'São aterradoras as noticias que nos chegam do centro do Estado. O flagello da secca acossa de maneira impiedosa a população sertaneja.
E não é sómente a fome que a victima; a sêde tambem a devora!
Ha extensas paragens, onde não se encontra uma gotta d'agua para humedecer os labios!
Em toda a zona do Seridó e nas comarcas do Martina, Pau dos Ferros e S. Miguel, além de outros pontos, é onde o terrivel mal se tem feito sentir com maior intensidade.
Quem conhece a vida do alto sertão e sabe que um anno escasso ali é bastante para assediar o pobre sertanejo de difficuldades, porventura insuperaveis, bem póde avaliar da situação em que se debatem os nossos infelizes co-estadanos.
De diversas localidade partem quasi diariamente bandos e bandos de retirantes que, receiosos da morte que necessariamente os colheria, si permanecessem nos lugares de suas residencias, atiram-se para o norte e para o sul, em busca de meios de subsistencia.
É um espectaculo contristador!"
Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 29 de Outubro de 1891, pág. 01, col. 05
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