terça-feira, 20 de maio de 2008

Bairro Jardim América - Parte XIII (Final)


A precariedade infra-estrutural do bairro, já nos primeiros anos, obrigou a população a mobilizar-se em busca de seus direitos. Questões como a eletrificação, transporte, educação, saúde e, sobretudo, abastecimento de água, foram as principais reivindicações da pauta de lutas.
Exceção feita à participação que o bairro teve na 1ª. tentativa de emancipação do Capão do Leão, em 1963, o movimento reivindicatório mais antigo que temos notícia data de 1975 e resultou na criação de uma escola. Nas imediações da Praça da Imprensa, os moradores capitaneados pela Sra. Isolina Souza da Silva, puseram-se na busca de solução para vários problemas da área, dentre eles: o abastecimento de água, energia elétrica e uma escola (dado o fato que a escola Barão de S. Ângelo era muito longe do local). Realmente, a instalação de energia elétrica mais para o interior do bairro (a região da Avenida Três de Maio já possuía o serviço há mais tempo) tomou grande impulso entre 1975 e 1980. A questão da água foi tratada no capítulo XI desta série. O embrião daquilo que viria a tornar-se a Escola Elmar Costa atualmente começou com aulas improvisadas na cozinha da casa do Sr. Florentino de Souza ministradas pela Sra. Isolina para um grupo de 33 crianças, entre 1975 e 1976. Em 1977, a Secretaria de Educação de Pelotas assumiu o encargo e passou a mandar uma professora que atendia as crianças num chalé alugado de propriedade do Sr. Erlindo Fonseca. Em seguida passou a funcionar outro anexo educacional na Rua Guilherme Manske.
Ainda na mesma época, o Jardim América adquiriu maior representatividade política, quando no governo de Irajá Rodrigues (1979-1982) foram criados os conselhos comunitários de bairro. Este sistema pioneiro possibilitou que a comunidade tivesse um canal de acesso mais próximo ao poder público. Na ocasião, o Jardim América compunha com Avenida Cidade de Lisboa, Virgílio Costa e Vila Nossa Senhora de Lourdes, o Conselho Comunitário Fragata-Sul. O representante do bairro eleito pelos moradores foi o Sr. Francisco Adilson Réus Henrique.
Na questão do atendimento em saúde as conquistas foram mais lentas. No ano de 1965, num prédio na esquina da Avenida Três de Maio e Rua Cidade de Rio Grande chegou a funcionar um posto de atendimento médico comunitário dirigido pelo Dr. Armando Bórgia; durando pelo menos até 1970. Entretanto, a população tinha que recorrer aos hospitais do centro de Pelotas, na maior parte das vezes. Na pós-emancipação, houve os postos de saúde do Dr. Juca e do Dr. Haroldo. A partir de então, houve certo desenvolvimento nesta área.
As associações comunitárias e assistenciais também são uma ocorrência do período pós-emancipatório, algumas até bem-recentes. Citam-se: Associação Comunitária Jardim América, Associação dos Moradores do Jardim América, Sociedade Assistencial Jardim América, Associação de Apoio Comunitário, Associação Jardim América de Desenvolvimento e Assistência Comunitária, Associação de Idosos e União de Jovens. É importante igualmente recorrer o trabalho desempenhado pelas igrejas cristãs no atendimento aos mais pobres e em ações filantrópicas, destacando: batistas, luteranos, católicos, mórmons e adventistas.

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