sábado, 30 de maio de 2015

Curiosidades sobre as eleições municipais em Capão do Leão, de 1982 até 2012


  • Na primeira eleição municipal, ocorrida em 15 de Novembro de 1982, votaram 4910 eleitores dos 5503 aptos a votar. Desde então, o número de eleitores sempre cresceu a cada eleição, atingindo na última eleição de 2012, um comparecimento de 15586 eleitores, dos 18250 aptos a votar (14,60 %de abstenção). A abstenção às urnas não pode ser tomada ao pé da letra, pois o Tribunal Regional Eleitoral demora um certo tempo para contabilizar óbitos e transferências de títulos eleitorais.
  • Na eleição para prefeito, as eleições de 2012 apresentaram o menor índice de diferença entre o primeiro e o segundo colocados, seja em número de votos recebidos, seja em números percentuais. Cláudio Victória (PDT) recebeu 5421 votos, 37,95 % do votos válidos, Mauro Nolasco (PT), perdeu com 5378 votos, 37,64 % dos votos válidos. O terceiro colocado, Paulo Ávila (PMDB) recebeu 3487 votos, 24,41% dos votos válidos. Foi a eleição mais disputada de toda a história do município.
  • As eleições de 2004 apresentaram a maior diferença absoluta na disputa pela prefeitura. Vilmar Motta Schmitt (PDT) venceu com 11027 votos, cerca de 80, 83 % dos votos válidos, contra 2162 votos de Renato Póvoa (PT), cerca de 15,85 %dos votos válidos. José Gastal (PPS) recebeu somente 453 votos, cerca de 3,32 % dos votos válidos.
  • Vilmar Motta Schmitt (PDT) em 2004 se tornou a pessoa mais votada em toda a história do município de Capão do Leão, em termos percentuais ou em número de votos, comparadas eleições municipais, estaduais e federais. Seus 11027 votos e seu percentual de quase 81 % dos votos válidos jamais foram alcançados por outro candidato. Leonel de Moura de Brizola (PDT), nas eleições presidenciais de 1989 do 1o. turno recebeu cerca de 61 % dos votos válidos no município, algo em torno de 5 mil votos. João Serafim Quevedo (PDT) recebeu 6115 votos na eleição para prefeito em 2008, mas seu índice ficou abaixo dos 50 %.
  • Vilmar Motta Schmitt (PDT) também é o recordista em número de candidaturas a prefeito em Capão do Leão: cinco vezes (1988, 1992, 1996, 2000, 2004). Foi vitorioso em duas: 2000 e 2004. Manoel Nei Neves (PP, antigo PDS e PPB) vem em seguida com quatro candidaturas (venceu em 1988 e 1996, perdeu em 1982 e 2000).
  • Das oito eleições municipais que já aconteceram em Capão do Leão, os partidos que mais lançaram candidaturas para prefeitura (considerando candidatura para prefeito ou vice-prefeito) foram: PDT ( em todas com candidato a prefeito), PMDB (seis com candidato a prefeito e uma com candidato a vice-prefeito, ausentando-se em 2004), PP (quatro com candidato a prefeito e uma com candidato a vice-prefeito, ausentando-se em 1992, 2004 e 2008), PT (cinco com candidato a prefeito, ausentando-se em 2008, sendo que o partido só passou a disputar em 1992 - 3a. eleição). 
  • Participaram também, pelo menos uma vez ou mais, com candidato a prefeito ou vice-prefeito nas eleições municipais de Capão do Leão: DEM (antigo PFL), PRB (antigo PL), PSB, PTB, PPS, PSDB e PT do B.
  • Na primeira eleição em 1982, houve seis candidatos a prefeito na disputa, mas como as regras eleitorais eram diferentes naquela época, três candidatos eram do antigo PDS (atual PP) e dois eram do PMDB, mais um do PDT. A legislação permitia a inscrição de "sub-legendas", o que ocasionou a insólita situação.
  • Em número de candidaturas provindas de chapas diferentes, a eleição de 2000 foi a mais diversificada, pois apresentou seis candidatos de seis alianças ou partidos diferentes. Naquela ocasião, contabilizando todas as forças políticas na disputa, dez partidos estiveram presentes no pleito. Se compararmos com a eleição de 1982, quando também houve seis candidatos, a diferença é clara, pois houve somente três partidos no embate: PMDB, PDS e PDT.
  • O candidato a prefeito menos votado em toda a história eleitoral de Capão do Leão foi Fábio Barreto da Silva (PSB) que em 1996 recebeu apenas 120 votos, percentual somente de 1,03 % dos votos totais. 
  • O candidato a vereador mais votado na história do Capão do Leão foi Édson Ramalho (PSDB) nas eleições de 2000, com 721 votos e um percentual de 5,17 % dos votos válidos. Aílton Miranda (PTB) recebeu um número maior em 2012, com 734 votos, mas seu percentual de votos válidos foi ligeiramente menor - 5,13 % dos votos válidos.
  • Candidatos a vereador mais votados em cada eleição em Capão do Leão: 1982 - Arnaldo Soares de Souza (PMDB) - 317 votos; 1988 - Leopoldo Ferreira (PDT) - 286 votos); 1992 - Luiz Fernando da Silva (PTB) - 337 votos; 1996 - Luiz Fernando da Silva (PPB) - 509 votos; 2000 - Édson Ramalho (PSDB) - 721 votos; 2004 - Cláudio Victória (PDT) - 650 votos; 2008 - Paulo Ávila (PMDB) - 587 votos; 2012 - Aílton Miranda (PTB) - 734 votos.
  • Embora não se possa desconsiderar que o número de eleitores em Capão do Leão cresce a cada eleição, o vereador que ocupou uma vaga no Legislativo com o menor número de votos possíveis foi Enedino Silva (PMDB) em 1982, que se elegeu com 155 votos.
  • Em compensação, a candidata Gilciane Baldassari (PT) em 2000 recebeu o maior número de votos possíveis sem ser eleita para a Câmara de Vereadores, alcançado 490 votos (3,56 % dos válidos). Francisco Ubirajara Vieira da Silveira (PMDB) recebeu 519 votos em 2008, mas seu percentual foi de 3,48 % dos votos válidos. Porém o recordista em maior número de votos possíveis sem ser eleito foi Édson Ramalho (PSDB) que em 1996 obteve a impressionante votação de 830 votos (percentual de 7,04 % dos votos válidos) sem ser eleito. 
  • Em duas ocasiões, o vereador eleito não cumpriu seu mandato até o fim, sendo substituído por seus suplentes. Nos dois casos, isso aconteceu devido a óbito. Enedino Silva (PMDB), eleito em 1982 e falecido em 1983, sendo substituído por Gérson Baldassari (PMDB). Eliézer Gonçalves (PDT), eleito em 2008 e falecido em 2012, sendo substituído Por Luiz Fernando da Silva (PP).
  • Cláudio Victória (PDT) em 2014 tornou-se o primeiro e único prefeito da história do Capão do Leão que foi antes vereador na Câmara Municipal. Elberto Madruga (PMDB), 1o. prefeito eleito, conta sete legislaturas como vereador em Pelotas, mas antes do município de Capão do Leão ser emancipado. Todavia, vários vice-prefeitos durante a história política leonense vieram de experiências anteriores no Legislativo.  São eles: Paulo Renato Lourençon da Costa (PFL), que foi vice-prefeito entre 1989 e 1992; Edison Fernando de Azevedo (PSB), vice-prefeito de 1993 a 1996; Elmar Manke (PTB), vice de 1997 a 2000; o próprio Cláudio Victória (PDT), que fora vice-prefeito entre 2009 e 2012; e atualmente Édson Ramalho (PSDB), que assumiu em 2013 e cumpre mandato até 31 de Dezembro de 2016.
  • Elberto Madruga (PMDB) foi o 1o.  prefeito eleito de Capão do Leão, mas faleceu em julho de 1985, sendo substituído por seu vice, Getúlio Victória (PMDB) que cumpriu o mandato até 31 de Dezembro de 1988.
  • Em oito legislaturas, já houve 74 vagas para vereador na Câmara Municipal de Capão do Leão. Descartando as substituições que aconteceram em 1983 e 2012, podemos contabilizar os seguintes partidos com mais representações ao longo da trajetória do Legislativo Leonense: PDT - 23 cadeiras (só não elegeu em 1982); PMDB -18 cadeiras (só não elegeu em 2000); PP (antigo PDS e PPB) - 11 cadeiras; PTB - 11 cadeiras; PT - 05 cadeiras; DEM (antigo PFL) - 03 cadeiras; PSDB - 03 cadeiras. O cálculo foi feito da seguinte forma: um eleito por eleição corresponde a uma cadeira no Legislativo. Por isso, caso um determinado vereador conseguiu ser reeleito, conta mais uma cadeira/vaga.
  • Em oito legislaturas na Câmara Municipal, de 1982 a 2012, somente  houve quatro vereadoras mulheres.
  • O vereador que teve mais legislaturas em toda a história da Câmara Municipal de Capão do Leão foi Luiz Fernando da Silva. Em 1992, foi eleito pelo PTB, em 1996 pelo PP (antigo PPB)  manteve-se no cargo e conseguiu ser reeleito em 2000 e 2004. Voltou ainda no final de 2012 para cumprir o mandato de Eliézer Gonçalves (PDT) que havia falecido naquele ano.
  • Na eleição de 2012 para a Câmara de Vereadores, os dois candidatos do PMDB Valdecir Lima e Valentim Aguiar terminaram empatados com 335 votos. Ocupou a vaga somente Valdecir Lima por ser mais velho que Aguiar.
  • Na eleição de 2004, aconteceu o único caso na história eleitoral de Capão do Leão de uma urna com 100 % dos votos válidos para um único candidato a prefeito. Vilmar Motta Schmitt foi o único votado na seção eleitoral sediada na Comunidade Católica Santa Rita, no Pavão. Mesmo que sejam somados os votos brancos e nulos, Schmitt ainda permaneceria com o percentual de 98,05 % dos votos totais.
  • Um pré-candidato a vereador em Capão do Leão teve sua candidatura impugnada antes do pleito por ser considerado analfabeto pela Justiça Eleitoral. Isso aconteceu em 2004.
  • Em oito eleições municipais de Capão do Leão de 1982 a 2012, quatro candidatos a vereador obtiveram zero voto no pleito. Um candidato a vereador também faleceu durante a campanha de 1982.
  • Candidatos mais votados ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul em Capão do Leão: 1982 - Pedro Simon (PMDB); 1986 - Pedro Simon (PMDB); 1990 - Alceu de Deus Collares (PDT - 1o. turno)/ Alceu de Deus Collares (PDT - 2o. turno); 1994 - Antônio Britto (PMDB - 1o. turno)/ Antônio Britto (PMDB - 2o. turno); 1998 - Olívio Dutra (PT - 1o.turno)/ Olívio Dutra (PT - 2o. turno); 2002 -Germano Rigotto (PMDB - 1o. turno)/ Germano Rigotto (PMDB - 2o. turno); 2006 - Yeda Crusius (PSDB - 1o.turno)/ Yeda Crusius (PSDB - 2o. turno); 2010 - Tarso Genro (PT - 1o. turno)/ Tarso Genro (PT - 2o. turno); 2014 - Tarso Genro(PT - 1o. turno)/ Tarso Genro (PT - 2o. turno).
  • Candidato a deputado estadual mais votado em toda a história eleitoral do Capão do Leão: Bernardo Olavo Gomes de Souza (PMDB) que obteve 35,22 % dos votos válidos em 1986.
  • Candidato a deputado federal mais votado em toda a história eleitoral do Capão do Leão: Fernando Marroni (PT) que obteve 26,55 % dos votos válidos em 2014.
  • Candidato a senador mais votado em toda a história eleitoral do Capão do Leão: Carlos Alberto Chiarelli (PFL) que obteve 47,91 % dos votos válidos em 1986.
  • Candidatos mais votados à Presidência da República em Capão do Leão: 1989/1o. turno - Leonel de Moura Brizola (PDT), 1989/2o. turno - Fernando Collor de Mello (PRN); 1994 - Fernando Henrique Cardoso (PSDB); 1998 - Luís Inácio Lula da Silva (PT); 2002/1o. turno - Luís Inácio Lula da Silva (PT), 2002/2o. turno - Luís Inácio Lula da Silva; 2006/1o. turno - Geraldo Alckimin (PSDB), 2006/2o. turno - Luís Inácio Lula da Silva; 2010/1o. turno - Dilma Rouseff (PT), 2010/2o. turno - Dilma Rouseff (PT); 2014/1o. turno - Dilma Rouseff (PT), 2014/2o. turno - Dilma Rouseff (PT).

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Reportagem 29a. Aniversário de Emancipação do Capão do Leão em 2011

Na ocasião, participei da reportagem concedendo entrevista ao Jornal do Almoço da RBS TV Pelotas e falando sobre a história do Capão do Leão. Edição do vídeo é de minha autoria. Propósito é somente divulgação cultural do município.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

A Família Yates no Brasil, por Adelia Yates Porto da Silva

Reprodução do artigo da pesquisadora Adelia Yates Porto da Silva sobre a família Yates no Brasil. Publico aqui, pois a família Yates foi uma das famílias que vieram da Irlanda para a Colônia Dom Pedro II, que foi criada em 1851-1852 no território do atual município de Capão do Leão. 

                                       Os Yates no Brasil                   

Este é o resultado de uma pesquisa sobre a origem da família Yates no Rio Grande do Sul, a partir do pioneiro, Richard Lloyd Yates, um jovem inglês que veio para o Brasil em 1852. Ele viajou junto com os imigrantes irlandeses que embarcaram no porto de Liverpool no final de 1851 e atravessaram o oceano para vir formar a colônia Dom Pedro II, no Capão do Leão, antigo distrito de Pelotas, hoje município.
Deixando a Inglaterra, ele uniu seu destino aos imigrantes irlandeses e ao Brasil. Casou com Mary Monks, integrante da colônia. Alguns dos oito filhos desse casal também se uniram a integrantes de famílias de imigrantes irlandeses. Desse modo, nós, Yates, descendentes do inglês Richard Lloyd Yates, somos também um pouco irlandeses e fazemos parte de famílias que têm em sua genealogia sobrenomes como Stafford, Sinnott, Foster e Murphy. Nossa história está ligada pelo umbigo à Inglaterra e à Irlanda.
Esta pesquisa é dedicada a todos os Yates e, principalmente, à memória dos pioneiros que enfrentaram os mares e vieram ao sul do Brasil para escrever uma nova história de vida.

Um inglês entre irlandeses
Richard Lloyd Yates tinha 17 anos, no distante ano de 1851, na Inglaterra, quando seu destino mudou repentinamente. Jovem, destemido, de personalidade forte, não aceitou a imposição dos parentes, que desejavam para ele uma vida dedicada ao sacerdócio. Decidido a não se submeter a essa vontade, abandonou a casa da família e descobriu que havia, no porto de Liverpool, um veleiro partindo para o Brasil. Levava emigrantes irlandeses que iam tentar a vida numa terra nova, depois de amargar o horror da Grande Fome, que matou milhares de pessoas na Europa e motivou que muitos abandonassem o país.
O jovem inglês não hesitou: juntou-se ao grupo, sem dinheiro nem pertences, e lançou-se numa aventura no Novo Mundo – onde iria fixar-se para sempre, construir uma grande família e firmar-se como fazendeiro, reunindo bens e possuindo, no final da vida, uma propriedade de mais de 600 hectares de terra, com criação de gado e produção de manteiga.
A viagem foi longa: cerca de 50 dias no mar após o embarque em Liverpool, no dia 19 de dezembro de 1851. Ao fim desse tempo, Richard e seus companheiros irlandeses avistaram as primeiras paisagens da costa brasileira. Desembarcaram no porto de Rio Grande e foram logo transportados para Pelotas, onde assumiriam os lotes de terra a eles destinados pela Associação Auxiliadora da Colonização de Estrangeiros, no Capão do Leão.
Documentos existentes na Biblioteca Pública de Pelotas comprovam a hipótese de que o jovem inglês viajou repentinamente, sem preparação e sem recursos. No grande livro em que a Associação Auxiliadora registrava tudo o que era cedido aos colonos e os pagamentos realizados, consta que Richard Yates ressarciu com trabalho, durante alguns meses, o valor da passagem entre Liverpool e Rio Grande, emprestado por outros colonos - David Walsh e os irmãos William e James Bent.

O jovem Yates se casa com a irlandesa Mary
Entre os 300 irlandeses que se instalaram no Capão do Leão, havia uma família que se transportara inteira para o Brasil: pai, mãe e nove filhos de idades entre 20 anos e um ano e meio. O pai, Edward Monk, tinha 38 anos. A mãe, Catherine (ou Daisy, não se sabe ao certo), também 38 anos. A filha mais velha, Mary, tinha 20 anos. Os outros filhos eram Izabel, 18, William, 17, Patrick, 13, Katherine, 9, Daisy, 6, Edward, 5, Joanna, 3, e Anna, de um ano e meio.
O aventureiro Richard começou a namorar Mary, a primogênita dos Monk. Casaram-se no dia 15 de maio de 1858. Anglicano, ele precisou ser batizado na igreja católica, à qual pertencia a família irlandesa da noiva, o que aconteceu em 1855. Os registros são imprecisos, mas tudo leva a crer que o namoro ultrapassou os limites impostos pela sociedade da época, pois o primeiro filho, Eduardo, teria nascido em 27 de maio de 1858, poucos dias após o casamento, tendo sido batizado meses depois, em 11 de outubro do mesmo ano. Mas datas são escritas à mão nos registros e pode haver engano quanto a isso.

Uma fazenda no Fragata
Richard Lloyd Yates e Mary Monk Yates tiveram vida longa, muitos filhos e progresso financeiro. Quando ele morreu, em 28 de janeiro de 1908, possuía uma propriedade de 620 hectares – bem mais do que os cerca de 40 hectares que os colonos recebiam na chegada -, no 4º Distrito de Pelotas, localidade do Fragata. Seu inventário incluía 101 cabeças de gado de cria, três cavalos, uma mula, 60 ovelhas, um carretão velho, uma carreta velha, uma carrocinha de quatro rodas, diversos instrumentos agrícolas. A terra foi avaliada em 11. 500 contos de réis e os bens da propriedade, em 2.760 contos de réis. Havia, numa caderneta da Caixa Econômica, 1.600 contos de réis.
Todos os bens foram avaliados em 15.860 contos, divididos entre a esposa, Mary, que ficou com a metade, e os oito filhos: Eduardo, casado, Ricardo Yates Junior, casado, Maria, solteira, Catharina Yates Etchebest, casada, Anna Yates Foster, casada, Mathilde Yates Sinnott, casada, Eliza Yates Sinnott, casada, e Eumênia Yates. A fazenda foi vendida e seu valor repartidos entre os herdeiros.
Richard morreu em consequência dos ferimentos que recebeu quando a fazenda foi assaltada por um bando de salteadores. Naquele dia, seu filho mais velho, Eduardo, que morava na fazenda com a esposa, Anna Stafford, havia ido à cidade com empregados. Quando voltava, viu espalhados pela estrada papéis e pertences que reconheceu como sendo da família. Desconfiou de um ataque à fazenda e correu para casa, encontrando o pai muito machucado pelos bandidos, que tinham levado escravos e gado. Antes do ataque, os donos da casa tinham conseguido colocar a salvo as mulheres jovens e as crianças, que foram levadas por um escravo para se esconderem no mato, distante mais de uma légua. O velho Richard e a esposa, Mary, ficaram na fazenda para enfrentar os bandidos e ganhar tempo para a fuga delas e das crianças. Depois de muito agredidos, tiveram que contar onde estava o que os assaltantes queriam: um baú com moedas de ouro.

Histórias do pioneiro
Havia na fazenda, na época do assalto, duas crianças recém-nascidas: Catharina, a quinta filha de Eduardo e Anna, e Sissi, que era provavelmente filha de Mathilde Yates Sinnott, casada com Guilherme Sinnott. Sissi viria a ser a mãe de Hugo Poetsch, fundador das indústrias HP de conservas, em Pelotas.
Muitos anos depois da morte do pioneiro, algumas histórias sobre ele ainda eram contadas por seus descendentes, como Deolinda Stafford Yates, neta de Richard, filha número 10 de Eduardo e de Anna Stafford. Muito mais tarde, Francisco Yates dos Santos, sobrinho de Deolinda, lembra que, nas tardes de chuva, quando as crianças não podiam brincar na rua, ele e os irmãos iam ao quarto da tia, que chamavam “Vovó Tiche”, para ouvir essas histórias. Ela contava a história do assalto e dizia que quando pequena chegou a presenciar a habilidade do avô com pistolas. Ele era capaz de escrever suas iniciais com tiros numa parede.
Irene Loureiro Viana, bisneta do pioneiro Richard, filha de Catharina Yates Loureiro, lembra bem de sua avó Anna Stafford Yates e do modo como ela misturava palavras em inglês e português, numa confusão linguística que só os familiares entendiam. Quando Anna ficava zangada e queria falar mal de algum desafeto, dizia frases como “she is an ordinária!” Irene também conta de um parente Stafford, que só falava inglês e que, deprimido, sentava-se na escada externa da casa e pedia, aos brados: “Give me a candle! I want to die!” – “Me dê uma vela! Quero morrer!”
Richard nunca quis reatar relações com a família que deixara na Inglaterra. Deolinda contou aos sobrinhos que um parente inglês teria viajado a Pelotas para encontrar-se com ele e sondar se não sentia saudades e se não gostaria de voltar a ter contato com a família na Inglaterra. Sua resposta foi radical:  para ele, “estavam todos mortos”.

Os descendentes imediatos do pioneiro
No Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul existem documentos da família. Além do inventário de Richard Lloyd Yates, também está lá o inventário de Eduardo Lloyd Yates, o primogênito do casal Richard e Mary, falecido em 29 de junho de 1914, aos 56 anos. Consta nesse inventário que Eduardo era médico licenciado, morava na rua Gonçalves Chaves, em Pelotas, e foi sepultado no Cemitério Público da cidade. Ele havia casado em 28 de outubro de 1882 com Anna Murphy Stafford, na Igreja de Nossa Senhora da Consolação, hoje no município do Capão do Leão.
Eduardo morreu de tuberculose pulmonar, deixando a esposa, Anna Stafford Yates, e os filhos Ricardo Yates Netto, que tinha 32 anos na época, Anna Yates Gaiger, 30 anos, casada; Alfredo Yates, 27 anos, solteiro; Catharina, 24 anos, solteira; Eduardo; 21 anos, solteiro; Isabel, 18 anos, casada; Alberto, 16 anos, solteiro; Maria, 14; Deolinda, 12; João Thomaz, 10 e Patrício Luiz, 5 anos.
Irene Loureiro Vianna, neta de Eduardo, lembra que seu avô, que era médico homeopata, preparava pessoalmente os medicamentos, com a ajuda da filha Catharina, mãe dela. Com boa posição financeira, ele acabou perdendo todo seu dinheiro quando o Banco Pelotense entrou em crise e quebrou. Ele passou a manter a família com as homeopatias e aulas de línguas.
 A esposa de Eduardo, Anna, que nascera em 3 de março de 1864, morreu velhinha, aos 84 anos, em 13 de janeiro de 1948. Ela era filha de Patrick Stafford e Anna Murphy, irlandeses que vieram com o grupo de imigrantes. Desse casal, sabe-se pouca coisa. Nos registros da Associação Auxiliadora sobre os imigrantes, existentes na Biblioteca Pública de Pelotas, há referências a imigrantes com esses sobrenomes, como William, Michael, Thomaz e Nicholas Murphy, e John e Owen Stafford.

Antepassados em Shropshire, England
Boa parte dos dados aqui presentes se devem ao trabalho do pesquisador Leandro Betemps, que estudou a formação da colônia francesa em Pelotas, mas também reuniu dados sobre outros imigrantes do município. Ele teve acesso, por exemplo, à certidão de casamento  de Richard Lloyd Yates e Mary Monks, arquivada na arquidiocese de Pelotas.
Nesse documento constam os nomes dos pais ingleses do pioneiro Richard, que eram George Yates e Ann Lloyd Yates. Esses nomes não eram conhecidos pela família, possivelmente porque Richard não devia falar sobre eles, já que rompera relações com os familiares ingleses. Segundo Betemps, Richard aparece em alguns registros como natural de London. Em outros, consta que era originário da província de Salope – nome latino antigo do condado que hoje se chama Shropshire. 
A certidão de casamento no arquivo da igreja em Pelotas, encontrada pelo pesquisador Leandro Betemps, revelou um dado até então desconhecido para os descendentes de Richard Lloyd Yates. Nela  constam os nomes dos pais dele – com os quais teria se desentendido e decidido deixar o país – e o lugar de nascimento. De acordo com essa certidão, Richard era nascido na província de Salope – nome latino antigo da região que hoje se chama Shropshire. A partir dessas informações, foi possível localizar dados sobre a parte da família que permanecera na Inglaterra.
Os pais de Richard seriam George Yates, farmer, nascido em 1787, em Didellbury, Shropshire, e Ann Lloyd Yates, nascida em 1808, em Radnorshire, no País de Gales. O casal teria tido quatro filhos: o primogênito Richard, Maria, William e Alfred. Nada se sabe sobre Maria. William teria se casado com Eliza (não se conhece o sobrenome dela) e o casal teria tido uma filha, de nome Annie Elisabeth Yates, nascida em 1863, em Worcestershire. William trabalhava como builder e carter , ou pedreiro e condutor de carruagens.

Os parentes americanos
Em 2013 recebemos a notícia de que o último filho de George Yates, chamado Alfred, havia emigrado para os Estados Unidos em 1871. Lá, tornou-se um próspero e influente comerciante de tijolos, prestigiado pela indústria local, que muitas vezes divulgou elogios à atividade de Ernest, que também registrou várias patentes de produtos.
Hoje, os descendentes de Alfred, principalmente seu trineto Alan Yates, também procuram conhecer a história da família. Ele vive em Olean, estado de Nova Iorque, e guarda muitos documentos sobre a importância da contribuição profissional do trisavô. Alan, que possivelmente é um primo distante dos Yates do Brasil, tem dois irmãos – Terrance e Tammy. É casado com Lara Yates e tem seis filhos. Ele incluiu dados sobre o trisavô Alfred Yates – como a foto da sepultura da família – na página Família Yates, no Facebook.
Alan contou que, três anos depois da chegada de Alfred Yates aos Estados Unidos, vieram também sua esposa, Jessie, e dois filhos, Amy Gertrude Yates e Ernest Stuart Yates - que é o bisavô de Alan. Seu avô é Sydney Ward Yates e seu pai é Burton Lee Yates. 





quarta-feira, 27 de maio de 2015

Uma explicação para o nome do Capão do Leão

Artigo de minha autoria publicado na obra: SANTOS, Douglas Ferreira et. alii (orgs.). Olhares sobre Capão do Leão. São Leopoldo/RS: Oikós, 2014.

Uma explicação para o nome do Capão do Leão
            Um dos mais antigos mistérios que cerca Capão do Leão é a respeito da origem de seu nome. Eu sempre defendi uma versão que considero mais plausível com nossa realidade sulista e pampeana. Mas é interessante, então, explicar as diferentes versões e suas naturezas.
            Capão do Leão é um nome composto. Capão é uma palavra de origem tupi que quer dizer literalmente “mato isolado”. Na vegetação típica do Rio Grande do Sul, o capão é uma formação arbustiva bem identificável. Na imensidão dos campos, surge um pequeno aglomerado de árvores baixas e arbustos. Eis então um capão. A pergunta a seguir é: por que capão “do Leão”?
            Uma das histórias que corre entre o povo é que por aqui passou um circo e um leão teria escapado. A história não é totalmente destituída de sentido. Isso aconteceu. Só que aconteceu numa época em que Capão do Leão já era Capão do Leão. Mário Carrestrini, um agente de alfândega, resolveu escrever suas memórias na década de 1970. Pois bem, ele trabalhou em Pelotas no início do século XX. Entre as muitas histórias que narra uma chama a atenção. Um cirquinho teria passado por Pelotas e teria encontrado problemas com a fiscalização. Por qual razão, ele não enumera. Todavia, afirma que os artistas do circo antes de serem autuados, fugiram para a Villa do Capão do Leão. Novamente descobertos, rumaram ao Uruguay, mas deixaram na tal vila, conforme palavras do próprio Carrestrini um incômodo presente: vários micos, um leão africano e um urso. Eu encontrei numa edição de “A Opinião Pública” de 1911 uma notícia semelhante, só quem citar o abandono dos animais. Carrestrini diz ainda que o leão e o urso teriam atacado rebanhos de ovelhas em solo leonense.
            O fato é que a história do leão do circo tem muita veracidade, se pensarmos num cirquinho mambembe do início do século passado. Mas a questão fundamental que exclui qualquer possibilidade deste fato estar ligado à origem do nome do município, como já havia supracitado, é a época em que isto aconteceu. Já existia Capão do Leão e já existia uma Villa do Capão do Leão. Sem sombra de dúvida, o pitoresco acontecimento integrou-se ao imaginário da população que migrou anos mais tarde para cá.
            Justamente por já existir um Capão do Leão onde hoje é o próprio, que emendo a respeito da segunda explicação sobre a origem do nome do município: um senhor de nome ou sobrenome Leão que teria uma “venda” que servia como ponto de parada no lugar. Algumas fontes afirmam que esse senhor Leão teria vivido próximo ao Passo das Pedras. Essa versão é bem coerente, entretanto, o incômodo que sempre senti com ela é que a mesma não se encaixa em termos de data. Vejamos bem, a primeira menção documental ao lugar Capão do Leão é de 1809. Logo, se existiu um senhor Leão e sua venda, ele tem que estar situado aqui antes de 1809, pelo menos. Só que daí incorre alguns problemas históricos. Primeiro, nos estudos mais aprofundados sobre os primórdios de nossa região, em que podemos citar autores como Mário Osório Magalhães, Alberto Coelho da Cunha, Fernando Osório, Esther Gutierrez, Eduardo Arriada, Zênia de León, dentre outros, não há citação nenhuma a qualquer nome ou sobrenome Leão entre os primeiros proprietários da região. Em listas documentais de batismo, casamento ou óbito conservados pela Igreja Católica e que tem haver com a nossa região, idem. Alguns casos eventuais somente, mas que não tem relação direta com o personagem descrito. Exemplo: 1816, falecimento de Leão de Tal, filho de Fulano de Tal, na vila de Rio Grande, tendo como causa varicela, contando quatro anos de idade. Difícil também é situar uma espécie de venda ou estalagem num período anterior a 1809 em Capão do Leão. Num período ainda marcado por uma premente violência decorrente das disputas territoriais entre portugueses e espanhóis no sul do Brasil, possuir um comércio em plena praça de guerra parece contraditório. Além disso, sequer a vila de Pelotas existia ainda (surgira em 1812) e o comércio de víveres e abastecimento acontecia em Rio Grande que, graças a seu porto, recebia carregamentos de mercadorias vindas do Rio de Janeiro.  Mas como a história do circo, a história do armazém do seu Leão também não é totalmente sem sentido.
            Primeiramente, uma coisa salutar que acredito que tem que ser feita é o seguinte: impossível o seu Leão ter vivido no Passo das Pedras e ter dado nome ao “Capão do Leão”. Passo das Pedras é um lugar com origem muito diferente, assim como Capão do Leão é outro lugar e também bem antigo. Se houve um seu Leão, ele viveu em Capão do Leão. Pois bem, no ano de 1910, na atual rua Manoel dos Santos Victória, um francês abriu um casa de comércio com pousada para viajantes. Esse francês foi dono de uma boa gleba de terras entre o antigo posto telefônico e a encosta do Cerro do Estado. Seu nome era León Bastide. Os brasileiros logo aportuguesaram seu nome para Leão. Havia até concorridos recreios (forma como chamavam os bailes noturnos na época) em sua pousada. Não consegui identificar até quando funcionou o empreendimento do senhor Bastide, mas sua esposa viveu ainda em Capão do Leão até o início da década de 1970. Conheciam-na como Viúva Bastide. Alguns ex-trabalhadores do Deprc/Cerro do Estado chegaram a conhecê-la e prestar serviços na sua chácara. Logo, suponho que a tal venda do seu Leão tenha sido essa casa comercial e pousada de León Bastide. É o único “Leão” que aparece associado ao Capão do Leão. Todavia, como se percebe esse senhor “Leão” surge em uma época bem posterior a própria Villa do Capão do Leão. Por isso, não pode ser a origem do nome.
            A versão que defendo e que acredito ser a mais coerente é que o Capão do Leão é o “capão do leão”, não africano, mas sul-americano: o leão-baio (Puma concolor). O leão-baio é um felino típico dos pampas, ainda encontrado em nosso estado, também conhecido como puma, onça parda, suçuarana ou cougar. Leão-baio era a forma com que os primeiros portugueses designavam o puma. E na época colonial, era um animal inspirador de cuidados por parte dos primeiros gaúchos, não tanto por aquilo que pudesse fazer ao ser humano, mas por ser um costumeiro agressor de rebanhos. Abundam cartas e documentos no século XVIII, advertindo o risco do ataque de leões-baios e onças-pintadas, no caminho que os tropeiros faziam entre a Vila de Laguna, Santa Catarina, e a Colônia do Sacramento, na foz do Rio da Prata. Tantos outros nomes de lugares no Rio Grande do Sul são originários da presença destes grandes felinos: Jaguarão, Canguçu, Minas do Leão, Boqueirão do Leão, Jaguari, Toca da Tigra (Caçapava do Sul), etc. Devemos lembrar que os primeiros portugueses que se estabeleceram no sul do Brasil, principalmente aqueles que vinham dos Açores, não conheciam nada muito além da fauna europeia e norte-africana. Para eles, tal como o puma era leão-baio, o urubu era corvo, o tamanduá era urso (!), o graxaim era raposa, etc.
            Para concluir, defendo que Capão do Leão é “do leão”, por causa do leão-baio ou puma. Como nossa localidade/município tem aproximadamente 250 anos de ocupação humana não-indígena, talvez a explicação que comprovaria a origem do nome tenha se perdido no tempo ou ainda está guardada em um obscuro arquivo de alguma biblioteca ou museu. Reafirmo, contudo, que o imponente e altivo puma representa a explicação mais lógica para o nome do lugar, pois se encaixa perfeitamente tanto nos acontecimentos históricos, quanto no contexto geográfico e seu ecossistema.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Almanaque de Pelotas 1862 - Parte 10 (final)

MAUÁ & COMPANHIA
Gerente – João Rodrigues Saraiva, rua do Commercio.
ESCRIPTORIOS DE COMMISSÕES
Antonio Rodrigues Cordeiro, rua da Palma n. 7.
André Laquintinie, rua da Horta.
Domingos Rodrigues Cordeiro, rua do Commercio.
José Maria Moreira, rua do Commercio.
Luiz Braga, rua do Commercio.
Manoel Soares de Paiva, rua do Commercio.
Roberto Barcker, rua das Flores.
Ricardo Hubrig, rua Augusta n. 94.
Joaquim Guilherme da Costa, rua do Commercio.
CHARUTARIAS
Filipe Miller, rua de S. Barbara n. 8.
José Pillé, rua das Flores n. 84.
CIGARREIROS
Custodio Echague, rua da Palma.
Joaquim Severino da Fonseca, rua do Commercio n. 67.
Justo Cardoso, rua Alegre n. 37.
Manoel Joaquim da Silva Souza, rua do Torres.
João Francisco Ramires, no Mercado.
TANUARIAS
José Uriarte, rua 7 de Setembro.
José Fernandes Patusco, rua das Flores.
Oliveira & Coelho, rua das Flores.
Paulino Teixeira da Costa Leite, rua 7 de Setembro.
DEPOSITO DE MOVEIS
Antonio Ignacio Santos & Cia., rua do Commercio.
FABRICAS DE SEGES E OMNIBUS
Aimé Barbier, rua S. Miguel.
Carlos Ruell & Cia., rua do Martins Coelho.
José Antonio Martins, rua da Igreja.
José Miralhos, rua de S. Jeronymo.
Jeronymo Sagardory, praça da Regeneração.
Luiz Nachtigall, idem, idem.
FABRICA DE CAMISAS
Luiz Leclure, rua Augusta.
FABRICA DE CALCINAR OSSOS
Luiz Egas, Costa de Pelotas.
FABRICA DE CARRETAS
Domingos Fagalde, além do S. Barbara.
José Bernardino da Silva, idem, idem.
Manoel José Leite, idem, idem.
Pedro Gasyenhec, rua do Martins Coelho.
ALUGADORES DE OMNIBUS
Antonio Ignacio de Souza, porto de Pelotas.
Antonio Escolto, rua de S. Miguel n. 34.
Angelo Calcagno, porto de Pelotas.
Bernardo Escasso, rua da Igreja n. 1.
Felix Silvestre, rua Alegre.
José da Silva Barreiros, porto de Pelotas.
João de Sá Magalhães Junior, idem, idem.
João Anselmo, idem, idem.
João Catalan, rua Sete de Setembro.
João Martins Moitinho, rua Alegre n. 32.
Joaquim Fontoura Galvão, idem, idem.
Manoel Teixeira de Almeida, rua das Flores.
Manoel Gonçalves, rua da Igreja.
Ramy & Irmão, rua das Flores.
Santiago Prates & Cia., rua da Igreja.
João Pinto Ribeiro, idem.
COMPRADORES DE GADOS PARA AÇOUGUES
Carvalho & Anjo, porto de Pelotas.
João Paçol, rua das Flores.
João Rubira, na Luz.
Lourenço Botelho, idem.
COXEIRAS DE ALUGUEL PARA ANIMAES
Santiago Prates & Cia., rua da Igreja.
Ramy & Irmão, rua das Flores.
CARRETEIROS
Felizardo Bica, rua Alegre n. 1.
Felisberto Silveira, rua das Fontes.
João Ignacio, rua da Constituição.
João de Sá Magalhães, rua das Fontes.
José Antonio Aguiar, idem.
Joaquim Roballo, rua do Martins Coelho.
Thomaz Pinto Tapada, rua das Flores.

Manoel Candido de Souza, rua dos Canarios.

Almanaque de Pelotas 1862 - Parte 9

TABERNAS
Antonio Manoel da Cruz & Cia., rua Alegre.
Antonio Pereira da Silva, rua de S. Miguel n. 54.
Antonio Lopes da Silva Bastos, rua do Padeiro.
André Lagos, no porto de Pelotas.
Alecrim & Cia., rua Alegre.
Bordalo & Castro, no porto de Pelotas.
Benito M. Miller, rua Alegre n. 65.
Benito M. Miller & Cia., rua da Igreja n. 52.
Benito M. Miller, rua da Igreja.
Bernardino L. da Silva Passos, rua do Açougue.
Bernardino Simões dos Santos, rua do Padeiro 39.
Coelho & Pinto, rua da Igreja n. 7.
Costa Leite & Villela, rua das Flores n. 95.
Carlos Berna, rua das Flores n. 52.
Domingos & Costa, rua do Commercio n. 169.
Francisco G. Pereira, rua do Canarim.
Francisco Xavier de Oliveira, rua de S. Miguel 86.
Francisco Antonio do Nascimento, rua da Fonte.
Fernando G. Antunes, rua de S. Barbara, n. 29.
Felix Lourenço Rodrigues, rua do Commercio 49.
Francisco José da Costa Braga, rua da Igreja.
Garcia & Monteiro, rua 7 de Setembro n. 104.
Henrique Fernandes da Rocha, rua das Flores n. 21.
Israel Affonso de Lima, rua do Canarim.
José da Silva Barreiros, no porto de Pelotas.
José Lourenço Pereira, rua da Igreja 31.
José Martins da Cunha, rua de S. Jeronymo.
José Lopes Guimarães, rua de S. Barbara n. 25.
José Lourenço de Oliveira, rua Augusta.
José Manoel Affonso, rua da Palma.
José Rodrigues Carramunho, no porto de Pelotas.
José Antonio & Cia., rua da Igreja.
João Francisco da Costa, rua da Igreja n. 21.
João Pinho de Oliveira, rua de S. Miguel n. 138.
Jayme Solé, rua Alegre.
Jeronymo Casareto, rua do Commercio n. 27.
Joaquim Cordeiro Martins, rua do Commercio n. 47.
Joaquim José de Oliveira 46.
Joaquim Gonçalves Braga, rua da Igreja.
Joaquim Pinto de Brito, rua Augusta.
Joaquim Pinto de Campos, rua Augusta n. 11.
Joaquim Pereira Lousada, rua do Martins Coelho.
Joaquim Fontoura Galvão, rua Alegre n. 75.
Lourenço de Oliveira Paredes, em S. Barbara.
Manoel Chalá, rua da Igreja n. 23.
Manoel Pinto Ribeiro, rua do Commercio n. 24.
Manoel José Antunes, rua das Flores.
Manoel José Lopes, rua das Flores n. 31.
Manoel José Antunes, rua de S. Barbara.
Manoel Gomes de Amorim, rua de S. Jeronymo.
Manoel Joaquim da Costa Carneiro, rua de Hercules n. 12.
Manoel José Antunes, rua de S. Miguel.
Montes & Vieira, rua das Flores n. 19.
Nicolás Blanco, porto de Pelotas.
Paulino Teixeira da Costa Leite, rua Alegre n. 21.
Pedro Ordanis, rua do Padeiro.
Pedro Ignacio Xavier, rua do Hercules n. 26.
Pedro Monhac, rua de Hercules.
Ramão Rodrigues, rua da Igreja n. 88.
Rafael Esquerdo, rua da Igreja n. 36.
Rafael Rodrigues, rua do Torres.
Ricardo Hubrig & Borchadt, rua Augusta n. 46.
Rocha Guimarães, rua 7 de Setembro n. 47-A.
Ramos & Filho, rua das Flores n. 100.
Santiago Fulle, rua de S. Barbara.
Theodozio Fernandes da Rocha, rua de S. Miguel.
FERRARIAS
Joaquim Ferreira Cardoso, rua do Commercio.
Joaquim Ferreira da Silva, rua de S. Miguel.
José Bernardino da Silva, outro lado do S. Barbara.
João José Ribeiro, outro lado do S. Barbara.
Luiz Francisco Ribeiro, rua 7 de Setembro.
Manoel Francisco de Oliveira, porto de Pelotas.
Manoel José Gonçalves Cavés, rua de S. Miguel.
Manoel Joaquim de Oliveira, rua de S. Miguel.
Mr. Medan, do outro lado do S. Babrbara.
Ramão Abadi, rua de S. Miguel.
Salvador Hitta, do outro lado do S. Barbara.
BOTEQUINS
João Lande, rua das Flores.
Joaquim Leite de Faria Pinto, praça da Regeneração.
HOTEIS
Cezario Adolfo Botelho, rua da Igreja.
Ramy & Irmão, rua das Flores.
Santiago Prates & Cia., rua S. Miguel.
BILHAR E CASA DE PASTO
Antonio Viana Alves, rua do Padeiro.
CASAS DE PASTO
Antonio Escotto, rua de S. Miguel n. 34.
Carlos Berna, rua das Flores n. 82.
C. Gourdet, rua de S. Miguel.
Joaquim Pinto de Brito, rua Augusta.
Ricardo Hubrig & Borchardt, rua Augusta n. 46.
CONFEITARIAS E REFINAÇÕES DE ASSUCAR
Manoel José Mascarenhas, rua de S. Miguel.
Mattos & Cia., rua das Flores.
REFINAÇÃO DE ASSUCAR
Henrique Fernandes da Rocha, rua das Flores.
FABRICA DE CORRIEIROS E SINXAS
Beltrand & Chtiverry, rua de S. Miguel.
João Loth, rua de S. Miguel n. 95.
João José Casa Nova, rua de S. Miguel.
Mathias Trabarck, rua 7 de Setembro n. 15.
FABRICA DE SINXAS
Antonio José d’Oliveira, rua do Padeiro.
LEILOEIROS
Geraldo Antonio da Costa, rua de S. Miguel.
TINTUREIROS
Augusto de Lima, rua de S. Miguel.
BAHULEIROS
Antonio Soares da Silva, rua da Horta.
Antonio Teixeira de Mesquita, rua de S. Miguel.
LOMBILHEIROS
Boaventura Domingos Boeiro, rua da Igreja.
Bento Ferreira de Oliveira, rua da Horta.
Domingos João Martins, na Varzea.

Jeronymo José Leite, no Arroio Pepino.

Almanaque de Pelotas 1862 - Parte 8

ALFAIATARIAS
Antonio da Silva Oliveira, rua do Commercio n. 111.
Antonio José da Fonseca, rua 7 de Setembro n. 29.
Bessa & Filho, rua 7 de Setembro n. 20.
Costa & Amarante, rua da Igreja.
Francisco José da Cruz, rua das Flores.
Francisco Vaz da Cruz, rua das Flores.
Francisco Vaz da Silva Guimarães, rua Augusta.
Fortunato José de Souza, rua 7 de Setembro n. 60.
Gaspar & Irmão, rua 7 de Setembro n. 63.
José da Silva, rua da Igreja.
José Luiz Pereira Junior, rua de S. Miguel n. 89.
José Simões de Azevedo, rua de S. Miguel.
José Joaquim dos Santos Junior, rua de S. Miguel n. 61
José Maria, rua das Flores.
Luiz Anastacio de Soveral, rua de S. Jeronymo n. 10.
Manoel Pereira da Silva, rua do Commercio n. 137
Manoel Pimenta Granja, rua do Commercio n. 190
Rodrigo Alvez Capazio, rua de S. Jeronymo.
LOJAS DE SAPATEIROS
Antonio Dias Pedroso, rua 7 de Setembro n. 48
Albino Pereira de Oliveira, rua das Flores n. 82
Almeida & Peixe, rua do Commercio n. 77.
João Charrupgui de Lasarda, rua de S. Miguel.
David Pereira da Silva Xavier, rua de S. Miguel n. 44.
Estevão Barbosa de Pinho Louzada, rua 7 de Setembro n. 26.
Francisco Pereira da Silva, rua de S. Miguel n. 44.
Francisco de Oliveira, rua de S. Miguel.
Gelly dos Santos, rua da Igreja.
José Francisco Pereira, rua de S. Miguel n. 27.
José Agostinho Pequim & Cia., rua de Hercules.
José Carvalho da Silva Ribeiro, rua 7 de setembro n. 54.
José Joaquim Lopes, rua 7 de Setembro n. 46.
João Antonio de Oliveira, rua do Commercio n. 36.
João Baptista Casa Nova, rua do Commercio.
João Antonio Evangelista, rua de S. Miguel n. 102.
João Baptista Lagogio, rua de S. Miguel.
João Antonio Weimar, rua da Horta n. 26.
João Henrique Diks, rua do Padeiro n. 38.
João da Silva Burgo, rua da Igreja.
Luiz da Costa Lobão, rua do Commercio n. 66.
Mathias Dourety, rua de S. Barbara n. 34.
LOJAS DE MARCINEIROS
Amoedo & Irmão, rua de S. Miguel n. 24.
Brás da Silva Oliveira, rua da Igreja.
Carlos Hampp, rua de S. Miguel n. 52.
Elias José de Fraga, rua Augusta n. 63.
Francisco Rodrigues da Nova, rua das Flores n. 78.
Henrique Rodrigues da Nova, rua de S. Jeronymo n. 47.
João Francisco da Silva, rua da Igreja n. 75.
João Manoel do Amaral, rua das Flores n. 89.
José Maria da Silva, Praça da Regeneração.
Luiz Christovão, rua das Flores n. 16.
Luiz Tesses, rua do Commercio n. 39.
Manoel Rodrigues de Queiroz, rua do Commercio n. 38.
Miguel Antonio dos Santos, rua de S. Miguel.
Narciso Guterris, Praça da Regeneração.
Paulo Granado, rua de S. Miguel.
Pedro Bortan Eterseas, rua de S. Miguel n. 91.
Serafim Bovis, rua do Commercio n. 35.
LOJAS DE OURIVES
Antonio de Lima Caldeira, rua de S. Miguel, n. 122
Antonio José Lages, rua 7 de Setembro n. 25
Antonio Lopes dos Santos, rua 7 de Setembro n. 4
Antonio França, rua 7 de Setembro.
Cypriano José Gomes, rua de S. Miguel n. 88.
José Antonio Barbosa, rua de Hercules.
José Prates, rua de S. Miguel n. 89.
Julião José Tavares, rua Alegre.
João Resende & Cia., rua de S. Miguel n. 91.
João Ernesto Ferreira Paes, rua de S. Jeronymo n. 20.
João Thomaz Cupertino, rua 7 de Setembro.
Joaquim Pereira de Oliveira Castro, rua 7 de Setembro.
Justino de Couto e Silva, rua Sete de Setembro n. 21.
Manoel Joaquim Pereira, rua 7 de Setembro n. 24.
Marques & Irmão, rua 7 de Setembro.
Marques & Irmão, rua de S. Miguel.
Mesquita & Irmão, rua 7 de Setembro n. 21.
Serafim dos Anjos Dias, rua do Commercio n. 21.
Tiberio Marques da Fonseca, rua de S. Miguel n. 124.
CHAPELARIAS
Antonio Leite, rua de S. Miguel 112.
Carlos Maia, rua do Padeiro 68.
João Barcellos, rua 7 de Setembro 40.
Joaquim José de Araujo, rua 7 de Setembro 28.
Joaquim Antonio de Oliveira, rua de S. Miguel 142.
Manoel José de Oliveira & Cia., rua de S. Miguel 80.
SERIGUEIROS
Custodio Manoel de Oliveira, rua de S. Miguel.
Luiz Alves da Fonseca, rua do Commercio.
COLCHOEIROS
José Antonio Vasques, rua das Flores 88.
João Manoel dos Reis, rua do Commercio 79.
Manoel Ferreira dos Santos, rua do Commercio n. 34.
LOJAS DE LOUÇA
Francisco José de Araujo Pereira, rua das Flores 37.

Manoel da Silva Santos, rua de S. Miguel 96.
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