terça-feira, 21 de junho de 2022

Manoel Alves da Silva Caldeira



"Um veterano de 35

Falleceu, no Quarahy, diz uma folha de Pelotas, o velho farrapo tenente-coronel Manoel Alves da Silva Caldeira, na avançada edade de 84 annos.

O finado fez toda a gloriosa campanha de 35, na qual recebeu um ferimento na bocca, quando os farroupilhas tentaram entrar em Porto Alegre, tendo sido feito prisioneiro e conduzido para o forte de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

D'ali conseguiu fugir, em companhia de Côrte-Real e Onofre Pires, voltando ao Rio Grande do Sul e aqui continuando a luctar pélo sagrado ideal que o inflammava, até o fim da revolução.

Era então tenente.

Esse valoroso gaúcho morre, deixando um longo passado de abnegação e de honradez.

Sempre militou no partido republicano, tendo, no ultimo quartel da vida, se retirado á vida privada, por desgostos que lhe causaram os companheiros politicos de Cangussú.

Era n'essa villa que, nos ominosos tempos da monarchia, em dias de eleição, sempre aparecia um voto pela Republica, lançado á urna pelo velho Caldeira.

E, quando cumpria o seu dever de cidadão e patriota, brotava-lhe dos labios a phrase tão conhecida e que o ennobrecia: 'É um só, mas servirá para semente'."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 18 de Setembro de 1899, pág. 01, col. 02

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