quarta-feira, 29 de junho de 2022

Proprietários de Rio Grande em 1825 - Parte 02



 Obs.: Lista parcial de proprietários moradores do termo da então vila de Rio Grande em 1825. Inclui portanto desde grandes proprietários rurais até meros proprietários de habitação própria. O termo da vila de Rio Grande, na ocasião, incluía, uma grande porção do sul e sudeste do atual estado do Rio Grande do Sul.

Francisco Marques Lisboa

Antonio de Sá Araujo

Jeronymo Teixeira de Almeida

Manoel Antonio Barboza

José Rodrigues Maceira

João Dias de Oliveira

Antonio Garcia de Miranda

Antonio Pinto Nogueira

Ivo André Lacort

João Gonçalves

Manoel Rodrigues Pereira

Francisco Teixeira Cavalleiro

Luiz Francisco Ramalho

Narcisa Maria 

Mathias Pereira

João Pereira da Roza

Antonio Silveira Azevedo

Antonio Pereira Duarte

José Domingues

Silvestre Gonçalves

Laurindo Teixeira

José Miguel

Francisco da Roza Mendonça

Manoel Luiz Lima

Justino Luiz Lima

Bernardo Baptista

Domingos Pereira Canedo Chaves

Manoel Antonio de Medeiros

Manoel Alves Lisboa

Bartholomeu Alves

José Antonio Campos

Thomé José do Monte

Manoel José Ferreira de Magalhães (padre)

João Fernandes Campos

Vicente Ferreira de Lima

Thomaz Francisco Jorge

José Martins do Espirito Santo

Manoel Francisco da Silveira

Polidoro Pereira

José Rodrigues de Oliveira

João Machado Maciel

Manoel Garcia Gomes

José Martins Borges

Manoel Mendes Borges

José Rodrigues Mendes

Ignacio Francisco Rodrigues

Manoel Francisco Botelho

José Martins Filho

Francisco Rodrigues

João Alves Lisboa

Fonte: IMPERIO DO BRAZIL: DIARIO FLUMINENSE (Rio de Janeiro/RJ), 10 de Março de 1825, pág. 222.

O Quilombo do Manoel Padeiro


 

terça-feira, 28 de junho de 2022

Proprietários de Rio Grande em 1825 - Parte 01



 Obs.: Lista parcial de proprietários moradores do termo da então vila de Rio Grande em 1825. Inclui portanto desde grandes proprietários rurais até meros proprietários de habitação própria. O termo da vila de Rio Grande, na ocasião, incluía, uma grande porção do sul e sudeste do atual estado do Rio Grande do Sul.

Barbara Lopes de Jesus

Baltazar Gomes Bastos

Cipriano Rodrigues de Barcelos

Clara Barbara de Menezes

Domingos Francisco dos Anjos

Domingos de Castro Antiqueira

Domingos José de Almeida e Silva

Domingos Antonio de Avelar

Domingos Rodrigues Ribas

Estevão Balaqua

Francisco de Paula Ferreira

Francisco Xavier de Faria

Francisco Vieira da Costa

Francisco de Salles Teixeira

Francisco Antonio da Cruz Guimarães

Felix de Sá Souto Maior

Francisco Florencio Rocha (padre)

Francisco Bonia

Francisco dos Santos Candal

Francisco José Ribeiro de Amorim

Francisco Teixeira Guimarães

Francisco de Moraes Pinto

Francisco de Assis Silva

Felisberto José Barboza

Francisco José Macedo (padre)

Gabriel Antonio Lima

Gabriel Rodrigo de Carvalho

Gregorio José da Roza

Jeronymo José Coelho

José Rodrigues Assumpção (padre)

José Gonçalves da Silva

Joaquim Franciso Ilha

José Joaquim Gonçalves

José Ignacio Xavier

Ignacio Soares do Rego

Julião José da Silva

João Alves Pereira

José Pinto Martins

Ignacio José Bernardes

Joaquim José da Assumpção

João Alexandre da Roza

José Rodrigues Ribas

José Antonio Rodrigues Penna

José de Souza Silva Aquino

João Manoel Soares Junior

José Antonio Vieira

José Paulo da Silva

Joaquim Luis de Lima

José da Roza Neves

José Fernandes Lima

José Simeão dos Anjos

José Cazanova (padre)

Thomaz João José de Souza

João Jacinto Pereira da Silva

José Fernandes da Victoria Santos

José Joaquim do Rego Vianna

João Pedro dos Reis

José Francisco Machado

João Alberto

Jacinto José Pinto Moreira (vigário)

José Maria Rodrigo de Carvalho

João da Costa Coelho

João Baptista de Figueredo Mascarenhas (médico)

Luiz Marques de Carvalho

Manoel Gonçalves da Silva

Manoel Pinto de Moraes

Manoel Rodrigues Barcellos

Manoel José Rodrigues Valladares

Manoel Albino Rodrigo de Carvalho

Manoel José de Barros

Manoel José da Rocha

Manoel Antonio Martins

Manoel José Tavares Silva

Maciel Francisco Garcia

Pedro José Gonçalves

Pedro Mosqueira

Reduzindo Teixeira Nunes

Samuel Eduardo Nunes

Vicente Borges do Canto

Ignacio Rodrigues de Barcellos

Manoel da Roza Mascarenhas

Manoel Alves de Moraes

Rita Leocadia de Moraes

Antonio Francisco dos Anjos (capitão-mór)

José de Souza Mursa

Antonio Dias de Castro

Manoel Ignacio

Manoel Monteiro Campos

Bento José de Andrade

Manoel Rodrigues de Sá 

Manoel Antonio da Silveira

Luiz Antonio Gauterio

José Alves de Faria Santos

Antonio Antunes da Perccincula [sic]

Agostinho Francisco do Espirito Santo

João Hipolito da Fonseca

José de Souza Cabral

Maria Magdalena da Silva

José da Costa Torres

José R. Robilar

Francisco da Costa Pinto

João Dias de Oliveira

Joaquim Pinheiro de Oliveira

André Lacurt

Bernardo José de Carvalho

Marcelino José Monteiro

José da Costa Brandão

José da Costa Vianna

José Silveira Villa Lobos

Francisco José Dias

José Pacheco de Mendonça

Cypriano dos Santos Oliveira

Francisco de Azevedo Souza

José Ignacio de Souza

Luiz Antonio da Rocha

Manoel José Lopes

João Vieira da Cunha

Francisco José Velho

Joaquim Francisco Monteiro

Joaquim Dias da Costa

Francisco de Oliveira

Joaquim Pinto

Frederico Castilhos

Thomaz Ignacio da Percincula [sic]

Francisco José Pereira (padre)

Senhorinha da Costa Pereira

Maria Mór

José Joaquim de Castro Amarante

Fonte: IMPERIO DO BRAZIL: DIARIO FLUMINENSE (Rio de Janeiro/RJ), 08 de Março de 1825, pág. 213-214.


segunda-feira, 27 de junho de 2022

Cartomantes no Rio do Janeiro

 



O Sr. Dr. Pestana de Aguiar, 1o. delegado de policia, na fórma do art. 12 parágrafos 2o. e 3o. do codigo do processo, vai hoje processar as seguintes cartomantes que, sem occupação honesta, vivem illudindo os incautos, fazendo-lhes crer que têm o dom de predizer o futuro e descobrir segredos. São ellas: Mme. Celina Armond, Louise Cecile Choizean, Bernardina Pereira de Abreu e Josephine Mondett. Hoje devem ser interrogadas Maria Fernandes, Camilla Pereira de Souza Guimarães, Marcellina Chaves, Maria Miranda e Josephina de tal, moradora á rua de S. José n. 67.

Fonte: GAZETA DE NOTICIAS (Rio de Janeiro/RJ), 07 de Junho de 1890, pág. 01, col. 03

domingo, 26 de junho de 2022

Sobrenomes Poloneses - Parte 59

 



1551. Hönig - tende a significar apicultor, mas pode ser um patronímico do nome arcaico germânico Hûnico - que é uma versão dialetal medieval de Heinrich.

1552. Hopcia - sobrenome que corresponde a lugar elevado em área pantanosa, portanto, indicando um morador deste tipo de relevo.

1553. Hoppner, Hopner, Hopp - sobrenome do baixo-alemão que significa produtor ou comerciante de lúpulo. Também podem ser associadas com alguma restrição as formas Hoppe e Höppel.

1554. Horbowicz - patronímico do nome eslavo medieval Horbo. Horbo significa corcunda.

1555. Hordyjewicz - sobrenome de origem ucraniana que significa casa, no sentido de morada principal, casa grande, habitação principal da gleba. Também pode ser um toponímico relacionado a Hordyjówka, anotado nos antigos condados de Nowogradwolysnki e Mohylów.

1556. Horn - chifre. Denota tanto o pastor que soprava chifres como meio de comunicação ou para ajuntar o rebanho, ou o fabricante de chifres de caça que tem uso semelhante.

1557. Hornowski - sobrenome toponímico relativo a Hornów e Hornowo - ambos nomes de lugares relativamente comuns na Polônia e países da Europa Oriental.

1558. Horojdko - sobrenome de etimologia ucraniana que significa montanhês.

1559. Horyń - sobrenome próximo ao significado do item anterior, porém que pode também corresponder a quente, no sentido de um lugar em que se verifica muito calor.

1560. Horzempa - sobrenome metonímico relacionado a um verbo para cortar, colher, por extensão, um agricultor que trabalha em colheitas ou com foice.

1561. Hosius, Hosmann - sobrenome que significa calça de pele de animal, denotando um usuário deste tipo de vestimenta. Mormente, os eslavos se referiam assim aos escandinavos imigrados.

1562. Hoy, Hoyer - árvore conífera. Por extensão, morador de um lugar com este tipo de vegetação.

1563. Hrehoruk - sobrenome patronímico do nome Hrehor, que é uma forma dialetal do nome Grzegorz (Gregório em português).

1564. Hrynkiewicz - sobrenome patronímico do nome Hryn, forma dialetal hipocorística do nome Grzegorz (Gregório em português).

1565. Hryvna - sobrenome que significa multa, penalidade pecuniária.

1566. Huba - sobrenome patronímico curto do nome alemão Hubert. Também pode ter uma etimologia tcheca e significar gleba, campo arável. Pode ainda corresponder a cogumelo ou coisa ou lugar que se ateia fogo.

1567. Hübsch - sobrenome metonímico que significa bonito, cortês, bem feito, educado, viril.

1568. Huchla - fole, soprador, estômago de ruminante.

1569. Hudela - sobrenome metonímico que significa magro, emagrecida, desnutrido.

1570. Huhn (1a. vertente) - criador de frangos; metaforicamente, fraco, covarde. Esta vertente tem etimologia germânica.

1571. Huhn (2a. vertente) - do termo antigo russo hūn que significa urso. Significado desconhecido.

1572. Human - sobrenome patronímico dos nomes arcaicos germânicos Hugimar e Hunmar. Em regiões de influência da Igreja Ortodoxa Grega designava muito antigamente o superior de um mosteiro ou convento. No caso eslavo, pode ter sido usado também para o presidente do conselho de um burgo que não tinha foros de cidade.

1573. Humiński - sobrenome toponímico relacionado a Humin, no antigo condado de Lowicz; ou a Humince, no antigo condado de Kamieniec. Também pode corresponder ao presidente do conselho de um burgo que não tinha foros de cidade.

1574. Hun (1a. vertente) - variante simples do item 1570.

1575. Hun (2a. vertente) - sobrenome patronímico do nomes medievais germânicos Hun, Hiune, Hunbald, Hiunebald e Hunibald (tem a mesma raiz etimológica do nome português Ubaldo).

1576. Hun (3a. vertente) - sobrenome toponímico para designar um procedente da Hungria.

1577. Hun (4a. vertente) - sobrenome que significa huno, mas deve ser compreendido dentro do seu contexto histórico. Para os eslavos centrais e orientais, o substantivo "huno" era uma forma pejorativa para designar quaisquer membros dos povos da Ásia Central que por inúmeras vezes saquearam e atacaram a região durante a Idade Média.

1578. Hunia - um tipo de cobertura também conhecida como gunia. Pode ainda ser uma variante simples dos quatro itens anteriores.

1579. Hupke - sobrenome do baixo-alemão patronímico do nome arcaico polaco Hupek.

1580. Hüpler - saltador, salto (característica do relevo).

1581. Huras - sobrenome possivelmente de etimologia hebraica, seguramente cristianizada, que tem o significa de pequeno leão. Tem ligação com algumas tradições da Igreja Ortodoxa de tradição eslavo-oriental.

1582. Hurkala - sobrenome que significa barulhento, agitado, gritador, algo que bate e gera som ruidoso. Pode também ser um toponímico relacionado a Hurki, aldeia no antigo condado de Nowogradwolynski; ou a Hurko, aldeia no antigo condado de Przemysl.

1583. Hurnowicz - sobrenome de etimologia tcheca. Designa o morador de um lugar elevado, ou um fabricante de trompas ou chifres de caça.

1584. Husaczuk - sobrenome eslavo-oriental que significa ganso.

1585. Husarzewski - hussardo; membro de um corpo de cavalaria ligeira.

1586. Husman - sobrenome que significa dono de casa. Faz referência a um agricultor que possui a propriedade da própria gleba.

1587. Hybiak - dano, falha, erro.

1588. Hila - sobrenome patronímico curto do nome Hilary (Hilário em português).

1589. Hys - sobrenome que designa velejador, navegante, barqueiro cujo embarcação usa a propulsão do vento. Pode ainda ter a conotação de maluco, louco, bipolar.

1590. Hytkowski - rápido, veloz, celerado.

1591. Ibron - sobrenome patronímico do nome Ibram, forma derivado do nome árabe Ibrahim (Abraão em português). Sobrenome patronímico curto do nome germânico Emmeramus.

1592. Idzik - sobrenome patronímico do nome Idzi - forma dialetal do nome latino Aegidius (Egídio em português).

1593. Idzikowski - sobrenome patronímico do nome Idzi - forma dialetal do nome latino Aegidius (Egídio em português). Também um toponímico relativo a Idzikowice, nome de lugar observado nos antigos condados de Leczyca, Opoczno e Plonski.

1594. Iglicki - sobrenome toponímico relativo a Iglica - aldeia na borda noroeste do antigo condado de Ihumensk, comuna de Pohos.

1595. Ignaczak, Ignaczewski, Ignasiak, Ignaszak - sobrenome patronímico do nome Ignacy (Inácio em português).

1596. Iksal - sobrenome metonímico que significa soluço, ou mais especificamente, condição rara que a pessoa possui voz "soluçosa", semelhante a um soluço. Também um toponímico relativo a Ikschen, aldeia no antigo condado de Ragniecki; ou a Iksiul, no antigo condado de Riga.

1597. Ilgis - sobrenome patronímico do nome Ilgis - forma dialetal do nome latino Aegidius (Egídio em português).

1598. Iliński - sobrenome toponímico relativo a Ilin, nome de localidade anotado nos antigos condados de Mozyrski, Ostrogski e Witebski; ou a Ilince, registrado nos antigos condados de Lipowiec, Radomyski e Sniatyn; ou ainda a Ilino, verificado nos antigos condados de Plonski, Vilnius e Wieliski.

1599. Ilmstat - local onde crescem olmos.

1600. Inglot - um membro da tribo dos ingweans (etnia eslava medieval).


sábado, 25 de junho de 2022

Sobrenomes Poloneses - Parte 58

 



1501. Hernau - sobrenome toponímico relativo à aldeia de Harnau, no antigo condado de Suski.

1502. Herndorf - sobrenome toponímico relacionado à localidade de Herrendorf, na antiga Prússia, hoje cidade de Dworackie, na Polônia Oriental.

1503. Hernes - sobrenome metonímico que significa bonito, gracioso, belo, vaidoso, orgulhoso, altivo, galã.

1504. Herok - sobrenome híbrido alemão-polaco que significa chefe, senhor, líder de uma tropa, pessoa com destaque numa região, administrador ou proprietário de uma área, em suma, cabeça de algo.

1505. Hertz - sobrenome alemão que pode ser tanto um patronímico do nome Hertz, quanto um metonímico para bem-humorado, alegre, caridoso, generoso, gentil.

1506. Hertzberg - sobrenome toponímico relativo ao feudo de Hertzberg, área vassala dentro do antigo Ducado da Pomerânia.

1507. Herz - variante do item 1505.

1508. Herzog - no caso polaco, pode ter um sentido diferente do alemão, embora a raiz etimológica é a mesma. Significa chefe, príncipe, senhor feudal, dignitário de um título que aufere rendas, líder militar.

1509. Hetak - sobrenome metonímico que significa aquele que mora num lugar distante, aquele que mora longe, ou de modo estrito, aquele que mora no sul de uma área.

1510. Hetman, Hetmanowski - sobrenome metonímico usado para comandante, mas que no caso polaco, tende a ter sido usado para duas funções específicas: o juiz ordinário de primeira instância na cidade medieval; o comandante da guarda da cidade. Em várias regiões, o Hetman  podia acumular as duas ocupações concomitantemente.

1511. Hetnal - sobrenome dialetal metonímico da Cracóvia para pastor de cabras (ou por extensão, qualquer função profissional relacionada a este animal).

1512. Hildebrandt - sobrenome patronímico do nome alemão Hildebrandt.

1513. Hiller - sobrenome patronímico do nome Hilary (Hilário em português).

1514. Hinc - sobrenome patronímico polonizado do nome alemão Heinrich (Henrique em português).

1515. Hindinberg - sobrenome toponímico relativo a Hindenberg - nome de lugar verificado três vezes na Alemanha.

1516. Hink (1a. vertente) - sobrenome patronímico hipocorístico polonizado do nome alemão Heinrich (Henrique em português).

1517. Hink (2a. vertente) - sobrenome metonímico que significa manco, aleijado.

1518. Hintz, Hintzman, Hinz, Hinzman - sobrenome patronímico alemão centro-oriental do nome Heinrich (Henrique em português).

1519. Hipler (1a. vertente) - sobrenome metonímico que designa o fabricante de waffles.

1520. Hipler (2a. vertente) - sobrenome patronímico alemão do nome Hippolit (Hipólito em português).

1521. Hipler (3a. vertente) - sobrenome metonímico que designa o fabricante de foices e machadinhas. Variante diretamente associada: Hippenmacher.

1522. Hiplic - sobrenome patronímico polonizado do nome Hippolit (Hipólito em português).

1523. Hippel - pode ser um patronímico dos nomes Hippolit (Hipólito em português) ou Hildibald (Hildebaldo em português); bem como uma variante do item 1519.

1524. Hippler - variante do itens 1519, 1520 e 1521.

1525. Hirsch - sobrenome metonímico que pode corresponder a caçador, um nome de casa ou designar uma pessoa explosiva e temperamental.

1526. Hirt - sobrenome metonímico que significa pastor.

1527. Hładowski - sobrenome toponímico para a localidade de Hładówka, aldeia na região das Montanhas Tatra, no domínio de Orava Podhale. Também pode ser um patronímico do nome Hlad - forma ucraniana e tcheca do nome eslavo medieval Glad.

1528. Hnatowski - sobrenome toponímico relativo à aldeia de Hnatkowice, no antigo condado de Przemysl.

1529. Hocheker - sobrenome que designa uma pessoa que mora num lugar alto, no lugar "acima" de uma região ou burgo.

1530. Hochwald - sobrenome toponímico relativo a Hochwalde - nome de lugar verificado nos antigos condados de Lugwald e Olsztynskie.

1531. Hock - vale lembrar que este sobrenome aparece em outras línguas e culturas com etimologia muitas vezes completamente diversa. No caso deste compilado, é identificado como originário da Silésia e um termo coloquial para pequeno comerciante.

1532. Hoffa - sobrenome alemão polonizado que significa casa senhorial, fazendo, campo, feudo agrícola.

1533. Hoffmann, Hofman - cortesão, inquilino (da terra), servo, agricultor, camponês atrelado ao feudo. Em suma, agricultor do sistema feudal clássico.

1534. Hogendorf - sobrenome toponímico relacionado à aldeia de Hogendorf, no antigo condado de Braniewo.

1535. Hoghaus - casa alta ou casa acima no relevo.

1536. Hohenstein - sobrenome toponímico amplo relacionado ao nome de lugar Hohenstein - verificado 20 vezes na Alemanha, três vezes na Áustria, seis vezes na Polônia, uma na República Tcheca, uma na França e uma na Rússia.

1537. Hohman, Homan - sobrenome metonímico usado genericamente para alguém que portava um título ou dignidade numa região ou domínio. Num contexto histórico adaptável para o leitor de língua portuguesa, um fidalgo menor.

1538. Holender - sobrenome toponímico à Holanda - porém não o país conhecido de tal forma na língua portuguesa (principalmente no caso do Brasil), mas à região histórica que integra o Reino dos Países Baixos.

1539. Holstein - sobrenome toponímico simples relativo a Holstein - região histórica do norte da Alemanha.

1540. Holtski - sobrenome patronímico do nome alemão arcaico Holt. Também um metonímico para gentil; ou ainda, um metonímico para antigo, velho, idoso.

1541. Holtstein - sobrenome toponímico relacionado a uma localidade extinta na antiga Prússia, hoje extinta.

1542. Holtz - floresta, madeira, árvore.

1543. Hołdziejewski - sobrenome metonímico relativo a ferreiro. Também um toponímico referente a Holodka, nome de local encontrado nos antigos condados de Litynski, Zytomierz e Zbaraski.

1544. Hołowiński - sobrenome toponímico relacionado à aldeia de Holowin, no antigo condado de Zytomirski. Também um patronímico do nome Holów, de origem ucraniana.

1545. Hołownia - de origem ucraniana e bielorrussa com o significado de cabeça. Pode se referir a uma característica anatômica, ou significar chefia, liderança. Pode ser também uma alusão a uma característica do relevo, como um aspecto de montanha ou planalto, bem como significar fonte, vertente inicial de um curso d'água.

1546. Hołub, Hłubowicz - uma espécie de pombo. Também  pode estar associado a um verbo para acariciar, ou em sentido amplo, domar, domesticar. Por fim, um toponímico relativo a Holubie, aldeia no rio Bug, na freguesia de Krylów, comuna de Dolhobyczów, antigo condado de Tomaszów.

1547. Hołyst - sobrenome com origem na Prússia Oriental possivelmente designando careca, calvo, ou no aspecto do relevo, terreno desmatado, área que foi desmatada.

1548. Homa - sobrenome patronímica dialetal do nome Tomasz, derivado de sua forma latina Thomas.

1549. Homer - sobrenome que significa martelo, forja, por extensão, ferreiro, metalúrgico.

1550. Homski - sobrenome toponímico relativo a Chomsk, aldeia no antigo condado de Kobryn. Também um patronímico do nome eslavo Choma.



sexta-feira, 24 de junho de 2022

Revoluções por minuto

 



D. PEDRO DE ALCANTARA

É da Provincia di Mantova a seguinte anecdota:

"Quando D. Pedro, o ex-imperador do Brasil, esteve ha annos na Inglaterra, entre outros estabelecimentos visitou o de um grande e riquissimo machinista, cujo director, fazendo as honras da casa, mostrou-lhe certa machina.

- Esta, disse o machinista, faz 250 revoluções por minuto.

- Oh! exclamou o soberano, então deixa muito atraz as nossas republicas da America do Sul!"

Fonte: GAZETA DE NOTICIAS (Rio de Janeiro/RJ), 05 de Janeiro de 1890, pág. 01, col. 08

quinta-feira, 23 de junho de 2022

Eugenio Magno Peixoto



"Falleceu no Rio Grande, onde residia ha muitos annos, exercendo a profissão de dentista, o sr. Eugenio Magno Peixoto, natural de Portugal, casado, de 70 annos de idade.

Ha pouco tempo perdêra elle seu filho Erico Peixoto, escripturario da alfandega de Uruguayana.

O sr. Eugenio Peixoto era o ensaiador de quasi todas as sociedades dramaticas que têm existido no Rio Grande.

✤✤✤✤✤

No dia 27 do corrente falleceu em Jaguarão o brigadeiro honorario Manoel Cypriano de Moraes.

✤✤✤✤✤

N'esta capital falleceu hoje a exma. sra. d. Francisca de Araujo Cunha, mãi do nosso amigo dr. Americo Fernandes da Cunha, delegado da inspectoria geral de terras e colonisação n'este Estado.

Apresentamos á familia da morta as nossas condolencias.

✤✤✤✤✤

A 22 d'este mez cessou de viver no municipio do Triumpho o estimado moço Jeronymo Francisco de Quadros, filho do cidadão Tristão Francisco de Araujo, ambos nossos co-religionarios, e cunhado do nosso amigo Silvio Gonçalves, chefe do partido republicano d'aquella localidade.

O finado deixou viuva e dois filhinhos.

Enviamos á familia do morto as expressões do nosso sentimento de pezar."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 30 de Maio de 1893, pág. 02, col. 03

Anna Eufrosina de Barros



"No dia 19 do passado falleceu, na Lagôa Vermelha, a exma. sra. d. Anna Eufrosina de Barros, contando 48 annos de idade.

Era irmã dos cidadãos João Soares de Barros, collector das rendas do Estado n'aquella villa, e Salathiel Soares de Barros, aqui residente, e cunhada do nosso amigo Candido Dias de Carvalho Guimarães, morador da referida localidade.

Outros irmãos e a progenitora da finada residem na colonia de Ijuhy, no municipio da Cruz Alta.

Pezames."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 03 de Dezembro de 1895, pág. 02, col. 05

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Vicencia Leal de Magalhães



"Na freguezia de Belem Velho falleceu, na avançada idade de 92 annos, a exma. sra. d. Vicencia Leal de Magalhães, respeitavel progenitora dos cidadãos Propicio José de Magalhães, João Baptista de Magalhães, Enéas de Azambuja Cidade, Vasco de Azambuja Cidade e Graciano de Azambuja Cidade.

Á desolada familia da morta apresentamos nossos pezames.

(...)

Morreu no Rio Grande o joven Antonio Chaves Campello Junior, filho do coronel Antonio Chaves Campello.
Contava 14 annos de idade.

(...)

Em Pelotas d. Claudina Margarida Vaz, com 82 annos de idade, solteira, tia-avó do sr. Licerio Guimarães.

Falleceu em Pelotas d. Candida de Azevedo Leite, progenitora do sr. José Cardoso de Gusmão Leite.

(...)

Falleceu no Povo Novo o sr. José Maria do Amaral, com 70 annos de idade e casado."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 27 de Maio de 1893, pág. 02, col. 02-03

Soter Caio da Silva



"Finou-se hontem, n'esta capital, onde era geralmente estimado, o cidadão Soter Caio da Silva, antigo solicitador do nosso fôro.

Nos tempos da effervescencia abolicionista, em que a sociedade porto-alegrense, sem outro escopo que não a victoria da generosa campanha em prol dos captivos, se congraçou para a consecução d'esse objectivo nobilitante, Soter entrou com o seu concurso activo e efficaz em favor dos escravos.

Pezames.

✤✤✤✤✤

Aos 75 annos de idade finou-se em Santa Maria da Bocca do Monte o respeitavel ancião João Virissimo de Oliveira, que em 1835 tomou parte na revolução rio-grandense e a 17 de maio de 1858 fez parte da camara municipal que installou aquella comarca.

✤✤✤✤✤

Hontem, ás 9 1/2 horas da noite, falleceu no Triumpho o respeitavel cidadão Jonas José de Bittencourt, contando 81 annos de idade, antigo habitante d'aquella villa e pai do guarda nacional do 1o. batalhão de infantaria d'esta capital Olympio de Almeida Bittencourt.

✤✤✤✤✤

Falleceu hoje n'esta capital o honrado cidadão Manel Felisberto do Nascimento, que, por longos annos, foi impressor do Jornal.

Ultimamente era empregado da agencia de leilões do sr. Alfredo Baltar.

✤✤✤✤✤

Em Pelotas falleceu o cidadão Benjamin Rodrigues Cordeiro, de 52 annos de idade, irmão do sr. Domingos Cordeiro Junior.

✤✤✤✤✤

Falleceu, hontem, o alferes do 2o. regimento João Maximo Cardoso."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 01 de Março de 1894, pág. 02, col. 02

terça-feira, 21 de junho de 2022

Manoel Alves da Silva Caldeira



"Um veterano de 35

Falleceu, no Quarahy, diz uma folha de Pelotas, o velho farrapo tenente-coronel Manoel Alves da Silva Caldeira, na avançada edade de 84 annos.

O finado fez toda a gloriosa campanha de 35, na qual recebeu um ferimento na bocca, quando os farroupilhas tentaram entrar em Porto Alegre, tendo sido feito prisioneiro e conduzido para o forte de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

D'ali conseguiu fugir, em companhia de Côrte-Real e Onofre Pires, voltando ao Rio Grande do Sul e aqui continuando a luctar pélo sagrado ideal que o inflammava, até o fim da revolução.

Era então tenente.

Esse valoroso gaúcho morre, deixando um longo passado de abnegação e de honradez.

Sempre militou no partido republicano, tendo, no ultimo quartel da vida, se retirado á vida privada, por desgostos que lhe causaram os companheiros politicos de Cangussú.

Era n'essa villa que, nos ominosos tempos da monarchia, em dias de eleição, sempre aparecia um voto pela Republica, lançado á urna pelo velho Caldeira.

E, quando cumpria o seu dever de cidadão e patriota, brotava-lhe dos labios a phrase tão conhecida e que o ennobrecia: 'É um só, mas servirá para semente'."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 18 de Setembro de 1899, pág. 01, col. 02

Vasco da Silva Feijó



"Sexta-feira ultima, á noite, falleceu o estimado sr. Vasco da Silva Feijó, chefe de secção da alfandega d'esta capital.

Era um funccionario intelligente e probo e um cidadão assás considerado em nossa sociedade.

Á sua exma. familia apresentamos os nossos pezames.

✤✤✤✤✤

Falleceu em Jaguarão o respeitavel ancião e capitalista sr. Diogo Simões Gaspar, progenitor dos srs. Diogo e Patricio Simões Gaspar.

O finado era muito conceituado e antigo morador d'aquella cidade."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 15 de Maio de 1893, pág. 02, col. 06

segunda-feira, 20 de junho de 2022

domingo, 19 de junho de 2022

Cabeça espetada

 



ASSASSINATO

UMA CABEÇA ESPETADA

Pessoa chegada de S. Gabriel ao Alegrete, no Rio Grande do Sul, contou que, a duas leguas de distancia de Itapevy, na Serra de Caverá, foram encontradas duas vaccas carneadas, estando uma ainda no laço.

Junto a ellas foi encontrado um individuo assassinado, com a cabeça decepada, espetada nos chifres de uma das vaccas.

Dizia-se ser individuo da visinhança e de quem não se fazia juizo suspeito.

No itapevy corria como certo andar uma quadrilha de ladrões saqueando e commettendo tropelias.

Fonte: GAZETA DE NOTICIAS (Rio de Janeiro/RJ), 10 de Janeiro de 1890, pág. 01, col. 03

sábado, 18 de junho de 2022

Festa Junina em Recife em 1859

 



Retrospecto semanal

Tivemos a festa de São João, com as suas fogueiras, suas sortes, o milho verde de rigor, suas lendas populares, os bôlos tradiccionaes e a cangica proverbial. Um amigo nosso, versado na archeologia culinaria, assegura-nos que este delicado composto de milho, assucar e leite, é precisamente a divina ambrosia, esse invento maravilhoso da phantasia poetica da Grecia, por muito tempo reputado um mytho, e cuja receita fôra aqui de nova descoberta por um acaso feliz, que é quasi sempre a Providencia dos genios. De todas as suas essenciaes qualidades, porém, aroma suave e sabor delicioso, só perdeu, baixando á terra, o dom de immortalisar aquelles que a provavam, quando fabricada pelos artistas cosinheiros de Jupiter, nas summidades ethereas do Olympo.

A noite de São João seria effectivamente uma das mais alegres e apraziveis do anno, se não fôra a grossa chuva que costuma rega-la, o ingrato estalo dos foguetes da India, e o estouro incessante dos diversos outros productos da industria pyrotechnica, invenção que nos veio do inferno para tormento de nossos ouvidos.

Esta, usança, bem como as do nosso antigo carnaval, protesta altamente contra o nosso progresso e a nossa civilisação. É tempo, em nosso conceito, de supprimi-la do programma da grande festividade de 24 de junho, harmonisando-a assim com as conveniencias da época e as commodidades do publico.

Acabamos com as innundações e outras amenidades do entrudo, fonte perenne de molestias, de assuadas e de rixas, que as vezes terminavam tragicamente. É tempo de acabar igualmente com as fogueiras nas vias publicas, com o fogo de artificio tanto nas ruas como da janella das casas.

Alem do embaraço que oppõe semelhante abuso ao livre transito, do risco que a cada passo corre quem nessas noites se aventura nas ruas, principalmente a cavallo ou a carro, accresce o atordoamento de nossos ouvidos pelo estrepito discorde e continuo dos foguetes, que se prolonga até alta noite e nos comdemna á insomnia, e finalmente o perigo real de accidentes mais ou menos serios, que dahi podem se originar.

Ha cerca de dous annos, com effeito, tivemos de deplorar a explosão no largo do Terço, fatal a tantas vidas e propriedades. E se este anno escapamos felizmente á tamanha desgraça, não ficamos todavia isemptos de successos causados pelo imprudente divertimento com materias inflammaveis e explosiveis, das quaes varias chegaram ao nosso conhecimento, embora despidas de sinistra gravidade e importancia.

Reclamamos, pois, da policia, que ponha de ora em diante em inteiro vigor as posturas municipaes respectivas. Abrigando-nos dest'arte contra funestos successos, e protegendo aquelles que por ventura não acham prazer nesse innocente brinquedo a percorrer livremente as ruas da cidade, todos entregues ao saturnal do fogo de artificio, como outr'ora no entrudo, a saturnal d'agua, da lama, do mel de furo e outras asquerosidades inventadas pela fertil imaginação dos amadores desse passatempo. Os exercicios pyrotechnicos, a que alludimos, não só incommodam e assustam os que transitam pelas ruas, que se tornam quasi desertas, como aggrava os soffrimentos dos doentes para quem o socego é quasi sempre a melhor e mais salutar de todas as medicinas.

(...)

Fonte: DIARIO DE PERNAMBUCO (Recife/PE), 27 de Junho de 1859, pág. 01, col. 05

sexta-feira, 17 de junho de 2022

I Festival Punk Brasileiro

 



O som e a fúria dos punks sobrevivem em São Paulo

Entre gritos e pancadarias, eles lançam um manifesto original

Uma grossa pancadaria que grupos rivais se encarregaram de armar em São Paulo, no I Festival Punk Brasileiro, em 27 e 28 de novembro, evidenciou a sobrevivência, em nosso país - com um saldo de 25 presos e a antecipação do fim do festival -, desse movimento nascido em Londres.

Blusão preto de couro, jeans desbotados, medalhas e correntes pelo corpo, argolas penduradas no nariz e alfinetes enfiados nas bochechas, esses jovens importam da Inglaterra, com muitos anos de atraso, o que naquele país surgiu como reflexo de inquietações de garotos suburbanos e como a negação do rock instrumental e comercial de estúdio. Era também a negação dos valores sociais estabelecidos (daí o culto ao feio, ao agressivo e ao monstruoso), do movimento hippie, das regras do jogo. Sabiam o que não queriam, mas não sabiam bem o que queriam. Na Inglaterra, a inovação deu origem a inúmeras bandas - os Sex Pistols, The Clash, The Jam, Buzzcocks, The Suburban Bolts, The Damned. Espalhou-se pela Europa - dizem que já chegou até à União Soviética - e parece que na Alemanha encontrou sua diva Nina Hagen, cujos shows estão sempre lotados.

No Brasil, seu ponto de concentração é o conjunto Grandes Galerias, na Avenida São João, em São Paulo, para onde convergem nos fins de semana os punks tupiniquins - também eles vindo de bairros periféricos ou da Grande São Paulo. Viajam de ônibus, quase nunca andam de carro, têm empregos mal remunerados, alguns são casados e têm filhos. Divulgaram um manifesto: "Nós, os punks, estamos movimentando a periferia que foi traída e esquecida pelo estrelismo dos astros da MPB. Nos nossos shows de punk rock todos dançam; dançam a dança da guerra, um hino de revolta da classe menos privilegiada. Nossos astros da MPB estão cada vez mais velhos e cansados. Estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira para dizer a verdade sem disfarces: para pintar de negro a Asa Branca, atrasar o Trem das Onze, pisar sobre as flores de Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer."

A propósito de dança, dançar à punk é socar o ar, dar pontapés a esmo, gritar, suar sob as pesadas e quentes jaquetas pretas. É renegar os Rolling Stones, a new wave, o new romantic, ter horror a Roberto Carlos. Os grupos que os brasileiros formaram têm nomes estranhos como sua aparência: Dose Brutal, Psycose, Ulster, Juízo Final, Fogo Cruzado, Inocente, Cólera, M-19, Ratos de Porão, Decadência Social, Olho Seco, Estado de Coma, e outras pérolas.

Para o festival, reuniram-se todos no SESC, do pacato bairro de classe média da Pompéia, causando apreensão em muita gente ante o aspecto feroz das ruidosas tribos. Só que, nas esquinas próximas ao teatro, grupos hostis começaram a rosnar e acabou rebentando a briga pelo direito de ser mais punk.

Brigas à parte, os punks estão pelas ruas paulistanas. Há um livro do dramaturgo e jornalista Antônio Bivar tentando explicar o movimento. Há dois discos independentes e com uma qualidade de som muito ruim, sintetizando os espetáculos esparsos que acontecem pela cidade: Lixomania e Grito Suburbano. Publicam uns folhetos mimeografados, divulgando as idéias e as letras de músicas punk. Declaram-se pacifistas, ao mesmo tempo em que afirmam que com paz e amor não se muda nada. Mas é bem provável que a maioria desconheça completamente os ideais do movimento e que não tenha a menor idéia de que o emblema que quase todos ostentam - um grande A fechado num círculo - é o símbolo da anarquia.

Ricardo F. Soares

Fonte: MANCHETE (Rio de Janeiro/RJ), edição 1600, 18 de Dezembro de 1982, pág. 150

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Imigrantes no Brasil no período 1884-1939



Albaneses..... 13 

Alemães..... 170.645 (nota nossa: 5o. grupo com mais ocorrência no total) (maior intensidade: década de 1880)

Argentinos..... 20.191 

Argelinos..... 01

Armênios..... 826 

Australianos..... 13

Austríacos..... 85.790 (nota nossa: 7o. grupo com mais ocorrência no total) (maior intensidade: década de 1890)

Belgas..... 6.009

Boêmios..... 01

Bolivianos..... 649

Búlgaros..... 291

Canadenses..... 111

Chilenos..... 1.884

Chineses..... 1.689

Colombianos..... 171

Costarriquenhos..... 34

Cubanos..... 194

Dantzig (com passaporte da cidade polonesa quando protetorado da Liga das Nações)..... 170

Dinamarqueses..... 3.087

Dominicanos..... 14

Egípcios..... 645

Espanhóis..... 581.718 (nota nossa: 3o. grupo com mais ocorrência no total) (maior intensidade: década de 1900)

Equatorianos..... 86

Estonianos..... 2.704

Finlandeses..... 370

Franceses..... 32.373

Gregos..... 4.120

Guatemaltecos..... 21

Haitianos..... 06

Holandeses..... 8.200

Hondurenhos..... 01

Húngaros..... 8.555

Indianos..... 301

Ingleses..... 23.745

Iranianos..... 129

Iraquianos..... 10

Italianos..... 1.412.263 (nota nossa: 1o. grupo com mais ocorrência no total) (maior intensidade: década de 1890)

Iugoslavos..... 22.838

Japoneses..... 185.799 (nota nossa: 4o. grupo com mais ocorrência no total) (maior intensidade: década de 1930)

Letões..... 2.209

Libaneses..... 5.174

Liechtensteinenses..... 02

Lituanos..... 28.665

Luxemburgueses..... 245

Marroquinos..... 325

Mexicanos..... 548

Montenegrinos..... 02

Nicaraguenses..... 08

Norte-americanos (estadunidenses)..... 12.661

Noruegueses..... 631

Palestinos..... 677

Panamenses..... 21

Paraguaios..... 971

Peruanos..... 1.325

Poloneses..... 47.765 (nota nossa: 9o. grupo com mais ocorrência no total) (maior intensidade: década de 1930)

Portugueses..... 1.204.394 (nota nossa: 2o. grupo com mais ocorrência no total) (maior intensidade: década de 1900)

Romenos..... 39.113 (nota nossa: 10o. grupo com mais ocorrência no total) (maior intensidade: década de 1920)

Russos..... 108.121 (nota nossa: 6o. grupo com mais ocorrência no total) (maior intensidade: década de 1900)

Salvadorenhos..... 18

Sérvios..... 287

Sírios..... 20.507

Suecos..... 4.947

Tcheco-eslovacos..... 5.071

Transvalianos..... 06

Turcos (turco-otomanos)..... 78.455 (nota nossa: 8o. grupo com mais ocorrência no total) (maior intensidade: década de 1910)

Ucranianos..... 1.381

Uruguaios..... 8.747

Venezuelanos..... 438

Apátridas..... 63







Fonte adaptada: Estrangeiros entrados no Brasil. In: Revista de Imigração & Colonização, Conselho Nacional de Imigração e Colonização, Rio de Janeiro, Ano I, número 4, 1940, pág. 617-644

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Brasileiros versus Nazistas em Uberlândia

 



Graves acontecimentos agitaram, ontem, a cidade mineira de Uberlândia

ELEMENTOS NAZISTAS PROMOVERAM UMA MANIFESTAÇÃO PUBLICA, REGISTRANDO SE UM CONFLITO COM UM GRUPO DE BRASILEIROS - ARRANCADAS DOS MANIFESTANTES AS INSIGNIAS NACIONAL-SOCIALISTAS E RASGADA UMA BANDEIRA "SWASTICA"

S. PAULO, 29 (Meridional) - Informações de Uberlandia, no Estado de Minas Gerais, dizem que aquela cidade viveu, hoje, horas de intensa agitação, em consequencia de uma manifestação nazista, ali realizada por elementos da colonia alemã.

Numerosos alemães, ostentando insignias do nacional-socialismo e uma bandeira "swastica", iniciaram um desfile pelas ruas principais da cidade, muito deles dirigindo motocicletas. Quanto a manifestação germanica passado pelo centro, um grupo de brasileiros entrou a protestar, tendo os manifestantes adotado uma atitude agressiva. Em consequencia disso, os brasileiros uniram-se dando vivas ao Brasil e investiram contra os alemães, tomando lhe a bandeira "swastica", arrancando-lhe os distintivos e outras insignias e dispersando os manifestantes.

Quando a policia interveiu, já não havia mais no local nenhum dos promotores da manifestação nazista e bandeira "swastica" fôra rasgada pelos populares, que haviam dispersado, depois de entoarem o Hino Nacional.

Fonte: O MOMENTO (Caxias do Sul/RS), 04 de Abril de 1938, pág. 02

terça-feira, 14 de junho de 2022

Encontro de quilombos



 - Domingo 10 de Fevereiro, os negros que formão o quilombo, que existe nas montanhas das larangeiras, derão muitos tiros d'espingarda: hum negro que se prendeu nessa noite, e na occasião em que levava huma vacca, que acabava de furtar, o qual tambem era socio do quilombo, disse que os tiros erão em honra da reunião do seu quilombo com outro. Corre que o Sr. Intendente Geral da Policia exigira do Senado da Camara huma lista dos Capitães do Matto, afim de combinar com elles hum ataque geral contra os quilombos, que inspirão bem fundados receios a todos os proprietarios circumvisinhos.

Fonte: O UNIVERSAL (Ouro Preto/MG), 10 de Março de 1828, pág. 04, col. 01-02

domingo, 12 de junho de 2022

O Brasil Independente e a visão nacional sobre os países vizinhos

 



Corria por certo no Rio de Janeiro a sahida do ultimo Correio, que a Republica de Buenos-Ayres tinha declarado guerra ao Imperio do Brasil pela occupação da Provincia Cisplatina, e pertendida Invasão da Provincia de Chiquitos. Custa a crer, que essa insignificante Republica, sempre desolada pelos Indios, e que não consta mais de cento e cincoenta mil almas ouse desafiar o vasto, rico, e poderoso Imperio do Brasil: pagará bem caro sua ousadia!!

He agora tempo de fazer o que há muito se devera ter feito Santa Fé, e Corrientes na Provincia de Entre Rios são pontos militares da maior importancia para a defeza do Imperio do Brasil; mas não basta a occupação destes pontos he preciso mais. Neembuco a margem do Paraguay ao Norte de sua junção com o Paraná he o estaleiro, em que se constroem os Corsarios de Buenos-Ayres: he preciso queimar-se tal espelunca, e na minha opinião toda á banda oriental do Rio Paraguay deve ficar pertencendo ao Imperio, e para esta conquista se devem dirigir as forças do Imperio. Devemo-nos convencer de huma verdade, e he que o Brasil será sempre incommodado por tão máos visinhos, em quanto não tomar estes pontos, e não castigar os Selvagens visinhos a ponto de os fazer perder todas as suas esperanças.

Fonte: O UNIVERSAL (Ouro Preto/MG), 28 de Dezembro de 1825, pág. 288, col. 01-02

quinta-feira, 9 de junho de 2022

Ataque dos índios Uaymiris

 



AMAZONAS. - (...)

Tinhão-se recebido em Manáos noticias desagradaveis do Rio-Negro: o Amazonas narra-as do seguinte modo:

"Os Uaymiris, selvagens bravios do rio Jauapery, descêrão ás praias e dominão a margem esquerda do Rio-Negro, desde o quarteirão de Anna-Vilhana até a embocadura do Rio Branco. A população, sobresaltada, procurou asylar-se na margem direita, nos districtos de Ayrão e de Moura, onde não é provavel que os selvagens vão, porque não são navegadores, e nem as ubás, de que usão, se prestão ás grandes travessias. Apenas servem para se transportarem para as ilhas pelo lado mais estreito, e nesses ilhas passão o verão por causa da abundancia de ovos e peixe que ha na secca do rio.

O tenente Souza Lobato, que segue para o Rio-Branco, acha-se parado em Moura e receioso de proseguir em sua viagem.

De bordo do vapor, distinguiu-se perfeitamente na praia da ilha do Jacaré um magote de gentios, a mui curta distancia, tanto que houve quem contasse até ao numero de 14 seres.

Todos os annos, os Uaymiris fazem suas correrias, e o mais é que, tão proximo da capital, ainda se não pôde extinguir essa horda de selvagens, cuja indole perversa e sanguinaria tão tristes resultados tem dado.

Ha bem pouco tempo, derão elles cabo de uma familia de 14 pessoas, escapando apenas uma, que pôde fugir em uma pequena montaria. O anno passado, atacárão a embarcação do Venezuelano d. André Level, ferindo e matando-lhe algumas pessoas de equipagem, além do roubo e prejuizo que soffreu em suas mercadorias."

Fonte: DIARIO DE SÃO PAULO (São Paulo/SP), 27 de Dezembro de 1871, pág. 01, col. 02

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