segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Maragatos no Capão do Leão


"A caçada

Vamos pôr sob as vistas dos nossos leitores, por transcripção feita do Diario Popular, um dos expedientes indignos de que os colligados lançam mão em Pelotas para formar os seus valorosos e enormes batalhões patrioticos:

'No Capão do Leão, onde se acha acampado o patriota João Manoel, com quarenta e tantos trabalhadores arrancados ao lar da familia e ao trabalho habitual, é impossivel transitar-se!

Não passa ali ninguem que o patriota não prenda e amarre para defender a patria e o sr. Barreto Leite!

Ainda hontem passavam diversos proprios pelo Capão do Leão quando foram bruscamente presos pelo patriota e collocados na fileira dos defensores da camarilha monarchica!

Não escaparam á patriotada os proprios empregados da hydraulica, que foram tambem arrancados á força do trabalho para engrossarem as rarefeitas fileiras dos defensores de la patria!

E todas estas violencias não terão fim?

Esse homem que deixou o trabalho e a familia, para pôr-se de emboscada na estrada pública, com o fim unico de atacar os transeuntes, que constituiu-se o maior flagello dos moradores d'aquelles lugares, perseguindo-os e amarrando-os, não terá um dia a justa punição dos crimes que ha praticado?

Deve esse estado de cousas continuar impunentemente sem que a dignidade nacional se levante n'um assomo de justa indignação e trata de punir severamente os vandalos que assim perturbam a ordem publica e a tranquilidade das familias?

Podem, a liberdade individual, a honra das familias, a propriedade do cidadão continuar á mercê do banditismo armado que se levanta nas ruas e estradas publicas?

Tudo isto não terá fim?"

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 12 de Fevereiro de 1892, pág. 02, col. 02

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