, originados em grande parte das províncias vizinhas, haviam demandado em razão da seca à mais fértil região do Ceará, e inspiravam tal horror que, depois dos morticínios e roubos praticados de julho do ano passado a abril deste ano, entravam de público nas vilas e povoados, soltavam os presos, tributavam a população e declaravam-se seus protetores contra os outros bandos". (pág. 136-137)

Fonte: FACÓ, Rui. Cangaceiros e Fanáticos: gênese e lutas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 8a. edição, s/d, pág. 103.

terça-feira, 25 de abril de 2023

O Quilombo de Rio Pardo

  



- N'essa sexta-feira soubemos todos que os pais fugidos vão dando em fazer colonias: vejão só que quilombo aquelle do Rio-Pardo! Deposito de mantimento, vestuario, fumo, e não sei o resto. Se os deixão alguns mezes mais os colonos-pretos fazem a sua bailante, o seu theatro, e os mais regalitos de quem quer viver vida anacreontica, longe do mundo e suas vaidades.

Isto é para que vejão como está a nossa terra, lá por essa campanha, bem policiada. Fazem-se "colonias" em toda ordem, e subsistem ellas 6 e 8 annos, e ninguem o sabe. De repente vamos nós descobrir por ahi alguma grande cidade de gente de extrangis, que não vem no mappa.

Será bom ver de dar com ella logo.

Quanto aos mantimentos achados no quilombo fação presente d'elles aos pobres soldados. Como estes com alguma nova tabella que por ahi ha de vir vão ficar em dieta rigorosa, muito estimarão esse adjutorio de comida, e o amigo governo cumprirá uma obra de misericordia "dará de comer ao faminto".

Fonte: CHRONICA DE PORTO-ALEGRE (Porto Alegre/RS), 04 de Abril de 1853, pág. 34

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Sobrenome Rafalski

 



Sobrenome patronímico simples do nome próprio polaco Rafał (corresponde ao nome Rafael em português). A forma matronímica é Rafalska. A forma Rafalski é relativamente comum em toda a Polônia e Europa Oriental.

Uma noite de gala no Teatro Sete de Abril em 1878



PELOTAS

(...) 

Na noite de sabbado realisou-se na cidade visinha o espectaculo em beneficio da eminente actriz sra. d. Emilia Adelaide Pimentel, sendo levado á scena o drama em 3 actos Princeza Jorge, a Judia, poesia de Thomaz Ribeiro, e a commedia As Duas Bengallas.

O theatro estava vistosamente ornamentado quer exterior, quer interiormente.

A concurrencia foi extraordinaria, achando-se o theatro litteralmente cheio.

Ao apparecer em scena a distincta actriz cahiu sobre o proscenio uma chuva de flores.

No final do 1o. acto foi a beneficiada chamada á scena e victoriada com enthusiasticos applausos, saudando-a n'essa occasião o sr. Armindo José Marques.

Prosseguio a representação do drama, sempre sendo a beneficiada alvo de repetidos e febricitantes applausos.

Fonte: GAZETA MERCANTIL (Rio Grande/RS), 28 de Março de 1878, pág. 02, col. 02

domingo, 23 de abril de 2023

Sobrenome Falkenberg



 FALKENBERG - "montanha dos falcões". É um topônimo muito abrangente na Alemanha e países periféricos. Na Alemanha corresponde a três cidades e um distrito, na Suécia a uma cidade e um distrito. Ainda 19 localidades menores e diversas na Alemanha, dois municípios na Áustria, um município na França, um município na Suíça, sete aldeias na Polônia. A Alemanha e a Áustria ainda compartilham 10 castelos com este nome.


O Condado de Falkenberg existiu entre 1743 e 1945 numa área onde hoje se encontra a voivodia de Opole, na Polônia.

Somente uma pesquisa genealógica para determinar qual dos lugares "Falkenberg" se trata. É um nome de lugar muito abrangente do ponto de vista geográfico.

sábado, 22 de abril de 2023

A procedência étnica dos escravizados no Rio de Janeiro do século XIX

 



Em comparação com esses termos gerais que apontavam para um continente inteiro, os viajantes oferecem pistas mais específicas para a identificação dos africanos no Rio. Em alguns casos, registraram os nomes exatos dos grupos étnicos, tais como os libolos de Angola, mas, em geral, repetiam apenas os nomes usados no Rio para as nações ou portos africanos que ouviam de seus informantes cariocas. São úteis, porém, porque apontam a existência de alguns grupos étnicos específicos e identificam como os cariocas percebiam esses grupos antes de 1850.

Embora os estrangeiros que registraram as origens africanas no Rio estivessem muitas vezes enganados, alguns eram bastante precisos. Carl Seidler escreveu que a maioria dos escravos do Rio vinha de Cabinda, Congo, Benguela e Moçambique, ao passo que Armitage foi mais completo. A esses quatro grupos acrescentou os angolas, caçanjes, quilimanes, inhambanes e uma nota dizendo que no grupo cabinda estava incluindo as "várias tribos" dos congos até Angola. Schlichthorst, porém, omitiu cabinda, benguela, quilimane e inhambane de sua lista de congo, angola, cachange (caçanje), moçambique e mombaça. Listas ainda mais abrangentes aparecem em um relato francês e em um outro alemão. Segundo o viajante francês Dabadie, as principais nações do Rio eram mina, cabinda, congo, angola, moange, benguela, mozambique, mucena (sena), quilimane e inhambane. De particular interesse é a importância que ele atribui às nações da África Oriental, incluindo a região de Rio de Sena de Moçambique. Além desses grupos, mas excluindo moange, mucena e moçambique, o alemão Weech listou os anjicos, monjolas, gabãos, capundas, rebolas, mombassas e cajenges.

Por fim, o historiador Melo Morais Filho reproduziu uma tradição da cidade do Rio pela qual sete nações compareciam à coroação de um rei ou rainha africana. Embora não incluísse os cabindas, registrou as sete nações como sendo de minas, congo, cassanges, cabundás, rebolos, benguelas e moçambiques.

Tendo em vista que esses nomes eram tão comuns no século XIX, não é surpresa alguma descobri-los preservados na Umbanda, uma religião afro-brasileira moderna. Ao agrupar os orixás na sétima linha, ou africana, os umbandistas dividem esses espíritos em sete grupos, cada um com seu chefe: Povo da Costa, Congo, Angola, Benguela, Moçambique, Loanda e Guiné. Em outras palavras, os nomes das nações do século XIX tornaram-se agora nomes de falanges de espíritos.

Fonte: KARASCH, Mary C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro (1808-1850). (trad. Pedro Maia Soares). São Paulo: Companhia das Letras, 2000, pág. 43-44.

sexta-feira, 21 de abril de 2023

Um causo do futebol gaúcho

 



(...)

O drama dos juízes não é um privilégio de cariocas e paulistas. No Rio Grande do Sul havia um árbitro muito respeitado, chamado Tonelli. Um dia foi escalado para dirigir Grêmio Bagé x Guarani, um jogo cheio de pinimba, reunindo as duas equipes mais populares da cidade de Bagé. Tonelli anulou um gol do Grêmio e o pau comeu. Para resolver o problema, chamou o capitão do Grêmio e mostrou-lhe o revólver que trazia sob a camisa:

- Estou armado.

O jogador baixou a meia direita e mostrou-lhe um punhal:

- Eu também, seu juiz.

Tonelli desarmou-o e prosseguiu com o jogo. Não houve mais tumulto. Ele estava disposto a impor a sua autoridade a bala.

(...)

Fonte: BIANCHI, Ney. Juiz ou ladrão? Manchete, Rio de Janeiro, edição 964, 10 de outubro de 1970, pág. 130.

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Sobrenome Schölch

 



SCHÖLCH, SCHOELCH, SCHOELCHER, SCHÖLCK, SCHOELCK, SCHOELCKER, SCHÖELKE, SCHOELKE, SCHOELKER - é uma germanização da palavra eslava ocidental (também comum ao dialeto da Silésia) "skalak" que significa rochas ou pedreira. Por extensão: aquele que mora num lugar rochoso ou numa pedreira, ou ainda, aquele que trabalha com rochas ou numa pedreira. Figurativamente, também pode designar pessoa teimosa ou pessoa resistente.

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Sobrenomes da Floresta Negra



 1. Ketterer, Kätter - matronímico do nome próprio Katharina.

2. Andris - patronímico do nome próprio Andreas.

3. Thoma - patronímico do nome próprio Thomas.

4. Wehrle - patronímico do nome próprio alemão Werner.

5. Wöhrle - patronímico do nome próprio alemão Werner, mais característico dos vales de Kinzig e Gutachtal.

6. Winterhalter - metonímico para aquele que mora no lado sombreado da montanha; aquele que, durante o inverno, habita numa região de pouca incidência de sol.

7. Spiegelhalter - metonímico para aquele que mora junto ao curso d'água num vale; aquele que habita próximo a um curso d'água que tende a não congelar na maior parte do inverno.

8. Faller - metonímico para aquele que mora junto a uma pedreira ou cachoeira.

9. Obergfäll - metonímico para aquele que mora na parte superior de uma encosta (de uma montanha).

10. Bühler - metonímico para aquele que mora numa colina.

11. Waldvogel - metonímico para pessoa cantora, ou metaforicamente, pessoa despreocupada.

12. Haldebuur - camponês que mora num monte.

13. Schwabenhöfe - significaria algo como camponês suábio (da Suábia, região histórico-cultural da Alemanha). Porém, os habitantes da Floresta Negra tendiam a denominar mesmo camponeses originários de Württemberg ou da Baviera com esta alcunha. Quase o mesmo que, hoje em dia, se refira a qualquer nordestino como "paraíba" no Brasil.

14. Schweizerhöfe - significaria algo como camponês suíço. Porém, os habitantes da Floresta Negra tendiam a denominar camponeses originários além da Suíça, também da Áustria e da Boêmia, com esta alcunha, devido ao acento de seu sotaque dialetal. Quase o mesmo que, hoje em dia, se refira a qualquer nordestino como "paraíba" no Brasil.

15. Behahof - algo como camponês boêmio, mas de forma extensiva qualquer imigrante do Leste Europeu.

16. Hockenjos - construtor de pilhas de feno.

17. Zweribach - toponímico que se refere a uma reserva natural da região.


segunda-feira, 17 de abril de 2023

Uma notícia de faroeste de 1881

 



Quadrilha de salteadores. - Winston (Estados-Unidos), uma quadrilha de salteadores mascarados assaltou o comboio, matando o conductor.

O machinista fugio e um dos ladrões tomou o seu lugar.

Um viajante, que recalcitrou, foi logo morto.

Os ladrões roubárão as malas do correio, em que ião cerca de 4:000$, e começavão a roubar os viajantes, quando de repente o comboio parou.

Os ladrões tomárão logo as de villa Diogo.

O guarda-freio tinha feito uso das palancas automaticas, e os ladrões, assustados por verem o comboio parado, abandonarão-n'o logo.

Fonte: A IMPRENSA (Porto Alegre/RS), 22 de Setembro de 1881, pág. 02, col. 03-04

domingo, 16 de abril de 2023

Sobrenome Niederau

 



NIEDERAU - é um sobrenome toponímico diretamente associado ao município de Niederau, no distrito de Meissen, no estado alemão da Saxônia.

sábado, 15 de abril de 2023

A Quadrilha de Miguel Tavares

 



LIVRAMENTO

(...)

1 de fevereiro:

- N'essa data o Correio do Sul dá conta da captura de alguns criminosos, nas immediações da Rivera.

"Quinta-feira ultima, diz aquella folha, as autoridades de Rivera, auxiliadas pelos sr. Benevenuto José dos Santos, subdelegado de policia d'este termo, e pelo sr. commandante da fronteira, general Isidoro F. de Oliveira, em combinação, conseguiram prender no lugar denominado Galpões, sob a linha, tres individuos da quadrilha que tanto tem trazido em sobresalto a população dos arredores d'esta cidade.

Entre os tres individuos capturados acha-se o chefe d'essa quadrilha de gatunos, de nome Miguel Tavares.

São dignas de louvores as autoridades, tanto d'esta cidade como de Rivera, pois prestaram um relevantissimo serviço á causa publica, alliviando a propriedade individual dos assaltos d'esses homens."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 16 de Fevereiro de 1885, pág. 01, col. 08

sexta-feira, 14 de abril de 2023

Maracatu em São Pedro Mártir 1850



 - Roga-se ao Illm. Sr. subdelegado da freguezia de San-Pedro-Martyr de Olinda, lance suas vistas sobre um maracatú [sic] que costumam a fazer os negros todos os domingos e dias santos, a ponto de principiarem ao meio-dia e irem até 8 e 9 horas da noite, e dias ha, que vão amanhecer o dia, incommodando com os seus gritos, e extraordinario alarido os ouvidos da vizinhança. Isto lhe pede um morador do Varadouro da mesma cidade.

Fonte: DIARIO DE PERNAMBUCO(Recife/PE), 05 de Fevereiro de 1850, pág. 03, col. 01

quinta-feira, 13 de abril de 2023

Sobrenome Ruppert

 



RUPPERT - é um sobrenome patronímico diretamente do próprio nome alemão Ruppert. Ruppert é equivalente ao nome Roberto em português.

segunda-feira, 10 de abril de 2023

Sobrenome Kalle

 



KALLE - é a forma encontrada na Suécia, Noruega, Dinamarca e nos estados alemães de Schleswig-Holstein e Mecklemburgo-Pomerânia para o nome próprio masculino Karl (Carlos em português). Portanto, é um nome patronímico.

domingo, 9 de abril de 2023

Maremoto no litoral gaúcho

 



Porto Alegre - Um maremoto atingiu ontem a costa sul do Atlântico, no Estado do Rio Grande do Sul, com maior incidência na praia de Hermenegildo, município de Santa Vitória do Palmar. Em consequência do maremoto um barco naufragou e vários outros continuam ameaçados, pois o mar está avançando sobre a costa.

A previsão do Deprec - Departamento de Portos, Rios e Canais - é que o mar em toda a costa do Rio Grande do Sul deverá avançar aproximadamente um quilômetro sobre a faixa litorânea nos próximos dias, em consequência do tremor. Tanto em Hermenegildo - a mesma praia que há cerca de um ano foi atingida por forte poluição ambiental - como na praia de Pinhal, várias casas foram destruídas e levadas pelas águas. Em consequência da destruição das casas estão ocorrendo muitos saques nas demais casas na maioria das praias do Atlântico Sul, onde no último fim de semana, iniciou a temporada de verão, com grandes deslocamentos de pessoas para todo o litoral. Na tentativa de controlar a situação, várias equipes policiais estão sendo transferidas de Porto Alegre para as praias mais atingidas no estado gaúcho, numa tentativa de conter os saques.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE (Brasília/DF), 02 de Janeiro de 1980, pág. 05

sexta-feira, 7 de abril de 2023

O Teatro do Estudante do Rio Grande do Sul



 Há doze anos - se bem me lembro - o Teatro do Estudante do Rio Grande do Sul vem montando peças e dando, ao público de Porto Alegre, espetáculos que as companhias profissionais, em suas esporádicas excursões ao ponto sul do Brasil, como qualidade, raramente lhe levam. Não sei quais os diretores que lhe guiaram o início; meu conhecimento mais direto com o grupo data do encontro, em São Paulo, há três anos, mais ou menos, com Loris Melecchi, Valmor Chagas e mais dois companheiros, em viagem de passeio ao Rio e capitais do sul do país. Nessa época, já Luís Tito era encenador do grupo, e Loris Melecchi, diretor geral. Sob o comando de Luís Tito, foram apresentadas: "A Verdade de Cada Um", de Pirandello, "O Herói e o Soldado", de Shaw, "Simbita e o Dragão", de Lúcia Benedetti e a "Paixão de Cristo", de Eduardo Garrido, numa Semana Santa. Com a vinda de Luís Tito para São Paulo, o T.E. gaúcho ficou sem encenador. Loris Melecchi, diretor incansável e bom ator, voltou ao Rio, para tratar de assuntos do grupo, junto ao S.N.T. e ver se seduzia alguém a ir a Porto Alegre, montar um ou dois espetáculos. Luísa Barreto Leite, abordada pelo charme e a lábia do jovem conterrâneo seu, concordou em rever os pagos, encenar outro Pirandello e fazer conferências, nas férias de 53-54. As férias, porém, ainda estava longe (essa conversa ocorreu em meios de 1953) e o grupo ficaria muito tempo sem trabalhar. Silva Ferreira estava disponível, aqui, no Rio, e poderia partir logo. Aceitou o convite de Loris e lá se foi. Sob sua direção, o Teatro do Estudante apresentou, com êxito, "A Corda", de Patrick Hamilton. Ao mesmo tempo que dirigia os ensaios da peça, dava aulas na Escola de Teatro Mário Hermes, cuja direção lhe foi entregue. Além dessas atividades, iniciava sua colaboração na página literária dos sábados, do "Correio do Povo", com artigos sobre coisas de Teatro. Loris, antes de abandonar a direção do grupo, resolveu realizar a segunda excursão a cidades do interior do Estado. Prepararam "O Noviço", de Martins Pena. O repertório estava pronto: "A Corda", e "O Noviço". "A Corda" obtivera ótimas críticas, mas as finanças do grupo continuavam curtas. Como atender às despesas de condução, hotéis, propaganda, casas de espetáculos? O Dr. Nei Brito, secretário do Governador, solicitado, conseguiu-lhes condução e um vagão-dormitório, com o Diretor da Viação Férrea. Transporte e alojamento, resolvidos. Faltavam, ainda, alimentação, propaganda e locais para as representações. Um dos rapazes partiu, em visita às cidades programadas e, com as Prefeituras e as agremiações de estudantes, arranjou manutenção e publicidade. Os donos de cinemas, porém, exigiram 50% da renda bruta. Para não desmerecer da classe. Por não haver outro jeito, o grupo teve de aceitar. Os espetáculos, realizados em Cachoeira, Santa Maria, Alegrete e Uruguaiana, foram extraordinariamente bem recebidos. Em Uruguaiana, a Prefeitura patrocinou uma récita de "O Noviço", para a população, ao ar livre, sobre tablados, diante de mais de duas mil pessoas. De volta a Porto Alegre, Silva Ferreira recebeu e aceitou dois convites: um, da Faculdade Católica de Filosofia, que lhe propôs dirigir uma peça e realizar dez conferências, para os alunos; outro, do Dr. Mariano Beck, Secretário da Educação, que lhe ofereceu o cargo de Assistente Técnico de Teatro no Estado. Em consequência de suas novas atribuições, Silva Ferreira pôs em andamento os quatro primeiros pontos de seu programa: reforma completa do Teatro São Pedro; organização de fichário de peças e serviços de cópias, para indicação e remessa aos grupos de teatro do Estado, que solicitarem orientação; prêmio para a melhor peça - que a Prefeitura encenará - de autor gaúcho; prêmio ao melhor conjunto amador do Estado, conferido por comissão nomeada para assistir a todos os espetáculos teatrais apresentados no interior. No fim do ano, ao conjunto premiado será oferecida uma viagem a Porto Alegre, para que a Capital o aprecie. Eis o que está acontecendo, no Rio Grande do Sul. Além desta grata oportunidade de referir-me aos trabalhos do Teatro do Estudante daquelas bandas, outros dois motivos levaram-me a publicar esta nota: o incentivo que dela pode vir aos amadores do interior do país, cheios, em geral, de boa vontade, mas escassos de iniciativa, e o avisto, aos nossos diretores jovens, que seu futuro tem muitas probabilidades de bom início fora do Rio de Janeiro. Aqui, a concorrência é maior; os interesses pessoais, mais exclusivistas; a política de bastidores, não raro, sórdida. Nas cidades do interior, os diretores incipientes encontrarão campo mais tranquilo para aplicar seus conhecimentos e adquirir experiência, e os grupos de amadores contarão com garantias de progresso, ao trabalhar sob a direção de alguém que, mais que seus componentes, conheça o "ofício". Para benefício do Teatro nacional, aí ficam aviso e conselho.


Fonte: PEDREIRA, Brutus. O Teatro do Estudante do Rio Grande do Sul. Manchete, Rio de Janeiro/RJ, edição 098, 06 de março de 1954, pág. 14.

quarta-feira, 5 de abril de 2023

Sobrenome Bensemann

 



BENSEMANN - originário da Saxônia. Significa "homem de bens" (agrícolas). Portanto, agricultor proprietário, camponês que é dono da própria terra.

BENSEMANN pode ainda ser uma aliteração tardia do patronímico do nome Benedikt (Benedito).

terça-feira, 4 de abril de 2023

Arthur de Lara Ribas



"Effectuou-se hontem, ás 8 horas da manhã o enterramento do inditoso tenente do 28o. batalhão de infantaria Arthur de Lara Ribas, fallecido a 10 do corrente, em consequencia de uma sincope cardiaca.

O corpo foi conduzido do hospital militar para a igreja dos Passos e de lá para o cemiterio, sendo acompanhado pelo commandante da 1a. brigada, coronel Tupy Caldas com o seu estado-maior, officialidades do 25o., 28o., 13o. e 30o. batalhões.

Sobre o caixão foram depositadas as seguintes grinaldas: 1 mandada pela familia do morto, 2 pela officialidade do 28o. e outra pela do 30o. batalhão.

Prestou as honras funebres ao ato uma guarda do 13o. batalhão de infantaria commandada pelo tenente Fontes.

Arthur de Lara Ribas era casado em Rio Pardo, como já dissemos, com a exma. sra. d. Izolina Barreto, filha do nosso amigo Joaquim da Silva Barreto: ficaram na orphandade três crianças.

Nasceu em 1858.

Assentou praça no exercito, como cadete, em 19 de abril de 1875.

Foi promovido a alferes em 17 de junho de 1887 e a tenente em 23 de julho de 1894.

Era um abnegado republicano. Bateu-se durante toda a revolução pela causa da legalidade.

A 15 de março do anno passado, commandado uma força expedicionaria composta de 30 praças do 25o. batalhão de infantaria, de 40 do 44o. da guarda nacional e da guarda municipal de Caxias, travou renhido combate com o inimigo, no campo do Raposo, em Cima da Serra, das 8 horas da manhã ás 6 da tarde, desalojando-o das posições e causando-lhe perdas.

Ahi foi ferido o bravo official, baixando ao hospital. Fazia então parte, o tenente Ribas, das forças commandadas pelo intrepido capitão Chachá Pereira."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 12 de Outubro de 1895, pág. 02, col. 02

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Histórias Curiosas LXXVII



No município de Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, existem dois vilarejos que vivem em pé de guerra, principalmente quando se trata de futebol. Chamam-se Salgado e Picada del Óleo. E um dia os dois times se enfrentaram no campo do Salgado. E o Salgado começou comprando o juiz, excelente preço. Quando o jogo já estava terminando, zero a zero, o ponta-esquerda do Picada del Óleo marcou um gol de cabeça. Gol lindo de morrer. Mas o juiz anulou. Aí começou a briga. Entre mortos e feridos, sobraram alguns craques do Picada, que pediram ao juiz a confirmação do gol, rigorosamente legal. O árbitro respondeu não, explicando:

- Eu disse que queria todo mundo indo na bola com os pés, não disse? Que não toleraria brigas, socos, cabeçadas, não disse?

- Disse.

- Pois então... o gol foi de cabeça, e cabeçada, segundo as minhas instruções, não valia...

E não valeu.

Fonte: BIANCHI, Ney. Leitura Dinâmica. Manchete, Rio de Janeiro/RJ, edição 983, 20 de Fevereiro de 1971, pág. 101.

domingo, 2 de abril de 2023

Sobrenomes Africanos

 



1. Abara - de origem Igbo e significa "espírito".

2. Adebisi - de origem Iorubá e significa "o rei".

3. Chidubem - de origem Igbo e significa "Deus é meu guia".

4. Igwe - de origem Igbo e significa "detentor de respeito" ou "detentor de autoridade".

5. Keita - também um nome unissex. Significa "descendência" ou "benção".

6. Kimathi - de origem queniana e significa "provedor zeloso".

7. Masondo - de origem Zulu e significa "rodas".

8. Mensah - de origem Akan e significa "o terceiro filho nascido".

9. Nnadi - de origem Igbo e significa "o pai vive".

10. Okeke - de origem Igbo e significa "nascido em Eke".

11. Okusanya - de origem Iorubá e significa "Deus me recompensou pelo meu sofrimento".

12. Phukuntsi - de origem Tswana e significa "aquele que atrai moscas".

13. Zadzisai - de origem Shona e significa "cumprimento de uma promessa".

14. Abimbola - de origem Iorubá e também um nome unissex. Significa "nascido com riqueza".

15. Bankole - de origem Iorubá e significa "construa uma casa para mim".

16. Bhule - de origem Xhosa e significa "bonito".

17. Chidozie - de origem Igbo e significa "Deus pode solucionar isso para mim".

18. Eze - do leste da Nigéria e significa "rei".

19. Kasongo - de origem congolesa e significa "antílope".

20. Mambwe - de origem Mambwe (uma etnia da Zâmbia) e significa "nós, a gente".

21. Odili - com origem na bacia do rio Níger e significa "paz". Também é encontrado na África do Sul com o mesmo significado.

22. Quansah - de origem Akan e significa "Deus está te observando (vigiando, zelando)".

23. Uduike - de origem Igbo e significa "plenitude do poder".

24. Biko - de origem Bantu e significa "pessoa do povo".

25. Abebe - de origem amárica (Etiópia) e significa "flor".

26. Dlamini - de origem Zulu e significa "família real".

27. Gumede - de origem Zulu e significa "terminar o que você começou".

28. Khumalo - de origem Ndebele e significa "descendente da tribo dos peixes".

29. Mandela - de origem Xhosa e significa "presente de Deus".

30. Mbatha - de origem Zulu e significa "cobrir-se" ou "proteger".

31. Nkosi - de origem Nguni, mas também com o mesmo sentido em Zulu. Significa "rei".

32. Radebe - de origem Zulu e significa "ancestral dos Amahlubi" (subgrupo étnico da África Meridional).

33. Tutu - de origem Subiya e significa "riqueza".

Fonte: https://www.familyeducation.com/

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...