segunda-feira, 14 de outubro de 2024

A Lenda do Boi Santo

 



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O carater sagrado domina a base psicologica da "Lenda do Boi Santo", tal qual é contada pelo povo de Campos de Jordão e conforme o texto da autoria de João de Sá. ("Pequena monografia de Campos do Jordão", sem editor e sem data).

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Um monge esmoler que andava em peregrinação, colhendo donativos para a construção de uma igreja - que deveria ser edificada em Pindamonhangaba - bateu na porta de um rico fazendeiro, que vivia no alto da Serra da Mantiqueira, e que possuía centenas de cabeças de gado, e pediu-lhe um óbolo. Negou-o o fazendeiro e ainda ameaçou o religioso, expulsando-o de suas terras. Continuando na sua peregrinação, notou o monge, ao entrar nas matas, que vinha sendo seguido. Temeroso, porque havia naquele muitas onças, recomendou-se a Deus e esperou a Sua Misericordia. Parando junto a uma fonte, viu que era seguido por um boi muito bonito, que se aproximou dele e lambeu-lhe as mãos. Tranquilo, o monge continuou a sua caminhada, sempre seguido pelo animal e, assim, entrou na cidade. A cena despertou a curiosidade popular e inumeras pessoas acompanharam o religioso. Este, por mais que enxotasse o boi, não conseguia demovê-lo do seu proposito, que era acercar-se sempre do monge. O povo achou que o boi era movido por uma força divina, para ser vendido em benefício da igreja, compensando desse modo, o mau tratamento que o fazendeiro dispensara ao sacerdote, quando este lhe pediu um auxilio. Posto o boi em leilão, o primeiro arrematador deu-o à igreja para novo leilão, o mesmo fazendo o segundo e o terceiro e, assim, sucessivamente, até que o boi santo, muito velho, morreu, tendo dado, porem, antes disso, dinheiro mais que suficiente para construção da igreja.

Fonte: DIÁRIO DE SÃO PAULO (São Paulo/SP), 08 de novembro de 1959, pág. 09

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