Idos da década de 90, um aluno de sexta série que estudava no turno da manhã aparece à tarde na Escola Barão de Arroio Grande para fazer um trabalho na biblioteca do educandário. Atendido pelas professoras de plantão, o rapazote não consegue explicar direito o que a professora tinha pedido. Ao que parece era um trabalho de Língua Portuguesa. Mesmo assim, o menino só falava que "a 'sôra pediu para ele fazer um trabalho do rei da cor!" e ele tinha que vir à biblioteca para "fazer o trabalho do rei da cor!"
Intrigadas, as professoras creem se tratar de um atividade envolvendo desenho ou algo próximo. Inquirem mais o aluno, mas ele só diz que a professora tinha escolhido ele para fazer o "rei da cor". Sem saber o que orientá-lo e diante da impossibilidade de contatar a professora de Língua Portuguesa do turno da manhã naquele exato momento, as professoras que estavam na biblioteca colocam o pequeno a desenhar em folhas de ofício e lhe emprestam uma bonita caixa de lápis de cor que ele aproveita com prazer. Passa a tarde fazendo várias desenhos, entretido com a atividade.
No outro dia, a coordenadora comenta com a professora de Língua Portuguesa pela manhã que o aluno tinha vindo à tarde para fazer um trabalho, mas as professoras da biblioteca não conseguiram entender o que ele queria. Ele só dizia que a professora tinha escolhido ele para "fazer" ou "ser" o rei da cor. A professora cai na gargalhada compulsivamente. Em seguida, explica às colegas presentes na sala dos professores.
O trabalho era produzir um jornalzinho, imitando a dinâmica de um equipe de jornal. Ela dividiu a turma em vários grupos e cada grupo tinha o editor, o repórter policial, o repórter esportivo, o repórter comunitário, etc., e obviamente, alguém ia ficar responsável pela revisão e redação dos textos: o redator. O menino tinha confundido redator com rei da cor. Depois que os trabalhos ficaram prontos, o inusitado fato ainda serviu como reportagem do próprio jornalzinho.
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