Por Cláudia Regina Kawka (professora em Curitiba/PR)
Uma das maiores dificuldades para os imigrantes eslavos que vieram para a Gleba Orle, no Norte do Paraná, era o problema da comunicação. Como fazer para que os brasileiros conseguissem compreender o que eles queriam? Realmente não era fácil. Mas o mesmo problema ocorria com os brasileiros que queriam falar com os poloneses e ucranianos. Era difícil conseguir pronunciar os nomes e sobrenomes dos estrangeiros! Cada nome complicado!
Certa vez apareceu no sítio de um imigrante polonês um senhor brasileiro procurando um tal de Sete-Saco.
- Quem mesmo o senhor está procurando? - perguntou o imigrante.
- Estou procurando o Sete-Saco.
- Que saco? O senhor deixou algum saco aqui?
- Não. Eu quero falar com o Sete-Saco.
- É homem ou mulher?
- É homem.
- E como é o nome dele?
- É Sete-Saco, ué! E ele mora num desses sítios.
Depois de muito pensar, o imigrante percebeu que a pessoa com quem ele queria falar era o Szewczak!
Outra história engraçada aconteceu quando um polonês foi comprar alho na venda. Ele chegou lá e só viu cebolas penduradas, e nada de alho. O vendeiro, vendo que o estrangeiro estava procurando alguma coisa, logo perguntou:
- O senhor está querendo comprar o quê?
- Acho que aqui não tem o que eu quero.
- Mas o que é? É cebola?
- Não sabendo como dizer "alho" em português, ele tentou explicar à sua maneira:
- Eu quero é o "irmão da cebola"...
O vendeiro entendeu e trouxe para o alho procurado!
Fonte: CORREIO RIOGRANDENSE (Caxias do Sul/RS), 21 de Junho de 1995, pág. 15
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