quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

A imigração pomerana no sul do estado do Rio Grande do Sul


"Conquanto à emigração pomerana para o Brasil, assim como às associadas aos demais europeus emigrantes, inicia-se em meados do século XIX. O desequilíbrio entre a demanda e a oferta de trabalho na Europa, agravado pelo aumento demográfico, condicionou muitas pessoas à busca de soluções através da migração, primeiramente em termos europeus, dentro ou fora de seu país. Mas como estes países não tinham capacidade de absorver o elemento flutuante e pendular, a solução encontrada foi a emigração para a América. Segundo Klaus Granzow, havia incentivo à emigração pomerana para o Brasil na própria Pomerânia, onde o general prussiano Johann Jakob Sturz teria afirmado: 'Mais do que qualquer outra terra oferece o Brasil uma riqueza de elementos, com os quais pode-se desenvolver uma existência feliz para os imigrantes'. Quanto a este processo, do ponto de vista brasileiro, segundo Podewils, 'o país começava a se desenvolver neste momento, porém a densidade demográfica era baixa, fator que levou ao investimento nessa forma de imigração'. A regulamentação da Lei de Terras, lei no. 601 de 18 de setembro de 1850, abriu espaço para a colonização oficial, organizada pelo governo e que instalou importantes núcleos coloniais baseados na pequena propriedade em distintas áreas desocupadas do Estado, mas a colonização de iniciativa privada, organizada por empresários particulares, também buscava angariar trabalhadores rurais para fixá-los à terra com o propósito de formar colônias para produzir alimentos. A imigração germânica no Rio Grande do Sul teve início, segundo Willems, em 1824, por ocasião da Colônia São Leopoldo. Quanto à região sul do Rio Grande do Sul, em 1858 foi criada a colônia particular São Lourenço, uma colônia agrícola instalada na Serra dos Tapes, em terras do município de Pelotas - área que hoje se encontra no município de São Lourenço do Sul, emancipado de Pelotas em 1884 - composta majoritariamente por imigrantes pomeranos. De acordo com Schröder, a maioria pomerana deveu-se à sua capacidade agrícola: 'Após a chegada de mais de 115 pessoas no ano de 1858, os anos posteriores trouxeram elementos mais apropriados: trabalhadores rurais da Pomerânia."

Fonte: SILVA, Danilo Kuhn. Ik dáu dót bláuma futéla: apontamentos sobre a memória e a identidade pomerana através da música. In: DAPesquisa, v.11, n.17, p. 62-63
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