terça-feira, 7 de setembro de 2021

Pelotas comemora a Independência do Brasil em 1860



"NOTICIARIO

Carro triumphante. - Foi bem imaginado esse festejo popular e nada deixou a desejar a execução.

O carro era precedido por duas alas de marujos e de jardineiros, vestidos com luxo e fazendo um bello effeito.

O carro todo dourado supportara a figura do Brasil, representando uma indigena em todo o esplendor do seu traje, que na sombra d'uma palmeira se encostava á cruz que deu o seu primeiro nome á terra descoberta por Cabral.

Seguia-se ao carro triumphante um grande carro com a orchestra, que durante o transito pela cidade tocou lindas peças e formava o fim do prestito um bem executado vapor sobre rodas e puxado por cavallos, trazendo ao leme o competente piloto.

Esse festejo agradou bastante e foi muito applaudido.

Festejos. - Durante as tres ultimas noites tiveram lugar os festejos publicos no tablado da praça.

As danças de jardineiros, marujos, indígenas, foram interveradas com continuas recitações de poesias, algumas das quaes tinham bastante merito, ao passo que outras não passaram de mediocres.

Na primeira noite distinguio-se sobre tudo um grupo de 3 meninos, que, vestidos á caracter, recitaram tres sonetos: era um delles filho do Sr. Deophanes Chagas, representando o Brasil em figura d'um indigena, e dois do Sr. Custodio Manoel d'Oliveira, trajando o mais velho o uniforme da guarda nacional e estando o mais moço vestido á côrte.

Os sonetos por elles recitados, producções do illustrado Sr. Antonio de Vasconcellos Vieira Diniz, foram muitos applaudidos, não só pela sua belleza e valor poetico, mas tambem pela maneira com que foram recitados, por que todos os tres pequenos recitaram com ardôr e gaz extraordinario, sendo cobertos de applausos pelos assistentes.

Prometteram nos obsequiar-nos com os 3 sonetos em questão e se os obtivermos dal-os-hemos á estampa no Brado."

Fonte: O BRADO DO SUL (Pelotas/RS), 15 de Setembro de 1860, pág. 01, col. 03-04
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