quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Frühstück dos 90 Anos da EMEF Jacob Brod






















A EMEF Jacob Brod é uma escola da rede municipal de Pelotas, situada à Avenida Fernando Osório 5413, bairro Três Vendas. Foi fundada em 01 de setembro de 1928, quando foi lançada a pedra fundamental para a construção do prédio da escola, e as primeiras aulas com as primeiras duas turmas começaram a funcionar a partir do dia 01 de fevereiro de 1929. 

O nome da escola é uma homenagem ao imigrante alemão Jacob Brod, que nasceu em 08 de Dezembro de 1848 na aldeia de Liesenfeld, Coblença (atualmente cidade situada no estado alemão da Renânia-Palatinado mas que, à época, fazia parte do Principado do Hesse). Jacob Brod foi um dos imigrantes que vieram para a colônia de São Lourenço do Sul durante o século XIX, onde conheceu e contraiu matrimônio com a imigrante pomerana Emília Leitzke. Da união nasceram os filhos: Alberto, Martha, Ida, Guilherme, Theodoro, Bertha, Rosa, Maria, Jacob Filho, João e Emílio. O fato do nome da escola homenagear Jacob Brod se deve que o terreno doado para a construção da escola foi iniciativa do seu primogênito, Alberto Brod, que assim o solicitou junto à Prefeitura de Pelotas - beneficiária da doação. Jacob Brod já havia se transferido para o bairro Três Vendas em Pelotas no início do século XX, onde se dedicou às atividades comerciais. Foi neste local que veio a falecer em 22 de Outubro de 1920.

A escola surgiu da necessidade que os moradores do bairro Três Vendas tinham, em sua grande maioria agricultores de origem alemã e pomerana, de matricular seus filhos em escolas públicas que pudessem atendê-los, pois a outra única solução seria mandá-los estudar no centro da cidade de Pelotas - o que nem sempre era possível pela questão do custo de transporte e mesmo do pagamento de mensalidade em instituições privadas. Além disso, como muitos filhos de colonos não tinham ainda o domínio da Língua Portuguesa, uma escola mais perto de casa poderia facilitar-lhes o aprendizado do idioma pátrio, visto que, a grande maioria, crescia em lares onde os pais e avós comunicavam-se quase exclusivamente ou em alemão ou em pomerano. A escola chegou a funcionar provisoriamente durante os anos na Igreja Luterana Martinho Lutero, no bairro Jardim de Allah e na extinto Hotel Coimbra (que depois, durante certo tempo, foi a Lancheria Esperança).

Analisando um grande álbum de fotos existente na escola, que contém muitas fotos das primeiras décadas do educandário, é possível perceber a maciça presença de filhos de colonos nas primeiras turmas. Atualmente, a escola atende um público discente bem diversificada do ponto de vista étnico, visto o crescimento do bairro Três Vendas durante todo esse tempo, entretanto, a presença de teuto-descendentes ainda é marcante, tanto entre os alunos matriculados quanto entre o professorado.

O Frühstück dos 90 Anos da escola foi um projeto desenvolvido com as turmas de oitavos anos do ensino fundamental na disciplina de História, visando justamente resgatar esta importante trajetória histórica da instituição. Além de propriamente realizar-se uma celebração do fato, os alunos desenvolveram pesquisas sobre o patrono da escola, sobre a história do grupo escolar, sobre a atual escola, sobre a cidade natal de Jacob Brod e sobre a presença alemã e pomerana no bairro Três Vendas. Duas alunas vieram a rigor com trajes típicos. 

Parabéns a toda a comunidades escolar!





A História do Fandango


"O fandango é uma dança em pares conhecida em Espanha e Portugal desde o período Barroco, caracterizada por movimentos vivos e agitados, com certo ar de exibicionismo, acompanhada de sapateios ou castanholas seguindo um ciclo de acordes característicos. Porém em Portugal não é acompanhado por castanholas.

(...)

O fandango, que chegou ao nosso litoral com os primeiros casais de colonos açorianos por volta de 1750, passou a ser o 'batido' principalmente durante o entrudo (precursor do carnaval). Durante esses quatro dias a população do litoral paranaense não fazia outra coisa senão 'bater' fandango e comer 'barreado' (prato típico à base de carne e toucinho). Meses antes, fazia-se a 'cinta' (angariavam-se fundos para a grande festa). Os dançarinos chamados de 'folgadores e folgadeiras', praticavam os mais diversos bailados entre eles o Anu, Andorinha, Chimarrita, Tonta, Caranguejo, Vilão do lenço, Sabiá, Marinheiro, Xarazinho, Xará Grande, entre outros.

Com o passar do tempo, o fandango executado no Paraná foi assimilado pelo caboclo do litoral, assumindo assim seu caráter folclórico e desta forma é preservado até hoje.

Atualmente o fandango se estende do extremo sul a São Paulo. No litoral paulista o fandango inclui coreografias que englobam ou não sapateados, entre elas o Dãodão, Dãodãozinho, Graciana Tirana, Tirana-Grande, Rica-Senhora, Recortado, Recortado Grande, Chimarrita, Querumana, entre outras.

No Sul, foram registradas mais de cem modalidades de fandango.

No decorrer das viagens dos tropeiros, durante as longas noites a beira do fogo, eles procuravam se descontrair esquecendo a dura lida de viagem e dos sofrimentos que passavam. Nessa descontração ao som de violas ou meia-vi Aleolas surgiram certas cantigas e danças que eram praticadas somente por homens (pois não existiam mulheres nas viagens) eles mostravam toda a sua habilidade e criatividade em um prazeroso divertimento. A mais antiga dança do fandango é o Fandango Sapateado, onde cada cavalheiro, depois de bailar em círculo e em conjunto procura exibir sua capacidade de teatralidade, com exuberantes 'figuras-solo' sapateadas, ao som do rosetear de nazarenas, das quais delas lembravam e imitavam lides e motivos de campo e de sua origem, motivo oriundo do século XVIII, quando do nascimento do 'gaúcho-do-campo', em sua atividade birivista tropeira. Dança que deu origem à formação do 'ciclo do fandaguismo' primitivismo rio-grandense, onde aparece posteriormente a dama, formando o par.

Para a execução das danças do fandango, além do uso de duas violas, é fundamental também a presença do acordeão, da rabeca e do pandeiro rural. Os dançarinos, trajando típicas vestes gaúchas, giram em torno um do outro sensualmente, sem jamais se roçarem, nem mesmo com as mãos. Os casais executam movimentos tentadores, insinuantes e ondulantes. Os homens sapateiam sem cessar, provocando assim o constante ritmo das esporas, que acabam atuando como um instrumento a mais."

Fonte: BERTOLETTI, Carlos Henrique & OURIQUE, Alexandre. Festas e diversões gauchescas. In: MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO. Farroupilhas: ideais, cidadania e revolução. Porto Alegre/RS: Corag, 2010, pág. 50-51
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