Entrevista com o Sra. Neli
Xavier
Realizada pelo autor em
10-11-2007
Referência: Bairro Jardim
América
“Mora no bairro desde 1976, nascera
na ‘Campanha’ (Passo das Pedras) e antes morou por cerca de 30 anos no IPEAS.
Ela e o esposo já falecido – Sr. Camilinho – vieram para o bairro para possuir
casa própria. Hoje, do terreno que adquiriram, parte está com os filhos que
casaram e também ergueram suas casas.
Sempre encontrou muita dificuldade no
bairro, atualmente vive doente e acamada. Quando chegou não havia água ou luz e
a casa não tinha reboco. O esposo era funcionário do IPEAS. Quando houve
mudança para Embrapa, esposo foi colocado para trabalhar no celeiro. Acabou não
aceitando ficar na nova função. Depois trabalhou no Anglo, no Rio-Pel e no setor
de fiscalização do Extemo-Sul.
Diz que sabe muito pouco, pois os vizinhos
eram mais da própria família. Produziu doces caseiros quando morava no IPEAS,
depois com o tempo e as dificuldades (obs.: reforça aspecto da doença),
deixando de fazê-los. Reintera que o Sr. Luiz Fernando Silva (vereador)
acompanhou muito história da família. Lembra também que teve (ela) que cuidar
uma filha deficiente.
A Sra. Neli coloca que se criou na
agricultura, desde os oito anos de idade. Seus irmãos já faleceram, porém
sobrinhas moram no bairro.
De comércios, recorda da venda do falecido
Sr. Antônio (atual Loja Silva) e da venda do falecido Sr. Otílio (do ‘outro
lado’). Afirma que eram ‘vendas para vizinhos’. Não constituíram
estabelecimentos fortes, porém locais com produtos básicos e limitados.
Acredita que o morador mais antigo da rua seja o Sr. Maurílio de Oliveira (que
lhe dá o nome). Lá na estrada (atual Avenida Três de Maio) havia uma torneira,
na qual se conseguia pegar água só de manhã cedo. Depois, no outro lado da vila
(arredores da atual Escola Elmar Costa) tinha outra bica. A família conseguiu,
posteriormente, construir um poço. Bem mais tarde, chegou a água encanada.
Atendimento médico só em Pelotas.
Foi sócia da Comunidade Católica São José
Operário e é da Canção Nova, na qual encontra um forte apoio pessoal. Começou a
freqüentar a Igreja São José Operário quando esta foi inaugurada, pois antes
participavam da comunidade católica da Embrapa. Atualmente, uma religiosa
franciscana visita-lhe.
Quanto á criminalidade, comunica que logo
que vieram tinham uma vaca e um bezerro. Entretanto, roubaram a vaca, que era
um animal que auxiliava no sustento da família. Um tempo depois atacaram e
mataram uns leitões que a família criava.
Fala que todos os moradores que conhecia
tinham um ‘pouquinho’, pelo menos emprego garantido. Neste lote, por exemplo,
os irmãos também moram. Informa que quando veio para o bairro, o esposo comprou
o terreno da Família Nogueira. Deram entrada e depois foram pagando prestações.
Deixaram um ‘lugarzinho’ para todos os oito filhos. Apesar que filhos ganham
muito pouco e a vidraçaria da família pouco rende. Complementa que os lotes são
pagos na Prefeitura Municipal do Capão do Leão.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário