quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Prostíbulos em Florianópolis

 



O nosso collega da Republica, em edição de quinta feira, pediu á policia que iniciasse inquerito contra os centros de prostituição que existem nesta capital, apontando como taes os albergues do Aribú, á rua 16 de Abril, sob a direcção de Rufina de tal, e do Mocotó, á rua Marechal Guilherme, esquina da Trajano, dirigido por Thomazia de tal. Vamos prestar todo o nosso apoio á perseguição desses centros, verdadeiros antros da perdição.

Existe um terceiro á rua 28 de Setembro, dirigido por uma preta de nome Domingas, onde á noite se pratica a mais escandalosa orgia, a mais infrene immoralidade.

Nesses tres covis ha pessoal para tudo. Em primeiro logar, a directora, que tem conhecimento com quasi todos e aufere os mais criminosos lucros; ha o que fareja carne nova pelas ruas; ha o que convida, em nome de um terceiro, pessoas extranhas, que deixam na mão da directora uma parte do lucro do vergonhoso commercio: ha, enfim, a cafila de protectores, que, de ordinario, são os freguezes mais ricos, mais altamente collocados ou respeitados. Com um estado maior dessa força, a directora julga-se immune, livre dos assaltos da policia, a par da ignorancia em que vive de estar comettendo um crime.

Solidario com a reclamação da Republica, O Reporter pede á policia providencias que façam desapparecer os tres escandalosos centros.

Fonte: O REPORTER (Florianópolis/SC), 07 de Dezembro de 1896, pág. 02, col. 02

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