quinta-feira, 18 de abril de 2019

Pelotas em 1967


"Pelotas, um dínamo no Sul

Pelotas, o maior e mais próspero município do Rio Grande do Sul, logo depois de Porto Alegre, prepara-se para nova arrancada em seu progresso, que já o coloca em primeiro lugar em arrecadação tributária entre os municípios gaúchos, excetuada a capital estadual, e em sexto lugar em arrecadação global entre todos os municípios brasileiros, incluindo capitais de estados e territórios. Este impulso, que levará todo o Sul do estado à rota da industrialização e maior produtividade, firma-se numa infra-estrutura segura, representada pela grande produção agropecuária pelotense, por suas indústrias de transformação, pelos seus recursos abundantes em energia e água, porto em dinâmico funcionamento, excelente rede rodoviária e ferroviária e pela formação técnico-profissional e de nível superior de seus habitantes, de que Pelotas se orgulha.

O município é o centro polarizador da região na produção de arroz, lã, couro, pêssego, carne, leite e muitos outros gêneros, com que abastece o país e o exterior. Sozinho, Pelotas produz mais pêssegos que todo o restante do Brasil, e a quase totalidade do aspargo consumido no país vem de suas férteis terras. Além de matadouros de gado vacum, conta com um frigorífico de abate de cavalos, cuja carne é totalmente exportada para a Itália, a França, o Japão e outros mercados externos. E para melhor aproveitar a alta produtividade de sua bacia leiteira, o Fundo Internacional de Socorro à Infância (FISI), da ONU, em convênio com o Ministério da Agricultura, incentivou a construção, em Pelotas, de uma fábrica de leite em pó, que já está produzindo 60 mil quilos por dia. Esta produção será adquirida, nestes próximos dez anos, pelo Ministério da Saúde, conforme aquele convênio, para distribuição às populações necessitadas do país, especialmente as do Nordeste.

Por trás da prosperidade, está a educação. Três mil estudantes cursam as duas universidades municipais - a Universidade Católica Sul-Rio-Grandense de Pelotas e a Universidade Rural; doze mil fazem cursos de nível médio e 30 mil crianças estão nas escolas primárias. E como consequência da riqueza, seus 200 mil habitantes desfrutam de vasta rede de assistência médica e social gratuita, abrangendo proteção à maternidade, à infância, a cegos e excepcionais.

É este o município que vai liderar no Rio Grande do Sul a nova fase desenvolvimentista do país, realizando, entre outros feitos, um acréscimo de 14.500 quilowatts em sua capacidade energética e o aproveitamento da bacia da lagoa Mirim, limítrofe com o Uruguai, do maior interesse nacional."

Fonte: MANCHETE (RJ), edição 781, 08 de abril de 1967, pág. 111
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