quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Lugares III


Ponte (antiga) sobre o Arroio Fragata
Divisa entre os municípios de Capão do Leão e Pelotas
Foto da época da construção da rodovia que vai à Bagé

Pedra da Bandeira: destruída por quê?

Segundo informações do Sr. José Alaor Azambuja, houveram vários interesses para que a Pedra da Bandeira fosse implodida, o que aconteceu em 1972.
Um símbolo leonense que se perdeu para sempre, era uma referência de Capão do Leão. Disse-nos que assim o era, pois como a Vila tinha uma larga fama na produção e comercialização de frutas, as pessoas de fora tinham interesse em comprar aqui estes produtos. Quem embarcava no trem em Bagé, por exemplo, ouvia falar sobre as frutas de Capão do Leão. Como as pessoas não sabiam identificar o lugar pelo nome, pediam alguma indicação. Normalmente, a informação dada era esta: "Olha, quando estiveres te aproximando de Pelotas, verás uma grande pedra em cima de um morro, parece que foi colocada com a mão; ali é Capão do Leão." As pessoas ao olharem aquele colossal monumento geológico, sabiam onde estavam e sabiam que ali poderiam comprar frutas de qualidade na estação.
Pois bem, o que de fato ocorreu para que a Pedra da Bandeira fosse destruída?
Na época, final dos anos 60 e início dos anos 70, a Pedreira de Capão do Leão teve uma recuperação econômica substancial. O número de empregados cresceu, vieram máquinas modernas (para a época!) e a atividade mineradora tornou-se intensa. Isso não ocorrera por acaso. Estava em construção àquela época, o Conjunto Habitacional da Tablada, em Pelotas. Necessitou-se de muita granito para a construção de casas e pavimentação. O prefeito pelotense Ary Alcântara tinha interesse que a obra fosse concluída logo, pois ela iria ser inaugurada durante a visita do presidente da República, Ernesto Geisel. Para que não tivesse maiores problemas e pudesse estar com a Tablada pronta a tempo, intensificou-se a exploração de pedras em Capão do Leão. Isto foi feito de modo meio predatório, sem muito planejamento. A estrutura geológica que sustentava a Pedra da Bandeira foi abalada pelas constantes explosões, daí surgindo o risco que uma grande detonação pudesse fazer com que ela rolasse morro abaixo, atingindo a vila. Outro fator que imperou para que a Pedra da Bandeira fosse implodida era o seu tamanho. Era uma enorme fonte de granito, o que, na ocaião, importava muito economicamente.
Mesmo com os protestos da Vila do Capão do Leão pela não-destruição da pedra, com atuação destacada do vereador Elberto Madruga e da Comissão de Ginasianos da Escola Castelo Branco, o resultado final foi a sua perda irreparável.
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