sexta-feira, 12 de junho de 2020

Fenômeno meteorológico desconhecido no Vale do Caí


"Phenomeno meteorologico

Na tarde de 4 do mez proximo findo foi presenciado, em diversas localidades dos valles do Cahy e Taquary, e da região serrana, um curioso phenomeno digno de ser estudado e que um nosso amigo, residente na antiga Conde d'Eu (hoje districto do municipio de Bento Gonçalves) nos descreve assim:

'Curioso tenho estado para vêr no vosso jornal, analysado, o phenomeno que se deu n'esta zona serrana, no dia 4 de novembro, das 4 para as 5 da tarde.

Achando-me em casa de um meu amigo residente na margem direita do rio das Antas, que dista d'esta localidade cinco leguas, ouví, como todas as pessoas presentes ouviram, um forte estampido que durou por espaço de tres a quatro minutos.

Sai com o meu amigo para fóra de casa, a observar o tempo afim de vêr si aquelle extranho ruído denotava o princípio de alguma tempestade.

Mas, não; o tempo estava perfeitamente limpo. Pensamos então, que alguma mina ou pedreira tivesse arrebentado.

Dois dias depois, de regresso para a minha casa, em chegando o passo do referido rio das Antas, durante a sua travessia em conversa com o barqueiro, que fallou elle sobre aquella detonação. Disse-me elle, que tinha visto um corpo, do formato de uma bola luminosa como o sol, cruzar no espaço, de leste para oeste, ouvindo, tres a cinco minutos depois, o estampido.

Chegando a D. Isabel, ouvi tratar do mesmo assumpto, dizendo-se ahi ter sido tão forte o estampido, que estremeceram as vidraças.

Ao chegar a Conde d'Eu, o assumpto de todas as conversações era o extranho phenomeno que, posteriormente, me informaram ter sido tambem observado em Alfredo Chaves, Caxias, Taquary, Estrella, Santa Maria da Soledade e S. João do Montenegro. N'esta ultima localidade (conta o conhecido cidadão Jacob Nicoláo Ely) o abalo produzido foi tão forte e a detonação tão grande, que estremeceu a terra e se suppoz que uma explosão se tivesse dado na fabrica de polvora do sr. Luiz Cuneo.

Ora, sentindo se tão bem o abalo e o estampido em Montenegro e no valle do rio das Antas, que d'ali dista quatorze quatorze a quinze leguas, deveria ser ouvido o extraordinario estrepito n'essa capital, em seus suburbios, quando menos, no emtanto, não consta que até hoje algum jornal tenha tratado do phenomeno.

Em Taquary, foi visto o corpo espherico percorrendo aeriamente rumo diverso do que se viu elle seguir no rio das Antas; em Conde d'Eu notou-se que elle se dirigia de norte para o sul; logo, foi de zig-zagues o percurso da luminosa bola.

Não tenho conhecimentos que me habilitem a classificar com segurança o phenomeno; julgo, porém que se trata de um meteóro ou meteorolitho. Os homens da sciencia que o analysem.

Como ultimo detalhe da minha observação direi que a detonação foi ouvida em todos os lugares que acima menciono, a mesma hora."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 03 de Dezembro de 1895, pág. 02, col. 04

Sobrenome Rabelo


"RABELO - Sobrenome português toponímico, isto é, nome de lugar. Provém do latim 'rapanellu', que significa 'rabanete'. Também se julga que signifique rabiça - nome de cada um dos braços do arado empunhados pelo lavrador. Os Rabelos têm seu solar em Rebelo de Paiva, Portugal."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 08 de Janeiro de 1994, pág. 03

Sobrenome Japi


"JAPI - Sobrenome brasileiro. Do tupi 'yapin' - pássaro da família dos Ictirídeos, que ocorre no Brasil, da Amazônia ao sul da Bahia, bem como em países vizinhos. Espécie: Cacicus cela. Surgiu como alcunha incorporada ao nome."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 22 de Maio de 1993, pág. 03

Sobrenome Correia


"CORREIA - Topônimo. Local onde existem corriolas, corrijolas, corrêias (plantas), as quais se assemelham às corrêias ou tiras de couro. Etimologicamente vem do latim 'corrigia'.

No século XII era alcunha.

Nas armas dos Corrêias, avistam-se seis corrêias. Não se baseiam na etimologia, e, sim, no que se denomina 'armas falantes'.

Na Espanha, no século XIII, registra-se Corrigiae, que é interpretado como 'o de muito nervo'.

Segundo M. Melo, a família Corrêia, de Portugal, procede de Paulo Ramiro, rico-homem, que passou ao reino como Conde Dom Henrique.

Personalidades: Antônio Corrêia, dramaturgo português (1834-1892); Antônio Corrêia, teólogo português (1721-1802); Duarte Correia, viajante português do século XVII, foi condenado à morte por fogo lento, pelos japoneses; Dom Francisco de Aquino Correia, arcebispo e primoroso poeta brasileiro (1885-1956); Frederico José Correia, escritor brasileiro (falecido em 1817); Gaspar Correia, cronista português do século XVI; Raimundo Correia, um dos nossos grandes poetas (1860-1911)."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 23 de Julho de 1991, pág. 02

Frederico Dihl


"Registro mortuario

(...)

Em S. Leopoldo falleceu, no dia 19 do corrente, victima do typho, que está grassando n'aquella cidade, o nosso esforçado co-religionario Frederico Dihl.

O inditoso cidadão contava apenas 35 annos.

Apresentamos os nossos pezames á sua desolada familia."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 27 de Abril de 1892, pág. 02, col. 03
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